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AMOSTRA GRÁTIS – HISTÓRIA DA BAHIA PARA A DEFENSORIA DA BAHIA

AMOSTRA GRÁTIS – HISTÓRIA DA BAHIA PARA A DEFENSORIA DA BAHIA


AMOSTRA GRÁTIS – HISTÓRIA DA BAHIA PARA A DEFENSORIA DA BAHIA
AMOSTRA GRÁTIS – HISTÓRIA DA BAHIA PARA A DEFENSORIA DA BAHIA

Fala pessoal, tudo certo?

Preparamos esse material com muito carinho e atenção.

Segue uma amostra do que vamos apresentar para vocês quando esquematizarmos todo o
edital.

Para mais informações sobre Raio-X DPEBA clicar no link abaixo:

http://joaoduque87-rdsm-site.rds.land/raiox-dpeba

ASPECTOS DA CONSTITUIÇÃO E FORMAÇÃO DA POPULAÇÃO E DA HISTÓRIA ANOTA CHECK


DA BAHIA R LIST
Estudei Questões
C/E
São 8 questões. Se você realmente quer passar não pode deixar de estudar esse
ponto.

A prova passada também Foram 08 questões. Dentre elas, 02 questões poderiam ser
resolvidas somente com a interpretação do texto dado.

O próprio edital indica 3 (três) livros:

BIBLIOGRAFIA INDICADA:
FRAGA, Walter. Encruzilhadas da liberdade: Histórias de escravos e libertos na Bahia
(1870-1910). 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2014.
REIS, João José. Rebelião Escrava no Brasil, Companhia das Letras, 2003. TAVARES,
Luis Henrique Dias. História da Bahia, 12.ed. Editora UNESP, 2020.

Entretanto, ao pesquisar percebemos que apenas existem na versão física.

O livro da História da Bahia tem mais de 500 páginas.

Parte dos pontos você consegue estudar até pelo Wikipédia mesmo.

Mas nós achamos uma Aula Gratuita do Curso Estratégia e também um material
gratuito que está disponível na descrição da Aula e INDICAMOS o estudo por estes
materiais.

Vamos colocar os links aqui:

Aula gratuita
Intensivo de Aspectos da Constituição e Formação da População e da História da
Bahia
https://youtu.be/oUvmHQC9fxA

Material Gratuito do Estratégia:


AMOSTRA GRÁTIS – HISTÓRIA DA BAHIA PARA A DEFENSORIA DA BAHIA

https://drive.google.com/file/d/151_dcXVk8tunmmazWK5aBtNIs3meb4eU/view

Portanto, o que fizemos aqui foi organizar a aula e o material GRATUITOS distribuindo
nos pontos cobrados pelo edital.

Uma opção PAGA (o curso isolado custa R$ 350,00) para você é o


Curso Isolado do Ouse Saber https://ousesaber.com.br/produto/curso-isolado-sobre-os-
aspectos-da-constituicao-e-formacao-da-populacao-e-da-historia-da-bahia-dpe-ba/

A qualidade do Ouse é indiscutível, mas eu (eu) não compraria pelo valor.

1 OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO, REVOLTAS INDÍGENAS E GOVERNO GERAL NA


BAHIA.

Comentários:

OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO DA BAHIA

A Bahia é o mais antigo estado brasileiro e, hoje, o mais populoso da região Nordeste.
A colonização na região começou quando o navegador português Pedro Álvares Cabral
aportou na Baía Cabrália, em 22 de abril de 1500.

A ocupação dos colonizadores só foi intensificada a partir de 1549, como resultado da


crise financeira que Portugal atravessou. A ameaça de invasão por franceses também
foi motivo para que o rei Dom João III optasse pela divisão do território em capitanias
hereditárias.

O território foi dividido em cinco capitanias:


● Bahia de todos os Santos, doada para Francisco Pereira Coutinho;
● Porto Seguro, para Pero de Campos Tourinho;
● Ilhéus, doada a Jorge de Figueiredo Correia;
● Itaparica, para o Conde de Castanheira Dom Antônio de Athaíde
● Recôncavo, que ficou sob o comando de Álvaro da Costa.

CAPITANIAS HEREDITÁRIAS

As capitanias hereditárias eram uma espécie de terceirização da gestão de certa fatia


territorial. Era forma de administração do território colonial português na América.

Para o melhor aproveitamento da administração da colônia, a Coroa Portuguesa


delegava a exploração e a colonização aos interesses privados, principalmente por
falta de recursos de Portugal em manter a sua colônia de além mar.

Donatários - não eram donos, já que o território era da coroa


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Carta de doação - posse da terra, direito de transmissão por herança, mas era
inalienável.

Sesmaria - área de dez léguas da costa onde se deveria fundar vilas,


construir engenhos,garantir a segurança e colonização através do povoamento.

Autoridade máxima judicial e administrativa da capitania.

Controle sobre a escravização indígena, a aplicação da justiça, penas e recolhimento


de impostos.

Tributos e a distribuição dos lucros da produção das capitanias - parte da Coroa e parte
aos donatários.
ESCRAVIDÃO INDÍGENA

A partir da demarcação e distribuição das capitanias hereditárias e do início das atividades


que os europeus passaram a utilizar a mão de obra indígena. Inicialmente foi como parce
extração do Pau Brasil e posteriormente como trabalho escravo.

Fazer do indígena um escravo foi um desafio para os portugueses. Precisavam manter um


amistosa com os nativos para garantir a ocupação do novo território e assegurar a
defesa dele. Eram eles
que defendiam os europeus de ataques de outros grupos, além de auxiliarem no
conhecimento de trilhas,alimentos e locais em terras desconhecidas.

Foi preciso pensar numa forma de garantir a escravização ao mesmo tempo que a
aliança com alguns grupos continuasse. Para isso os colonos separaram os indígenas
entre aliados e inimigos, assim, garantiam diferente tratamento aos diversos grupos
indígenas.

Tomé de Souza, primeiro Governador Geral em 1549. Ele que vai determinar a relação
entre portugueses e indígenas e estabelecer duas ações. A primeira diz respeito às
garantias aos indígenas aliados. Estes tinham o direito à liberdade, que consistia em
remuneração e propriedade coletiva da terra. A segunda é a garantia da presença dos
jesuítas, que muito se envolveram com as questões indígenas.

A escravização passou então a ser permitida em duas situações: no resgate de


prisioneiros de outros grupos e no que chamavam de guerra justa, que era garantida
caso os indígenas atacassem os portugueses. Estes dois casos muitas vezes serviam
de pretexto para obtenção de mais escravos, em situações por vezes forjadas.

ESCRAVIDÃO INDÍGENA

Habitavam o Brasil os Tupi, instalados há cerca de dois séculos antes do desembarque


no sul da Bahia. No litoral da Bahia os Tupi das tribos Tupinambás e Tupiniquins, além
das tribos Jê, Karirrie Pataxó (ainda existentes no Sul).
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Dentre as tribos que tiveram grande presença no litoral sul baiano, estão os Aimorés e
os Botocudos.

Nômades, cooperativismo e vida coletiva. Autoridade tribal por carisma.

O exercicio de autoridade das Capitanias Hereditárias, a exigência de lucro e


dinheiro por parte da coroa e a expectativa de retorno financeiro aos donatários foram
detrminantes para a tentativa de escravidão indígena.

O equilíbrio entre os portugueses que chegavam e os grupos indígenas obrigaram


algunsacordos, escravizando alguns e fazendo parcerias com outros.

Necessidade de destruição do sistema tribal.

● Jesuítas com a catequese


● Extermínio.

A Guerra dos Aimorés foi um conflito entre colonizadores e ameríndios que ocorreu
entre os anos de 1555 e 1673, nos territórios atuais da Bahia e do Espírito Santo. Foi
resultado de conflitos iniciais de tentativa de escravização das populações indígenas e
das entradas e bandeiras para extração e ocupação. Fernão de Sá, comandando
bandeira no território capixaba, lutava contra os aimorés, cujos hábitos nômades os
espalharam desde as bacias dos rios Jaguaripe e Paraguaçu aos atuais municípios de
Ilhéus e Porto Seguro. Os aimorés venceram e as feitorias do bandeirantes foram
destruídas por volta de 1558.

GOVERNO GERAL NA BAHIA

Com a decadência econômica das Capitanias Hereditárias, que não geravam os


rendimentos necessários (excesso de tributos pela Coroa), a Capital (Portugal) decidiu
criar um governo geral aqui no Estado. Veio para substituir e complementar o modelo
anterior.

O Governo-Geral foi criado por Portugal em 1548 com o objetivo de centralizar ainda
mais a administração colonial. Sua implantação foi acompanhada de uma ordem para
que uma capital fosse construída para a colônia. Dessa ordem surgiu a cidade de
Salvador, no atual estado da Bahia.

1. O comércio de especiarias com a Índia dava sinais claros de


enfraquecimento.
2. Os portugueses estavam fracassando no objetivo de construir um
império na região do Marrocos.
3. Os espanhóis estavam extraindo grandes quantidades de metais
preciosos de suas colônias.
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A junção desses fatores deu origem à necessidade de transformar a América


Portuguesa em um empreendimento lucrativo para Portugal.

O Regimento substituiu a Carta de Doação. Passou a ser um documento mais


institucional e menos contratual.

Além do Governador Geral foram criados os cargos de:

●Ouvidor-mor: responsável pelos assuntos de natureza jurídica e pela aplicação das


leis na colônia.
●Provedor-mor: responsável pelos assuntos financeiros, pelo controle do orçamento e
pela arrecadação de impostos.
●Capitão-mor: responsável pela defesa da colônia contra invasores estrangeiros e
indígenas.

FCC DPE BA 2016 - Uma das formas de ocupação do território baiano se deu por
meio das entradas.
Essas expedições
(A) ocorreram durante o século XVI e início do XVII, contribuindo para a
ocupação do interior do território e o aprisionamento de índios para a exploração
de sua força de trabalho; sendo ainda empreendidas mesmo após a chegada das
primeiras levas de escravos africanos.
(B) objetivavam explorar o território a fim de identificar possíveis focos de
minérios; eram organizadas localmente e de forma independente pelos colonos, sendo
por isso, extintas pelo Governo Geral em meados do século XVI.
(C) foram especialmente abundantes no século XVIII; ocorriam em represália a
ataques indígenas e contavam com o apoio dos jesuítas, no contexto da chamada
Guerra Justa, resultando, concomitantemente, na fundação de fortalezas e vilas.
(D) resultaram em práticas costumeiras de extermínio indígena, como as
“guerras aos bárbaros”, obrigando o Governo Geral a formular leis de proteção aos
mesmos, por pressão da Igreja Católica, e a substituir oficialmente as entradas pelas
bandeiras no início do século XVII.
(E) aconteciam, no século XVI, com o aval da Coroa, para viabilizar a instalação
das Capitanias e garantir o abastecimento de mão de obra, mas foram regulamentadas
localmente, no século seguinte, de modo que se restringissem ao mapeamento e
delimitação das fronteiras.

