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Direito Constitucional

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da


aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.

Sumário
1. Súmula Vinculante .............................................................................................. 3
1.1 Considerações Iniciais ................................................................................... 3
1.1.1 Razão ou necessidade da Súmula Vinculante ......................................... 3
1.1.2 Mecanismos que foram criados com a finalidade de superar o
problema da multiplicidade de entendimento e da instabilidade ................................. 3
1.2 Origens do Instituto: Direito Comparado ..................................................... 3
1.2.1 René David: as três famílias do Direito.................................................... 3
1.2.1.1 Sistema Romano-Germânico..................................................................... 4
1.2.1.2 Sistema da Common Law .......................................................................... 4

1.3 Influências dos EUA....................................................................................... 4


1.4 Críticas as Sistema Judicialista (common law) .............................................. 5
1.5 Histórico no Direito Brasileiro....................................................................... 5
1.5.1 Assentos da Casa de Suplicação .............................................................. 5
1.5.2 Soluções Legislativas................................................................................ 5
1.6 Efeito Vinculante no Plano Constitucional ................................................... 7
1.7 Súmula no Direito Brasileiro ......................................................................... 7
1.7.1 Tipos de Súmula....................................................................................... 7
1.7.1.1 Persuasiva.................................................................................................. 7
1.7.1.2 Impeditiva de Recurso ............................................................................... 7
1.7.1.3 Vinculante ................................................................................................. 8

1.8 Questionamentos à adoção da Súmula Vinculante ...................................... 8


1.9 Argumentos Favoráveis ................................................................................ 9
1.9.1 Súmula Vinculante como Fonte do Direito ............................................. 9
1.9.2 Súmula Vinculante e Sistema Fechado .................................................... 9
1.9.3 Súmula Vinculante e Duplo Grau de Jurisdição ....................................... 9
1.9.4 Súmula Vinculante e Independência do Judiciário .................................. 9
1.9.5 Súmula Vinculante e Déficit de Legitimidade Democrática .................. 10
1.10 Análise Normativa da Súmula Vinculante ............................................... 10
1.11 Competência ........................................................................................... 10
1.12 Objeto ...................................................................................................... 10
1.13 Natureza da Súmula Vinculante .............................................................. 11
1.14 Legitimidade para provocar o STF ........................................................... 12
1.14.1 Legitimidade Mínima (ou Legitimidade Constitucional) ..................... 12
1.14.2 Legitimidade Legal ............................................................................... 12
1.14.3 Proposta de ofício ................................................................................ 12

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1.14.4 Legitimados Autônomos ...................................................................... 12


1.14.5 Legitimados Incidentais ....................................................................... 13
1.15 Requisitos para edição de Súmula Vinculante ........................................ 13
1.16 Processo da Súmula Vinculante .............................................................. 14
1.16.1 Natureza do Processo .......................................................................... 14
1.16.2 Etapas do processo .............................................................................. 14
1.16.3 Impossibilidade de Suspensão dos Processos ..................................... 14
1.16.4 Decisão................................................................................................. 15
1.16.5 Súmulas anteriores à EC 45/2004........................................................ 15
1.17 Efeitos da Súmula Vinculante.................................................................. 15
1.17.1 Efeito Subjetivo ou Pessoal ................................................................. 15
1.17.2 Efeito Temporal e Modulação ............................................................. 15
1.18 Revisão ou Cancelamento da Súmula ..................................................... 16
1.19 Reclamação ............................................................................................. 16
1.19.1 Base Normativa ................................................................................... 16
1.19.2 Descabimento de reclamação por demora na aplicação da Súmula .. 17
1.19.3 Ato anterior à Súmula Vinculante ....................................................... 17
1.19.4 Pressuposto de admissibilidade .......................................................... 17
1.19.5 Processo Administrativo ...................................................................... 18
1.19.6 Efeitos da Procedência ........................................................................ 18
1.20 Resolução 388/2008 do STF .................................................................... 18
1.20.1 Admissibilidade da Proposta ............................................................... 19
1.20.2 Requisitos apreciados pela Comissão de Jurisprudência .................... 19
1.21 Questões de Prova .................................................................................. 19

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1. Súmula Vinculante
Também denominada de Súmula da Jurisprudência Dominante com Efeito
Vinculante ou Enunciados Vinculantes da Súmula do Supremo.

1.1 Considerações Iniciais


1.1.1 Razão ou necessidade da Súmula Vinculante
O Judiciário brasileiro atua em duas frentes no controle: difuso e concentrado.
No controle difuso pode gerar múltiplos entendimentos o que pode comprometer
a estabilidade do ordenamento jurídico. Multiplicidade de entendimentos derivados de
várias decisões judiciais o que pode gerar uma incerteza, pois “cada cabeça de juiz uma
sentença”.

1.1.2 Mecanismos que foram criados com a finalidade de superar o problema


da multiplicidade de entendimento e da instabilidade
Um primeiro mecanismo é a resolução suspensiva do Senado, prevista no Art. 52,
X, CRFB.
CRFB, Art. 52 - Compete privativamente ao Senado Federal:
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por
decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;

Aqui se o Supremo declarou uma norma inconstitucional no âmbito do controle


incidental que tem efeito inter parte. Comunicada essa decisão ao Senado este poderia
fazer uma resolução suspensiva dando a decisão do Supremo o efeito erga omnes para
que esta decisão de inconstitucionalidade do Supremo passe a valer contra todos, logo a
lei deixaria de ser aplicada. Seria uma forma de promover a estabilidade na ordem
jurídica.
Outra figura é a atribuição de efeito erga omnes ao controle difuso. Essa tese é
defendida por Gilmar Mendes, que entende que o próprio Supremo poderia dar efeito
erga omnes às suas decisões, sem precisar da resolução do Senado. Porém, não é a
posição predominante no Supremo.
E há ainda a Súmula Vinculante que é inclusive usada como argumento contrário
ao posicionamento anterior do Min. Gilmar, pois se o próprio Supremo pudesse dar efeito
vinculante às suas decisões, no controle difuso e concreto, não haveria razão de existir o
procedimento da Súmula Vinculante.

1.2 Origens do Instituto: Direito Comparado


1.2.1 René David: as três famílias do Direito
A classificação feita por René David leva em consideração três famílias do Direito,
quais sejam: Romano-Germânica (Civil Law) que possui um direito codificado continental;
a Common Law, que é um sistema de precedente judicial anglo-saxão e o sistema
Socialista.

