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SEMINÁRIO DE CASA
Leitura básica
• CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019. Capítulo III,
item 4 (Instrumentos introdutórios de normas tributárias no direito brasileiro).
• CARVALHO, Paulo de Barros. Tratados internacionais destinados a evitar dupla tributação e incidência
de imposto sobre a renda no Brasil: análise do regime jurídico tributário das atividades de navegação
marítima envolvendo Brasil e Itália. Revista Tributária das Américas, n. 1. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2010.
Leitura complementar
• SEHN, Solon. Imposto de importação. São Paulo: Noeses. Itens 3.1 a 3.1.2.3.
• HILU NETO, Miguel. Imposto sobre importações e imposto sobre exportações. São Paulo: Quartier Latin.
Capítulos 2, 4 e 5.
• SILVA, Felipe Ferreira. Tratados internacionais – procedimento de produção, recepção por direito interno
e questões correlatas”, In: SANTI, Eurico Marcos Diniz. Curso de especialização em direito tributário:
Estudos analíticos em homenagem a Paulo de Barros Carvalho. Rio de Janeiro: Forense, 2005.
• PINCELLI, Eduardo Pugliese. Sobre a relação entre os tratados internacionais em matéria tributária e o
sistema jurídico brasileiro: novas proposições a respeito de um velho problema. In: CONGRESSO
NACIONAL DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS, v. 2, 2005, São Paulo. Segurança jurídica na tributação e
estado de direito. São Paulo: Noeses.
• BIFANO, Elidie Palma. O uso impróprio de tratados. In: X CONGRESSO NACIONAL DE ESTUDOS
TRIBUTÁRIOS DO IBET. São Paulo: Noeses.
• BIANCO, João Francisco; SANTOS, Ramon Tomazela. A mudança de paradigma: o artigo 7º dos acordos
de bitributação e a superação da dicotomia fonte versus residência. In: ROCHA, Sergio André; TORRES,
Heleno. Direito tributário internacional: homenagem ao Professor Alberto Xavier. São Paulo: Quartier
Latin, 2015.
• BARRETO, Paulo Ayres; TAKANO, Caio Augusto. Os desafios do planejamento tributário internacional
na Era Pós-BEPS. In: CONGRESSO NACIONAL DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS, v. 12, 2017, São
Paulo. 50 Anos do Código Tributário Nacional. São Paulo: Noeses.
• CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. Vol. II. São Paulo: Noeses.
Tema XIV (Preços de transferência no direito tributário brasileiro).
• BARRETO, Paulo Ayres. O imposto sobre a renda e os preços de transferência. São Paulo: Dialética.
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Capítulo IV.
Questões
1. Construa a RMIT dos Impostos de Importação e de Exportação. Qual o conceito de produto para
fins de incidência destes tributos?
2. A empresa “X” firmou contrato de fornecimento, formalizando a aquisição de bem do exterior,
datado de 10/05/2017. Os produtos transpuseram a fronteira brasileira, por via marítima em
15/06/2017, chegaram ao porto de Santos em 18/06/2017, em 25/06/2017 a empresa registrou a
operação junto ao SISCOMEX e os produtos foram desembaraçados em 02/07/2017. No momento
da realização do contrato a alíquota do referido imposto era de 10%. No entanto, em 01/06/2017 o
Governo Federal publicou decreto que aumentou a alíquota aplicável à importação do referido bem
para 20%, em 16/06/2017 houve outro aumento de alíquota para 30%, em 22/06/2017 para 35% e
em 01/07/2017 para 38%. Pergunta-se: qual é a alíquota aplicável à operação de importação em
análise? Fundamente. (Vide anexo I e II)
3. A reimportação de mercadoria exportada em caráter definitivo se equipara à importação, ou seja, a
mercadoria exportada perde a condição de nacional, devendo se submeter ao Imposto de Importação
ao ser reimportada? (Vide anexo III)
4. O ordenamento jurídico brasileiro adotou o sistema monista ou dualista? Em face da resposta ao item
anterior, defina os critérios para solução de conflitos entre tratados e lei interna, no Direito Tributário
Brasileiro. Há hierarquia entre tratados e lei interna?