Para aprofundar (apesar de não achar preciso):

https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_Bahia

2 TENTATIVAS DE ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL: POPULAÇÕES INDÍGENAS,


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AFRICANOS ESCRAVIZADOS, PORTUGUESES COLONIZADORES NA BAHIA

Comentários:
ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL.

Além das diferenças por cor da pele, origem e estatuto legal, a Bahia foi
dividida em grupos sócio-ocupacionais (prestígio, poder e renda) durante toda a
sua formação (segundo Katia Mattoso):

● Senhores de engenhos, grandes negociantes, altos funcionários do


Estado e da Igreja e militares de alta patente.

● Funcionários intermediários do Estado e da Igreja, profissionais liberais,


oficiais militares, comerciantes, mestre-artesãos enriquecidos e baianso que viviam de
rendas de aluguéis de casas e escravos (ou agiotagem)
● Funcionários públicos menores, militares, profissionais liberais sem
prestígio e trabalhadores de rua (quitandeiros, taverneiros, artesãos, geralmente
libertos)
● Escravos, mendigos e vagabundos (“classes perigosas”)

Para o historiador F. W. O. Morton a classificação leva em conta cor da pele e


origem:

● Indivíduos capacitados a reivindicar o status de nobres. (brancos)


● Funcionários públicos, profissionais
liberais, oficiais militares, comerciantes e
lavradores de cana. (barncos, mulatos e negros).
● pequenos comerciantes, vendedores ambulantes,

Obs: não existem escravos nessa classificação.


A única classe que não possuía escravos eram os pertencentes a base. Inclusive era
um critério para seretiquetado como vagabundo ou mendigo.
QUESTÃO DE CONCURSO

FCC DPEBA 2016 - Considere os dois excertos a seguir:


I. (...) as sociedades de estamentos, em geral, apresentam uma mobilidade
mínima, tanto horizontal quanto vertical. A sociedade colonial, ao contrário, configura
uma sociedade estamental com grande mobilidade, e é essa conjunção surpreendente
e mesmo paradoxal de clivagem com movimentação que marca a sua originalidade.
(NOVAIS, Fernando. “Condições da privacidade na colônia”. In: MELLO e SOUZA,
Laura (org). História da vida privada no Brasil, v. I: cotidiano e vida privada na América
Portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 30)
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II. (...) cristalizaram-se na América Portuguesa múltiplas manifestações de


religiosidade privada. A abundante diversidade (...) explica-se antes de mais nada, pela
multiplicidade dos estoques culturais presentes desde os primórdios da conquista e
ocupação do Novo Mundo, onde centenas de etnias indígenas e africanas prestavam
culto a panteões os mais diversos. (MOTT, Luiz. Cotidiano e vivência religiosa: entre a
capela e o calundu. In: MELLO e SOUZA, Laura (org.) História da vida privada no
Brasil, v. I: cotidiano e vida privada na América Portuguesa. São Paulo: Companhia das
Letras, 1997. p. 220) A sociedade baiana no período colonial compartilha as
características enfatizadas nos trechos acima. Os trechos I e II, referem-se,
respectivamente, a

(A) relativa mobilidade social; e a densa formação de estoque cultural por meio da
conquista.
(B) grande clivagem cultural; e a forte religiosidade no âmbito da vida privada.
(C) configuração estamental horizontal e vertical; e a singular unidade identitária.
(D) combinação ambígua de clivagem (divisão) e mobilidade sociais; e a
diversidade de cultos e crenças.
(E) equilibrada democracia social; e a cristalização de manifestações étnico-
religiosas.

A estrutura não era completamente rígida, sendo possível certa mobilidade social,
apesar de difícil
3 MÃO-DE-OBRA E UNIDADES DE PRODUÇÃO NA BAHIA: CANA-DE-AÇÚCAR,
TABACO, FARINHA DE MANDIOCA.
Comentários:

UNIDADES DE PRODUÇÃO NA BAHIA.

Graças ao rico solo do Recôncavo favorável à produção canavieira a capitania da


Bahia, desde finais do século XVI, era a segunda mais importante no Estado do Brasil,
atrás apenas da de Pernambuco. Com montagem da economia açucareira, transição
para a mão de obra escrava africana e formação da primeira elite baiana, constituiu-se,
aqui, um grupo dominante com práticas políticas próprias e uma base econômica e
social estabelecida.

A invasão Holandesa de 1630 prejudicou a produção canavieira de Pernambuco,


transformandoa Bahia no mais importante centro açucareiro do Brasil.

Salvador afirmou-se como um empório comercial de extrema relevância.

O número de engenhos da capitania passou de 84, em 1629, para 146, em finais do


século.

O comércio que passava pelo porto de Salvador também cresceu. O mercado asiatico
cresceu muito, especialmente a partir de finais do Sec. XVII, com a ampliação da
importância da Bahia como consumidora e distribuidora dos tecidos indianos.
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Outra cultura promissora no Recôncavo e na Região da Chapada Diamantina foi o


tabaco.O solo e o clima também são muito propícios ao cultivo de tabaco.

A importância da produção do fumo ou do tabaco está diretamente ligado ao tráfico


negreiro.

O tráfico de escravos contava com o ativo papel desempenhado por lideranças políticas
africanas, locais que organizavam a captura e manutenção de escravos.

O tabaco, por sua vez, era de suma importância para a realização das trocas comerciais
que garantiam o fornecimento de escravos para a América Portuguesa.

A farinha de mandioca (aipim) e o inhame estão mais relacionados a cultura trazida da


África e dos índios. A subsistência e alimentação desses povos estão diretamentes
ligadas ao consumo desses produtos. Além do uso nos navios negreiros como
alimentação.

Tabaco

Troca por
Navio
escravos na
negreiro África

Fazenda de
tabaco

RESUMO do Wikipédia.

A mão- de -obra indigena foi utilizada para a extração de pau Brasil no início da
colonização da Bahia.

Com os engenhos de cana e fazendas de tabaco a mão-de-obra escrava africana foi


amplamente utilizada. Até porque o comércio de escravos virou uma excelente fonte de
renda para Portugal.

4 ESCRAVIDÃO E ESCRAVISMO NA BAHIA: TRÁFICO ATLÂNTICO E TRÁFICO


INTERPROVINCIAL.
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ESCRAVIDÃO E ESCRAVISMO NA BAHIA

Escravidão

Substantivo - Estado ou condição de escravo; escravatura, escravaria, cativeiro,


servidão. Falta de liberdade; sujeição, dependência, submissão, servidão, escravatura:
Regime social de sujeição do homem e utilização de sua força, explorada para fins
econômicos, como propriedade privada; escravatura.

Escravismo

Substantivo - Ato de escravizar ou obrigar alguém a trabalhar sem receber algo em


troca,como se fosse algum animal.

ESTIMA-SE QUE 5 MILHÕES DE PESSOAS FORAM RETIRADAS DA ÁFRICA E


MANDADAS PARA O BRASIL EM 300 ANOS DE UTILIZAÇÃO DA MÃO-DE-OBRA
ESCRAVA.

Iniciou-se por volta da década de 1530, quando os portugueses implantaram as


bases para a colonização da América portuguesa Tal processo deu-se,
primeiramente, com a escravização dos indígenas, e, ao longo dos séculos XVI e
XVII, essa foi sendo substituída pela escravização dos africanos, trazidos por meio do
tráfico negreiro.

Os indígenas foram a principal mão de obra dos portugueses até meados do


séculoXVII, Apesar de mais barata, foi mai conturbada e problemática.

A pressão realizada pelos últimos, para que a escravização dos indígenas


fossecessada, levou a Coroa portuguesa a decretar a proibição dessa escravização.

Bula Papal Sublimis Dei (1537) só permitia a escravidão de indigenas em


casosexcepcionais de aprisionamneto de guerra justa.
Os primeiros africanos começaram a chegar ao Brasil por volta da década de 1550,
inicialmente, por meio do tráfico ultramarino, também
conhecido como tráfico negreiro. Os portugueses, desde o século XV, possuíam
feitorias na costa africana, mantinham relações com povos africanos e realizavam a
compra desses indivíduos para escravizá-los, por exemplo, na Ilha da Madeira.

Com o aumento da necessidade de mão de obra e aumento do tráfico internacional de


escravos o Brasil, mais especificamente a Bahia começou a ser muito abastecida com
essa mão de obra.

O oceano Atlântico é dominado por dois grande sistemas de correntes e


ventos. Os portugueses, no século XV, dominaram essas correntes e aprenderam
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como navegar sem grandes dificuldades entre Portugal, Brasil e África.

A Escola de Sagres, fundada pelo infante Dom Henrique foi a primeira que
entendeu essascorrentes e dominou as grandes navegações de tráfico de escravos.

Essas duas correntes e ventos formam uma espécie de engrenagem em sentido


anti horárioque tornava a viagem entre o litoral da África e o NE barsileiro. PE e BA. .

A Coroa Portuguesa ganhou muito dinheiro com o trafico de escravos pelo atlantico.

Mais que necessidade da mão de obra eram os numeros com o trafico


negreiro peloatlantico.

O tráfico de escravos vindo da Africa durou até a proclamação da independência..


Com conflito da Independência em 1822 e 1823(na Bahia foi tardia) e o clima anti
portugues (mata-marotos), os negócios de exportação partindo de Salvador quase
pararam.

Os comerciantes portugueses acabaram expulsos do país, movimento anti


lusos, o quetambém dificultou o comércio interno dos grandes produtores de açúcar
e fumo.

Com esse cenário de crise econômica, escassez de mão de obra e aumento do


preço do mercado negreiro pelo atlântico (proibição pela inglaterra), começa o
mercado interno deescravos.

O comércio de escravos foi considerado ilegal de 1831 a 1856 com o Tratado


assinado com aInglaterra, em 1826, e pela Lei Anti Tráfico, de 7 de novembro de 1831.

Lei Eusébio de Queirós Lei nº 581 de 4 de setembro de 1850. Fim do tráfico de


escravos no Oceano Atlântico.
O tráfico interprovincial de escravos foi muito lucrativo, principalmente na segunda
metade do século XIX, em que escravos do Nordeste e Sul foram vendidos, com ampla
margem de lucro, para o Sudeste, região em expansão econômica impulsionada pelas
lavouras de Café.

Antonio Francisco Brandão e sua firma Brandão & Irmãos, por exemplo, atuaram no
comércio de cabotagem, remeteram escravos de Salvador para os portos de Santos e
Rio de Janeiro, assim como possuíram ações em bancos e negócios no mercado
financeiro da Bahia.

