Frutas do Brasil, 37
15 CUSTO DE
PRODUÇÃO E
RENTABILIDADE
INTRODUÇÃO
Na pomicultura os custos de produção
variam de acordo com a cultivar, o sistema
de cultivo, a densidade de plantio, o solo, o
valor da mão de obra, os preços dos insumos
e a tecnologia empregada, entre outros. Assim
a rentabilidade desta atividade depende da
relação entre estes custos e os níveis de
preços pagos pela maçã no mercado.
Os coeficientes técnicos e os valores apre-
sentados são uma estimativa para plantios de
densidade média a alta e para empre-
endimentos empresariais.
Para elaboração dos custos, foram
consultadas várias fontes, entre as quais o
Agrianual 2000, Cadeias produtivas do
Estado de Santa Catarina: maçã, dados da
ABPM, e dados da Embrapa Uva e vinho.
CUSTOS DE INSTALAÇÃO
Na Tabela 1 são apresentados os
custos de implantação referentes ao 1°, 2°
e 3° anos e os custos de manutenção, a
partir do 4° ano. Tomou-se como referência
para este trabalho um pomar com
espaçamento de 4,4 m entre filas por 1,3 m
entre plantas ou seja 1.745 plantas por
hectare. Esta densidade é considerada de
média para alta. Para fins de cálculo
considerou-se uma perda de 10% nas
mudas, ou seja 1.919 mudas. Nos custos
de instalação foram considerados todos os
itens, exceto a terra e os juros sobre o
capital empregado. Os custos totais de
implantação somam R$ 24.952,06 equiva-
lentes a US$ 8,516,06. No primeiro ano os
custos são mais elevados, somando
R$ 14.122,41 o que representa 56,60% do
total. O componente mais oneroso é o das
mudas, R$ 5.757,00.
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Loiva Maria Ribeiro de Mello
CUSTOS DE MANUTENÇÃO
Os custos de manutenção que se
verificam a partir do 4° ano da implantação
somam R$ 12.075,28 por ano, equivalente a
US$ 4.121,26. Além dos gastos com insumos,
mão-de-obra e horas máquina, considera-
ram-se os gastos administrativos e a deprecia-
ção do pomar. A mão-de-obra foi
considerada em horas, e representa o salário
mais os encargos sociais e a alimentação.
As quantidades de fungicidas, raleantes,
inseticidas, acaricidas e herbicidas foram
somadas, independente das dosagens e
princípios ativos, no entanto, os valores foram
calculados considerando produtos. No cál-
culo da depreciação, considerou-se uma vida
útil de 20 anos.
RENTABILIDADE
Para este sistema, a produção esperada
para o 3º ano (primeiro de produção) é de
15 t/ha, para o 4º ano 30 toneladas e a partir
do 5° ano, quando o pomar deverá estabilizar
a produção de 45 t aptas para mesa.
Considerando um preço médio de 0,38 reais
o quilo, no pomar, as receitas do terceiro ano
seriam de R$ 5.700,00, do 4° ano
R$ 11.400,00 e a partir do 5° ano
R$ 17.100,00. Considerando todo o período,
a relação benefício/custo é de 1,42, ou seja,
cada real investido retorna R$ 0,42 para a
remuneração do capital empregado e da terra.
Considerando uma taxa de juros de 6% ao
ano sobre o custeio, a relação custo/benefí-
cio fica em 1,37. Com estes valores o retorno
do investimento aplicado se dará no sexto
ano, somando-se as produções do 2° ano em
diante. Considera-se que os preços médios
da maçã vem caindo, face a grande oferta no
mercado internacional, e conseqüentemente
a rentabilidade poderá ser menor.
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 Frutas do Brasil, 37

* Produtividade esperada: 3° ano 15 t/ha; 4º ano 30 t/ha e 5° em diante 40t/ha.

Fonte: dados elaborados pelo autor.
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