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1.2.1.1 Sistema Romano-Germânico


A análise é feita em abstrato. Assim, há uma norma que regula uma situação
abstrata e que será aplicada a uma situação concreta. Com efeito, o raciocínio é dedutivo,
isto é, parte do geral para o particular.
Há o estabelecimento de preceitos genéricos e abstratos que regulam situações
específicas. Daí se falar em um sistema normativista, de primazia é da lei.
Exemplo: O sistema brasileiro é da civil law.

1.2.1.2 Sistema da Common Law


Parte da análise de casos concretos. Assim, é permeado pelo pragmatismo.
Há a importância dos leading cases, que são os casos paradigmáticos que lideram
determinado entendimento. E o juiz cria o direito (judge make Law), pois o juiz formula a
partir dos casos concretos soluções que geram precedente que afetam decisões
posteriores.
É um sistema Judicialista, em que há primazia de precedentes judiciais.

1.3 Influências dos EUA


Nos EUA o modelo preponderantemente utilizado é do sistema da common law.
Isso gera influências no Brasil, pois lá há essa primazia do precedente que vincula casos
posteriores.
O que serve de fundamento ao sistema americano é a Federação por agregação,
em que os EUA, antes de ser um único Estado, eram treze colônias independentes, viram
treze Estados que se juntam em uma Confederação que se converte em uma Federação.
Federalismo ou federação por agregação é de fora para dentro, isto é, Estados que se
unem para formar um único Estado.
É diferente do caso brasileiro que é uma federação por desagregação ou por
segregação, pois era um país unitário, Brasil Império, que se converteu em uma
Federação, isto é, foi de dentro para fora.
Nos EUA há uma pluralidade de entendimentos nos diversos Estados. Daí a
importância da figura do Stare Decisis que confere certa unidade ao sistema. Vale destacar
o termo completo, que vem do latim: stare decisis et non quieta movere. Significa que o
que está decidido não deve ser modificado ou pela frase famosa nos EUA: “Maintain what
has been decided and do not alter that which has been established”. Em tradução livre
seria algo como: “Mantenha-se o que foi decidido e não se altere o que foi estabelecido”.
Ou seja, que está decidido deve orientar as decisões futuras.
A vinculação do stare decisis é relativa, pois permite a superação do entendimento
precedente que seria o “overruling”.
O “overruling”, superação do entendimento ou mudança do precedente (o
precedente é revogado), pode se dar:
 Casos de injustiça evidente: o precedente gera uma situação injusta
 Casos de irracionalidade do precedente: quando o precedente já não se
legitima atualmente

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 Situação fática distinta da do precedente


 Superação (revogação ou modificação) da lei que fundamenta o
precedente.
Há uma segunda técnica que é “técnica do distinguishing” (técnica da distinção)
que é utilizada quando se verifica que o caso concreto possui peculiaridades diversas
daquela que fundamentou o precedente.
Veja que na “técnica do distinguishing” não haverá uma superação do precedente,
em que se deixa de utilizá-lo estabelecendo um novo e sim haverá um afastamento do
precedente naquele caso concreto diante das circunstâncias apresentadas por ele.

1.4 Críticas as Sistema Judicialista (common law)


 Eliminação da flexibilidade e capacidade de evolução: porque se
estabeleceu um precedente que vai vincular as decisões dali para frente.
 Vinculação mais enérgica que a lei (por força do caráter causuístico): como
a lei é mais genérica e o precedente é causuístico, ele teria maior força vinculativa para os
próximos casos semelhantes à ele.
 Afastamento de uma compreensão ampla das instituições por apego ao
caso concreto: parte-se de uma análise muito particularizada, deixando-se de fazer uma
análise mais abrangente do todo.
 Produção de conhecimento complexo: porque para entender o sistema
normativo deve-se analisar o conjunto das decisões precedentes para tentar achar uma
coesão entre elas.
 Possibilidade de perpetuação do erro: se o precedente se funda em algo
equivocado o erro é perpetuado.

1.5 Histórico no Direito Brasileiro


Histórico de normas que estabelecem algum tipo de vinculação por precedente.

1.5.1 Assentos da Casa de Suplicação


Período de transição do Brasil Colônia para o Brasil Império. Os Assentos da Casa
de Suplicação de Portugal teriam aplicação nos Tribunais Brasileiros.

1.5.2 Soluções Legislativas


 Exceção à reserva de plenário: art. 481, p.u., CPC.
Art. 481. Se a alegação for rejeitada, prosseguirá o julgamento; se for acolhida, será
lavrado o acórdão, a fim de ser submetida a questão ao tribunal pleno.
Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou
ao órgão especial, a arguição de inconstitucionalidade, quando já houver
pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.

Se o próprio plenário já decidiu anteriormente sobre a mesma matéria jurídica ou


se o Supremo já decidiu algo anterior sobre a mesma matéria, nesse caso o órgão
fracionário não remeterá aquela matéria para o plenário, afastando a reserva de plenário.

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Haverá aqui uma dispensa do plenário para aplicar o precedente. Estão esta é uma figura
de aplicabilidade do precedente.
 Art. 285-A, CPC que estabelece:
Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já
houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos,
poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da
anteriormente prolatada.

Apesar de haver uma ADI questionando esse dispositivo, seria novamente a


possibilidade de aplicação de precedente.
Existem argumentos contrários ao art. 285-A do CPC, expostos na ADI 3695, quais
sejam:
a) o princípio da inafastabilidade de apreciação judicial (art. 5º, XXXV, CRFB), pois o
art. 285-A do CPC exclui a apreciação do Judiciário impondo a aplicação de uma decisão
precedente;
b) violação do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa (art. 5º,
incisos LIV e LV, CRFB), porque as partes desse novo processo no qual se aplica a decisão
precedente não se manifestaram e nem foram ouvidas no caso precedente, seria negar a
elas a autodefesa, a defesa técnica no âmbito de um processo.
Já a favor da norma pode-se alegar a celeridade, economia e racionalidade do
sistema (pois se mantém uma coesão das decisões).
 Art. 475, CPC que estabelece:
Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois
de confirmada pelo tribunal, a sentença:
I - proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas
autarquias e fundações de direito público;
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida
ativa da Fazenda Pública (art. 585, VI). [...]
§ 3º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada
em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste
Tribunal ou do tribunal superior competente.