Após a extinção definitiva do tráfico, a Bahia passou da posição de importador à


condição de exportador de escravos. Negros a todo preço seriam deslocados do Norte
para o Sul já nos primeiros anos da década de 1850, num movimento contínuo, e que,
apesar de altose baixos, só se encerraria na década de 1880.
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Algumas peculiaridades sobre o Escravismo na Bahia

● A jornada de trabalho era exaustiva. Às vésperas da promulgação da lei


Áurea (abolição) alguns escravos fugiam para descansar. Tem uma passagem no livro
do Walter Fraga que nara a fala de um escravo que disse que era melhor uns dias de
descanso após um castigo pela fuga que a jornada imposta na época da chuva (inverno
na Bahia).
● Era possível aos escravos desenvolverem pequenas roças e vender seus
produtos.Alguns conseguiram comprar sua alforria.
● Existia a prestação de trabalho alugado para outros engenhos.
● A polícia era acionada quando os castigos passavam dos limites.
● Ações judiciais, principalmente após a lei do ventre livre, que previa
diversos direitos.

Art. 1º Os filhos da mulher escrava que nascerem no Império, desde a data desta lei,
serãoconsiderados livre.

Parágrafo 1º Os ditos filhos menores ficarão em poder e sob a autoridade dos senhores
de suas mães,os quais terão a obrigação de criá-los até a idade de 8 anos completos.

Parágrafo 2º Chegando o filho da escrava a esta idade, o senhor da mãe terá a opção
ou de receber do Estado a indenização de 600 mil-réis ou de utilizar-se dos serviços do
menor até a idade de 21 anos completos.

Art. 6º Serão declarados libertos:

§ 1º Os escravos pertencentes á nação, dando-lhes o Governo a occupação que julgar


conveniente.

§ 2º Os escravos dados em usufructo à Corôa.

§ 3º Os escravos das heranças vagas.

§ 4º Os escravos abandonados por seus senhores. Se estes os abandonarem por


inválidos, serão obrigados a alimental-os, salvo o caso de penúria, sendo os alimentos
taxados pelo Juiz de Orphãos.

José Teodoro Pomponet oferece seus serviços ao abolicionismo desta cidade(...). Os


escravizados que se julgarem com direito a sua liberdade, quer por efeito da lei de 7 de
novembro de 183, quer por outra lei, podem procurá-lo nesta cidade, no escritório deste
jornal.
DICAS

ACOITAMENTO - Resgate, esconderijo e transferência de cativos que


abolicionista faziam às vésperas da libertação.
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BEMBÉ DO MERCADO - Santo Amaro - Bahia. Foi inscrito no Livro de


Registro das Celebrações, em 13 de junho de 2019. A celebração é realizada
anualmente no dia 13 de maio, e nela se embrincam as dimensões religiosas,
políticas,culturais e sociais, extremamente importantes para o povo de santo e os
Santo-amarenses em geral. A festa teria sido iniciada por João de Obá em
comemoração ao primeiro ano da Abolição da Escravatura. Ainda que as
condições as quais os negros recém libertos encontravam-se após o
processo de abolição fossem marcadas pela exclusão social, econômica, política
e cultural, os relatos contam que pescadores e o povo de santo reuniram-se
naquele 13 de maio de 1889, sob a liderança de João de Obá, e celebraram
adata realizando o Candomblé de rua, o qual durou três dias.
QUESTÃO DE CONCURSO.

FCC DPE BA 2018 - Considere o trecho a seguir:


“(...) logo após tomar todas as medidas necessárias para a extinção definitiva do
tráfico, a Bahia passou da posição de importador à condição de exportador de
escravos. Dessa forma, negros a todo preço seriam deslocados do norte para o sul
já nos primeiros anos da década de 1850, num movimento contínuo, e que, apesar
de altos e baixos, só se encerraria na década de 1880”. (SILVA, Ricardo Tadeu Caires.
A participação da Bahia no tráfico interprovincial de escravos (1851-1881). p. 2. In: 3o
Encontro Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional. Universidade Federal de S
Para compreensão histórica do fenômeno descrito acima, devem ser considerados os
seguintes fatores:
I. A alta do preço do café, no mercado mundial, que impulsionou sua
produção no sudeste e ademanda por mão de obra escrava, de difícil aquisição
via tráfico internacional a partir de 1850.
II. O impacto da Guerra de Secessão norte-americana, que prejudicou as
exportações do algodão produzido no nordeste e obrigou os proprietários a se
desfazerem de parte de seus contingentes de escravos.
III. A importância da Bahia no tráfico atlântico, província onde os
traficantes resistiram mesmo após a extinção do tráfico, com certo apoio das
autoridades locais.
IV. A pujança econômica da produção canavieira, que atraiu investimentos na
modernização dos engenhos,processo que resultou na dispensa de mão de obra.

5 A CONJURAÇÃO BAIANA DE 1798/REVOLTA DOS BÚZIOS.

Comentários:

CONJURAÇÃO BAIANA OU REVOLTA DOS ALFAIATES.

A Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates foi um movimento político popular


ocorrido emSalvador, Bahia, em 1798.

É também conhecida como "Conspiração dos Búzios" ou "Revolta dos Alfaiates", por
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ter como principais líderes os alfaiates João de Deus e Manuel Faustino dos Santos
Lira.

Emancipação da Bahia e abolição da escravatura.

Membros da terceira classe social na divisão de Katia Mattoso (canta com escravos).

Teve influência da Maçonaria, já que os ideais da revolução francesa chegavam


por intermédio daprincipal loja maçônica da Bahia, Cavaleiros da Luz.

Outros fatores importantes foram a revolução escrava do Haiti e a transferência da


capital do Brasilpara o RJ em 1763, Salvador entrou em crise financeira.
Em 12 de agosto de 1798, Salvador amanheceu com cartazes e publicações com os
escritos:

“Animai-vos povo baiense que está para chegar o tempo feliz da nossa Liberdade: o
tempo emque todos seremos irmãos, o tempo em que todos seremos iguais.”

Notem que são ideais de democracia e liberdade, o que indica que os principais lideres
foseem outros, mas que por sua cor e status social, não foram punidos.

No dia 25 de agosto houve uma delação de Carlos Baltasar da Silveira, que haveria
uma reunião. O ato foi surpreendido pelo coronel Teotônio de Souza. O governador da
Bahia, na época, era Fernando José de Portugal e Castro.

Na verdade esse levante marca o início do fim do governo portugues na Bahia.

QUESTÃO DE CONCURSO.

FCC DPE BA 2016 - A Revolta dos Búzios


(A) pautou-se por bandeiras liberais, dentre as quais a abertura dos portos, a
diminuição de impostos, a ampliação do direito à cidadania; tendo sido conduzida por
soldados e alfaiates negros, inspirados pela Independência das Treze Colônias
inglesas e a conquista do fim da escravidão obtida nesse episódio.
(B) iniciou-se em reuniões integradas por intelectuais e membros da elite
baiana, como Cipriano Barata, que pregava a independência do Brasil nos mesmos
moldes da Inconfidência Mineira, e foi rapidamente disseminada entre a população
escravizada, que a revestiu de uma pauta mais radical.
(C) foi organizada pela loja maçônica denominada Cavaleiros da Luz, em nome
da igualdade racial e social, da democracia e dos fins dos privilégios da elite letrada,
tendo sido rapidamente reprimida com a imputação da pena capital ao conjunto dos
líderes e simpatizantes.
(D) contou com participação de escravizados, bem como profissionais
liberais e militares de baixa patente, e pregava o fim da escravidão e a formação
de uma República Bahiense, em parte inspirada nos ideias da Revolução
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Francesa e na experiência da Revolução Haitiana.


(E) ganhou rápida difusão por meio de panfletos distribuídos à população e do
apoio de grande parte da imprensa à causa independentista e abolicionista, resultando
em motim com ampla adesão de militares baianos, que resistiram belicamente até
serem completamente derrotados.

RESUMO do wikipedia:
- A Revolta dos Búzios iniciou com a divulgação de boletins que continham manifestos -
com aspectos relacionados aos objetivos da Revolta, considerados sediosos. Foram
destaques nessa luta: Lucas Dantas de Amorim Torres, Manuel Faustino dos Santos
Lira, o soldado Luís Gonzaga das Virgens e João de Deus do Nascimento. Foram
derrotados, presos e condenados severamente.
Conjuração Baiana

Bandeira da Conjuração Baiana. As cores da bandeira do movimento


(azul, branca e vermelha) são até hoje as cores da Bahia.
Ver artigo principal: Conjuração Baiana
O ano de 1798 testemunhou a Conjuração Baiana, que propunha a formação
da República Bahiense - movimento pouco difundido, mas com repressão superior
àquela da Inconfidência Mineira: seus líderes eram negros instruídos (os alfaiates João
de Deus Nascimento, Manuel Faustino dos Santos Lira e os soldados Lucas Dantas do
Amorim Torres e Luís Gonzaga das Virgens) associados a uma elite liberal (Cipriano
Barata, Moniz Barreto, Aguilar Pantoja, membros da Casa da Torre e outros
aristocratas), mas só os populares foram executados, mais precisamente no Largo da
Piedade a 8 de novembro de 1799.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Conjura%C3%A7%C3%A3o_Baiana

6 AS LUTAS PELA INDEPENDÊNCIA POLÍTICA NA BAHIA: O 2 DE JULHO E A


REVOLTA DOS PERIQUITOS.
Comentários:

INDEPENDÊNCIA DA BAHIA.

O movimento da aristocracia brasileira que culminou na declaração de


independência feita por Dom Pedro I, em sete de setembro de 1822, deu início a
uma série de conflitos entre governos e tropas locais ainda fiéis ao governo
português e as forças que apoiavam nosso novo imperador.
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.As relações entre os liberais portugueses e liberais brasileiros começaram a


se acirrar,promovendo uma verdadeira cisão entre esses dois grupos presentes
em Salvador. Os primeiros queriam o aumento da exploração da colônia, enquanto os
segundos, a independência. Em 11 de fevereiro de 1822 o governo administrado
pelo Brigadeiro Inácio Luís Madeira de Melo deu vazão às disputas, ao declarar-se fiel
a Portugal.

Madeira de Melo, decidiu fazer uma revista na tropa em 19 de fevereiro de 1822. Isso
acirrou o ânimo da tropa que iniciou um levante por Salvador.

Nessa primeira onda o governo lusitano atacou militares nativos e residências de


brasileiros.

Um episódio que marca a história da independencia da Bahia é a invasão de um


grupo português ao Convento da Lapa, que resultou no assassinato da abadessa
Sóror Joana Angélica, considerada a primeira mártir do levante baiano.

Além dos centros urbanos do interior, o movimento separatista ganhou força nas
vilas de São Francisco e Cachoeira. Madeiro de Melo enviou tropas para
Cachoeira, o que apenas incentivou os líderes políticos locais a mobilizarem a
população a favor do reconhecimentodo príncipe regente Dom Pedro I.

