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Funções deriváveis
f(x) - f(a)
f 0 (a) = lim
x!a x-a
e chamamos o número real f 0 (a) de derivada de f no ponto a. Se f é derivável em todos
os pontos x 2 X \ X 0 dizemos simplismente que f é uma função derivável.
EXEMPLO 7.1.1. Seja f : R ! R dada por f(x) = cx, onde c 2 R está fixado. Então, para
qualquer a 2 R temos
f(x) - f(a) cx - ca
= = c,
x-a x-a
para todo x 6= a. Consequentemente,
f(x) - f(a)
lim = c.
x!a x-a
Por definição, segue que f 0 (a) = c, para todo a 2 R.
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DEMONSTRAÇÃO: Suponha que existe f 0 (a). Seja Y = {h 2 R : a + h 2 X} e defina
r : Y ! R por
r(h) = f(a + h) - f(a) - f 0 (a) · h.
Então
r(h) f(a + h) - f(a) r(h)
= - f 0 (a) ) lim = 0.
h h h!0 h
r(h)
f(a + h) - f(a) = f 0 (a) · h + · h.
h
Logo, limh!0 f(a + h) - f(a) = 0 e, portanto, f é contínua no ponto a. ⌅
O resultado anterior pode ser utilizado para determinar quando uma função real
não é derivável.
EXEMPLO 7.1.2. Seja f : R ! R dada por f(0) = 0 e f(x) = x sen (x-1 ), quando x 6= 0.
Note que
f(0 + h) - f(0) h sen (h-1 )
= = sen (h-1 ).
h h
Logo, não existe
f(0 + h) - f(0)
lim ,
h
h!0
donde segue que f não é derivável em 0. Por outro lado, a função g(x) = xf(x), x 2 R,
é derivável em 0. Basta observar que
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⇣ ⌘0
f 0 (a)·g(a)-f(a)·g 0 (a)
• f
g
(a) = g(a)2
.
g(f(xn )) - g(f(a))
lim = g 0 (f(a)) · f 0 (a).
n2N1 xn - a
Por outro lado, se N2 é infinito então
f(xn ) - f(a)
lim = 0,
n2N2 xn - a
donde f 0 (a) = 0 e, consequentemente,
g(f(xn )) - g(f(a))
lim = 0 = g 0 (f(a)) · f 0 (a).
n2N2 xn - a
Como N = N1 [ N2 segue que, em qualquer hipótese,
g(f(xn )) - g(f(a))
lim = g 0 (f(a)) · f 0 (a).
n2N xn - a
⌅
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DEMONSTRAÇÃO: Suponha que g é derivável no ponto b. Considere uma sequência
de pontos xn 2 X \ {a} com lim xn = a. Como f é injetiva e contínua segue que
yn = f(xn ) 2 Y \ {b} e lim yn = b, donde, b 2 Y \ Y 0 . Ora, para todo x 2 X vale a
igualdade g(f(x)) = x. Logo, usando a Regra da Cedeia temos
g 0 (f(a)) · f 0 (a) = 1 ) g 0 (b) = 1/f 0 (a).
Em particular, f 0 (a) 6= 0.
Reciprocamente, suponha que f 0 (a) 6= 0. Para qualquer sequência de pontos yn =
f(xn ) 2 Y \ {b} com lim yn = b, a injetividade de g juntamente com sua continuidade
no ponto b garantem que lim xn = a e xn 2 X \ {a}. Assim,
-1 -1
g(yn ) - g(b) yn - b f(xn ) - f(a)
= = .
yn - b g(yn ) - g(b) xn - a
Portanto, -1
g(yn ) - g(b) f(xn ) - f(a) 1
lim = lim = .
yn - b xn - a f 0 (a)
⌅
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OBSERVAÇÃO 7.2.1. O resultado anterior também é válido para o caso de um mínimo
local.
TEOREMA 7.2.2 (Darboux). Seja f : [a, b] ! R derivável. Se f 0 (a) < d < f 0 (b) então
existe c 2 (a, b) tal que f 0 (c) = d
DEMONSTRAÇÃO: Suponha inicialmente que d = 0, isto é, f 0 (a) < 0 < f 0 (b). Pelo
Corolário 6.1.3, a função f possui um máximo num ponto c 2 [a, b]. O teorema anterior
garante que f 0 (c) = 0. Como f 0 (a) < 0 segue que c 6= a. Da mesma forma, como
0 < f 0 (b) temos c 6= b. Logo, devemos ter c 2 (a, b).
O caso geral reduz-se a este considerando a função g(x) = f(x) - dx, x 2 [a, b]. De
fato, g 0 (x) = f 0 (x) - d, donde, g 0 (c) = 0 , f 0 (c) = d. Além disso,
Então h é contínua em [a, b], derivável em (a, b) e h(a) = f(b)g(a) - f(a)g(b) = h(b).
Note que, para provar o teorema, basta mostrar que existe x 2 (a, b) tal que h 0 (x) = 0.
Ora, se h é constante então h 0 (x) = 0, para todo x 2 (a, b). Se h(t) > h(a), para
algum t, então, pelo Corolário 6.1.3, podemos considerar x 2 [a, b] um ponto onde h
possui um máximo. Como h(t) > h(a) = h(b), segue que x 2 (a, b). Pelo teorema
anterior temos h 0 (x) = 0. Se h(t) < h(a), para algum t, então o mesmo argumento
pode ser utilizado no ponto onde h possui um mínimo local. ⌅
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(ii) se f 0 (x) = 0, para todo x 2 (a, b), então f é constante;
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