Analise da estabilidade de taludes através dos métodos de

equilíbrio limite e método dos elementos finitos

Vidal, A.R. 1
Graduando, Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil
Jucá, T. R. P. 3
Professora Ma., Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil

1
rezende-andre@hotmail.com; 2

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breve contextualização do trabalho, seguida do objetivo principal, da metodologia (resumidamente), dos principais resultados
encontrados e as conclusões mais importantes obtidas a partir de tais resultados. A palavra “resumo” deve estar digitada em letras
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Palavras-chaves: palavra 1, palavra 2, palavra 3, palavra 4, palavra 5. Não remova as três linhas em branco que
estão após as palavras chave.

Área de Concentração: Geotécnica

2 INTRODUÇÃO em diferentes aplicações. Este artigo foi criado com o

intuito de mostrar a influência de cada método nos
A análise da estabilidade de taludes é uma resultados de diversas análises.
problemática da área da geotecnia, grande parte deve-
Taludes fictícios foram admitidos e o fator de
se ao fato dos riscos que a ruptura dessas estruturas
segurança avaliado por quatro métodos, sendo três
causa no âmbito ambiental e de vidas humanas. Vários
deles representantes da Teoria do equilíbrio limite, os
são os possíveis exemplos para aplicação destas
quais sejam Fellenius, Bishop e Morgenstern e Price.
análises: aterros, taludes naturais, barragens de terra,
Como quarto método foi utilizado o método dos
etc.
elementos finitos.
Em geral, os métodos são baseados na Teoria do
Equilíbrio Limite, que toma como premissa a
satisfação das condições de equilíbrio, adotando 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
hipóteses para a solução das indeterminações do
objeto. Diversos métodos foram desenvolvidos para
solucionar esses problemas, porém com o advento da 3.1 Generalidades
informática e o considerável aumento da capacidade
de cálculo dos computadores, métodos antes não 3.1.1 Talude
muito difundidos por apresentarem formulações mais
complexas tomaram espaço no mercado. Talude é um termo utilizado para descrever toda e
qualquer superfície inclinada que limite um maciço de
Mais recentemente o Método dos Elementos Finitos terra de rocha ou de ambos. Os taludes também podem
foi elaborado, abordando de maneira diferente os se apresentar de duas formas, sendo elas naturais ou
problemas da estática. A nova metodologia calcula antropológicas. Taludes naturais são as estruturas
seus resultados através da relação das tensões e suas encontradas na natureza e os antropológicos são os
deformações geradas, apresentando parâmetros mais que se apresentam em formas de corte ou de aterro.
realistas da obra em si. A grande quantidade de (TONUS, 2009).
métodos pode trazer ao profissional dúvidas quanto a
eficácia ou precisão dos diferentes tipos de métodos