Apesar da declaração de independência as lutas se seguiram pelo Recôncavo


Baiano e pelacidade de Salvador. Os brasileiros, inconformados com a violência do
governador Madeira de Melo, proclamaram a formação de uma Junta Conciliatória
e de Defesa instituída com o objetivo de lutar contra o poderio lusitano, que já contava
com mais 750 homens.

Por fim, com o apoio das tropas lideradas pelo militar britânico Thomas Cochrane as
tropasfiéis a Portugal acabaram sendo derrotadas em 2 de julho de 1823.
Para aprofundar: SOUSA, Rainer Gonçalves. "Independência da Bahia"; Brasil Escola.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/independencia-bahia.htm.

REVOLTA DOS PERIQUITOS.

Após as lutas pela independência travadas na Bahia em 1823, foi preciso lidar com a
situação dos negros que haviam participado da guerra e formado batalhões, pois muitos
ainda não estavam na condição de libertos.

O nome da revolta se deve a cor verde da farda do Terceiro Batalhão de Caçadores do


Exército ou Batalhão dos Periquitos.

O comando desconfiava que o grupo estava se juntando a Confederação do Equador,


um movimento de caráter emancipacionista e antimonárquico que juntava Pernambuco,
Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
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O levante começou em 21 de outubro de 1824 com a transferência do major José


Antônio da Silva Castro, popular entre os periquitos, para o Rio de Janeiro. Durou mais
de um mês.

Tomaram a cidade de Salvador com violência e foram apoiados por outros batalhões
de negros, assassinando o Governador das Armas coronel Felisberto Gomes Caldeira.
Os alvos dos ataques eram os portugueses, os defensores da monarquia e até os
comerciantes, afinal parte da população pobre se juntou ao grupo militar para saquear
diversos estabelecimentos (Salvador passava por uma crise financeira desde a
transferência da capital para o RJ).

Os grandes proprietários baianos se juntam com os portugueses para financiar a


retomada da cidade de Salvador e após conflitos entre tropas e negociações entre os
dois lados, os revoltados se rendem.
QUESTÃO DE CONCURSO.

FCC DPE BA 2016 - As lutas pela independência na Bahia foram revestidas de


acirradas polarizações políticas e tensões sociais. Um episódio que evidencia as forças
militares envolvidas eparte do impacto social resultante desses conflitos é
(A) o cerco à cidade de Salvador, sitiada durante aproximadamente um
ano por tropas brasileiras que buscavam expulsar o exército português que ali se
instalara, resultando em grande desabastecimento de víveres e sofrimento da
população.
(B) a ocupação da Vila de Cachoeira por forças portuguesas, momento
culminante da guerra civil entre as tropas monarquistas e independentistas, que levou à
alforria coletiva de milhares de cativos, a fim de que esses integrassem, como
soldados, as tropas brasileiras.
(C) a rendição das tropas portuguesas encabeçadas por Pierre Labatut,
após os ataques contundentes das tropas brasileiras, sob o comando de Thomas
Cochrane, que, na batalha de Pirajá, arrasou o centro velho de Salvador e deixou
milhares de mortos.
(D) a tomada do forte de São Pedro, com vitória das tropas portuguesas
sobre as constitucionalistas, acompanhada por ações violentas pela cidade, como a
invasão do convento da Lapa, na qual foi morta a soror Joana Angélica, hoje
considerada mártir da independência da Bahia.
(E) a formação da Junta Conciliatória e de Defesa, representando a união
entre constitucionalistas e republicanos contra as forças do império brasileiro, que
deflagrou a guerra, com ampla participação popular, na qual teve destaque a militar
Maria Quitéria de Jesus.
DICA.

Maria Quitéria de Jesus (27 de julho de 1792 – 21 de agosto de 1853) foi a primeira
mulher a fazer parte do Exército Brasileiro. Considerada a heroína da Independência, a
baiana fingiu ser homem para poder entrar nas Forças Armadas.
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A jovem Maria Quitéria juntou-se às tropas que lutavam contra os portugueses em


1822. Ela utilizou o nome de seu cunhado, ficando conhecida como
soldado Medeiros, já que somente homens faziam partedo Exército.

7 O CANGAÇO NA BAHIA.
Comentários:

Movimento social ocorrido no sertão nordestino no final do séc. XIX até meados do séc.
XX.

O termo atribuído a esse fenômeno social “cangaço” deriva de canga, peça de madeira
utilizada nacabeça do gado para fins de transporte.

Eram nômades, andavam pela caatinga, bioma muito comum no NE. Proteção dos
coronéis da região.
Também definem como banditismo. A literatura traz a acusação de diversos crimes,
comohomicídios, roubos e estupros. Muita violência.

Bandos.

Formação com liderança e certa hierarquia.


Com a Proclamação da República, em 1889, diversos problemas sociais, econômicos
assolavam o país, sobretudo no Nordeste com o crescimento da violência, fome e
pobreza.

Começou ali mas se intensificou por volta de 1930.

A população começou a se sentir protegida, ficando ao lado dos cangaceiros, símbolos


de força e honradez.

O cangaço na Bahia se confunde com Lampião, já que a maioria dos estudos tem
como focoo tempo que ele e seu bando circularam pelo estado, mas não se limita a ele
e seus homense mulheres.

1. Lampião

Conhecido como o “Rei do Cangaço” ou “Senhor do Sertão”, Virgulino Ferreira da Silva


(1897-1938), vulgo Lampião, nasceu em Serra Talhada, Pernambuco. Teria chegado
na Bahia em no dia 21 de agosto de 1928, após atravessar o Rio São Francisco, na
Região que hoje pertence ao município de Paulo Afonso.

Os 10 anos compreendidos entre a chegada de Lampião ao estado e sua morte, em


1938 são os mais “folclóricos” do cangaço. Nessa época 5 homens acompanhavam o
movimento. Com a entrada em Paulo Afonso mais 28 se juntaram ao bando.
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Maria Gomes de Oliveira, que ficou imortalizada como Maria Bonita, nasceu no
povoado Malhada da Caiçara, hoje pertencente à cidade de Paulo Afonso.

Com a entrada dela no bando e de outras mulheres, o comportamento muda.

A função dessas mulheres, no cangaço, era estritamente a de companheiras, pois


todos os afazeres necessários de convívio e sobrevivência, como cozinhar, arrumar
tendas e acampamento, costurar, eram dos homens.

naquela época, diante de tais condições as que viviam os sertanejos, oprimidos pela
seca, pobreza e descaso de autoridades, a “profissão” do cangaço despertava, nas
moças, certo fetiche e fascínio, de modo que muitas desejavam seguir esses caminhos,
ao lado dos cangaceiros.

O livro Guerreiros do Sol: Violência e Banditismo no Nordeste do Brasil escrito pelo


historiador Frederico Pernambucano de Mello. Desmistifica um pouco o Cangaço,
principalmente na Bahia. Para ele nada mais era que um negócio e não um movimento
social.

A vingança original, com o decorrer dos tempos, foi sendo abandonada, dando lugar ao
banditismo.

O que não se pode negar, qualquer que seja a proposição defendida, é que a violência
dos cangaceiros tinha ligação intrínseca com o meio inóspito, abandonado e injusto em
que viviam. Lampião, afora as atrocidades e a rede de clientelismo corrupto, ao longo
de um reinado de 20 anos, combateu as forças policiais conjuntas de sete estados,
derrotando-as em vários confrontos, intimidou coronéis, zombou de autoridades e
governantes e desafiou o próprio poder central do Brasil, gerando, assim, o fascínio, o
mito e a lenda do herói invencível, destemido e ousado.

2. Lucas da Feira,

Lucas Evangelista, agiu na região da cidade baiana de Feira de Santana entre 1828 e
1848. Ele e seu bando de mais de 30 homens roubavam viajantes e estupravam
mulheres. Foi enforcado em 1849.

Obs. O cangaço não teve um fim específico. O enfraquecimento do movimento


aconteceu aos poucos com os movimentos migratórios.

DICA DE PROVA
Coiteiros - pessoas que ajudaram os cangaceiros, dando-lhes abrigo e comida.
Faziam isso por serem parentes, amigos, ex-vizinhos, ou ainda por interesse ou medo.

Volantes e macacos - pequenos grupos de soldados, cerca de 20 a 60, de todos os


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estados da federação brasileira, formada pelo governo através das agências de


aplicação da lei, enviados para procurar e destruir os cangaceiros. Apelido dado pelo
próprio Cangaço.

Literatura de cordel - manifestação cultural escrita em que são transmitidas as


cantigas, os poemas e as histórias do povo — pelo próprio povo. É a maior fonte de
informação sobre o Cangaço.

Resumo:
- Cangaço foi uma forma de manifestação de tensões causadas com a seca, a miséria
e a má distribuição de terras no sertão do Nordeste, território de “banditismo”, marcada
pela violência de bandos de cangaceiros. O mais famoso foi o bando do Capitão
Virgulino Ferreira da Silva - o Lampião, também denominado o “Senhor do Sertão” ou o
“Rei do Cangaço”. Por parte das autoridades, simbolizava a brutalidade, o mal; para o
restante da população do sertão, simbolizava a bravura, o heroísmo e o senso da
honra.

8 CONSTITUCIONALISMO, FEDERALISMO E REVOLTA FEDERALISTA NA BAHIA.

Comentários:

CONSTITUCIONALISMO E FEDERALISMO NA BAHIA.

À época das regências, os termos federal e confederal, utilizados como sinônimos,


estiveram muito em voga.

Ao longo da década de 1830, várias propostas foram apresentadas sob terminologias


diversas: federação, confederação, santa federação imperial, república federativa.

Independência dos EUA em 1776 e adoção do modelo de federação, na Constituição


de 1787

Com a Constituinte de 1823 o modelo ganhou força e com a abdicação as tensões pela
adoção aumentaram ainda mais.

Baianos atuantes no contexto dos debates constitucionais estiveram presentes no


período das regências, nas prisões, na imprensa e no parlamento, a exemplo de
Cipriano Barata e Antônio Ferreira França.

O modelo de centralização não estava funcionando.

As elites locais da província de Salvador estavam insatisfeitas com o abandono da


capital no Rio de Janeiro.
A Independência do Brasil teria dado início ao Estado centralizado, simbolizado pela
Constituição de 1824. Porém, com a abdicação de D. Pedro I, em 1831, as regências
atuariam em nome do trono e intensificaram-se os debates acerca das reformas
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constitucionais.

Na Bahia, a primeira aparição pública do federalismo foi situada no começo da década


de 1830, associada ao movimento revoltoso ocorrido a 28 de outubro de 1831.

Os federalistas baianos não criticaram o sistema monárquico, apenas pensavam que o


federalismo seria a “salvação para o Estado brasileiro”.

