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Ano/Curso: 1.o /Engenharias e EGI Faculdade de Ciências & Tecnologia Data: 30.01.

2018

Época Normal GRELHA DE CORRECÇÃO do EXAME DA 1a CHAMADA DE ALGA I Duração: 2h00mn

1. Seja g : R3 −→ P2 uma aplicação linear, definida por


g ((1, 0, 0)) = x2 , g ((1, −1, 0)) = x2 + 1 e g ((0, 2, −2)) = 2x − 4 .
(a) (20 pontos) Determine g ((a, b, c)), ∀ a, b, c ∈ R.
(b) (20 pontos) Calcule f −1 (x − 2).
(c) (20 pontos) Justifique que Nuc(g) = {(0, 0, 0)}, e que g é um isomorfismo.
 
(d) (20 pontos) Determine g−1 ax2 + bx + c , ∀ a, b, c ∈ R.

Resolução:

(a) (20 pontos) Seja B = {(1, 0, 0) , (1, −1, 0) , (0, 2, −2)} a base de R3 , composta por vetores aplicados na
definição da aplicação linear g.

Como B é base de R3 , então para todo (a, b, c) ∈ R3 , existem escalares reais λ1 , λ2 e λ3 tais
que
(a, b, c) = λ1 · (1, 0, 0) + λ2 · (1, −1, 0) + λ3 · (0, 2, −2)
c
⇔ λ1 = a + b + c e λ2 = −b − c e λ3 = − .
2
Então
g ((a, b, c)) = g (λ1 · (1, 0, 0) + λ2 · (1, −1, 0) + λ3 · (0, 2, −2))
= λ1 · g ((1, 0, 0)) + λ2 · ((1, −1, 0)) + λ3 · ((0, 2, −2))
 
= λ1 · x2 + λ2 · x2 + 1 + λ3 · (2x − 4)
= ax2 − cx − b + c
n o
(b) (20 pontos) g−1 (x − 2) = (a, b, c) ∈ R3 : g ((a, b, c)) = x − 2 .

g ((a, b, c)) = x − 2
a=0 a=0
 

 


 

 −c = 1  c = −1
 
⇔ ax2 − cx − b + c = x − 2 ⇔ 
 
 ⇔

 −b + c = −2  b=1

 

 

g−1 (x − 2) = {(0, 1, −1)}.


(c) (20 pontos) Como g ((0, 1, −1)) = x − 2, então
g−1 (x − 2) = {(0, 1, −1)} + {(0, 0, 0)}
⇔ g−1 (x − 2) = {(0, 1, −1)} + Nuc g


Logo, Nuc g = {(0, 0, 0)}, ou seja, g é um monomorfismo.




   
Como dim R3 = dim P2 , então g é um monomorfismo se, e somente se, g é um epimor-
fismo, assim sendo g é um epimorfismo.

Como g é, simultaneamente, monomorfismo e epimorfismo, então g é um isomorfismo.

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Ano/Curso: 1.o /Engenharias e EGI Faculdade de Ciências & Tecnologia Data: 30.01.2018

Época Normal GRELHA DE CORRECÇÃO do EXAME DA 1a CHAMADA DE ALGA I Duração: 2h00mn

n o
(d) (20 pontos) Seja Bc 0 = x2 , x , 1 a base canónica de P2 . Sejam
   
1 1 0    1 −2 −1
A = M g ; B, Bc 0
= 0 0 2  A−1 = M g−1 ; Bc 0 , B = 0 2 1  .
   
e
0 1 −4 0 12 0
   

ax2 + bx + c ≡Bc 0 (a, b, c).


   
a a − 2b − c
A−1 · b =  2b + c . Então
   
c b/2
   
 
g−1 ax2 + bx + c ≡B (a − 2b − c , 2b + c , b/2)
 
⇔ g−1 ax2 + bx + c = (a , −b − c , −b) .

 
3 1 1
2. Considere a matriz quadrada real A = 1 3 1.
 
1 1 3
 

(a) (20 pontos) Determine os valores próprios de A.


(b) (20 pontos) Determine os subespaços próprios associados aos valores próprios obtidos na
alı́nea anterior.
(c) (30 pontos) Determine uma matriz quadrada real P tal que a matriz D = Pt · A · P seja uma
matriz diagonal.

Resolução:

(a) (20 pontos) Calula-se o polinómio caracterı́stico da matriz A.

0 t − 2 1 − (t − 3)2

3 − t 1 1
∆(t) = 1 = −2 + t

3−t 1 0 2−t
L ←L1 +(t−3)·L3
1 1 3 − t 1 L2 ←L 1 1 3−t

2 −L3

= (t − 2)2 + (t − 2) · (−t + 4) · (t − 2) = (t − 2)2 · (−t + 5)

∆(t) = 0 ⇔ t = 2 ou t = 5.

Os valores próprios de A são λ1 = 2 e λ2 = 5.