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Um talude torna-se um mecanismo quando uma massa
de solo ou de rocha se desprende de seu corpo após
perder sua capacidade de equilíbrio e entra em
movimentação, que apresenta características variadas
de acordo com as particularidades de cada estrutura.
Varnes (1978) classifica essas movimentações como:
 Quedas (associadas a rochas);
 Tombamentos (associados a blocos);
 Escorregamentos (associados a massas de
rocha e/ou solo);
 Expansões (associadas a rochas)
 Fluxos (associados a rocha e/ou solo)
 Complexos (como avalanches ou combinações
de vários tipos de movimento).
 Deslizamento de massas
Este artigo tem como intuito estudar apenas casos em
que ocorram o deslizamento de massas.
3.1.2 Fator de segurança
A análise da estabilidade dos taludes começa com a
determinação do fator de segurança, que é definido na
ABNT NBR 11.682/2009 como a relação entre os
esforços estabilizantes (resistentes - τ f ) e os esforços
instabilizantes (tensões cisalhantes mobilizadas - τ mob
). Através dessa relação é possível perceber que caso o
fator de segurança seja igual a 1, a estrutura é instável
e caso seja inferior, significa o colapso. A Figura 1
ilustra as tensões no maciço.
Figura 1 – Tensões atuantes na estabilidade de um
talude (modificada FERREIRA, 2012)
Tal fator deve ser calculado de modo em que se leve
em consideração os critérios de segurança, observando
o potencial risco contra vidas humanas e danos
materiais e ambientais.
Assim, definimos o fator de segurança como na
equação 1.
τf
FS= (1)
τ mob
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As tensões cisalhantes (τ f ) são dadas em termos
de tensão efetiva e feitas pelo critério de ruptura
de Mohr-Coulomb, conforme equação 2.
τ f =c' +σ ' tan ∅ ' (2)
Onde c ' é a coesão, σ ' é a tensão efetiva e ∅ ' é o
ângulo de atrito. A resistência mobilizada (τ mob) é
dada por:
(c ' +σ ' tan ⁡∅ ' )
τ mob = (3)
FS
Analisar a estabilidade de taludes em termos de
tensões efetivas ou totais é equivalente, embora a mais
usual seja a de tensões efetivas que assume as
poropressões conhecidas ao longo da superfície de
ruptura, por ocasião da mesma. Já no procedimento
com tensões totais admite-se poropressões
desenvolvidas nos ensaios triaxiais, que tentam
simular as condições de carregamento e drenagem de
campo iguais às que existirão no maciço de terra.
Nas análises determinísticas do fator de segurança,
existem duas vertentes, os métodos baseados em
análises de deslocamento e os métodos baseados em
estado do equilíbrio limite, o principal representante
da primeira vertente é o método dos elementos finitos.
(MASSAD, 2003)
3.2 Métodos de equilíbrio limite
O modelo mais usual para o cálculo do fator de
segurança através de métodos que utilizam do
equilíbrio limite é o modelo das fatias, que consiste
em arbitrar uma superfície de deslizamento, podendo
ou não ser circular, proceder ao cálculo do equilíbrio
da massa de solo através das três equações da estática.
Tudo isso é realizando em fatias verticais dividas ao
longo da superfície determinada.
Dada a grande diversidade de métodos de equilíbrio
limite, interessa salientar os aspectos que diferenciam
a consistência do fator de segurança e alteram-se
basicamente nas equações da estática que são
satisfeitas, nas forças entre fatias consideradas nos
cálculos, tangenciais e normais, e na distribuição das
forças de interações.
A superfície de ruptura pode ser determinada inúmeras
vezes para uma mesma estrutura a fim de se calcular o
menor fator de segurança global, essas tentativas são
feitas variando-se os raios e o ponto de centro,
alterando assim a abrangência da cunha de ruptura a
ser analisada.
Na figura 2 é ilustrado de uma maneira genérica a
dinâmica das forças dentro de uma fatia, onde X i
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representa a força tangencial e Ei a força normal entre
fatias. Na base estão aplicadas N i e T i, reação normal
e de corte, respectivamente.
Figura 2 - |Forças atuantes em uma fatia genérica dos
métodos de equilíbrio limite (SILVA, 2011).
3.2.1 Método de Fellenius
Elaborado em 1936, Fellenius introduziu o primeiro
método para uma superfície de deslizamento circular,
conhecido também por método sueco, esse é o método
mais simples dentre todos, fato que acontece devido ao
fato de estabelecer uma equação linear para a
determinação do fator de segurança, dispensando
assim o processo iterativo, uma vez que assume as
forças de interação entre as fatias como sendo
paralelas à base das mesmas, fazendo com que ela seja
dispensada do cálculo. Essa simplificação não pode
ser considerada como verdadeira pois as inclinações
nas bases das fatias não podem ser consideradas como
iguais em todas. Quando se avançam os cálculos,
variam-se as inclinações. Desta forma o principio de
ação e reação de Newton não é satisfeito. Na figura 3
pode-se observar que a reação normal é obtida através
do equilíbrio de forças e encontrada no centro da base,
não apresentando qualquer relação entre fatias
(SILVA,2011).
Figura 3- Fatia genérica do polígono de forças do
método de Fellenius (SILVA, 2011).