Novamente a aplicação de um precedente, que nesse caso afasta o duplo grau de


jurisdição.
 Art. 475-L, CPC que estabelece:
Art. 475-L. A impugnação somente poderá versar sobre: [...]
II – inexigibilidade do título; [...]
§ 1º Para efeito do disposto no inciso II do caput deste artigo, considera-se também
inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados
inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou
interpretação da lei ou ato normativo tidas pelo Supremo Tribunal Federal como
incompatíveis com a Constituição Federal.

Esse dispositivo se refere à decisão precedente do Supremo que envolva matéria


constitucional – há o argumento da máxima efetividade da norma constitucional, não se
pode tolerar uma decisão contrária a constituição. Se o Supremo diz que a lei ou ato
normativo que fundamenta o título executivo é inconstitucional, o título executivo nela
fundamentado não poderá ser exigível.

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1.6 Efeito Vinculante no Plano Constitucional


O art. 102, §2º da CRFB, que trata do efeito vinculante da ADC, na sua redação
anterior à EC nº 45/2004:
CRFB, art. 102, §2º - As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo
Tribunal Federal, nas ações declaratórias de constitucionalidade de lei ou ato
normativo federal, produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente
aos demais órgãos do Poder Judiciário e ao Poder Executivo.

O efeito vinculante da ADI não tinha previsão constitucional e sua imposição era
jurisprudencial, por uma questão de lógica: se a ADI é uma ADC invertida e nesta a decisão
possui efeito vinculante na ADI também deverá ter.
A EC nº 45/2004 constitucionaliza o efeito vinculante para todas as ações diretas.
Nesse sentido a atual redação do dispositivo supramencionado:
CRFB, art. 102, §2º - As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo
Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias
de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante,
relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta
e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

1.7 Súmula no Direito Brasileiro


No direito brasileiro já havia previsão de efeito vinculante antes da súmula
vinculante ser criada que seria no caso das ações diretas.
Súmula é um conjunto de interpretações que ficam estabelecidas através de um
enunciado. Os enunciados ou verbetes das súmulas são enumerados. O correto seria falar
em enunciado nº “x” da súmula do Supremo.

1.7.1 Tipos de Súmula


Existem três tipos de súmulas, persuasivas, impeditiva e vinculativa.

1.7.1.1 Persuasiva
Súmula que fixa a orientação jurisprudencial e que qualquer tribunal pode possuir.
Ela tem efeito meramente indicativo, não gera efeito cogente.
Exemplo: A AGU possui súmulas. Na verdade são enunciados das orientações da
AGU.

1.7.1.2 Impeditiva de Recurso


a) Quanto à apelação:
CPC, Art. 518, § 1o - O juiz não receberá o recurso de apelação quando a sentença
estiver em conformidade com súmula do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo
Tribunal Federal.

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b) Quanto ao RE: Repercussão Geral: art. 543-A, §5º e §7º (súmula que aponta
ausência de repercussão geral e o consequente impedimento do RE)
CPC, Art. 543-A - O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá
do recurso extraordinário, quando a questão constitucional nele versada não oferecer
repercussão geral, nos termos deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).[...]
§ 5º Negada a existência da repercussão geral, a decisão valerá para todos os
recursos sobre matéria idêntica, que serão indeferidos liminarmente, salvo revisão da
tese, tudo nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. (Incluído
pela Lei nº 11.418, de 2006).[...]
§ 7º A Súmula da decisão sobre a repercussão geral constará de ata, que será
publicada no Diário Oficial e valerá como acórdão. (Incluído pela Lei nº 11.418, de
2006).

A decisão pela negativa de existência de repercussão geral gera efeito impeditivo.

1.7.1.3 Vinculante
Possui previsão no Art. 103-A da CRFB, que foi incluído pela EC nº 45/2004 e que
será disciplinado pela Lei n. 11.417/2006.
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação,
mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre
matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa
oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem
como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.

1.8 Questionamentos à adoção da Súmula Vinculante


A Súmula Vinculante foi criada pela EC nº 45/2004.
Trata-se de casos em que o STF possui decisões reiteradas sobre determinado
assunto e com o entendimento consolidado converte esse entendimento em um
enunciado dotado de efeito vinculante. E assim, passa a ter imposição obrigatória para
toda a Administração Pública e para todo o Poder Judiciário.
Entretanto, isso gera muitos questionamentos de cunho teórico. Nesse sentido,
surgem várias questões críticas que se colocam acerca da Súmula Vinculante:
 Ela cria a figura do juiz-legislador? Pois surge a possibilidade do STF legislar.
 Coloca a jurisprudência entre as fontes primárias do direito?
 Gera risco do sistema se tornar fechado, pois engessaria o ordenamento
jurídico?
 Há supressão do princípio do duplo grau de jurisdição?
 Há eliminação da independência dos órgãos jurisdicionais?
 Há aumento do déficit de legitimidade representativa do judiciário, pois os
membros do STF não são eleitos pelo povo, havendo um déficit de
representatividade popular?
Isto pode ser encarado como perguntas e como afirmações críticas à súmula
vinculante: ela cria o juiz-legislador, coloca a jurisprudência entre as fontes primárias do
Direito, cria o risco de fechar o sistema (os precedentes judiciais se perpetuam

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engessando o sistema), supressão do duplo grau, eliminação da independência dos órgãos


do judiciário e aumento do déficit de legitimidade do Judiciário.

1.9 Argumentos Favoráveis


Rebatendo as críticas acima elencadas, surgem alguns argumentos favoráveis às
Súmulas Vinculantes.

1.9.1 Súmula Vinculante como Fonte do Direito


Kelsen já dizia que os tribunais criam o direito. A tarefa judicial pode ser entendida
como complementar no ciclo da produção normativa.
O juiz, incluindo o STF, não teria a mesma liberdade conformativa do legislador.
E, em última análise, existe uma necessidade de uma última instância decisória
para resolver uma controvérsia ou problema jurídico. Se essa última instância fosse o
legislador se colocaria em última instância uma decisão de âmbito jurídico com alta carga
política. Já o STF não está sujeito às jogadas próprias da política.
Assim, dizer que a súmula vinculante é fonte do direito não seria um equívoco, pois
mesmo Kelsen que é um pensador positivista já entendia que a produção normativa tem a
produção do juiz.