(b) (20 pontos) Para a determinação do subespaço próprio E2 , associado ao valor próprio λ1 = 2,
resolve-se o seguinte sistema homogéneo:

x1 = −α − β

          

x1  0 1 1 1 x1  0 

 x2 = α ∈ R

(A − 2 · I3 ) · x2  = 0 ⇔ 1 1 1 · x2  = 0 ⇔ 
          
 .
x3 0 1 1 1 x3 0
 x3 = β ∈ R
          


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E2 = −α − β , α , β : α, β ∈ R = h(−1, 1, 0) , (−1, 0, 1)i.


 

Para a determinação do subespaço próprio E5 , associado ao valor próprio λ2 = 5, resolve-


se o seguinte sistema homogéneo:

x1 = α

          

x1  0 −2 1 1  x1  0 

 x2 = α

(A − 5 · I3 ) · x2  = 0 ⇔  1 −2 1  · x2  = 0 ⇔ 
          
 .
x3 0 1 1 −2 x3 0  x3 = α ∈ R
          


E5 = {(α , α , α) : α ∈ R} = h(1, 1, 1)i.

(c) (20 pontos) Como m g (2) + m g (5) = 3, então a matriz A é diagonalizável; e como essa matriz é
simétrica, ela é ortogonalmente diagonalizável, ou seja, existe uma matriz ortogonal P tal que
D = Pt · A · P é uma matriz diagonal.

Seja Bvpn uma base ortonormal de R3 , composta de vetores próprios de A, então:


   
P = M ι , Bvpn , Bc = M Bc −→ Bvpn ,

onde Bc é a base canónica de R3 .

f
R3 / R3
(Bc ) A=M( f ; Bc ,Bc ) (Bc )
O

P=M(ι ; Bvpn ,Bc )=M(Bc −→Bvpn ) Q=M(ι ; Bc ,Bvpn )=Pt =M(Bvpn −→Bc )

D=M( f ; Bvpn ,Bvpn ) 


R3 / R3
(Bvpn ) f (Bvpn )

Por ser A uma matriz simétrica, os vetores próprios associados aos diferentes valores próprios
são ortogonais, em relação ao produto interno canónico, ou seja,

(1, 1, 1) ⊥ (−1, 1, 0) e (1, 1, 1) ⊥ (−1, 0, 1) .

Contudo os vetores próprios associados ao mesmo valor próprio (λ1 = 2) não são ortogonais,
mas pode-se utilizar o processo de Gram-Schmitd para ortogonalizá-los.

Sejam w~ 1 = (−1, 1, 0) e w~ 2 = (−1, 0, 1) vetores próprios associados ao valor próprio λ1 = 2,


então
1 1 1
 
w~ 2 − Pro jw~ 1 w~ 2 = (−1, 1, 0) − · (−1, 0, 1) = − , − , 1 ,
2 2 2

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é um vetor próprio associado ao valor próprio λ1 = 2, pois esse vetor é não nulo e pertence a E2 .

1 1
   
Então, B = (−1, 1, 0) , − , − , 1 , (1, 1, 1) é uma base ortogonal de R3 , em relação ao produto
2 2
interno canónico, composta de vetores próprios de A, e
1 1
   
Bvpn = vers ((−1, 1, 0)) , vers − , − , 1 , vers ((1, 1, 1))
2 2
( √ √ ! √ √ √ ! √ √ √ !)
2 2 6 6 6 3 3 3
= − , ,1 , − ,− , , , ,
2 2 6 6 3 3 3 3
é uma base ortonormal de R3 , em relação ao produto interno canónico, composta por vetores
próprios de A, logo a matriz P pedida é
 √ √ √ 
2 6 3 
− −


 2 6 3
√ √ √ 


P = M ι ; Bvpn , Bc = M Bc −→ Bvpn =  2 − 6 3  .
    
 2 √6 √3 



 1 6 3 
3 3

3. Considere os seguintes subespaços vetoriais de R4 :


n o
Fa = h(1, 1, 2, 0) , (3, a, 6, 0) , (2, 1, 0, 1)i , a ∈ R , G = x, y, z, w ∈ R4 : x − y + z = x + 2y + w = 0 .


(a) (20 pontos) Discuta a dimensão de Fa em função do parâmetro real a.


(b) (20 pontos) Determine F0 ∩ G.  
(c) (20 pontos) Defina uma aplicação linear f : R4 −→ P2 tal que Nuc f = G e 1 + x < f R4 .


(d) (30 pontos) Sejam B1 = ~e1 , ~e2 , ~e3 , ~e4 uma base de R4 e H = ~e1 − ~e2 − 2~e3 + ~e4 um subespaço


de R4 . Seja o produto interno definido em R4 , em relação à base B1 , pela matriz
 
1 2 0 0
2 5 0 0
G =   .
0 0 1 0

0 0 0 2
 

~
Determine Pro j⊥ H⊥
v, onde ~
v = ~e1 + ~e2 + ~e3 + ~e4 .