A ocorrência das revoltas federalistas que tiveram lugar em Salvador e Recôncavo nos
anos de 1831,1832 e 1833

A primeira revolta federalista que ocorreu na Província da Bahia é bastante


desconhecida. Para a historiografia tradicional, ela consistiu em uma manifestação
surgida no seio de alguns militares, também incorporando civis, tendo lugar na Praça
do Palácio no dia 28 de outubro de 1831. Após os gritos de vivas à federação, a
manifestação teria terminado em um conflito armado no campo do Forte de São Pedro.

No ano seguinte, o palco da revolta federalista seria a Vila de São Félix. No comando
das atividades esteve o juiz de paz, vereador e capitão Bernardo Guanaes Mineiro que,
presidindo uma sessão da Câmara Municipal, proclamou a federação na Província da
Bahia.

O Ato Adicional foi aprovado em 12 de agosto de 1834, após um inte


estabelecendo mudanças no arranjo institucional do país, a exemplo da substituição da
Regência Trina pela Regência Una, da extinção do Conselho de Estado e da criação das
Assembléias Legislativas Provinciais, cujas atribuições seriam cuidar dos impostos
provinciais,fixar e fiscalizar as rendas e despesas provinciais e municipais.

As revoltas federalistas na Bahia não eram separatistas, mas com o decorrer


do temporadicais tomaram a frente de movimentos pontuais e tentaram independência.
O contrato federal significa o acordo entre as diversas comunidades territoriais para a
formação de uma comunidade política mais ampla. Tal contrato só é possível se houver
o interesse compartilhado de pertencer a uma comunidade mais ampla. O contrato
significa:
1) que as comunidades transferem parte dos seus poderes para um centro político
nacional,
2) que há consenso das partes envolvidas em torno das políticas que estabelecerão a
comunidade política – o que significa delimitar o campo de ação de cada esfera de
governo e
(3) que há garantia constitucional e institucional de autonomia para cada ente
federativo, o que significa autonomia para constituir seus governos

FEDERAÇÃO DE GUANAIS OU REVOLTA FEDERALISTA.

Federação do Guanais, Revolta do Guanais ou Revolução Federalista.


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Revolta nativista que ocorreu em 1832 na Bahia, com cunho separatista e republicano.
Conciliábulos do Recôncavo Baiano - sociedades secretas de cunho separatista.
Em fevereiro de 1832, Bernardo Miguel Guanais Mineiro chefiou um violento
movimento federalista. Conseguiu algum apoio mas foi logo preso e enviado prisioneiro
ao hoje chamado Forte São Marcelo (uma fortificação redunda no mar, dentro da Baía
de Todos os Santos.

Em 26 de abril de 1833, Guanais Mineiro consegue controlar a fortificação e a partir dali


bombardeia a capital Salvador. Tentaram negociar mas foram derrotados. O líder foi
enviado para o sertão.

Apesar do fracasso da Federação do Guanais, ela serviria de inspiração apenas quatro


anos depois para a Sabinada, movimento que resgata seus mesmos princípios

9 MALÊS, SABINADA E GREVE DE 1857 NA BAHIA, CANUDOS.


Comentários:

CANUDOS.

A Guerra de Canudos é tida como um dos principais conflitos que marcam o período
entre a queda da monarquia e a instalação do regime republicano no Brasil.
Aconteceu entre os anos de 1896 e 1897.

Nascido na vila de Quixeramobim, no interior do Ceará, Antônio Vicente Mendes


Macielcresceu em uma família de padrão de vida mediano. Jurista.

Abandonado pela mulher, com quem teve um filho, Antônio Conselheiro iniciou uma
pregação religiosa, pelo sertão, defendendo um cristianismo primitivo. Autoridades
eclesiásticas e setores dominantes da população viam na renovação social e
religiosa deAntônio Conselheiro uma ameaça à ordem estabelecida.

Com o aumento do seu número de seguidores e a pregação de seus ideais


contrários à ordem vigente, Conselheiro fundou – em 1893 – uma comunidade
chamada Belo Monte, àsmargens do Rio Vaza-Barris.

Mais tarde essa comunidade seria chamada de Canudos.

A guerra se deu por causa de acusações de opositores locais e regionais.

De um lado, a Igreja atacava a comunidade alegando que os seguidores de


Conselheiro eram apegados à heresia e à depravação. Por outro, os políticos e
senhores de terra, com o uso dos meios de comunicação da época, diziam que
Antônio Conselheiro era monarquista e liderava um movimento que almejava
derrubar o governo republicano, instalado em 1889.

Canudos foi alvo das tropas republicanas. Ao contrário das expectativas do


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governo, a comunidade conseguiu resistir a quatro investidas militares. Somente na


última expedição, que contava com metralhadoras e canhões, a população apta
para o combate foi massacrada. A comunidade se reduziu a algumas centenas de
mulheres, idosos e crianças. Antonio Conselheiro, com a saúde fragilizada, morreu
dias antes do último combate. Ao encontrarem seu corpo, deceparam sua cabeça e
a enviaram para que estudassem as características do crânio de um “louco fanático”.

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Guerra de Canudos"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/historiab/canudos.htm.

QUeSTÃO DE CONCURSO

FCC DPE BA 2016 - Fenômenos sociais como a Revolta de Canudos e o Cangaço, no


Nordeste, são explicados historicamente por diversos fatores, tais como
(A) seca prolongada, a exploração do trabalho e a falta de perspectiva de futuro,
motivos que levavam os sertanejos a lutarem por uma sociedade igualitária e
democrática, objetivo das ações de ambos os movimentos.
(B) falência do coronelismo, em um momento em que esse tipo de poder era
obrigado a ceder espaço às forças federais republicanas, que desestruturaram as elites
locais e o sistema de apadrinhamento então vigente.
(C) crise econômica e política provocada pela queda do preço do açúcar no
mercado internacional, acompanhada de migrações para o norte e da fuga de famílias
inteiras que passaram a integrar bandos e comunidades religiosas, em busca de
subsistência.
(D) crescente politização da população de baixar renda após as revoltas
ocorridas durante o Segundo Reinado, repercutindo em levantes contra o Império,
contra o mandonismo local e contra o catolicismo.
(E) miséria e descaso do poder público com as populações sertanejas,
expostas à intensa violência de diversas ordens e atraídas por movimentos que
prometiam condições de vida diferentes e/ou a sensação de proteção.

REVOLTA DOS MALÊS.

A Revolta dos Malês foi uma revolta de africanos escravizados que aconteceu na cidade
de Salvador, em1835, e mobilizou cerca de 600 africanos, ou seja, nascidos na África.

Maior revolta de escravos da história do BrasilGrande adesão de africanos muçulmanos


Na primeira metade do século XIX, a Bahia recebeu um grande número de africanos
escravizados, sobretudo
nagôs (iorubás) e haussás, que são guerreiros.

Na primeira metade do século XIX, aconteceram trinta revoltas de escravos na Bahia.


A Revolta do Malês aconteceu em Salvador, em 25 de janeiro de 1835. Durou horas.
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Salvador tinha 65 mil habitantes, sendo 40% de escravos.

A palavra “malês” utilizada para nomear o acontecimento é derivado de imalê, que no


idioma iorubá significa“muçulmano”.

A Revolta dos Malês contou com oito líderes dos quais a maioria era nagô: Ahuna,
Pacífico Licutan, Sule ou Nicobé, Dassalu ou Damalu, Gustard, Manuel Calafate, Luís
Sanim e Elesbão do Carmo ou Dandará.

Escravos urbanos. Usavam um abadá branco (roupa típica dos muçulmanos) e estavam
usando amuletos comescritos do Corão em árabe.

As punições foram de prisão simples, prisão com trabalho, açoite, morte e deportação
para a África

O acontecimento da Revolta dos Malês aumentou consideravelmente a repressão sobre


os escravos africanos na Bahia nos anos seguintes. Deportações e venda para as
lavouras de Café no Sul.

SABINADA.

A Sabinada foi uma revolta provincial que ocorreu em Salvador, entre novembro de
1837 e março de 1838. Essa revolta foi conduzida pelas classes médias
soteropolitanas insatisfeitas com o governo do Rio de Janeiro, sobretudo em virtude do
enfraquecimento da pauta federalista.

Em razão da ausência de uma figura de poder (o imperador), somada às


demandas por autonomia e à circulação dos ideais republicanos, uma série de
revoltas passou a ocorrer no Brasil. Essas revoltas, além de tudo, demonstravam
uma grande insatisfação de certas camadas das sociedades de algumas das
províncias com o governo do Rio de Janeiro.

Os embates políticos que aconteciam no país, no entanto, fizeram com que


algumas dessas liberdades dadas às províncias começassem a perder força a
partir de 1837 com o que ficou conhecido como Regresso Conservador. Veremos
que o enfraquecimento do projeto federalista no contexto político da Bahia não foi bem
recebido.
Momento:

● Conjuração Baiana

● Revolta dos Malês


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● Situação econômica com o enfraquecimento do mercado açucareiro.

● Proibição do tráfico negreiro pelo atlântico.

● Navegação de cabotagem e altos custos

● Renúncia do Padre Feijó da Regência, um entusiasta do Federalismo.

A Sabinada teve com a ocupação, por parte de alguns militares e civis, do Forte de
São Pedro, em 6 de novembro de 1837. No dia seguinte, os sabinos, como eram
conhecidos os rebeldes tomaram a Praça do Palácio e expulsando as autoridades da
cidade.

Francisco Sabino, médico e jornalista que foi um dos líderes da Sabinada, por
isso onome do movimento. Outro líder da revolta foi João Carneiro da Silva Rego.

Declaração da separação e criação da república da Bahia. Inocêncio da Rocha


Galvão foideclarado presidente.

A república só teria sua existencia até a coroação de Dom Pedro II. Rebelião de classe
média. Latifundiários e classe baixa não aderiram.
Os líderes da Sabinada não tinham uma pauta de abolição.

O fim da revolta se deu em março de 1838, já que cidade estava sitiada e sob ataque
daGuarda Nacional.
GREVE ESCRAVA DE 1857.

Características do escravo urbano.

Em 1957, a maioria dos negros de Salvador, escravos ou não, trabalhavam na rua, ou


entre a casa e a rua.

Eram carregadores - GANHADORES.

GANHADEIRAS eram as negras, escravas ou não, que comercializavam bens


alimentícios. Secos e molhados.

Publicação de um edital que taxava o trabalho de ganhadores e determinava o uso de


uma chapa de metal no pescoço. Na verdade a ideia era controlar o negro no espaço
público. 1835, regulamentado em 1836.

Negros eram a classe temida.

Nagôs (homens).
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Os escravos trabalhavam para o senhor, prestando serviços a outras pessoas.

Concentração de africanos da mesma origem e ausência de fatores fez florescer


umacultura autônoma.

Impossível proibir o escravo de se divertir com o liberto, de jogar capoeira, dançar


samba de roda ou mesmo de descansar. Ele só tinha que pagar “a semana” para o
senhor.