1.9.2 Súmula Vinculante e Sistema Fechado


As Súmulas promovem a harmonização dentro do Judiciário, promovem a
segurança jurídica, a isonomia entre os indivíduos e a solução de antinomias. Porque ao se
cristalizar um entendimento que vai permear todo o Judiciário, se evita decisões
contraditórias e a insegurança jurídica.
Quanto a isonomia, a súmula vinculante permite que para pessoas em situações
iguais se aplique aquele entendimento cristalizado da súmula, evitando-se decisões
diferentes.

1.9.3 Súmula Vinculante e Duplo Grau de Jurisdição


Ela não elimina o duplo grau de jurisdição, porque ela própria pode vir a ser
questionada judicialmente.
Ademais, a Constituição não garantiu o duplo grau de jurisdição em todos os casos,
não é uma previsão constitucional absoluta.
Exemplo: Nas hipóteses de competência originária exclusiva de tribunal só cabe
recurso nas hipóteses que a CRFB estabelece.

1.9.4 Súmula Vinculante e Independência do Judiciário


Em relação ao Judiciário, duas situações demonstram a independência do juiz em
relação às Súmulas Vinculantes.
Com efeito, sempre haverá a possibilidade de aplicação da técnica do
distinguishing. São situações em que o juiz se depara com um caso que a priori seria de

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aplicação da súmula vinculante, porém verifica que este novo caso possui peculiaridades
que o diferencia do caso anterior e assim deve ter uma solução específica.
Há também a possibilidade de interpretação da Súmula Vinculante, já que ela é um
enunciado genérico.

1.9.5 Súmula Vinculante e Déficit de Legitimidade Democrática


O problema da legitimidade popular transcende ao problema da Súmula
Vinculante. Estende-se a atuação geral do juiz sendo, portanto um problema já
estabelecido.
Entretanto há argumentos que legitimam a súmula: (a) a Constituição dotou o
Judiciário de autoridade para fazer esse tipo de controle; (b) tutela dos direitos
Fundamentais contra as maiorias ocasionais e (c) capacitação técnica do juiz. São
argumentos favoráveis ao Judiciário e que, portanto legitimariam a súmula vinculante.

1.10 Análise Normativa da Súmula Vinculante


A partir deste tópico será feita uma análise propriamente dita da Súmula
Vinculante no Direito Brasileiro.
Sua base normativa se encontra no Art. 103-A da CRFB, na Lei n. 11.417/2006 e na
Resolução 388/2008 do STF (Disciplina o processamento de proposta de edição, revisão e
cancelamento de súmulas e dá providências correlatas). Vale para todas as sumulas e vale
para a súmula vinculante também.

1.11 Competência
A competência é exclusiva do STF. Na proposta inicial da PEC havia a possibilidade
de súmula vinculante para o STJ e TST também, mas depois foi abolido.

1.12 Objeto
É a validade, eficácia e interpretação de normas determinadas. No entanto, é
possível que também se aborde situações fáticas.
CRFB, Art. 103-A, § 1º - A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a
eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre
órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave
insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.

Pela leitura do dispositivo supra verifica-se que a controvérsia é entre órgão do


Judiciário ou entre estes e a Administração Pública. Não se inclui aqui a mera controvérsia
doutrinária.
A controvérsia pode ser de normas infraconstitucionais (da União, dos Estados, do
DF ou dos Municípios) em relação à Constituição ou controvérsia entre a interpretação de
norma constitucional (quanto ao seu efeito, amplitude e extensão).

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1.13 Natureza da Súmula Vinculante


Existem três correntes principais:
1ª) Natureza é normativa, pois que implicaria normas jurídicas, abstratas e gerais.
Exemplo: a Súmula Vinculante nº 11, que trata da veda o uso de algemas em
algumas situações justificáveis, é uma norma impositiva que gera uma obrigação de não
fazer. E Sumula Vinculante nº 13 que veda a prática de nepotismo. Geram obrigações de
não fazer de forma vinculante.
Súmula Vinculante 11. Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de
fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte
do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da
prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do
Estado.

Súmula Vinculante 13. A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha


reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção,
chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou,
ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer
dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

Tendo em vista que abstração, generalidade e imperatividade são características


de norma jurídica a súmula vinculante para essa primeira corrente é norma jurídica.

2ª) Natureza jurisdicional como qualquer outra súmula, uma vez que necessita de
provocação e reiteradas decisões judiciais. Pode-se usar o termo natureza processual. É
que em nada se diferencia quanto à sua natureza das outras súmulas, somente sua
amplitude seria diferente.

3ª) Natureza sui generis, tertium genus (intermediário) entre o abstrato dos atos
legislativos e o concreto dos atos jurisdicionais. Nesse sentido, a súmula vinculante é mais
que jurisprudência e menos que lei (assemelhando-se a ambas: jurisprudência, uma vez
que provêm do Judiciário e relaciona-se com casos concretos decididos; lei, pois possui
obrigatoriedade e destinação geral).
Eros Grau, STF: Inf. nº 458 - Reclamação e Efeito Vinculante de Decisão do STF - Rcl
4219/SP - No que se refere à segunda questão de ordem, o Min. Eros Grau entendeu
que o que produz eficácia contra todos e efeito vinculante, nos termos do disposto
no § 2º do art. 102 da CF, é a interpretação conferida pelo Supremo à Constituição,
além do seu juízo de constitucionalidade sobre determinado texto normativo
infraconstitucional, estando, portanto, todos, sem distinção, compulsoriamente
afetados pelas consequências normativas das decisões definitivas de mérito
proferidas pelo STF nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações
declaratórias de constitucionalidade. Ressaltou que a decisão dotada de eficácia
contra todos e efeito vinculante não se confunde com a súmula vinculante, haja vista
operarem em situações diferentes: esta, que é texto normativo, no controle difuso;
aquela, que constitui norma de decisão, no concentrado. Rcl 4219/SP, rel. Min
Joaquim Barbosa, 7.3.2007. (Rcl-4219)

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Nesse caso acima colacionado o Min. Eros Grau entendeu que a súmula vinculante
tem natureza normativa. Já o Min. Gilmar Mendes diz que tem natureza própria, tertium
genus:
EMENTA: Agravo regimental em reclamação. 2. Súmulas vinculantes. Natureza
constitucional específica (art. 103-A, § 3º, da CF) que as distingue das demais súmulas
da Corte (art. 8º da EC 45/04). 3. Súmulas 634 e 635 do STF. Natureza simplesmente
processual, não constitucional. Ausência de vinculação ou subordinação por parte do
Superior Tribunal de Justiça. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (Rcl
3979 AgR, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 03/05/2006,
DJ 02-06-2006 PP-00005 EMENT VOL-02235-01 PP-00107 LEXSTF v. 28, n. 332, 2006,
p. 262-266 RB v. 18, n. 514, 2006, p. 35-36 RDDP n. 41, 2006, p. 179-181)

1.14 Legitimidade para provocar o STF


Quem pode provocar o STF a gerar uma súmula vinculante? A legitimidade mínima
está no art. 103-A, § 2º, CRFB, são as mesmas da ADI.
CRFB, Art. 103-A, § 2º - Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a
aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que
podem propor a ação direta de inconstitucionalidade.