Tomando como partida o número de equações da

estática abordadas nos cálculos, atribui-se a
classificação de métodos rigorosos ou não rigorosos,
os primeiros serão, naturalmente, aqueles que
satisfazem as três condições de equilíbrio (forças
verticais e horizontais e os momentos).
A tabela 1 resume as características dos métodos mais
usuais de equilíbrio limite
Tabela 1 – Resumo das características dos métodos de Considerando l a largura da fatia, u como sendo a
equilíbrio limite (adaptada SILVA, 2011). poropressão e que α seja o ângulo de inclinação do
Fellenius Bishop Morgenster raio da superfície de ruptura. Através de considerações
simplificad e Price feitas com as formulas (1) e (2) deste artigo,
o percebemos que o fator de segurança pode ser obtido
através da equação 4.
Superfície Circular Qualquer Qualquer
FS=∑ ¿ ¿ (4)
∑ M 0=0 Sim Sim Sim
∑ F h=0 Não Não Sim
3.2.2 Método de Bishop Simplificado
∑ F v =0 Sim Sim Sim
O método de Bishop (1955) foi desenvolvido
Força E Não Sim Sim inicialmente para superfícies circulares, porém pode
também ser aplicado a superfícies não circulares.
Força X Não Não Sim
Neste método admite-se que as forças de interação
Z Não existe Horizontal Variável entre as fatias estão na horizontal e que a força normal
age no centro da base, calculando assim o somatório
das forças verticais e desprezando as horizontais
(SILVA, 2011).

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Na figura 4 ilustra-se as forças internas dentro de cada
fatia e como dá-se sua disposição, na figura 5 a relação
de todo o maciço, com as forças aplicadas de maneira
externa, na interação entre as fatias.
Entendidos os elementos utilizados por Bishop para a
elaboração da formula, segue apresentada na equação
(5).
Figura 4- Fatia genérica do polígono de forças do
método de Bishop simplificado (SILVA, 2011).
Figura 5- Representação do maciço e suas componentes
do método de Bishop Simplificado (FREITAS, 2011).
Considerando l como a largura da fatia e baseando nas
equações (1) e (2) deste artigo, obtemos que:
sec α
FS=∑[c ' l+ ( W ( 1−r ) ) tan ∅ ' ¿ ]
tan ∅ tan α '
∑ W sin α
1+
FS
O fato do fator de segurança aparecer em ambas as
parcelas da equação faz com que seja necessário
utilizar um processo iterativo para a determinação do
mesmo. (FREITAS, 2011).
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3.3 Método de Morgenster e Price
O método de Morgenster e Price (1965) apresenta
princípio semelhante aos demais métodos, porem sua
formulação é bastante complexa sendo necessárias
várias iterações.
Pertence ao grupo dos métodos rigorosos, cumprindo
assim todas as condições de equilíbrio. Para a correção
das forças de iteração, todas são controladas por uma
função f (x) que é multiplicada por um fator λ,
devendo ser especificada antes do inicio dos cálculos.
Essa função determina a inclinação das forças entre as
fatias.
Figura 6 - Fatia genérica do polígono de forças do
método de Morgenster e Price (SILVA, 2011).
O fator de segurança neste método apresenta
combinações das equações de equilíbrio limite nas
direções normais e tangenciais à base das fatias e
também uma equação de momentos, formando um
sistema. A solução numérica é obtida através de
iterações, dada a não linearidade das expressões,
através do método de Newton-Raphson. (SILVA,
2011).
3.4 Métodos dos elementos finitos
Visto que nem todo tipo de estrutura possui uma
solução analítica, o método dos elementos finitos
propõe uma solução numérica a partir da fragmentação
da estrutura em pequenas partes, e avaliação do
comportamento de cada segmento obtido dessa
¿
discretização. Desse modo, o elemento com infinitos
(5)
graus de liberdade existentes no contínuo passa por
uma simplificação, levando-o a um número finito.
De acordo com Cook et al. (2001), os elementos são
conectados em pontos chamados nós, que por sua vez
formam a estrutura de elementos finitos, sendo a
