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Organização e a Estrutura Federativa

A educação brasileira é regulamentada pelo Governo Federal,


através do Ministério da Educação (MEC), que define os princípios
orientadores da organização de programas educacionais. Os
governos locais são responsáveis por estabelecer programas
educacionais estaduais e seguir as orientações utilizando os
financiamentos oferecidos pelo Governo Federal. As crianças
brasileiras têm que freqüentar a escola no mínimo por nove anos,
porém a escolaridade é normalmente insuficiente.

Segundo o que determina a Constituição Federal e a Lei de Diretrizes


e Bases da Educação Nacional (LDB) a educação no Brasil deve ser
gerida e organizada separadamente por cada nível de governo. O
Governo Federal, os Estados, o Distrito Federal e os municípios
devem gerir e organizar seus respectivos sistemas de ensino. Cada
um desses sistemas educacionais públicos é responsável por sua
própria manutenção, que gere fundos, bem como os mecanismos e
fontes de recursos financeiros.

Níveis

A educação brasileira é dividida em três níveis, com diversos graus


em cada divisão. O Ensino fundamental (o primeiro nível educacional)
é gratuito para todos (incluindo adultos), e obrigatório para crianças
entre as idades de seis e quatorze anos. O ensino médio é também
gratuito, mas não é obrigatório. Apesar de ser oferecido
gratuitamente pelo Estado, existem escolas privadas (não-gratuitas)
que tentam oferecer um nível maior de qualidade de ensino. O Ensino
superior (incluindo graduação) é gratuito apenas em universidades
públicas.

Ensino Fundamental

O Ensino Fundamental é dividido em duas fases, denominado


Ensino Fundamental I​ (1º ao 5º ano) e ​Ensino Fundamental II​ (6º
ao 9º ano). Durante o Ensino Fundamental I cada grupo de alunos
geralmente é assistido por um único professor. Como para Ensino
Fundamental II, há tantos professores como disciplinas.

O Conselho Federal de Educação define uma grade curricular


constituída de Língua Portuguesa, Matemática, história, geografia,
ciências, artes e educação física (do 1º ao 5º ano). A partir do 6º ano
as línguas inglesa e espanhola também são adicionadas. Algumas
escolas também incluem informática como uma matéria.
Ensino Médio

O Ensino Médio dura três anos. O mínimo é de 2200 horas de aula ao


longo de três anos. Os estudantes devem ter concluído o Ensino
Fundamental antes de serem autorizados a inscrever-se no Ensino
Médio.

O Ensino Médio compreende a grade curricular em Português


(incluindo o idioma Português e as literaturas portuguesa e brasileira),
língua estrangeira (Inglês geralmente, também espanhol e francês
hoje muito raramente), História, Geografia, Matemática, Física,
Química e Biologia. Recentemente Filosofia e Sociologia, que foram
proibidos durante a ditadura militar (1964-1985), tornaram-se
obrigatórios novamente.

Ensino Superior

O ensino médio é obrigatório para aqueles que pretendem prosseguir


com os estudos universitários. Além disso, os estudantes devem
passar um exame vestibular para o seu curso específico de estudo. O
número de candidatos por vaga na universidade pode ser superior a
30 ou 40 para um dos mais competitivos em cursos de universidades
públicas. Em alguns cursos com pequeno número de vagas
disponíveis, este número pode ser tão alto quanto 200.
A norma brasileira para o grau de licenciatura, ou “bacharelado”, é
atribuída, na maioria das áreas das artes, humanidades, ciências
sociais, ciências exatas, ou ciências naturais, e exige normalmente
quatro anos de estudos pós-secundários em uma universidade
certificada.
A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

São muitos os problemas que estão presentes na educação brasileira,


especialmente na educação pública. São diversos os fatores que
proporcionam resultados negativos, um exemplo disso são as crianças
que se encontram no 6ºano do ensino fundamental e não dominam
habilidade de ler e escrever.

Esse fato é resultado direto do que acontece na estrutura educacional


brasileira, pois praticamente todos os que atuam na educação
recebem baixos salários, professores frustrados que não exercem com
profissionalismo ou também esbarram nas dificuldades diárias da
realidade escolar, além dos pais que não participam na educação dos
filhos, entre muitos outros agravantes.

As avaliações implantadas pelo governo para avaliar a educação


brasileira apresentam números desanimadores, isso se tornou uma
situação insustentável que não pode continuar.

Em setembro de 2006, um grupo de empresários e políticos, com a


participação dos meios de comunicação em massa, firmou um
compromisso denominado de Todos pela Educação. Nessa
mobilização ficaram definidas algumas metas a serem alcançadas até
7 de setembro de 2022. São elas:

- Todo indivíduo com idade entre 7 e 17anos deverá estar na escola. -


Todo indivíduo com idade de 8 anos deverá dominar a leitura. - Os
alunos deverão ter acesso a todos os conteúdos correspondentes a
sua série.
- Todos os alunos deverão concluir as etapas de estudo
(fundamental e médio)​. - Garantia de investimentos na
Educação Básica.
Os estudos de Emília Ferreiro e sua expressiva
contribuição à educação.