1.14.1 Legitimidade Mínima (ou Legitimidade Constitucional)


São os mesmos da ADI:
- 4 Autoridades: Presidente da República, PGR, Governador do Estado e
Governador DF.
- 4 Mesas: do Senado, da Câmara, da Assembléia Legislativa e da Câmara
Legislativa do DF.
- 4 Instituições: Conselho Federal da OAB, Partido Político com representação no
Congresso Nacional, Entidade de Classe de âmbito nacional e Confederações Sindicais.

1.14.2 Legitimidade Legal


A lei pode ampliar o rol como o fez.

1.14.3 Proposta de ofício


Pode o próprio STF aprovar, rever ou cancelar súmula vinculante, sem uma
provocação externa.

1.14.4 Legitimados Autônomos


A Constituição no art. 103-A, § 2º estabeleceu um rol mínimo e a lei ampliou esse
rol. Existem os legitimados autônomos previstos na CRFB e na lei.
Lei n. 11.417/2006, Art. 3o - São legitimados a propor a edição, a revisão ou o
cancelamento de enunciado de súmula vinculante:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;

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III – a Mesa da Câmara dos Deputados;


IV – o Procurador-Geral da República;
V - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI - o Defensor Público-Geral da União;
VII – partido político com representação no Congresso Nacional;
VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional;
IX – a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
X - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal
e Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os
Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares.

Quanto aos incisos VI (DPGU) e XI (Tribunais) foi ampliação do rol pela lei, pois não
são legitimados ativos para propor ADI.

1.14.5 Legitimados Incidentais


São previstos apenas na lei e não na CRFB: os Municípios.
Lei n. 11.417/2006, Art. 3o, § 1o - O Município poderá propor, incidentalmente ao
curso de processo em que seja parte, a edição, a revisão ou o cancelamento de
enunciado de súmula vinculante, o que não autoriza a suspensão do processo.

Se os Municípios pudessem propor autonomamente, provavelmente os trabalhos


do STF poderiam restar inviabilizados.
Se o DPGU ou os tribunais verificam que o STF já tem decisões reiteradas sobre
determinada matéria e propõem a edição de uma súmula vinculante, o que poderão fazer
independentemente de serem parte no processo sobre aquela matéria. Não precisam
estar atrelados a um processo prévio.
Já o Município para propor revisão, edição ou cancelamento de súmula vinculante
deverá ser parte no processo e neste processo deve-se discutir a matéria tratada na
súmula. Daí sua legitimidade se incidental, pois ele propõe como questão incidental em
um processo comum no qual é parte.
Em resumo:

Legitimados Autônomos Legitimado Incidental

Previsão Constitucional Previsão Legal Previsão Legal

Os mesmos da ADI DPGU e Tribunais Municípios

1.15 Requisitos para edição de Súmula Vinculante


1º) Matéria constitucional objeto de reiteradas decisões: esse requisito tem sido
flexibilizado. Há casos que são paradigmáticos, mesmo sem um número alto de decisões
precedentes.
Exemplo: Súmula Vinculante nº 1, com apenas três precedentes ou a Súmula
Vinculante nº 11, com apenas quatro precedentes.

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2º) Controvérsia atual entre órgão do Poder Judiciário: controvérsia entre órgão do
Judiciário ou controvérsia entre órgãos do Judiciário e a Administração Pública (chamada
controvérsia jurídica). Não basta a controvérsia doutrinária (meramente acadêmica).
3º) Risco de insegurança jurídica.
4º) Multiplicidade de ações idênticas no Judiciário.
5º) Requisito implícito: o Supremo ainda não decidiu no controle abstrato, pois
nesse caso já há o efeito vinculante da decisão, se tornando desnecessária a edição de
súmula vinculante. Esta só existe no âmbito do controle difuso e concreto.

1.16 Processo da Súmula Vinculante


1.16.1 Natureza do Processo
No que se refere às súmulas tradicionais, que não são vinculantes, a natureza é
administrativa.
Já o procedimento de edição das súmulas vinculantes, segundo o entendimento
majoritário, possui natureza de processo objetivo típico, porém com peculiaridades por
aproximar o controle difuso-concreto (decisões reiteradas) e o controle concentrado-
abstrato (ao dar o efeito vinculante).
A atuação de ofício não desnatura, uma vez que o tribunal tem de ser provocado
para chegar a ter decisões reiteradas. Assim, mesmo que se argumente que o Supremo
pode editar súmula vinculante de ofício, sem ser provocado, ele teve que considerar
decisões anteriores reiteradas que não foram tomadas de ofício.

1.16.2 Etapas do processo


1ª) Análise de requisitos (legitimidade e requisitos);
2ª) Manifestação do PGR nas propostas que ele não apresentou. O art. 103, § 1º da
CRFB faz uma previsão genérica da atuação do PGR como defensor da Constituição. E o
art. 103-A, § 2º da CRFB faz a ressalva de que nas propostas que ele apresentou não há a
necessidade de sua manifestação.
3ª) Possibilidade de Amicus Curiae: o relator decide a respeito (art. 3º, § 2º da Lei
n. 11.417)
Lei n. 11.417/2006, Art. 3o, § 2o - No procedimento de edição, revisão ou
cancelamento de enunciado da súmula vinculante, o relator poderá admitir, por
decisão irrecorrível, a manifestação de terceiros na questão, nos termos do Regimento
Interno do Supremo Tribunal Federal.

Os requisitos aqui são os mesmos da ADI, quais sejam, relevância da matéria e


representatividade do postulante.