palavra "estrutura" utilizada de forma genérica para
representar um corpo ou região definida. A disposição
particular dos elementos é denominada malha.
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 Numericamente, uma malha de elementos finitos é  1-1 equivalente a 45°
representada por um sistema de equações algébricas a  1-1,5 equivalente a 56,3°
serem resolvidas por incógnitas nos nós, sem restrição  1-2 equivalente a 63,4°
 1-3 equivalente a 71,6°
de geométrica ou campo de atuação, verificando desde
O critério de medida por metro corresponde à relação
a transferência de calor à análise de tensão. Horizontal-Vertical (H-V) e sua medida em ângulos é
o valor que o corpo faz com a reta horizontal
Além disso, Cook et al. (2001) destaca que as
caracterizada pelo pé do talude.
condições de contorno e o carregamento não são
restritos, assim como não sugere a obrigatoriedade de
isotropia, o que torna o método ainda mais propício 4.1.2 Altura
para a análises geotécnicas. Vale lembrar que a Três alturas diferentes foram abordadas:
aproximação é facilmente melhorada pela gradação da  3 Metros
malha, embora isso requeira um maior esforço  6 Metros
computacional.  9 Metros
Segundo Silva (2011) o fato do método dos equilíbrios Essas alturas influenciam diretamente no
limites ser baseado em suposições numéricas e as desenvolvimento do corpo do talude, uma vez que
simplificações teóricas nele aplicadas, pode suscitar todos os projetos foram feitos relacionando as
duvidas ao que diz respeito a sua razoabilidade de dimensões horizontais com as verticais.
resultados. Assim, outros tipos de análises se fizeram
procuradas, uma delas baseando-se em tensões-
deformações do solo, caso do método dos elementos
finitos (MEF). 4.1.3 Materiais
Foram abordados quatro tipos de materiais buscando
abranger uma variação característica entre argila e
4 METODOLOGIA areia. As características dos materiais estão
representadas na tabela 2:
Neste trabalho foi adotada a simulação computacional
Peso Ângulo de Coesão (c)
para o calculo dos fatores de segurança através de
diferentes métodos, sendo, Fellenius, Bishop especifico atrito (φ) kPa
simplificado e Morgenster e Price, métodos de (ϒ) kN/m³
equilíbrio limite, para simulação destes, o programa Material 1 16 24 5
utilizado foi o GeoStudio 2016 – Slope W em sua Material 2 17 26 10
versão para estudantes, e o método dos elementos Material 3 18 28 15
finitos, na qual foi utilizado o programa Plaxis 8.5. Material 4 18 32 5
A elaboração dos taludes a serem ensaiados foi feita
através de análise paramétrica avaliando-se a
influência da combinação entre os indicadores:
 Inclinação 4.1.4 Nível da água
 Altura Variaram-se os níveis de água em 3 alturas, a primeira
 Material foi a ausência do nível de água, em seguida aplicou-se
 Nível da água poropressões na cota do pé do talude e posteriormente
Sendo assim os taludes foram modelados e ensaiados, foi elevado até a meia altura do corpo do talude (H/2),
testando todas as variações possíveis para tais o ponto médio entre a crista e o pé.
características, o que resultou em um total de 214
fatores de seguranças gerados para cada método
avaliado, com o total de 4 métodos estudados o 4.2 Geostudio
resultado final foi um valor de 856 fatores de Dentro do programa, várias repartições existem para o
segurança. calculo de diferentes tipos de obras de terra, neste
artigo foi utilizado a repartição “Slope W”, que trata
4.1 Parâmetros especificamente de taludes.
Na tela de abertura alguns dados são solicitados para
que possa dar inicio a modelagem, a primeira
4.1.1 Inclinação especificação a ser feita é qual o método desejado para
Foram estabelecidas 6 (seis) inclinações diferentes: o calculo do fator de segurança e como citado
 2-1 equivalente a 26,6° anteriormente, cada método apresenta características
 1,5-1 equivalente a 33,7° especificas a serem definidas pelo usuário.