5. Sobre os tratados, responda:
a) Defina o conceito de “tratado internacional”, descrevendo como se dá seu ingresso no
ordenamento jurídico, seu momento de vigência no direito interno e sua posição hierárquica no
sistema jurídico (vide §2º do art. 5º da Constituição e o art. 98 do Código Tributário Nacional e o
entendimento exposto pelo STF anexo IV).
b) Pode a União, visando a regular a política tarifária, versar sobre a isenção de tributo de
competência estadual?
c) Os tratados podem revogar ou suspender a eficácia das normas tributárias inseridas no
ordenamento jurídico brasileiro pelos Estados e Municípios? Haveria violação ao princípio
federativo e ao princípio da autonomia dos Municípios consagrados na CF/88? (Vide anexos V e
VI)
d) No que consiste o “uso impróprio” dos tratados? É necessária previsão expressa de cláusulas
antielisivas específicas? Um planejamento tributário internacional que está formal e substancialmente
em conformidade com as legislações tributárias dos Estados envolvidos, mas que implique uma
situação de (dupla) não tributação, pode ser juridicamente proibido? Fundamente, estabelecendo uma
análise crítica entre os conceitos de “responsabilidade social corporativa”, “parcela justa de tributos”
e “livre concorrência entre empresas multinacionais e nacionais” (vide artigo 31 da Convenção de
Viena sobre Direito dos Tratados e anexo VII)
6. A Lei Complementar nº 104/2001 acrescentou um parágrafo segundo ao artigo 43 do CTN, dispondo
“que na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e
o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto...”. Indaga-se: o
regime de tributação em bases universais abrangendo as controladas e coligadas no exterior nos
moldes em que prescrito pela Lei 12.973/2014 está de acordo com o ordenamento jurídico?
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Considerar em sua resposta a manifestação do STF a respeito do tema. (Vide anexos VIII e IX)
7. Que significa a expressão “preços de transferência” e qual sua função? O que é o princípio “arm’s
lenght” aplicado pelo fisco no Brasil? Foi positivado no Brasil pela Lei n. 9.430/96 e alterações
posteriores? Comente sobre a possibilidade de aplicação coercitiva deste conceito. (Vide anexo X).
8. Sobre troca de informações fiscais, baseada em tratados internacionais, pergunta-se:
a) Que meios estão legalmente disponíveis para a obtenção de informações fiscais? Quais proteções
aos contribuintes estabelecidas pelo art. 26 da convenção-modelo da OCDE 1? É possível haver a
transferência de informações recebidas por um determinado país para um terceiro país, com quem o
Estado receptor da informação tenha celebrado acordo de troca automática de informações para fins
fiscais?
b) Caso o Brasil receba um pedido de troca de informações de um Estado com quem tenha celebrado
tratado para evitar a dupla tributação, cuja redação do art. 26 seja idêntica àquela da convenção-
modelo da OCDE, ele pode se recusar a fornecer a informação, em virtude de aquela informação ser
sigilosa? (vide art. 5º, inc. X e XII da CF/88, e anexo XI)
1
. Considerar que o Brasil assinou a convenção multilateral para assistência administrativa mútua para fins fiscais
Conferir: http://www.oecd.org/ctp/exchange-of-tax-information/convention-on-mutual-administrative-assistance-in-tax-matters.htm
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Diniz de Santi (Coord.). São Paulo: Noeses.
• Primeira Parte, Capítulo 4 do livro Pluritributação internacional sobre as rendas de empresas de Heleno
Tôrres. 2ª Edição. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001.
• Bitributação internacional e elementos de conexão de Gilberto de Castro Moreira Júnior. São Paulo:
Aduaneiras, 2003.
• Artigo: “Dupla/múltipla tributação jurídica e econômica internacional: uma análise a partir do conceito da
regra-matriz de incidência tributária”, de Jonathan Barros Vita, Revista de Direito Tributário n. 99.
• Capítulo 10 (Tratados internacionais e os preços de transferência) do livro Imposto de renda e preços de
transferência de Paulo Ayres Barreto. São Paulo: Dialética, 2001.
• Artigo: “Sobre a relação entre os tratados internacionais em matéria tributária e o sistema jurídico
brasileiro: novas proposições a respeito de um velho problema”, de Eduardo Pugliese Pincelli. In:
CONGRESSO NACIONAL DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS, v. 2, 2005, São Paulo. Segurança jurídica na
tributação e estado de direito. São Paulo: Noeses.