1.16.3 Impossibilidade de Suspensão dos Processos


O art. 6º da Lei n. 11.417, prevê a impossibilidade de suspensão dos processos para
os casos de súmula vinculante.

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Lei n. 11.417/2006, Art. 6o - A proposta de edição, revisão ou cancelamento de


enunciado de súmula vinculante não autoriza a suspensão dos processos em que se
discuta a mesma questão.

Havendo processo de edição de súmula vinculante ou com a edição da mesma os


processos em curso não são paralisados, mas devem observar o novo posicionamento,
sob pena de cabimento de reclamação.

1.16.4 Decisão
A decisão do Supremo é pelo plenário, o quórum é de 2/3 dos Ministros, ou seja,
um quórum super qualificado.

1.16.5 Súmulas anteriores à EC 45/2004


O art. 8º da EC nº 45 traz a solução para estes casos:
EC 45/2004, Art. 8º - As atuais súmulas do Supremo Tribunal Federal somente
produzirão efeito vinculante após sua confirmação por dois terços de seus integrantes
e publicação na imprensa oficial.

Estabelece que as súmulas somente terão efeito vinculante se aprovadas por 2/3
dos Ministros e publicadas.

1.17 Efeitos da Súmula Vinculante


1.17.1 Efeito Subjetivo ou Pessoal
Afeta a Administração Pública, incluindo a atuação administrativa do Congresso
Nacional e incluindo a atuação do Poder Executivo, mas não nas funções de participação e
no auxílio ao Congresso Nacional, como por exemplo, art. 84, III, IV e V da CRFB (processo
legislativo).
Afeta os demais órgãos do Poder Judiciário.
Entretanto, existe ainda aqueles que não são afetados pelo efeito vinculante, quais
sejam, o STF (que não está vinculado, mas deve a priori seguir, somente se afastando da
súmula vinculante expressa e fundamentadamente, esta é a chamada autodisciplina ou
autovinculação do Tribunal) e o Legislativo (para evitar a fossilização).
Vale destacar que o Poder Legislativo fica vinculado nas suas funções atípicas
(funções administrativas). Exemplo: Súmula Vinculante nº 13 que veda o nepotismo.

1.17.2 Efeito Temporal e Modulação


O efeito temporal da súmula vinculante está previsto no art. 4º da lei (inspirado no
art. 27 da Lei n. 9.868/99):
Lei n. 11.417/2006, Art. 4o - A súmula com efeito vinculante tem eficácia imediata,
mas o Supremo Tribunal Federal, por decisão de 2/3 (dois terços) dos seus membros,
poderá restringir os efeitos vinculantes ou decidir que só tenha eficácia a partir de
outro momento, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional
interesse público.

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A regra é o efeito ex nunc, dali para frente, mas o Supremo poderá estabelecer
outro termo, modulando os efeitos, estabelecendo um outro período de aplicação da
sumula para garantir a segurança jurídica, tal qual visto na modulação de efeitos da ADI.

1.18 Revisão ou Cancelamento da Súmula


Existe um procedimento próprio que é o mesmo procedimento da edição.
O art. 5º traz uma causa específica para os casos de revisão ou cancelamento de
súmula vinculante:
Lei n. 11.417/2006, Art. 5o - Revogada ou modificada a lei em que se fundou a edição
de enunciado de súmula vinculante, o Supremo Tribunal Federal, de ofício ou por
provocação, procederá à sua revisão ou cancelamento, conforme o caso.

Não cabe ADPF e nem ADI contra edição de súmula vinculante porque existe um
procedimento próprio conforme acima estabelecido.
Na mesma lógica, o acordão ressalta o descabimento de RE em face de Súmula
vinculante:
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL. PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DE PETIÇÃO E
PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO. ART. 5º, XXXIV, "A", E XXXV DA
CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. SÚMULAS VINCULANTES. EDIÇÃO, REVISÃO E
CANCELAMENTO. ART. 103-A DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. DA CONSTITUIÇÃO.
IMPUGNAÇÃO MEDIANTE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. LEI N.
11.417/06. AGRAVO IMPROVIDO. 1. As garantias constitucionais do direito de petição
e da inafastabilidade da apreciação do Poder Judiciário, quando se trata de lesão ou
ameaça a direito, reclamam, para o seu exercício, a observância do que preceitua o
direito processual [art. 5º, XXXIV, "a", e XXXV da CB/88]. 2. A Lei n. 11.417/06 define
os legitimados para a edição, revisão e cancelamento de enunciado de súmula
vinculante [art. 3º]. O rito estabelecido nesse texto normativo não prevê a
impugnação dos enunciados mediante recurso extraordinário. Agravo regimental a
que se nega provimento. (Pet 4556 AgR, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno,
julgado em 25/06/2009, DJe-157 DIVULG 20-08-2009 PUBLIC 21-08-2009 EMENT VOL-
02370-02 PP-00345)

1.19 Reclamação (no âmbito da sumula vinculante)


1.19.1 Base Normativa
CRFB, Art. 103-A, § 3º - Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a
súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo
Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará
a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a
aplicação da súmula, conforme o caso.

É o cabimento de reclamação por violação da súmula vinculante. O texto


constitucional deixa claro que existe duas formas do administrador público ou do juiz
violarem súmulas vinculantes, quais sejam, quando contrariá-las ou indevidamente aplicá-
las.
Na mesma linha a lei:
Lei n. 11.417/2006, Art. 7o - Da decisão judicial ou do ato administrativo que
contrariar enunciado de súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo

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indevidamente caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos


recursos ou outros meios admissíveis de impugnação.