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Em seguida é necessário traçar os pontos do talude,
definidos em uma malha de dimensões variáveis de
acordo com a necessidade do usuário, basicamente
todo o processo de desenho e inclusão das
características pode ser feito através de funções na aba
“dados”.
Os métodos de equilíbrio limite necessitam de grades
e raios para possam ser traçadas as superfícies de
ruptura, com a velocidade dos cálculos
computacionais é possível estabelecer no programa
grandes números dessas variáveis, gerando assim um
estudo detalhado dos vários fatores de seguranças
encontrados para cada superfície de ruptura estudada.
Após o calculo é possível ver cada um dos fatores de
segurança encontrados e sua respectiva cunha, embora
o valor mínimo encontrado seja o estabelecido como
usual. A figura 8 é a tela de saída do programa ao fim
do processo.
Figura 8 – Imagem de saída do programa Geostudio,
talude com inclinação 45°, Altura:3, Material 1 e sem
água aplicada.
A hachura na cor verde junto ao corpo do talude é
definida como a superfície de ruptura, a grade superior
é o conjunto de linhas perpendiculares de onde são
traçados os pontos iniciais do raios, iniciando da
intersecção de cada uma das linhas e alcançando o
lado oposto no conjunto de linhas paralelas traçadas na
parte que se encontra dentro do maciço. A cor
vermelha no interior da grade nos diz que ali se
encontra os valores críticos do fator de segurança.
Caso esses valores sejam encontrados nas bordas,
aconselha-se a alteração das posições das grades e dos
raios, que podem também ter suas quantidades e
dimensões alteradas.
4.3 Plaxis
Assim como o método utilizado pelo Plaxis, o
software apresenta um grau de complexibilidade mais
elevado na sua utilização, comparado ao Geostudio.
Interfaces mais rusticas e várias etapas para a
modelagem são características desse programa.
A modelagem consiste basicamente em duas etapas,
uma primeira que determina-se a malha a ser
analisada, as características dos materiais que
consistem o solo e geram-se as tensões e as pressões
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da água, porém na primeira etapa a poropresão não se
aplica no resultado final dos cálculos, sendo
necessário inseri-la na segunda parte da modelagem.
No Plaxis foi elaborado um terreno onde um corte era
feito, e através desse corte o talude era criado. É
possível tal fato, vez que na modelagem se divide o
desenho em “clusters” e na área dos cálculos é
possível marcar o “cluster” selecionado como retirada
do solo, o que nos da a condição de prever o
rompimento diretamente na escavação fazendo com
que os cálculos sejam interrompidos antes mesmo do
calculo do fator de segurança, ou então, caso a
escavação não colapse, mas o talude não for estável, o
programa fornece fatores de segurança inferiores a 1.
No método dos elementos finitos é necessário a
criação de malhas, que vão influenciar diretamente os
resultados, bem como a definição do numero de passos
e de iterações a serem feitas, caso alguma dessas
primícias não tenha sido bem analisada, os valores
podem apresentar discrepâncias ou não serem
calculados.
No programa pode-se facilmente observar os
deslocamentos e seus valores, porém como o enfoque
deste trabalho é apenas o fator de segurança calculado,
a tela de saída apresenta apenas um resultado. A figura
10 ilustra essa saída.
Figura 10 – Imagem de saída do programa Plaxis, talude
com inclinação 45°, Altura:3, Material 1 e sem água
aplicada.
Os vários tipos de resultados do programa podem ser
observados na tela com valores iguais a 1, pois nãos
lhes foram atribuídas características.
O ∑-Msf é o fator de segurança calculado.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após todos os fatores de segurança propostos terem
sido calculados, algumas observações ficaram
evidentes. Os métodos analisados de um modo geral
apresentam pouca discrepância no que diz respeito ao
fator de segurança calculado. Porém em circunstancias
especificas os valores apresentaram uma variação
2018/1 6
significativa e em algumas apresentou um resultado
realmente fora dos limites e padrões aceitáveis, essa
variação nos resultados não pôde ser explicada
somente com os resultados encontrados para esse
artigo, sendo assim necessário um estudo mais
detalhado acerca da problemática.
Não se sabe ao certo se as variações observadas, são
devido aos métodos ou imperícia na utilização do
programa.
Os fatores de segurança foram agrupados em uma
tabela, apresentada nos apêndices deste artigo e alguns
gráficos foram gerados para a exemplificação dos
resultados alcançados. Os gráficos apresentam um
padrão comum, apresentando todas as variações de
Gráfico 3 – Inclinação X Fator de segurança do talude
inclinações, porém apenas uma altura, um material e o com H=9, Material 4 e sem água.
nível em que se encontra água também é único.
No gráfico 1, o objeto de estudo é o talude com a
altura igual a 3 metros, o material em questão é o
material 4, cuja as características estão descritas na
tabela 2 e não apresenta água em seu maciço.

