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Matriz de atividade individual*

Módulo: 04 Atividade: AI-1 (Individual 1)


Título: Análise dos prós e contras da vedação imposta pela Comissão de Valores Mobiliários às
empresas que prestam auditoria e consultoria a uma mesma entidade
Aluno:
Disciplina: Auditoria Contábil Turma:
Introdução

Esta atividade individual tem como proposta apresentar uma breve análise sobre a
vedação imposta pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), por meio da Instrução nº
308/99, especificamente quanto ao artigo 23, que proíbe as empresas de auditoria de
prestar, simultaneamente, serviços de auditoria e consultoria para uma mesma
organização, baseando-se nos textos e artigos apresentados durante o estudo da
matéria Auditoria Contábil, além de outras fontes.

Prós e contras da vedação imposta pela Comissão de Valores Mobiliários

Dado que uma empresa possa prestar serviços de auditoria e consultoria a uma
mesma organização pode estreitar o relacionamento entre a prestadora dos serviços e a
contratante.
Visto que a consultoria procura alternativas para os atos de gestão, sempre
visando a obtenção de lucro, enquanto que a auditoria faz a análise dos atos de gestão
para verificar se estes estão em consonância com a legislação vigente e com as normas
internas da empresa, pode-se considerar que esta relação pode ter efeitos tanto
positivos quanto negativos.
Tal proximidade facilita o acesso às informações, uma vez que a base de dados é
a mesma para que ambas as tarefas sejam executadas. Desta forma, dados relevantes
ao processo de auditoria, que poderiam ser omitidos pela empresa, por fraude ou por
desconhecimento, os quais poderiam não ser captadas na execução dos trabalhos,
como, por exemplo, utilizando-se um processo de amostragem, seriam facilmente
obtidas.
Por outro lado, tendo em vista que que o responsável pelos atos de gestão faz
parte dos trabalhos de consultoria o aconselhamento à administração da empresa
também será o responsável pela investigação da legalidade desses atos, geraria uma
situação de afronta aos princípios da independência e da segregação de funções.

Ética por parte do auditor independente

A ética pode ser considerada como um sinônimo de boa conduta e também como
princípio fundamental para qualquer profissional, indiscutivelmente.
Segundo BAUMHART (1971), “é ético tudo o que está em conformidade com os
princípios de conduta humana, de acordo com o uso comum, os seguintes termos são
mais ou menos sinônimos de ético: moral, justo, bom, certo, honesto”.
Na execução de seu trabalho, o auditor deve firmar-se a critérios éticos,
utilizando-se para isso de premissas puramente científicas, e não se basear em suas
convicções e interesses pessoais.
Deverá, pois então, seguir as normas técnicas vigentes na execução das
atividades, porém deverá ir além, necessitando seguir os valores morais, pois se

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responsabilizam perante aos investidores, sócios, e acima de tudo, toda sociedade.

Importância da Instrução nº 308/99, alterada pelas Instruções CVM 509/2011 e


545/2014

A instrução 308/99 da CVM, além de regulamentar o registro e o exercício da


atividade de auditoria independente, define as responsabilidades dos administradores
das entidades auditadas. (BRASIL, CVM, 1999).
Esta instrução contribui, de modo relevante, na regulamentação de conceitos
importantes para a atuação dos auditores independentes, sobretudo com relação a
ética, independência e na qualificação de tais profissionais. A regulamentação brasileira
foi adequada às normas internacionais que, em alguns casos, é até mais rigorosa.

Concordância ou discordância em relação à Instrução

O papel da instrução normativa nº 308/99 é de fomentar a discussão para a


questão da independência e transparência das atividades do auditor.
Sabe-se que um dos grandes problemas da legislação brasileira é a falta de regras
claras que regulamentam tanto o exercício de algumas profissões como o
funcionamento das entidades. Não se discute a importância do trabalho das empresas de
auditoria independente, mas não é aceito que exerçam dupla atividade.
Tal instrução normativa, apesar de polêmica em alguns pontos, esclarece o
exercício da profissão de auditor independente e de sua relação com as entidades
auditadas. É inegável a sua importância e que ela traz grandes avanços à área.

Conclusão

De acordo com o exposto, verifica-se a importância da instrução normativa para


regulamentar a atividade da auditoria independente, entretanto o excesso de rigor e
vedações leva a um alto nível de engessamento, onde, por exemplo, é exigido o
afastamento mínimo de cinco anos consecutivos para prestação de serviços novamente
a mesma entidade auditada.
No tocante à ética dos auditores independentes, a criação da instrução CVM
308/99 demonstra a importância da conduta ética do auditor independente na condução
de seus trabalhos e análises, além de punição severa para auxiliar tal formação ética.
Conclui-se, então, como positivo os apontamentos da norma analisada,
demonstrando que o país está em linha com o exemplo de outros países mais
desenvolvidos nesse âmbito, refletindo no fortalecimento econômico das empresas e,
em consequência, do sistema econômico como um todo.

Referência Bibliográfica

ATTIE, William. Auditoria: Conceitos e Aplicações. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1998.

BAUMHART, Raymond. Ética em negócios. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1971.

BRASIL. Comissão de Valores Mobiliários. Instrução CVM 308, de 14 de maio de 1999.


Diário Oficial da União, Brasília, DF, 15 maio 1999. Disponível em:

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<http://www.cvm.gov.br/legislacao/inst/inst308.html>. Consulta em: 14/03/2017.

CITADINI, Antonio Roque. Auditoria x Consultoria, uma questão ética. Jornal Gazeta
Mercantil. São Paulo: 18/10/1999. Disponível em: <
http://www.citadini.com.br/artigos/gm991018.htm>. Consulta em: 14/03/2017.

FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria Contábil. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2001.

*Esta matriz serve para a apresentação de trabalhos a serem desenvolvidos segundo ambas as linhas de raciocínio:
lógico-argumentativa ou lógico-matemática.

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