1.19.2 Descabimento de reclamação por demora na aplicação da Súmula


No julgado abaixo colacionado verifica que houve recurso alegando violação à
súmula vinculante e o juiz demora na análise do caso, porém não será possível a
propositura de reclamação alegando demora nessa análise:
EMENTA: RECLAMAÇÃO. Afronta a súmula vinculante. Não ocorrência. Alegação de
demora no julgamento de recurso que a invoca. Usurpação de competência do
Supremo. Não caracterização. Reclamação não conhecida. Agravo improvido.
Precedentes. Não cabe reclamação contra demora na cognição de recurso que
invoque ofensa a súmula vinculante. (Rcl 6638 AgR, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO,
Segunda Turma, julgado em 18/11/2008, DJe-232 DIVULG 04-12-2008 PUBLIC 05-12-
2008 EMENT VOL-02344-01 PP-00048 RTJ VOL-00207-03 PP-01109 LEXSTF v. 31, n.
362, 2009, p. 199-203)

1.19.3 Ato anterior à Súmula Vinculante


EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. ALEGAÇÃO DE DESRESPEITO À
SÚMULA VINCULANTE DO STF. DECISÃO RECLAMADA PROFERIDA EM DATA ANTERIOR
À EDIÇÃO DA SÚMULA VINCULANTE. AUSÊNCIA DO INTERESSE DE AGIR. DECLARAÇÃO
INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. USURPAÇÃO DA
COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. IMPROCEDÊNCIA. 1. Inexiste
ofensa à autoridade de Súmula Vinculante quando o ato de que se reclama é
anterior à decisão emanada da Corte Suprema. 2. Não usurpa a competência do
Supremo Tribunal Federal a declaração incidental de inconstitucionalidade proferida
por juiz em ação civil pública. Precedentes. Agravo regimental a que se nega
provimento. (Rcl 6449 AgR, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em
25/11/2009, DJe-232 DIVULG 10-12-2009 PUBLIC 11-12-2009 EMENT VOL-02386-01
PP-00133 RF v. 106, n. 407, 2010, p. 398-400)

Não cabe reclamação.

1.19.4 Pressuposto de admissibilidade


Necessidade de prévio contencioso administrativo, que visa evitar excesso de
reclamações no STF.
Lei n. 11.417/2006, Art. 7o, § 1º - Contra omissão ou ato da administração pública, o
uso da reclamação só será admitido após esgotamento das vias administrativas.

Vale dizer, essa exigência é relativa à reclamação, outras medidas judiciais


eventualmente cabíveis não se sujeitam a esse pressuposto.
Em que pese não poder o legislador, em regra, exigir o esgotamento de via
administrativa sob pena de violação ao art. 5º, XXXV, CRFB, nesse caso trata-se de afastar
não a jurisdição como um todo, mas, de afastar a medida processual que é a reclamação.
É que, para que se caracterize interesse de agir na propositura da reclamação faz-
se necessário que se verifique a consolidação da violação da súmula vinculante que se
dará com o esgotamento da via administrativa, quando o problema é administrativo.

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1.19.5 Processo Administrativo


Quanto ao tema a lei que regula o processo administrativo estabelece:
Lei n. 9.784/99, Art. 56, § 3º - Se o recorrente alegar que a decisão administrativa
contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão
impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à
autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula,
conforme o caso.

Neste caso, há uma autoridade administrativa que fará o primeiro julgamento e a


segunda autoridade que fará a revisão, o interessado recorre para a autoridade
administrativa superior, sendo que como fundamento deste recurso usa uma súmula
vinculante do Supremo. Diz a lei que a autoridade prolatora da decisão recorrida deve
explicar o motivo de não aplicação da súmula ou de sua aplicação de forma indevida.
Situação diversa é a prevista no art. 64-A da mesma lei:
Lei n. 9.784/99, Art. 64-A - Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula
vinculante, o órgão competente para decidir o recurso explicitará as razões da
aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.

Como se vê, aqui não só a autoridade prolatora da decisão recorrida deverá das as
razões da não aplicação da súmula ou de sua aplicação de forma indevida, como também
a autoridade que for decidir o recurso deverá indicar o porquê de aplicar ou não a súmula.
Lei n. 9.784/99, Art. 64-B - Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação
fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à
autoridade prolatora e ao órgão competente para o julgamento do recurso, que
deverão adequar as futuras decisões administrativas em casos semelhantes, sob pena
de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.

1.19.6 Efeitos da Procedência


É a anulação do ato administrativo ou cassação do ato judicial.
Lei n. 11.417/2006, Art. 7o, § 2o - Ao julgar procedente a reclamação, o Supremo
Tribunal Federal anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial
impugnada, determinando que outra seja proferida com ou sem aplicação da súmula,
conforme o caso.

Pela leitura do dispositivo se ressalta que a reclamação não tem natureza recursal,
tanto que o Supremo irá apenas anular o ato ou cassar a decisão judicial, para que
autoridade competente decida de maneira correta.

1.20 Resolução 388/2008 do STF


STF, Resolução 388/2008, Art. 1º - Recebendo proposta de edição, revisão ou
cancelamento de súmula, vinculante ou não, a Secretaria Judiciária a registrará e
autuará, publicando edital no sítio do Tribunal e no Diário da Justiça Eletrônico, para
ciência e manifestação de interessados no prazo de 5 (cinco) dias, encaminhando a
seguir os autos à Comissão de Jurisprudência, para apreciação dos integrantes, no
prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, quanto à adequação formal da proposta.
Art. 2º - Devolvidos os autos com a manifestação da Comissão de Jurisprudência, a
Secretaria Judiciária encaminhará cópias desta manifestação e da proposta de edição,
revisão ou cancelamento de súmula aos demais Ministros e ao Procurador-Geral da

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República, e fará os autos conclusos ao Ministro Presidente, que submeterá a


proposta à deliberação do Tribunal Pleno, mediante inclusão em pauta.
Art. 3º A manifestação de eventuais interessados e do Procurador- Geral da República
dar-se-á em sessão plenária, quando for o caso.
Art. 4º A proposta de edição, revisão ou cancelamento de súmula tramitará sob a
forma eletrônica e as informações correspondentes ficarão disponíveis aos
interessados no sítio do STF.
Art. 5º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

1.20.1 Admissibilidade da Proposta


Encontra-se acima estabelecida no Art. 1º da Resolução em comento.

1.20.2 Requisitos apreciados pela Comissão de Jurisprudência


- Fundamentação suficiente
- Instrução do pedido (juntada de decisões conflitantes, se for o caso)
- Legitimidade ativa
- Indicação da norma sobre a qual recairá a súmula
- Reiteradas decisões do STF (que devem ser uniformes)
- Circunstâncias que podem gerar insegurança e multiplicidade de processos.