• Artigo: “Problema de qualificação na aplicação das convenções contra a bitributação internacional” de
Gerd Willi Rothmann. Revista Dialética de Direito Tributário, n.76, São Paulo: Dialética, 2002.
• Artigo: “Tratado internacional, em matéria tributária, pode exonerar tributos estaduais?” de Estevão
Horvath e Nelson F. de Carvalho. Revista de direito tributário, São Paulo, n. 64, p. 262-268, 1996.
• Tratados internacionais em matéria tributária e ordem interna, de Betina Treiger Grupenmacher. São
Paulo: Dialética.
• A relação entre a ordem jurídica interna e os tratados internacionais, de Felipe Ferreira Silva. Curitiba:
Juruá.
• Artigo: “A prevenção de abusos dos tratados internacionais que visam evitar a dupla tributação no plano de
ação do projeto BEPS: perspectiva brasileira” de Paulo Ayres Barreto e Caio Augusto Takano. In: Direito
tributário internacional: homenagem ao Professor Alberto Xavier. São Paulo: Quartier Latin, 2015.
• Estabelecimentos permanentes em direito tributário internacional de Paulo Caliendo. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2005.
• Artigo: “O conceito de planejamento tributário agressivo e os novos standards tributários internacionais do
Projeto BEPS” de Caio Augusto Takano, Revista Direito Tributário Internacional Atual, v.2, São Paulo:
IBDT, 2017.
• Capítulos IV e VI do livro Troca internacional de informações para fins fiscais de Sérgio André Rocha.
São Paulo: Quartier Latin, 2015.
• Artigo: “Sobre a tributação dos lucros disponibilizados do exterior”, de Luís Eduardo Schoueri e Miguel
Hilu Neto, in ROCHA, Valdir de Oliveira (Coord.). Imposto de Renda – Alterações fundamentais.
• Artigo: “Imposto sobre a renda – Resultados auferidos no exterior por filiais, sucursais, controladas e
coligadas, de José Artur Lima Gonçalves”, Revista Dialética de Direito Tributário n. 74.
• Artigo: “Distribuição de lucros de coligadas no exterior”, de Elidie Palma Bifano. São Paulo: Noeses.
• Artigo: “A lei n. 12.973, de 13 de maio de 2014, em matéria de lucros no exterior: objetivos e
características essenciais”, de Alberto Xavier, in Grandes questões atuais do direito tributário, 18º vol.,
Valdir de Oliveira Rocha (Coord.). São Paulo: Dialética.
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Anexo I
RE n. 225.602/CE
DJ 06/04/2001
Anexo II
REsp n. 1.220.979/RJ
DJ 15/04/2011
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. COMPATIBILIDADE DO ART. 23 DO DECRETO-LEI N. 37/66
COM O ART. 19 DO CTN. FATO GERADOR. DATA DO REGISTRO DA DECLARAÇÃO DE
IMPORTAÇÃO. PRECEDENTES.
1. Não há incompatibilidade entre o art. 19 do Código Tributário Nacional e o art. 23 do
Decreto-Lei n. 37/66, porquanto o desembaraço aduaneiro completa a importação e,
consequentemente, representa, para efeitos fiscais, a entrada de mercadoria no território nacional.
2. A jurisprudência desta Corte é no sentido de que, no caso de importação de mercadoria
despachada para consumo, o fato gerador do imposto de importação ocorre na data do registro da
declaração de importação. Desse modo, deve ser aplicada para o cálculo do imposto a alíquota vigente
nessa data.
3. Precedentes: EDcl no RESP 1.000.829/ES, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe
17.6.2010; AgRg no Ag 1.155.843/RJ, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, DJe 30.9.2009; RESP
1.046.361/RJ, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 5.3.2009; RESP 139.658/PR, Rel. Min.
Milton Luiz Pereira, Primeira Turma, DJ 28.5.2001.
Recurso especial provido.
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Anexo III
REsp n. 662.882/RJ
DJ 13/02/2006
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situação fática não configura hipótese de incidência de tributo a reimportação de fitas de
vídeo exportadas para fins de dublagem pelo regime de exportação temporária, nos termos
dos artigos 369, do Regulamento Aduaneiro, e 92, do Decreto-lei 37/66, respectivamente.