Trabalho coletivo. Cargas pesadas nas encostas exigiam o trabalho de vários.

O trabalho urbano era coletivo, não fazia parte da cultura africana o trabalho individual.
Capitães do canto - chefe de grupos de ganhadores que ficavam aguardando
trabalhos.
Depois do levante dos Malês em 1835 a Assembléia Legislativa provincial
promulgou alei 14 que tinha como função principal controlar os grupos de escravos.

A cidade foi dividida em Capatazias - polícia dos Ganhadores

O Capataz era pago pelos ganhadores - taxas - para fiscalizar os trabalhos.


Depois foi criado o juiz de paz que controlaria a freguesia.

Os ganhadores deveriam se matricular.

O capitão do canto seriam substituídos pelo capataz e cada capatazia só poderia ter
atédez ganhadores.

Houve insatisfação e resistência.


Em 1857 Salvador promulgou uma lei mais branda que a de 35. Manteve-se a
obrigatoriedade da matrícula e chapa (chapa de metal que os ganhadores tinha
que carregar no pescoço).

No dia seguinte da promulgação da lei Salvador amanheceu sem ganhadores.


Tiveram a Associação Comercial e alguns senhores como aliados.

Imediatamente já se sentiu o choque. Posteriormente alguns homens livres,


brancos e carros puxados por animais, começaram a fazer o trabalho. Mas não
davam conta.

Durou uma semana. Conseguiram abolir a matrícula, manteve a chapa e


modificaram a fiança (para os libertos).

Durou uma semana. Movimento enfraquecido por causa dos escravos.


QUESTÃO DE CONCURSO.
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FCC DPE BA 2016 - Considere o texto a seguir: “(...) a especialização do escravo é


determinada segundo as necessidades do mercado ou a boa vontade de seu senhor.
Esta imensa possibilidade de transferência tem uma influência reguladora sobre o
mercado, onde a demanda varia de acordo com a conjuntura e a concorrência. O
escravo é, às vezes, simplesmente alugado (...). É possível alugá-lo ao dia, à semana,
ao mês, ao ano ou por mais tempo.” (MATTOSO, Kátia de Queirós. Ser escravo no
Brasil. Trad. São Paulo: Brasiliense, 3.ed, 1990, p. 141)
A descrição acima sinaliza uma forma de trabalho escravo
(A) disseminada no meio urbano, no meio rural e bastante usual quando se
tratava de indígenas que, apesar de cidadãos livres perante a Coroa, se dispunham a
suportar o cativeiro em troca de subsistência e da proteção da Igreja.
(B) rara nas cidades baianas, onde o escravo doméstico, fosse índio ou negro,
era considerado um agregado da família que deveria ser fiel a seu dono, não sendo
permitido a ele deixá-lo para prestar serviços a terceiros, prática mais comum na região
Sudeste.
(C) típica de regiões de mineração, onde as flutuações de mercado eram
maiores em função das eventuais descobertas de jazidas, sendo os escravos
alforriados e transformados em trabalhadores livres, para que seus donos não
tivessem obrigações com seu sustento.
(D) comum nas cidades, onde os escravos “de ganho” eram frequentes e
representavam uma fonte de renda para seus senhores, que deles dispunham
livremente alugando sua força de trabalho, sejulgassem necessário ou oportuno.
(E) ocasional entre índios e negros escravizados nas regiões canavieiras,
quando, durante os muitos meses de ócio nos períodos de entressafra, eram enviados
a Salvador para aprenderem ofícios e venderem suas habilidades.

Resumo do wikipedia:
- A Revolta dos Malês não tinha a intenção de acabar com a escravidão ou mudar a
ordem social, tinha a intenção de criar um Estado Islâmico na Bahia. Foi encerrada com
a vitória da polícia, marcada por condenação à morte, castigos físicos e expulsão
sumária de centenas de nagôs e aussás para a África; proibição dacirculação noturna
dos africanos mulçumanos pelas ruas; e proibição da prática de cerimônias religiosas
pelos adeptos do Islã.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_dos_Mal%C3%AAs

SABINADA:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sabinada

CANUDOS
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_de_Canudos

10 MULHERES E AS CASAS DE CANDOMBLÉ NA BAHIA.


Comentários:
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COMUNIDADES QUILOMBOLAS

Com 736 comunidades certificadas pela Fundação Cultural Palmares, a Bahia está no
topo do ranking dos estados brasileiros com localidades reconhecidas como de
descendentes de quilombolas.

A certificação por parte da Fundação Palmares é o primeiro passo para que uma
localidade inicie o processo de titulação da terra, etapa conduzida pelo Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Embora com 303 processos de regularização fundiária abertos pelo Incra, o estado
ainda não possui nenhuma área titulada, em que os remanescentes dos quilombos
tenham recebido o documento com o título definitivo de propriedade da terra.
CANDOMBLÉ.

Candomblé é uma religião derivada do animismo africano onde se cultuam os orixás,


voduns ou nkisis, dependendo da nação. Sendo de origem totêmica e familiar, é uma
das religiões de matriz africana mais praticadas, tendo mais de três milhões de
seguidores em todo o mundo, principalmente no Brasil.

Candomblé é uma palavra de origem negro-africana que designa reunião de adeptos


de culto, também conhecida em outras partes da América Latina, onde houve
escravidão negra.

O Candomblé é um termo de origem Bantu, precisamente da língua KiKongo. Provém


da palavra Ka-ndón-id-é ou Kándomb-ed-é ou Kan-domb-ed-é, derivada do verbo
Kulomba ou Kandomba o que indica a ação de venerar, adorar, orar e evocar.

Antigamente as mulheres de candomblé não trabalhavam fora e eram casadas, tinham


companheiros que apoiavam a permanência delas no terreiro por períodos longos. “Em
“alguns casos, os homens estimulavam as mulheres a que ficassem no terreiro para
que eles pudessem ter liberdades” lá fora”.
MULHERES NO CANDOMBLÉ.

O Candomblé é uma religião de acolhimento e igualdade. O ser humano não cabe


em um único molde.

A mulher contribui muitas vezes mais que o homem no cotidiano do candomblé, a


mulher participa nas tarefas do candomblé e tambémnos rituais das celebrações
e da criação dos filhos de santo, desenvolvendo e aperfeiçoando a união entre todos e
todas.

A relevância e a participação das mulheres do santo são reforçadas pelavalorização das


AMOSTRA GRÁTIS – HISTÓRIA DA BAHIA PARA A DEFENSORIA DA BAHIA

mulheres e do reconhecimento que a figura feminina potencializada frente aos terreiros


e na comunidade em geral.
Na África, as mulheres iorubás participavam do conselho dos ministros, tinham
organizações próprias e chegaram a liderar um intenso comércio que incluía rotas
internacionais. Foi por isso que, na Bahia do início do século XIX, elas conseguiram o
que parecia impossível: deram à luz uma organização religiosa que conciliava tradições
de diferentes povos, resistindo à exploração da escravidão e à perseguição policial. No
candomblé, com diplomacia, inteligência e fé, elas reuniram todos os elementos
necessários para garantir ânimo e auto-estima ao seu povo. O título que receberam
expressa bem o misto de liderança religiosa, chefia política e poder terapêutico que
exercem: mães-de-santo.
QUESTÃO DE CONCURSO.

FCC DPE BA 2016 - Considere o texto a seguir, publicado em um jornal baiano em


1905: “Estamos na Costa da África? É o que se torna necessário ser averiguado pela
polícia, porquanto se lá não estamos também de lá não nos separam grande distância
os nossos costumes negreiros. E a prova é que, fechando ouvidos a repetidas queixas
da imprensa e de particulares, a polícia consente que dentro da cidade, porque é no
outeiro que o vulgo denominou de ‘Cucuí’, descendentes vadios de negros selvagens
façam candomblés, todos os dias, à noite principalmente, incomodando com um
batebate dos pecados o sono tranqüilo da população. Já lá se foram os tempos dos
‘feitiço’ e dos ‘candomblés’, e porque atravessamos um século de largo progresso e
ampla civilização, apelamos para a energia e a boa vontade, ainda não desmentidas,
do sr.(...) sub-comissário de polícia, certos de que s.s. porá ponto final na folia macabra
dos negros desocupados do ‘Cucuí’.” (Jornal A ORDEM. 21 out. 1905. p. 1, Apud
SANTOS, Edmar Ferreira. O poder dos candomblés: perseguição e resistência no
Recôncavo da Bahia. Salvador: EDUFBA, 2009. Disponível em:
https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ufba/179/1/O%20poder%20dos%20candombles.pd
f. Acesso em: 11 de julho de 2016)
A partir da leitura do texto acima, é correto afirmar que o autor desse texto

(A) usa expressões como “folia macabra” e “bate bate dos pecados” para
denunciar a prática do candomblé como uma seita pecaminosa, localizada em um lugar
específico da cidade, a ser combatida pela polícia e pela Igreja.
(B) reclama que a prática do candomblé deva ser investigada para que se
verifique a autenticidade das matrizes africanas desses “costumes negreiros”,
assumidos em seu texto como “nossos” mas supostamente originários da Costa da
África.
(C) associa a prática do candomblé à vadiagem, apelando para um discurso
celebrativo da ordem e do progresso e acusando a polícia de ser tolerante com
esse costume que ameaçava a “população”, da qual os negros, em seu texto,
parecem excluídos.
(D) sugere que o candomblé é uma manifestação de selvageria ultrapassada,
praticamente extinta uma vez que vem sendo combatida pela imprensa com êxito, de
modo que “já lá se foram os tempos dos feitiço’ e dos ‘candomblés’.”
considera que a prática do candomblé representa um incômodo aos trabalhadores por
ocorrer durante a noite, afirmando ainda que seus praticantes eram descendentes de
AMOSTRA GRÁTIS – HISTÓRIA DA BAHIA PARA A DEFENSORIA DA BAHIA

negros vadios, por isso marginalizados pelo resto da população

Última prova da DPE-BA Comentada GRATUITAMENTE pelo Curso Estratégia.

https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/dpe-ba-comentarios-prova-de-aspectos-da-
constituicao-e-formacao-da-populacao-e-da-historia-da-bahia/

DPE BA: Comentários a prova de “Aspectos da Constituição e Formação da População e


da História da Bahia”

Olá Galera,

Seguem os meus comentários referentes aos Aspectos da Constituição e Formação da


População e da História da Bahia da prova do concurso da DPE/BA realizada nesse fim
de semana.

Para quem estudou adequadamente pelo nosso curso, a prova não foi difícil. Foram 08
questões. Dentre elas, 02 questões poderiam ser resolvidas somente com a
interpretação do texto dado.

As questões versaram sobre a ocupação do território, constituição da sociedade


baiana, religiosidade de matriz africana, escravidão, o tráfico de escravos, a Bahia no
processo de independência e os movimentos revoltosos.

Concordo com o gabarito da banca, não vislumbrando possibilidades de recursos.

