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MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
REDE INTEGRADA DE BANCOS DE PERFIS GENÉTICOS
COMITÊ GESTOR
Maio, 2015
Dados estatísticos e resultados relativos a maio de 2015
Aprovado pelo Comitê Gestor da RIBPG em 17/07/2015
MINISTRO DA JUSTIÇA
José Eduardo Cardozo
SECRETÁRIO EXECUTIVO
Marivaldo de Castro Pereira
PARTICIPANTES CONVIDADOS
Ministério Público: Paulo Roberto Galvão de Carvalho
Defensoria Pública: Rafael Raphaelli
Ordem dos Advogados do Brasil: Pedro Paulo Guerra de Medeiros
Comissão Nacional de Ética em Pesquisa: Antônio Hugo José Fróes de Marques Campos
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Sumário
Introdução ................................................................................................................................................................ 4
I – Normatização e padronização de procedimentos ............................................................................................... 5
II – Laboratórios participantes da RIBPG ............................................................................................................... 6
III – Dados armazenados no Banco Nacional de Perfis Genéticos.......................................................................... 8
III.1 – Vestígios, Condenados e Identificados Criminalmente ........................................................................ 8
III.2 – Dados relacionados a pessoas desaparecidas ........................................................................................ 8
III.3 – Evolução ............................................................................................................................................... 8
III.4 – Contribuição relativa dos laboratórios participantes ............................................................................ 9
IV – Coincidências confirmadas e investigações auxiliadas ................................................................................. 10
V – Identificações confirmadas ............................................................................................................................. 12
VI – Conclusão ...................................................................................................................................................... 14
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Introdução
Concebida em 2009, prevendo a adesão das diversas Unidades da Federação por meio de
Acordos de Cooperação Técnica, a RIBPG foi formalizada por meio do Decreto nº 7.950, de 12 de março
de 2013. A RIBPG destina-se a subsidiar a apuração criminal e a identificação de pessoas desaparecidas.
Para ser útil na apuração criminal, a RIBPG depende da devida inserção de perfis
genéticos das amostras biológicas deixadas pelos infratores nos locais de crime (ou no corpo das
vítimas), os vestígios, sejam eles oriundos de casos com ou sem suspeitos. Esses vestígios, além de
serem confrontados entre si, o que já permite a detecção de crimes seriais, podem ser identificados por
meio do confronto com o os perfis genéticos dos indivíduos cadastrados nos termos da Lei nº 12.654, de
28 de maio de 2012: os condenados e os identificados criminalmente. O cumprimento da Lei nº
12.654, com o efetivo cadastramento destas pessoas, é fundamental para que os vestígios sejam
identificados e a RIBPG possa auxiliar na elucidação de crimes, bem como a evitar condenações
equivocadas.
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I – Normatização e padronização de procedimentos
O Decreto nº 7.950 além de criar o Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG) e a Rede
Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG), também criou o Comitê Gestor da RIBPG, com as
seguintes competências:
II - definir medidas e padrões que assegurem o respeito aos direitos e garantias individuais nos
procedimentos de coleta, de análise e de inclusão, armazenamento e manutenção dos perfis
genéticos nos bancos de dados;
III - definir medidas de segurança para garantir a confiabilidade e o sigilo dos dados;
IV - definir os requisitos técnicos para a realização das auditorias no Banco Nacional de Perfis
Genéticos e na Rede Integrada de Banco de Perfis Genéticos; e;
Até o momento foram publicadas seis resoluções do Comitê Gestor da RIBPG, conforme a tabela
abaixo:
www.justica.gov.br/sua-seguranca/ribpg
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II – Laboratórios participantes da RIBPG
A Lei nº 12.654 estabelece que os bancos dados de perfis genéticos devem ser
gerenciados por unidades oficiais de perícia criminal. O Decreto nº 7.950, por sua vez, cria o Banco
Nacional de Perfis Genéticos e a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, no âmbito do Ministério
da Justiça, prevendo a adesão das Unidades Federativas à RIBPG por meio de Acordo de Cooperação
Técnica. O BNPG fica sediado na Diretoria Técnico-Científica do Departamento de Polícia Federal e é
administrado por Perito Criminal Federal habilitado, segundo as diretrizes estabelecidas pelo Comitê
Gestor. Os demais bancos de dados participantes são gerenciados por cada unidade de perícia oficial e,
periodicamente, alimentam o BNPG.