Ademais, a multa é imposta em razão da equivocada infração administrativa ao
controle das importações, que consiste na ausência ou não da apresentação de guia de
importação, para o desembaraço aduaneiro.
(...) Por outro tanto, a cobrança da multa advém da aplicação da legislação aplicável à
importação de mercadorias, hipótese distinta da reimportação, onde não se exige a emissão de
guias de importação, por se revestir de operação singular de reimportação de bens nacionais
(no caso fitas de videotape de gravação de novelas produzidas pela Rede Globo, no território
nacional).
Merece ressalvar o fato de exigência mencionada pela Fazenda somente ser capaz de
fazer sentido ao tempo em que outra era a sistemática do imposto de importação, onde era
previsto como fato gerador da exação a importação de quaisquer mercadorias, inclusive as
produzidas no Brasil, desde que de procedência estrangeira.
No caso em exame não há qualquer previsão legal para a apresentação de guia de
importação, nas hipóteses de reimportação e, assim sendo, é incabível a sua exigência com
base na legislação atinente à importação, porquanto configura ofensa ao princípio da
legalidade." 7. Forçoso concluir , à semelhança do julgado atacado que in casu, o que houve
foi a reimportação de mercadorias, sob o regime de exportação temporária, não incidindo a
obrigação de apresentação de guia de importação na hipótese, prevista nos artigos 432 c/c
526, II do Regulamento Aduaneiro, por se tratar de fato distinto do previsto na lei, restando
vedada qualquer interpretação extensiva por força do artigo 111 do CTN.
8. Recurso especial improvido. (REsp 662.882/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 06/12/2005, DJ 13/02/2006, p. 672).
Anexo IV
ADIN n. 1.480-3/DF (Medida Liminar)
DJ 18/05/2001
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – CONVENÇÃO N. 158/OIT – PROTEÇÃO
DO TRABALHADOR CONTRA A DESPEDIDA ARBITRÁRIA OU SEM JUSTA CAUSA –
ARGUIÇÃO DE ILEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL DOS ATOS QUE INCORPORARAM
ESSA CONVENÇÃO INTERNACIONAL AO DIREITO POSITIVO INTERNO DO BRASIL
(DECRETO LEGISLATIVO N. 68/92 E DECRETO N. 1.855/96) – POSSIBILIDADE DE
CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE DE TRATADOS OU CONVENÇÕES
INTERNACIONAIS EM FACE DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA – ALEGADA
TRANSGRESSÃO AO ART. 7º, I, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA E AO ART. 10, I DO
ADCT/88 – REGULAMENTAÇÃO NORMATIVA DA PROTEÇÃO CONTRA A DESPEDIDA
ARBITRÁRIA OU SEM JUSTA CAUSA, POSTA SOB RESERVA CONSTITUCIONAL DE LEI
COMPLEMENTAR – CONSEQUENTE IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DE TRATADO OU
CONVENÇÃO INTERNACIONAL ATUAR COMO SUCEDÂNEO DA LEI COMPLEMENTAR
EXIGIDA PELA CONSTITUIÇÃO (CF, ART. 7º, I) – CONSAGRAÇÃO CONSTITUCIONAL DA
GARANTIA DE INDENIZAÇÃO COMPENSATÓRIA COMO EXPRESSÃO DA REAÇÃO
ESTATAL À DEMISSÃO ARBITRÁRIA DO TRABALHADOR (CF, ART. 7º, I, C/C O ART. 10, I
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DO ADCT/88) – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA CONVENÇÃO N. 158/OIT, CUJA
APLICABILIDADE DEPENDE DA AÇÃO NORMATIVA DO LEGISLADOR INTERNO DE
CADA PAÍS – POSSIBILIDADE DE ADEQUAÇÃO DAS DIRETRIZES CONSTANTES DA
CONVENÇÃO N. 158/OIT ÀS EXIGÊNCIAS FORMAIS E MATERIAIS DO ESTATUTO
CONSTITUCIONAL BRASILEIRO – PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR DEFERIDO, EM
PARTE, MEDIANTE INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO. PROCEDIMENTO
CONSTITUCIONAL DE INCORPORAÇÃO DOS TRATADOS OU CONVENÇÕES
INTERNACIONAIS.
É na Constituição da República – e não na controvérsia doutrinária que antagoniza monistas e
dualistas – que se deve buscar a solução normativa para a questão da incorporação dos atos
internacionais ao sistema de direito positivo interno brasileiro.