Sucesso no concurso!

Grande abraço,

Prof. Leandro Signori

93. Uma das formas de ocupação do território baiano se deu por meio das
entradas. Essas expedições
(A) aconteciam, no século XVI, com o aval da Coroa, para viabilizar a instalação
das Capitanias e garantir o abastecimento de mão de obra, mas foram
regulamentadas localmente, no século seguinte, de modo que se restringissem
ao mapeamento e delimitação das fronteiras.
(B) ocorreram durante o século XVI e início do XVII, contribuindo para a ocupação
do interior do território e o aprisionamento de índios para a exploração de sua
força de trabalho; sendo ainda empreendidas mesmo após a chegada das
primeiras levas de escravos africanos.
(C) objetivavam explorar o território a fim de identificar possíveis focos de
minérios; eram organizadas localmente e de forma independente pelos colonos,
sendo por isso, extintas pelo Governo Geral em meados do século XVI.
(D) foram especialmente abundantes no século XVIII; ocorriam em represália a
ataques indígenas e contavam com o apoio dos jesuítas, no contexto da chamada
Guerra Justa, resultando, concomitantemente, na fundação de fortalezas e vilas.
AMOSTRA GRÁTIS – HISTÓRIA DA BAHIA PARA A DEFENSORIA DA BAHIA

(E) resultaram em práticas costumeiras de extermínio indígena, como as “guerras


aos bárbaros”, obrigando o Governo Geral a formular leis de proteção aos
mesmos, por pressão da Igreja Católica, e a substituir oficialmente as entradas
pelas bandeiras no início do século XVII.

COMENTÁRIOS:

Gabarito: B – As Entradas eram expedições organizadas pelo governo colonial, com


financiamento público. Geralmente procuravam respeitar os limites de Tordesilhas. A
maioria das expedições realizadas partiam da capital do Brasil na época, Salvador, na
Bahia ou até mesmo de Pernambuco. Visavam primeiramente à prospecção do
território e de metais preciosos. Não tinham como objetivo viabilizar a instalação das
Capitanias Hereditárias e não foram regulamentadas localmente. Como vimos nas
aulas, os índios foram utilizados como mão-de-obra. E através das entradas os índios
eram aprisionados.

94. Considere os dois excertos a seguir:


I. (…) as sociedades de estamentos, em geral, apresentam uma mobilidade
mínima, tanto horizontal quanto vertical. A sociedade colonial, ao contrário,
configura uma sociedade estamental com grande mobilidade, e é essa conjunção
surpreendente e mesmo paradoxal de clivagem com movimentação que marca a
sua originalidade.
(NOVAIS, Fernando. “Condições da privacidade na colônia”. In: MELLO e SOUZA,
Laura (org). História da vida privada no Brasil, v. I: cotidiano e vida privada na
América Portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 30)
II. (…) cristalizaram-se na América Portuguesa múltiplas manifestações de
religiosidade privada. A abundante diversidade (…) explica-se antes de mais
nada, pela multiplicidade dos estoques culturais presentes desde os primórdios
da conquista e ocupação do Novo Mundo, onde centenas de etnias indígenas e
africanas prestavam culto a panteões os mais diversos.
(MOTT, Luiz. Cotidiano e vivência religiosa: entre a capela e o calundu. In: MELLO
e SOUZA, Laura (org.) História da vida privada no Brasil, v. I: cotidiano e vida
privada na América Portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 220)
A sociedade baiana no período colonial compartilha as características
enfatizadas nos trechos acima. Os trechos I e II, referem-se, respectivamente, a
(A) equilibrada democracia social; e a cristalização de manifestações étnico-
religiosas.
(B) relativa mobilidade social; e a densa formação de estoque cultural por meio
da conquista.
(C) grande clivagem cultural; e a forte religiosidade no âmbito da vida privada.
(D) configuração estamental horizontal e vertical; e a singular unidade identitária.
(E) combinação ambígua de clivagem e mobilidade sociais; e a diversidade de
cultos e crenças.

COMENTÁRIOS:

Gabarito: E – Esta questão deveria ser resolvida de acordo com o que dizia os
fragmentos textuais I e II do enunciado da questão. Cabe destacar que, o trecho I é a
AMOSTRA GRÁTIS – HISTÓRIA DA BAHIA PARA A DEFENSORIA DA BAHIA

visão do referido autor, que aponta para a clivagem e para uma mobilidade social na
sociedade colonial, ao mesmo tempo. Assim, “a combinação ambígua” que consta na
alternativa E atende a essa visão do autor no trecho I. Quanto ao trecho II, a resposta
estava mais fácil, a única alternativa possível seria a letra E, o que, de início, também
excluiria as outras alternativas.

95. Considere o texto a seguir, publicado em um jornal baiano em 1905:


“Estamos na Costa da África? É o que se torna necessário ser averiguado pela
polícia, porquanto se lá não estamos também de lá não nos separam grande
distância os nossos costumes negreiros. E a prova é que, fechando ouvidos a
repetidas queixas da imprensa e de particulares, a polícia consente que dentro da
cidade, porque é no outeiro que o vulgo denominou de ‘Cucuí’, descendentes
vadios de negros selvagens façam candomblés, todos os dias, à noite
principalmente, incomodando com um bate-bate dos pecados o sono tranqüilo da
população. Já lá se foram os tempos dos ‘feitiço’ e dos ‘candomblés’, e porque
atravessamos um século de largo progresso e ampla civilização, apelamos para a
energia e a boa vontade, ainda não desmentidas, do sr.(…) sub-comissário de
polícia, certos de que s.s. porá ponto final na folia macabra dos negros
desocupados do ‘Cucuí’.”
(Jornal A ORDEM. 21 out. 1905. p. 1, Apud SANTOS, Edmar Ferreira. O poder dos
candomblés: perseguição e resistência no Recôncavo da Bahia. Salvador:
EDUFBA, 2009. Disponível em:
https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ufba/179/1/O%20poder%20dos%20candom
bles.pdf. Acesso em: 11 de julho de 2016)
A partir da leitura do texto acima, é correto afirmar que o autor desse texto
(A) considera que a prática do candomblé representa um incômodo aos
trabalhadores por ocorrer durante a noite, afirmando ainda que seus praticantes
eram descendentes de negros vadios, por isso marginalizados pelo resto da
população.
(B) usa expressões como “folia macabra” e “bate bate dos pecados” para
denunciar a prática do candomblé como uma seita pecaminosa, localizada em um
lugar específico da cidade, a ser combatida pela polícia e pela Igreja.
(C) reclama que a prática do candomblé deva ser investigada para que se
verifique a autenticidade das matrizes africanas desses “costumes negreiros”,
assumidos em seu texto como “nossos” mas supostamente originários da Costa
da África.
(D) associa a prática do candomblé à vadiagem, apelando para um discurso
celebrativo da ordem e do progresso e acusando a polícia de ser tolerante com
esse costume que ameaçava a “população”, da qual os negros, em seu texto,
parecem excluídos.
(E) sugere que o candomblé é uma manifestação de selvageria ultrapassada,
praticamente extinta uma vez que vem sendo combatida pela imprensa com êxito,
de modo que “já lá se foram os tempos dos feitiço’ e dos ‘candomblés’

COMENTÁRIOS:

Gabarito: D – Esta questão também deveria ser respondida de acordo com o


AMOSTRA GRÁTIS – HISTÓRIA DA BAHIA PARA A DEFENSORIA DA BAHIA

fragmento textual do enunciado da questão. A alternativa que está de acordo é a letra


D. Quanto às alternativas restantes, o texto não se refere: especificamente a
“trabalhadores”, conforme a letra A; ao combate pela Igreja, conforme a letra B; à
necessidade de investigação da autenticidade das matrizes africanas desses
“costumes negreiros”, assumidos em seu texto como “nossos” mas supostamente
originários da Costa da África, conforme a letra C; e o combate pela imprensa, com
êxito, ao candomblé, conforme a letra E.

96. Considere o trecho a seguir:


“(…) logo após tomar todas as medidas necessárias para a extinção definitiva do
tráfico, a Bahia passou da posição de importador à condição de exportador de
escravos. Dessa forma, negros a todo preço seriam deslocados do norte para o
sul já nos primeiros anos da década de 1850, num movimento contínuo, e que,
apesar de altos e baixos, só se encerraria na década de 1880”.
(SILVA, Ricardo Tadeu Caires. A participação da Bahia no tráfico interprovincial
de escravos (1851-1881). p. 2. In: 3º Encontro Escravidão e Liberdade no Brasil
Meridional. Universidade Federal de Santa Catarina, 2007. Disponível em:
http://www.escravidaoeliberdade.com.br/site/images/Textos3/ricardo%20tadeu.pd
f. Acesso em: 10 de julho de 2016)
Para compreensão histórica do fenômeno descrito acima, devem ser
considerados os seguintes fatores:
I. A alta do preço do café, no mercado mundial, que impulsionou sua produção
no sudeste e a demanda por mão de obra escrava, de difícil aquisição via tráfico
internacional a partir de 1850.
II. O impacto da Guerra de Secessão norte-americana, que prejudicou as
exportações do algodão produzido no nordeste e obrigou os proprietários a se
desfazerem de parte de seus contingentes de escravos.
III. A importância da Bahia no tráfico atlântico, província onde os traficantes
resistiram mesmo após a extinção do tráfico, com certo apoio das autoridades
locais.
IV. A pujança econômica da produção canavieira, que atraiu investimentos na
modernização dos engenhos, processo que resultou na dispensa de mão de
obra.
Está correto APENAS o que se afirma em:
(A) III e IV.
(B) I, II e IV.
(C) I e III.
(D) II, III e IV.
(E) I e II.

COMENTÁRIOS:

Gabarito: C – Esta questão parte de um texto, o qual foi utilizado como bibliografia
para a apostila da aula demonstrativa. Os itens II e IV estão incorretos, pois a guerra de
Secessão norte americana não prejudicou a exportação do algodão no nordeste
brasileiro, pelo contrário, favoreceu o aumento da produção e a exportação pelo Brasil.
Também não obrigou os proprietários a se desfazerem de parte de seus contingentes
AMOSTRA GRÁTIS – HISTÓRIA DA BAHIA PARA A DEFENSORIA DA BAHIA

de escravos. Os itens I e III são os corretos: mesmo após a extinção do tráfico, a Bahia
passou a ser exportadora de escravos, segundo o tem III, os quais eram levados para
utilização como mão-de-obra na produção do café, em São Paulo, conforme o item I.
Transcrevo do “Resumo completo da Matéria”, postado junto com a última aula, o item
“A participação da Bahia no tráfico interprovincial de escravos”, cujas informações
respondem a esta questão:

“Ao lado do açúcar, a compra e venda de escravos se tornou muito lucrativa, o que deu
origem ao tráfico negreiro, como mais um produto do complexo mercantilista. Os
portugueses comercializaram escravos a partir do século XV; outros países da Europa,
a partir do século XVI. A Bahia, estabeleceu sua hegemonia no tráfico a partir do
século XVII. Mesmo com a Lei Antitráfico, de 1831, continuou, de forma ilegal,
importando africanos até a década de 1850. Assim, passou à posição de exportadora
de escravos para outras províncias do Brasil, até a década de 1880, com a extinção
definitiva do tráfico, em 1885. Os escravos eram levados para Minas Gerais, que
distribuía para o Rio de Janeiro e São Paulo (para a produção cafeeira, entre 1851 até
1855).