Resolução:

 
1 3 2
1 a 1
 
(a) (20 pontos) Seja A =  , então dim (Fa ) = c (A).
2 6 0
0 0 1
 

   
1 3 2  1 3 2 
0 a − 3 −1 0 a − 3 −1
   
A −→   −→   .
L2 ←L2 −L1 0 0 −4 L3 ←−1/4·L3 0 0 1 
L3 ←L3 −2·L3
  L4 ←L4 +1/4·L3 
0 0 1 0 0 0

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   
1 3 2  1 3 2
0 a − 3 −1 0 0 1
   
Caso 1. Se a = 3, então   −→  , ou seja, dim (F3 ) = 2 = c (A).
0 0 1  L2 ←−1·L2 0 0 0
0 L3 ←L3 +L2

0 0 0 0 0
  

Caso 2. Se a , 3, então dim(Fa ) = 3 = c (A).

(b) (20 pontos) F0 = {(α1 + 3α2 + 2α3 , α1 + α3 , 2α1 + 6α2 , α3 ) : α1 , α2 , α3 ∈ R}.

(α1 + 3α2 + 2α3 , α1 + α3 , 2α1 + 6α2 , α3 ) ∈ G


α1 = −6α


+ + α =
 
2α 9α 0

1 2 3
 
 α2 = α ∈ R

 

⇔  ⇔

 3α1 + 3α2 + 5α3 = 0
 
 α3 = 3α
 


F0 ∩ G = {(3α , −3α , −6α , 3α) : α ∈ R} = h(3, −3, −6, 3)i = h(1, −1, −2, 1)i.
n o
(c) (20 pontos) G = x, y, z, w ∈ R4 : x − y + z = x + 2y + w = 0 .


x = − 32 α − 13 β





 y = 3α − 3β
1 1



x − y + z = x + 2y + w = 0 ⇔ 

z=α∈R




 w=β∈R



n  o
G = − 23 α − 31 β , 31 α − 13 β , α , β : α, β ∈ R
D   E
= − 23 , 13 , 1 , 0 , − 31 , − 13 , 0 , 1
= h(−2, 1, 3, 0) , (−1, −1, 0, 3)i .

G⊕G0 = R4 , onde G0 = h(1, 0, 0, 0) , (0, 1, 0, 0)i (atenção, há outras possibilidades) é um subespaço
complementar de G, logo

B = {(−2, 1, 3, 0) , (−1, −1, 0, 3) , (1, 0, 0, 0) , (0, 1, 0, 0)}

é uma base de R4 .
 
Para que 1 + x < f R4 , f : R4 −→ P2 deve ser definida por intermédio das imagens dos
vetores da base B, de modo que essa condição seja satisfeita. Por exemplo,

f ((−2, 1, 3, 0)) = 0 , f ((−1, −1, 0, 3)) = 0 , f ((1, 0, 0, 0)) = x2 + 1 , f ((0, 1, 0, 0)) = x2 .

(d) (20 pontos) Seja ~


x ≡B1 x , y , z , w ∈ R4 .


H⊥ = ~e1 − ~e2 − 2~e3 + ~e4 ⊥




= ~ x : ~
x · ~e1 − ~e2 − 2~e3 + ~e4 = 0
 
   
1 2 0 0  1 
h i 2 5 0 0 −1 h
 i h i
x y z w ·   ·   = −x − 3y − 2z + 2w = ~
x · ~
e − ~
e − e
2~ + ~
e
1 2 3 4
0 0 1 0 −2
  
0 0 0 2 1
   

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x = −3y − 2z + 2w



~
x · ~e1 − ~e2 − 2~e3 + ~e4 = 0 ⇔ 
 
.

 y, z, w ∈ R

H⊥ = −3y − 2z + 2w ~e1 + y~e2 + z~e3 + w~e4 : y, z, w ∈ R


 

= −3~e1 + ~e2 , −2~e1 + ~e3 , 2~e1 + ~e4



Então, B1 0 = ~e1 − ~e2 − 2~e3 + ~e4 , −3~e1 + ~e2 , −2~e1 + ~e3 , 2~e1 + ~e4 é uma base de R4 .


Assim, existem escalares reais λ1 , λ2 , λ3 , λ4 tais que

~
v = ~e1 + ~e2 + ~e3 + ~e4
= λ1 ~e1 − ~e2 − 2~e3 + ~e4 + λ2 −3~e1 + ~e2 + λ3 −2~e1 + ~e3 + λ4 2~e1 + ~e4
   

⇔ λ1 = − 21 e λ2 = 1
2 e λ3 = 0 e λ4 = 3
2 .

~ 1  3  3 1 3
Logo, Pro j⊥ H⊥
v = −3~e1 + ~e2 + 2~e1 + ~e4 = ~e1 + ~e2 + ~e4 .
2 2 2 2 2

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