1.21 Questões de Prova


 UFRP – 2012 – TJ/PR – JUIZ. Quanto ao instituto da súmula vinculante, é correto
afirmar:
a) A edição de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal só pode ser
realizada de ofício, mediante proposição de um dos Ministros da Corte, não
sendo admitida a criação de súmulas oriundas de provocação de terceiros.
b) O entendimento consolidado em tais súmulas vincula os demais órgãos dos
Poderes Judiciário, Executivo e Legislativo, nas esferas federal, estadual e
municipal, não vinculando, no entanto, futuras decisões do próprio Supremo
Tribunal Federal.
c) Somente os legitimados para propositura de ação direta de
inconstitucionalidade poderão formular pedido de cancelamento de súmula
vinculante.
d) Constitui requisito para a aprovação de súmulas vinculantes a existência de
controvérsia atual sobre a matéria em questão entre órgãos judiciários ou entre
estes e a Administração Pública, que esteja a suscitar grave insegurança jurídica.
Gabarito: Letra D.

 PUC/PR – 2012 – TJ/MS – JUIZ. Leia as alternativas abaixo e assinale a única


CORRETA:

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A) A súmula vinculante foi criada pela emenda constitucional nº 45 e permite


que o Supremo Tribunal Federal, de ofício ou por provocação, mediante decisão
da maioria de seus Membros, após reiteradas decisões sobre matéria
constitucional, defina como a matéria deve ser tratada por todos os demais
órgãos do Poder Judiciário e pela administração pública direta na esfera federal.
B) Os membros do Congresso Nacional podem ser presos em flagrante de crime
inafiançável e os autos devem ser remetidos em vinte e quatro horas à sua Casa
para que a maioria resolva sobre a prisão.
Gabarito: Letra B.

 CEPERJ – 2012 – PROCON/RJ – Adv. No bojo de denominada Reforma do Poder


Judiciário, para agilização das decisões foi estabelecida a súmula com efeito
vinculante. Sobre tal instituto é correto afirmar que:
a) É inovação que pretende realizar o princípio do devido processo legal e
passível de emissão por qualquer tribunal.
b) Após reiteradas decisões sobre matéria legal, pode ser emitida pelo Superior
Tribunal de Justiça.
c) É vinculante a todos os órgãos do Poder Judiciário e da administração pública
direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
d) Não vincula os órgãos do Poder Judiciário que poderão proferir decisões
diversas, com base no princípio da independência funcional.
e) Pode ser recusado o cumprimento pelos órgãos do Executivo Federal que não
estão vinculados a esse padrão de decisão.
Gabarito: Letra C.

 FCC – 2012 – DPE/SP – Def. Público. Uma das mais relevantes alterações do
regime constitucional operada pela Emenda Constitucional no 45/04 foi a
introdução das Súmulas Vinculantes. Sobre esse regime constitucional, é
INCORRETO afirmar:
a) Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, o cancelamento de Súmula
Vinculante poderá ser provocado por aqueles que podem propor a Ação Direta
de Inconstitucionalidade.
b) As Súmulas Vinculantes dependem de decisão de dois terços dos membros do
Supremo Tribunal Federal para serem aprovadas.
c) A Súmula Vinculante terá efeito vinculante a partir do momento de sua
publicação na imprensa oficial.
d) Não é cabível reclamação contra ato administrativo que contrariar Súmula
Vinculante.
e) Cabe reclamação ao Supremo Tribunal Federal contra decisão judicial que
contrariar Súmula Vinculante.
Gabarito: Letra D.

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 MPE/GO - 2012 - Promotor de Justiça. Sobre o instituto da Súmula Vinculante,


assinale a alternativa correta:
a) revogada ou modificada a lei em que se fundou a edição de enunciado de
súmula vinculante, opera-se sua caducidade automática;
b) o uso da reclamação contra omissão ou ato da administração pública que se
mostre contrário ao teor de enunciado de súmula vinculante só será admitido
após o esgotamento das vias administrativas;
c) a todo e qualquer interessado é dado propor a edição, a revisão ou o
cancelamento de enunciado de súmula vinculante;
d) somente os legitimados ativos ao ajuizamento das ações de controle abstrato
de constitucionalidade podem propor a edição, a revisão ou o cancelamento de
enunciado de súmula vinculante.
Gabarito: Letra B.

 MPE/MG – 2012 – Promotor de Justiça. Assinale a alternativa CORRETA em


relação às Súmulas Vinculantes:
a) Qualquer cidadão, representado por advogado, poderá pleitear a aprovação,
revisão ou cancelamento de Súmula.
b) O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, após
reiteradas decisões sobre matéria constitucional, mediante decisão de um
terço de seus membros, editar Súmula Vinculante.
c) A Súmula Vinculante, a partir da data da sessão em que for aprovada, terá
efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
d) O Procurador-Geral de Justiça do Estado de Minas Gerais, ao verificar que
acórdão do Tribunal de Justiça local contraria determinada Súmula
Vinculante, dispõe, ele próprio, de legitimidade para ajuizar reclamação, em
sede originária, perante o Supremo Tribunal Federal, independentemente da
ratificação do Procurador-Geral da República.
Gabarito: Letra D.

 TRT da 21ª Região – 2010 – 2ª Etapa. A Emenda Constitucional n. 45/2004


buscou também dotar o Supremo Tribunal Federal (STF) de alguns mecanismos
para reduzir o número de processos em tramitação na mais alta corte de justiça
do país. Sobre esse tema, leia atentamente as assertivas abaixo e marque a
alternativa correta:
I - Somente por decisão de dois terços dos seus membros, poderá o STF editar
súmula vinculante;
II - A edição da súmula vinculante pressupõe a existência de controvérsia nos
órgãos judiciários sobre a validade, interpretação e eficácia de normas jurídicas,
máxime quando essa controvérsia implica insegurança jurídica e relevante
multiplicação de processos;

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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da
aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.

III - A própria Constituição prevê a possibilidade de pedido de revisão,


cancelamento ou aprovação de súmula vinculante;
IV - Tem sede constitucional, e está regulamentada em lei, a exigência de
demonstração, pelo recorrente, em recurso extraordinário, da repercussão geral
das questões constitucionais discutidas no feito;
V - Para a aprovação da repercussão geral do recurso extraordinário, a
Constituição Federal exige a manifestação favorável da maioria absoluta dos
membros do Supremo Tribunal Federal.
a) apenas as assertivas I, III e V estão corretas;
b) apenas as assertivas II, IV e V estão corretas;
c) apenas as assertivas IV e V estão corretas;
d) apenas as assertivas I, II, III e IV estão corretas;
e) nenhuma das assertivas está correta.
Gabarito: Letra D.

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