O exame da vigente Constituição Federal permite constatar que a execução dos tratados
internacionais e a sua incorporação à ordem jurídica interna decorrem, no sistema adotado pelo Brasil,
de um ato subjetivamente complexo, resultante da conjugação de duas vontades homogêneas: a do
Congresso Nacional, que resolve, definitivamente, mediante decreto legislativo, sobre tratados,
acordos ou atos internacionais (CF, art. 49, I) e a do Presidente da República, que, além de poder
celebrar esses atos de direito internacional (CF, art. 84, VIII), também dispõe – enquanto Chefe de
Estado que é – da competência para promulgá-los mediante decreto.
O iter procedimental de incorporação dos tratados internacionais – superadas as fases prévias da
celebração da convenção internacional, de sua aprovação congressional e da ratificação pelo Chefe de
Estado – conclui-se com a expedição, pelo Presidente da República, de decreto, de cuja edição
derivam três efeitos básicos que lhe são inerentes: (a) a promulgação do tratado internacional; (b) a
publicação oficial de seu texto; e (c) a executoriedade do ato internacional, que passa, então, e
somente então, a vincular e a obrigar no plano do direito positivo interno. Precedentes.
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PARIDADE NORMATIVA ENTRE ATOS INTERNACIONAIS E NORMAS
INFRACONSTITUCIONAIS DE DIREITO INTERNO
– Os tratados ou convenções internacionais, uma vez regularmente incorporados ao direito
interno, situam-se, no sistema jurídico brasileiro, nos mesmos planos de validade, de eficácia e de
autoridade em que se posicionam as leis ordinárias, havendo, em consequência, entre estas e os atos de
direito internacional público, mera relação de paridade normativa. Precedentes.
No sistema jurídico brasileiro, os atos internacionais não dispõem de primazia hierárquica sobre
as normas de direito interno. A eventual precedência dos tratados ou convenções internacionais sobre
as regras infraconstitucionais de direito interno somente se justificará quando a situação de antinomia
com o ordenamento doméstico impuser, para a solução do conflito, a aplicação alternativa do critério
cronológico (“lex posterior derogat priori”) ou, quando cabível, do critério da especialidade.
Precedentes.
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Anexo V
RE n. 627.280/RJ - RG
DJ 23/02/2012
Anexo VI
AI n. 764.951 AgRg/BA
DJ 13/03/2013
Anexo VII
Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados
SEÇÃO 3
Interpretação de Tratados
Artigo 31
Regra Geral de Interpretação
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1. Um tratado deve ser interpretado de boa fé segundo o sentido comum atribuível aos termos do
tratado em seu contexto e à luz de seu objetivo e finalidade.
2. Para os fins de interpretação de um tratado, o contexto compreenderá, além do texto, seu preâmbulo
e anexos:
a)qualquer acordo relativo ao tratado e feito entre todas as partes em conexão com a conclusão do
tratado;
b)qualquer instrumento estabelecido por uma ou várias partes em conexão com a conclusão do tratado
e aceito pelas outras partes como instrumento relativo ao tratado.
4. Um termo será entendido em sentido especial se estiver estabelecido que essa era a intenção das
partes.
Anexo VIII
RE n. 611.586/PR - RG
Julgamento: 05/04/2011
Anexo IX
ADI n. 2588/DF
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DJ 10/02/2014
Anexo X
TRF 3ª Região - Apelação n. 0028594-62.2005.4.03.6100
DJ 11/11/2014
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PARÂMETRO. VALOR AGREGADO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO E
IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA JURÍDICA. LEGALIDADE. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO. OMISSÕES. INEXISTÊNCIA.
1. São manifestamente improcedentes os embargos de declaração, pois não se verifica qualquer
omissão no julgamento impugnado, mas mera contrariedade da embargante com a solução dada pela
Turma, que, à luz da legislação aplicável, consignou expressamente que “a IN 243/2002 foi editada na
vigência da Lei 9.959/2000, que alterou a redação da Lei 9.430/1996, para distinguir a hipótese de
revenda do próprio direito ou bem, tratada no item 2, da hipótese de revenda de direito ou bem com
valor agregado em razão de processo produtivo realizado no país, tratada no item 1, ambos da alínea d
do inciso II do artigo 18 da lei” (f. 278-v).