Gráfico 1 – Inclinação X Fator de segurança do talude

com H=3, Material 4 e sem água.

Nestes dois gráficos observa-se que a linha verde

As linhas agrupadas representam a pouca variação nos
valores encontrados, tal evento acontece na grande
maioria dos taludes ensaiados.
No gráfico 2 podemos ver o comportamento da
estrutura com o talude semelhante ao gráfico 1 mas
com a altura de 6 metros e no gráfico 3 a altura de 3
metros.
Gráfico 2 – Inclinação X Fator de segurança do talude
com H=6, Material 4 e sem água.
correspondente ao método dos elementos finitos não
alcança as inclinações maiores que 56,3°, isso ocorre
pelo fato do programa utilizado não calcular o fator de
segurança para taludes que rompam em sua escavação.
Outro fator interessante a ser observado foram nos
taludes comparando os níveis de água no pé e sem a
água, em alguns casos, principalmente em inclinações
medianas, o fato da cunha de ruptura não cortar a linha
de poropressão faz com que os fatores de segurança
sejam idênticos aos analisados sem água, o que é
seguido pelo método dos elementos finitos.
Nos gráficos 4, apresenta-se um exemplo dessa
observação. Ao compararmos com o gráfico 1, que
foram aplicadas as mesmas características, variando
apenas o nível de água, os valores encontrados foram
bem semelhantes.
Gráfico 4 – Inclinação X Fator de segurança do talude
com H=3, Material 4 e água no pé do talude.

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Os valores foram satisfatórios em grande parte das
analises, porem ao se aplicar a água no meio do talude,
foi observada uma grande variação dos métodos de
equilíbrio limite para os métodos dos elementos
finitos, em alguns casos chegando a alcançar a
discrepância de 100%.
Os gráficos 5 e 6 ilustram o ocorrido.
Gráfico 5 – Inclinação X Fator de segurança do talude
com H=3, Material 2 e água meio.
Podemos observar que nas baixas inclinações os
valores dos fatores são semelhantes, porem quando a
inclinação se acentua, o método dos elementos finitos
apresenta valores decrescentes maiores, chegando ao
ponto de apresentar a ruptura onde os métodos de
equilíbrio limite apresentaram fatores de segurança na
faixa de 1,5. Porem o caso mais extremo foi com o
solo de material 3 e altura de 3 metros, onde o
rompimento não ocorreu na escavação e foi possível
observar a diferença encontrada entre esses métodos,
demonstrado no gráfico 6.
Gráfico 6 – Inclinação X Fator de segurança do talude
com H=3, Material 3 e água meio.
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Todos os valores encontrados estão no apêndice deste
artigo.
6 CONCLUSÕES
A análise da estabilidade de taludes, hoje é
imprescindível para a boa execução e prevenção de
possíveis imprevistos em obras de todos os tipos. O
fato de haver um numero alto de métodos para avaliar
tais situações pode transparecer uma certa insegurança
quanto a seus resultados, o que em um contexto geral
não foi observado nos testes feitos, salvo para elevadas
inclinações e nível de água presente no corpo do
talude.
Outra diferença relevante observado foi quanto a
minucia quanto a modelagem da problemática nos
softwares e o tempo de cálculo, em alguns casos mais
complexos, como no caso de inclinações maiores, a
diferença no processamento das equações chegou a ser
dez vezes mais demorada no método dos elementos
finitos e dentro dos resultados de equilíbrio limite
também foram observadas diferenças, porém de pouca
relevância, visto que o tempo de calculo do método de
Morgenster e Price (o mais complexo dentre eles) não
extrapolava 70 segundos.
A problemática acerca da enorme variação nos fatores
de segurança encontrados nos experimentos com a
água na meia altura do talude ainda não apresenta uma
explicação satisfatória. Tal fato abre um
questionamento para próximos trabalhos a serem
elaborados na área.
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRAISILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS; NBR 11682: Estabilidade de encostas.
ABNT; Rio de de Janeiro, 2009
FERREIRA
2018/1 8
FREITAS, M.A.C. Analise de estabilidade de taludes
pelos métodos de Mogenstern-Price e Correia. 178 p.
Dissertação de mestrado – Faculdade de Engenharia
Universidade do Porto FEUP, 2011.

MASSAD, F. Obras de Terra. Editora Oficina de

Textos 2ª edição 216 p. São Paulo, 2003.

SILVA, J.P.M. Os métodos de equilíbrio limite e dos

elementos finitos na análise de estabilidade de taludes.
173 p. Dissertação de mestrado – Faculdade de
Engenharia Universidade do Porto FEUP. 2011.

TONUS, Bianca Penteado, Estabilidade de talude:

Avaliação dos métodos de equilíbrio limite aplicados a
uma encosta coluvionar e residual da Serra do Mar
paranaense. 147 p. Dissertação de mestrado –
Universidade Federal do Paraná, 2009.

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