97. As lutas pela independência na Bahia foram revestidas de acirradas


polarizações políticas e tensões sociais. Um episódio que evidencia as forças
militares envolvidas e parte do impacto social resultante desses conflitos é
(A) a formação da Junta Conciliatória e de Defesa, representando a união entre
constitucionalistas e republicanos contra as forças do império brasileiro, que
deflagrou a guerra, com ampla participação popular, na qual teve destaque a
militar Maria Quitéria de Jesus.
(B) o cerco à cidade de Salvador, sitiada durante aproximadamente um ano por
tropas brasileiras que buscavam expulsar o exército português que ali se
instalara, resultando em grande desabastecimento de víveres e sofrimento da
população.
(C) a ocupação da Vila de Cachoeira por forças portuguesas, momento
culminante da guerra civil entre as tropas monarquistas e independentistas, que
levou à alforria coletiva de milhares de cativos, a fim de que esses integrassem,
como soldados, as tropas brasileiras.
(D) a rendição das tropas portuguesas encabeçadas por Pierre Labatut, após os
ataques contundentes das tropas brasileiras, sob o comando de Thomas
Cochrane, que, na batalha de Pirajá, arrasou o centro velho de Salvador e deixou
milhares de mortos.
(E) a tomada do forte de São Pedro, com vitória das tropas portuguesas sobre as
constitucionalistas, acompanhada por ações violentas pela cidade, como a
invasão do convento da Lapa, na qual foi morta a soror Joana Angélica, hoje
considerada mártir da independência da Bahia.

COMENTÁRIOS:

Gabarito: B – Esta questão trata sobre o “2 de julho”, acerca do processo de


independência do Brasil, que também acorreu na Bahia, pela busca da separação de
Portugal. Com a definição dos baianos em reconhecer a autoridade de D. Pedro, em 25
AMOSTRA GRÁTIS – HISTÓRIA DA BAHIA PARA A DEFENSORIA DA BAHIA

de junho de 1822, conforme o historiador Luís Tavares, começou a Guerra pela


Independência do Brasil na Bahia, com o combate pelos portugueses sob o comando
de Madeira de Melo. As tropas brasileiras começaram o combate sob o comando de
Labatut.

Mesmo, após ter ocorrido a Declaração de Independência do Brasil, em 7 de setembro


de 1822, a resistência na Bahia permaneceu até julho de 1823, ou seja, as lutas
duraram por cerca de um ano. Foi o local onde o conflito durou mais tempo, o que
causou empobrecimento e miséria, e muitas mortes por fome e doenças. Dessa forma,
a alternativa B está correta.

98. Considere o texto a seguir:


“(…) a especialização do escravo é determinada segundo as necessidades do
mercado ou a boa vontade de seu senhor. Esta imensa possibilidade de
transferência tem uma influência reguladora sobre o mercado, onde a demanda
varia de acordo com a conjuntura e a concorrência. O escravo é, às vezes,
simplesmente alugado (…). É possível alugá-lo ao dia, à semana, ao mês, ao ano
ou por mais tempo.”
(MATTOSO, Kátia de Queirós. Ser escravo no Brasil. Trad. São Paulo: Brasiliense,
3.ed, 1990, p. 141)
A descrição acima sinaliza uma forma de trabalho escravo
(A) ocasional entre índios e negros escravizados nas regiões canavieiras,
quando, durante os muitos meses de ócio nos períodos de entressafra, eram
enviados a Salvador para aprenderem ofícios e venderem suas habilidades.
(B) disseminada no meio urbano, no meio rural e bastante usual quando se
tratava de indígenas que, apesar de cidadãos livres perante a Coroa, se
dispunham a suportar o cativeiro em troca de subsistência e da proteção da
Igreja.
(C) rara nas cidades baianas, onde o escravo doméstico, fosse índio ou negro,
era considerado um agregado da família que deveria ser fiel a seu dono, não
sendo permitido a ele deixá-lo para prestar serviços a terceiros, prática mais
comum na região Sudeste.
(D) típica de regiões de mineração, onde as flutuações de mercado eram maiores
em função das eventuais descobertas de jazidas, sendo os escravos alforriados e
transformados em trabalhadores livres, para que seus donos não tivessem
obrigações com seu sustento.
(E) comum nas cidades, onde os escravos “de ganho” eram frequentes e
representavam uma fonte de renda para seus senhores, que deles dispunham
livremente alugando sua força de trabalho, se julgassem necessário ou oportuno.

COMENTÁRIOS:

Gabarito: E – Os negros africanos exerciam atividades diversas. De acordo com sua


atividade, eram chamados de “escravos de eito”, os que moravam nas fazendas,
ligados ao sistema produtivo rural, residindo nas senzalas. Os “escravos domésticos”
se dedicavam exclusivamente às tarefas das casas dos senhores. E os “escravos de
ganho” que eram ligados à venda da produção dos senhores nos núcleos urbanos e
AMOSTRA GRÁTIS – HISTÓRIA DA BAHIA PARA A DEFENSORIA DA BAHIA

eram alugados por seus senhores a outros senhores. Como vimos na apostila da aula
02, os “escravos de ganho” eram escravos negros que residiam nos núcleos urbanos.
Portanto, a descrição apresentada no fragmento textual do enunciado da questão,
sobre a forma de trabalho escravo, se refere aos escravos “de ganho”, escravos negros
e do meio urbano. Assim, a alternativa E está correta.

As outras alternativas não respondem à questão, pois essa não era uma forma de
trabalho entre os índios escravizados, segundo a alternativa A; não era uma prática
disseminada no meio rural, segundo a alternativa B; não era rara nas cidades baiana
(pois ocorria no meio urbano) e não ocorria entre os índios escravizados, segundo a
alternativa C; e, não acontecia nas regiões de mineração, segundo a alternativa D.

99. A Revolta dos Búzios


(A) ganhou rápida difusão por meio de panfletos distribuídos à população e do
apoio de grande parte da imprensa à causa independentista e abolicionista,
resultando em motim com ampla adesão de militares baianos, que resistiram
belicamente até serem completamente derrotados.
(B) pautou-se por bandeiras liberais, dentre as quais a abertura dos portos, a
diminuição de impostos, a ampliação do direito à cidadania; tendo sido
conduzida por soldados e alfaiates negros, inspirados pela Independência das
Treze Colônias inglesas e a conquista do fim da escravidão obtida nesse
episódio.
(C) iniciou-se em reuniões integradas por intelectuais e membros da elite baiana,
como Cipriano Barata, que pregava a independência do Brasil nos mesmos
moldes da Inconfidência Mineira, e foi rapidamente disseminada entre a
população escravizada, que a revestiu de uma pauta mais radical.
(D) foi organizada pela loja maçônica denominada Cavaleiros da Luz, em nome da
igualdade racial e social, da democracia e dos fins dos privilégios da elite letrada,
tendo sido rapidamente reprimida com a imputação da pena capital ao conjunto
dos líderes e simpatizantes.
(E) contou com participação de escravizados, bem como profissionais liberais e
militares de baixa patente, e pregava o fim da escravidão e a formação de uma
República Bahiense, em parte inspirada nas ideias da Revolução Francesa e na
experiência da Revolução Haitiana.

COMENTÁRIOS:

Gabarito: E – A revolta não contou com o apoio da imprensa, segundo a alternativa A;


a alternativa B está fora do contexto; não iniciou atrelada somente à elite, segundo a
alternativa C; e não foi organizada por uma loja maçônica, segundo a alternativa D.
Eram objetivos da Revolta dos Búzios a extinção da escravidão e a criação de uma
República, contando com participantes de diversos segmentos da sociedade, entre eles
escravos, soldados, proprietários e profissionais liberais, entre eles, os alfaiates. A
Revolta teve influência da Revolução Francesa e da Independência do Haiti. Portanto a
alternativa E está correta.

100. Fenômenos sociais como a Revolta de Canudos e o Cangaço, no Nordeste,


são explicados historicamente por diversos fatores, tais como
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(A) miséria e descaso do poder público com as populações sertanejas, expostas


à intensa violência de diversas ordens e atraídas por movimentos que prometiam
condições de vida diferentes e/ou a sensação de proteção.
(B) seca prolongada, a exploração do trabalho e a falta de perspectiva de futuro,
motivos que levavam os sertanejos a lutarem por uma sociedade igualitária e
democrática, objetivo das ações de ambos os movimentos.
(C) falência do coronelismo, em um momento em que esse tipo de poder era
obrigado a ceder espaço às forças federais republicanas, que desestruturaram as
elites locais e o sistema de apadrinhamento então vigente.
(D) crise econômica e política provocada pela queda do preço do açúcar no
mercado internacional, acompanhada de migrações para o norte e da fuga de
famílias inteiras que passaram a integrar bandos e comunidades religiosas, em
busca de subsistência.
(E) crescente politização da população de baixar renda após as revoltas
ocorridas durante o Segundo Reinado, repercutindo em levantes contra o
Império, contra o mandonismo local e contra o catolicismo.

COMENTÁRIOS:

Gabarito: A – O latifúndio sob o domínio dos coronéis e a política sob o comando das
oligarquias geravam desigualdades. A vida social era marcada pela exclusão das
camadas mais pobres da população, pela ausência de direitos. Havia
descontentamento e insatisfação em relação a esse sistema de governo, que não
melhorava suas condições de vida. Além disso, a seca no sertão agravou a situação de
miséria decorrente da concentração de terras. Esses fatores fizeram com que muitos
trabalhadores seguissem líderes com promessa de uma sociedade mais justa.
Portanto, a resposta correta da questão é a alternativa A.

Assim, nas outras alternativas não fazem parte do contexto dos fenômenos sociais – da
Revolta dos Canudos e o Cangaço: a luta por uma sociedade democrática, segundo a
alternativa B; a falência do coronelismo, segundo a alternativa C; a crise econômica e
política relativa ao açúcar (pois era uma atividade de predominância econômica na
Região do Recôncavo baiano e não no sertão), segundo a alternativa D; e a politização
da população de baixa renda, segundo a alternativa E.

Para mais informações sobre o Raio-x da DPEBA clicar aqui:

http://joaoduque87-rdsm-site.rds.land/raiox-dpeba

Com carinho,

João Duque
Daniella Duque
Felipe Duque

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