2. Consignou, ainda, o acórdão, que “o que se verificou foi a necessária e adequada
explicitação, pela instrução normativa impugnada, do conteúdo legal para permitir a sua aplicação,
considerando que o conceito legal de valor agregado, conducente ao conceito normativo de preço
parâmetro, leva à necessidade de apurar a sua formação por decomposição dos respectivos fatores,
abrangendo bens, serviços e direitos importados, sujeitos à análise do valor da respectiva participação
proporcional ou ponderada no preço final do produto” (f. 279).
3. Concluiu-se, com respaldo em farta jurisprudência, que “para dar eficácia ao método de
cálculo do preço de revenda menos lucro, previsto na Lei 9.430/1996 alterada pela Lei 9.959/2000, é
que foi editada a IN/SRF 243/2002, em substituição à IN/SRF 32/2001, não se tratando, pois, de ato
normativo inovador ou ilegal, mas de explicitação de regras concretas para a execução do conteúdo
normativo abstrato e genérico da lei, prejudicando, pois, a alegação de violação ao princípio da
legalidade” (f. 279 v).
4. Evidente, pois, que foi expressamente reconhecida a inexistência de violação do princípio da
legalidade pela IN 243/2002, aferida, evidentemente, a partir da lei existente com base na qual editado
o ato normativo, e não em razão de exposição de motivos veiculada para a criação de nova legislação,
que apenas expõe a intenção do legislador, que não se confunde com o conteúdo normativo da
legislação antecedente, posto a exame judicial.
5. Também restou claro do acórdão que o método de preço de revenda menos lucro tratou de
suas duas situações objetivamente distintas: a primeira a de importação de bens, serviços e direitos
para revenda direta, sujeita à margem de lucro de 20%; e a segunda a de importação de bens, serviços
e direitos a serem agregados no processo produtivo para transformação em outros bens, serviços ou
direitos, sujeita à margem de lucro de 60% (artigo 12, IV, a e b, IN 243/2002). A distinção entre as
situações jurídicas impede a alegação de quebra da isonomia e tal questão restou explicitada no
julgamento, sem possibilidade de invocação de omissão.
6. Tampouco houve omissão na questão da proibição de bitributação conforme tratados
internacionais, pois o acórdão embargado enfatizou que “A adoção, na técnica legal, do critério do
valor agregado objetivou conferir adequada eficácia ao modelo de controle de preços de transferência,
em cumprimento às obrigações internacionais assumidas pelo Brasil na Convenção Modelo da OCDE,
evitando distorções e, particularmente, redução da carga fiscal diante da insuficiência das normas
originariamente contidas na Lei 9.430/1996 e refletidas na IN/SRF 32/2001” (f. 279). A Turma aderiu
ao entendimento de que a nova disciplina aprimorou os mecanismos de inibição da transferência de
lucro com redução indevida da base de cálculo da tributação interna, através da prática de preços
manipulados entre empresas associadas, sem violar, pois, os tratados e convenções internacionais.
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7. Como se observa, não houve qualquer omissão no julgamento impugnado, revelando, na
realidade, a articulação de verdadeira imputação de erro no julgamento, e contrariedade da embargante
com a solução dada pela Turma, o que, por certo e evidente, não é compatível com a via dos embargos
de declaração. Assim, se o acórdão violou os artigos 97, II e 98 do CTN; 5º, II, LXIX e §2º, 37, 150, I
e II da CF como mencionado, caso seria de discutir a matéria em via própria e não em embargos
declaratórios.
8. Em suma, para corrigir suposto error in judicando, o remédio cabível não é, por evidente, o
dos embargos de declaração, cuja impropriedade é manifesta, de forma que a sua utilização para mero
reexame do feito, motivado por inconformismo com a interpretação e solução adotadas, revela-se
imprópria à configuração de vício sanável na via eleita.
9. Embargos de declaração rejeitados.
Anexo XI
RE 601.314/SP (Repercussão Geral)
DJ 16/09/2016
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Tema 225 da sistemática da repercussão geral: “A Lei 10.174/01 não atrai a aplicação do princípio da
irretroatividade das leis tributárias, tendo em vista o caráter instrumental da norma, nos termos do artigo 144, §1º,
do CTN”. 8. Recurso extraordinário a que se nega provimento.
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