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vômitos a criança apresenta-se ávida por mamar. Nega febre, mudança no hábito intestinal ou quaisquer outros
sintomas.
Antecedentes maternos e obstétricos: G1P1A0. União consensual sem consanguinidade; pré natal sem
intercorrências; ultrassom fetal normal; parto normal, RNT (38 semanas). Peso ao nascer de 3.865Kg; apgar 9/10.
Exame físico: BEG, anictérico, acianótico, afebril, corado, eupneico, ativo e reativo, leve desidratação (fontanela
deprimida).
+ ACV: RCR 2T BNF sem sopros ou extra-sístoles.
+ AR: MV presentes bilateral e simétrico.
+ Abdome: globoso, flácido, indolor, ausência de visceromealias, palpa-se em região epigástrica à esquerda tumoração
arredondada elástica móvel de aproximadamente 2 cm de diâmetro, RHA positivo.
+ Genitais: masculino, testículos palpáveis, anus pérvio.
+ Extremidades: boa perfusão, sem edema.
Exames de imagem: EED, raio x, ultrassom de abdômen.
Conduta: 1. Passagem de sonda oro-gástrica. 2. Colhido eletrólitos. 3. Encaminhado ao
centro cirúrgico com piloromiotomia e Fredet-Ramstedt.
INTUSSUSCEPÇÃO INTESTINAL (INVAGINAÇÃO INTESTINAL): ocorre
quando uma parte do intestino adentra a luz de outra parte e não
consegue retornar. Cerca de 75% dos casos com manifestações
intestinais ocorrem na região ileocecocólica (entra na válvula ileocecal).
Ocorre em crianças entre o 6º mês ao final do primeiro ano de vida, com
pico de incidência aos 9 meses.
CAUSAS: fatores desencadeantes (cabeça de invagnação) mais frequentes:
+ Hipertrofia das placas de Peyer (80%): secundárias a uma infecção (ex. viral), ocorrem
principalmente em íleo terminal. Intestino delgado tenta vencer o fator obstrutivo aumentando a
peristalse e causando invaginação.
+ Outros: pólipo intestinal; divertículo de Meckel; tumores, principalmente linfoma (sempre
investigar com laparoscopia em crianças maiores de 2 anos com invaginação).
DIAGNÓSTICO: clinico (exame físico), ultrassonografia abdominal, edema opaco.
Clinica:
+ Dor abdominal em cólica, fazendo com que criança chore muito. Chamada de dor intermitente a
exaustão, pois criança chora até cansar e depois se recupera e chora de novo (choro em salva).
+ Vômitos biliosos.
+ Massa palpável em abdômen e distensão abdominal.
+ Fezes em geleia de morango que aparecem 36-48h depois da invaginação ocorrer, ou seja, a
evacuação no início pode ser normal. Tem esse aspecto pela junção do muco do intestino grosso
(já evacuou o que tinha) e o sangue do intestino delgado (necrosando dentro do intestino grosso).
Quando fezes em geleia de morango estão presentes o tratamento é cirúrgico.
Ultrassonografia: método de escolha. No corte transversal vê imagem
em alvo e no longitudinal em casca de cebola (paredes dos dois
intestinos).
Edema opaco: mais feito na radiologia intervencionista no tratamento
das invaginações.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
Gastroenterite: não tem massa em hipocôndrio direito como na invaginação.
TRATAMENTO: radiologia intervencionista ou cirurgia.
Radiologia intervencionista: indicado para casos diagnosticados antes do surgimento de fezes em
geleia de morango. Durante uma fluoroscopia, usa-se uma sonda nasogástrica 8-10 (colocada pelo
reto do bebê) e algum recipiente maleável para injetar ar no intestino, revertendo a invaginação.
Após isso o paciente faz um ultrassom para confirmar se o procedimento funcionou.
Cirurgia: videolaparoscopia se tiver geleia de morango (necrose intestinal) ou se tiver mais de 2
anos (suspeitar de linfoma). Na cirurgia é feita ressecção da área necrosada.