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Figura 1. Unidades da Federação que participavam efetivamente da RIBPG em maio de 2015 (verde).
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III – Dados armazenados no Banco Nacional de Perfis Genéticos
III.3 – Evolução
3621
3500
3000
2000
1617 1698
1500
1000 1046
1024 886
329
593
500 171
0 158
dez/13 mar/14 jun/14 set/14 dez/14 mar/15 jun/15
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III.4 – Contribuição relativa dos laboratórios participantes
Em maio de 2015, sete dos dezenove laboratórios da RIBPG contribuíam com mais de 76% dos
perfis genéticos armazenados no BNPG: São Paulo, Polícia Federal, Minas Gerais, Rio Grande do Sul,
Pará, Pernambuco e Rio de Janeiro.
Em novembro de 2014, apenas 6 laboratórios tinham mais de 100 perfis genéticos no BNPG. Em
maio de 2015 já eram 10 laboratórios.
39 32
70 53
90
92 616
105
119
134
237
611
250
259
502
380
SP PF MG RS PA PE RJ
PB MT AP PR BA AM CE
GO MS ES SC DF
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III.5 – Categorias de amostras, por laboratório
SP
PF
MG
RS
PA
PE
RJ
PB
MT
AP
PR
BA
AM
CE
GO
MS
ES
SC
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IV – Coincidências confirmadas e investigações auxiliadas
A Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, até o dia 28 de maio de 2015, havia
obtido 47 coincidências confirmadas, auxiliando 91 investigações.
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V – Banco de perfis genéticos pode auxiliar pessoas inocentes
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VI – Identificações de pessoas desaparecidas
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VII – Conclusão, desafios e perspectivas
A Lei nº 12.654 completou três anos em maio de 2015. É uma lei moderna aprovada pelo
Congresso Nacional com o objetivo de detectar criminosos seriais e, assim, salvar vidas. Além disso,
tem o potencial de evitar condenações equivocadas, como demonstrado na seção V. Para que seus
objetivos possam ser alcançados, entretanto, a Lei precisa ser cumprida. O número de 569 condenados
cadastrados representa menos de 1% do total de condenados por crimes hediondos e contra a pessoa,
segundo estimativas do próprio Comitê Gestor da RIBPG (o número total de condenados por esses
crimes, em todo o Brasil, é estimado em aproximadamente 60 mil pessoas).
Um estudo realizado nos Estados Unidos1 revelou que, em média, um aumento de 10%
nos bancos de perfis genéticos leva a uma redução de 5,2% no número de homicídios e de 5,5% no
número de estupros. Mesmo que os dados americanos não possam ser diretamente importados para o
Brasil, é difícil não imaginarmos que mais de 2500 vidas poderiam ser salvas e mais de 2500 estupros
poderiam ser evitados, a cada ano, com o uso adequado desta tecnologia – considerando-se que ocorrem
mais de 50 mil homicídios e mais de 50 mil estupros por ano no Brasil2.
Espera-se que a RIBPG continue crescendo e trazendo bons resultados para a população
brasileira, e, a exemplo de outros países desenvolvidos, contribuindo na modernização das investigações
criminais e da identificação de pessoas desaparecidas. E, dessa forma, que o uso da ciência e da
tecnologia aplicadas ao auxílio da Justiça possam conferir uma maior segurança e eficácia ao sistema de
justiça criminal, contribuindo para a redução da impunidade em crimes graves e para o fortalecimento
da produção da prova penal, evitando-se condenações equivocadas.
1
Doleac. J. 2015. The Effects of DNA Databases on Crime. Disponível em:
http://www.batten.virginia.edu/sites/default/files/fwpapers/Doleac_DNA_Databases%20working%20paper%202015.pdf
2
Segundo o 8º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2013 houve 53.646 mortes violentas e 50.320 estupros no
Brasil. Disponível em: http://www.forumseguranca.org.br/storage/download//anuario_2014_20150309.pdf
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