A psicogênese da língua escrita, refere-se a uma descrição do


processo por meio do qual a escrita se constitui em objeto de
conhecimento para a criança. Na verdade, Emília Ferreiro inverteu as
perguntas sobre “como alfabetizar as crianças?” – para – “como as
crianças aprendem?”.

A criança é vista como centro e agente do processo de aprendizagem,


como sujeito ativo e inteligente. De acordo com Piaget, a criança
pensa e elabora hipóteses sobre a escrita. Este é o ponto! A idéia de
que a criança precisa pensar sobre a escrita para alcançar a
alfabetização, revolucionou todas as outras e colocou em questão a
necessidade dos “pré-requisitos” e da “prontidão para a alfabetização”.
Até então, as escolas dispunham de salas de prontidão, onde eram
aplicadas atividades específicas e exercícios, como: ligar,completar,
seguir a seqüência, reproduzir, entre outros. Os alunos somente
seriam promovidos para a primeira série, se tivessem alcançado a
prontidão necessária e, portanto, “preparados para a alfabetização”.

Emília Ferreiro defendeu a importância de o aprendiz ser exposto ao


mundo da escrita, a partir da participação em práticas sociais de
leitura e escrita, uma vez que a alfabetização é de natureza conceitual
e não perceptual como se pensava. Nesta visão, foi possível ampliar o
meio onde se dá a a​ ​prendizagem, retirando da escola a
responsabilidade pela alfabetização dos alunos, ou seja, o ensino das
letras, sílabas e palavras, deixou de ser tarefa exclusiva do
educador.As crianças que não aprendiam de acordo com a
expectativa do professor eram consideradas problemáticas, imaturas
ou com dificuldades de aprendizagem, necessitando de intervenção
específica. Os estudos de Emília Ferreiro nos permitem acompanhar
todo o processo de escrita construído pela criança, bem como as
hipóteses que elabora a medida que se desenvolve. O que
anteriormente foi considerado um problema nos casos em que se
acreditava que a criança escrevia palavras sem sentido, com omissão
de letras, tornou-se uma importante descoberta para os pais e
professores.Emília Ferreiro chamou a atenção para a
importância do ambiente – que deve ser alfabetizador – devido a
oferta de oportunidades e de acesso à escrita, diferenciando as
crianças entre si. Crianças com mais estímulo e motivação tem
maiores chances de construir melhor seu processo de escrita, sem
que se constitua um problema para as crianças com menos
possibilidades. Ocorre que em decorrência do que foi dito acima, não
há déficits, apenas oportunidades!

Ambiente alfabetizador, não se constitui apenas com a decoração da


sala que apresenta palavras, frases, versos, mas por meio da
mediação do professor com seus alunos, respeitando o momento de
cada um. Os níveis estruturais da linguagem escrita podem explicar
as diferenças individuais e os diferentes ritmos dos alunos.
Segundo Emília Ferreiro, os níveis/fases da escrita são:

Nível Pré-Silábico-​ ​não se busca correspondência com o som; as


hipóteses das crianças são estabelecidas em torno do tipo e da
quantidade de grafismo. A criança tenta nesse nível:· Diferenciar
entre desenho e escrita.· Utilizar no mínimo duas ou três letras para
poder escrever palavras.· Reproduzir os traços da escrita, de acordo
com seu contato comas formas gráficas (imprensa ou cursiva),
escolhendo a que lhe é mais familiar para usar nas suas hipóteses de
escrita.

Percebe que é preciso variar os caracteres para obter palavras


diferentes.

Nível Silábico- pode ser dividido entre Silábico e Silábico


Alfabético:

*Silábico

-a criança compreende que as diferenças na representação escrita


estão relacionadas com o “som” das palavras, o que a leva a sentir a
necessidade de usar uma forma de grafia para cada som. Utiliza os
símbolos gráficos de forma aleatória, usando apenas consoantes
ou vogais ou letras inventadas e repetindo-as de acordo com o
número de sílabas das palavras.

*Silábico-Alfabético

-convivem as formas de fazer corresponder os sons às formas


silábicas e alfabéticas e a criança pode escolher as letras, ou de
forma ortográfica ou fonética.

Nível Alfabético-​ ​a criança agora entende que:


-A sílaba não pode ser considerada uma unidade e pode ser
separada em unidades menores.

-A identificação do som não é garantia da identificação da letra, o


que pode gerar as famosas dificuldades ortográficas.

-A escrita supõe a necessidade da análise fonética das palavras.

No trabalho de Emília Ferreiro a escrita é um objeto de conhecimento,


levando em consideração as tentativas individuais infantis, a interação,
o aspecto social da escrita, onde a alfabetização é um processo
discursivo. É importante refletir sobre a importância de a alfabetização
ser significativa e contextualizada para a criança. Algumas
conclusões: Emília Ferreiro aplicou a teoria mais geral de Piaget na
investigação dos processos de aprendizado da leitura e da escrita
entre crianças na faixa de 4 a 6 anos. Constatou que a criança
aprende segundo sua própria lógica e segue essa lógica até mesmo
quando ela se choca com a lógica do método de alfabetização. Em
resumo, as crianças não aprendem do jeito que são ensinadas!

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