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Metas
Apresentar como as dimensões e características dos objetos são representadas
no desenho técnico
Objetivos
Pré-requisitos:
Nesta aula, você terá uma atividade em que precisará dispor dos seguintes
materiais de desenho:
● Lapiseira 0,7 ponta de aço (grafite 2B); Lapiseira 0,3 ponta de aço (grafite
HB);
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● Esquadros 60º e 45º; Régua de 30 cm ou escalímetro; Borracha;
● Bloco de papel(liso e com margem);
● Fita crepe; Compasso, Guardanapo, Pano ou flanela;
● Álcool;
● Acessórios Opcionais: “mata-gato”, gabarito de círculos, papel quadriculado
e isométrico, vassoura de mão com cerdas macias.
1. Introdução
Você, certamente, já ouviu, disse ou pensou algo como “esta aí parece que foi
feita sob medida para mim!”. O contexto pode variar, mas essa afirmação chama
atenção para dois valores da sociedade contemporânea, que muito interessam à
E.P e aos engenheiros: precisão e especificação. Para o caso dos produtos, todos
querem algo, exatamente, projetado e fabricado para suas necessidades, que
podem ser, significativamente, diferentes das necessidades dos outros. Como
fazer algo sobre medida? Precisamente medindo! Ou medindo precisamente!
Como já foi discutido antes, o desenho é um laboratório de ideias e, quando as
características materiais do mundo da vida podem ser inseridas neste espaço, o
processo criativo e de comunicação ganha precisão e realismo, que aproxima o
projeto do objeto a ser produzido no futuro. Em qualquer campo de ação, a
produção – como transformação da matéria – só acontece, produtivamente,
quando pode ser controlada e, na maioria dos casos, esse controle se faz através
de grandezas físicas, que podem ser medidas, antes de serem manipuladas. Por
exemplo, Você recebeu um envelope A4 contendo uma foto de um momento
inesquecível, mas por via das dúvidas, quer lembrar sempre dele, olhando para a
parede e, por isto, resolve fixar nela a foto. Fita adesiva? Tachinhas? Fita dupla
face? Nada disso, engenheiro (a)! Vamos projetar e executar uma moldura em
madeira. Mas, por limitações operacionais, talvez seja o caso de terceirizar o
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serviço para quem tenha material, espaço, ferramentas e habilidades de
marcenaria, ou este não seria seu caso? Com a foto na mão, e disposto(a) a fazer
um esboço para entregar a um profissional e contratar o serviço, como você faria
isso? Trata-se de um projeto sob encomenda, ou sob medida – para atender suas
necessidades com perfeição, sua responsabilidade como projetista aumenta...
Bom, para começar, qual o tamanho de sua foto? Grande, pequena são palavras
que não ajudam muito. De posse de um instrumento de medida (escalímetro?)
você vai descobrir duas características físicas de sua foto: as dimensões mais
relevantes (porque uma terceira é muito pequena diante das outras – a espessura
da foto). Se a foto foi impressa em papel padronizado, terá proporções
normalizadas através de uma razão entre largura e altura. Pode estar na posição
retrato (dimensão menor na base, horizontalmente) ou paisagem (dimensão maior
na base, horizontalmente). E que tipo de moldura vai colocar? Larga e estreita são
avaliações que, também, não resolvem nada. Você ameaça com o escalímetro em
volta da foto e conclui que vai usar uma moldura de “x” mm em torno dela,
deixando a foto centralizada, por exemplo. Pronto! Assim, basta escolher o fundo,
o tipo de madeira da moldura e se vai usar vidro (normal ou antirreflexo) e
encomendar o serviço. Suponha que a figura 6.1 seria o produto de seu trabalho,
até aqui. Tudo foi feito em proporções e, digamos, em uma escala 2:1. Do que
você sente falta no “seu desenho”?
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Se você entregar ao marceneiro ele vai perguntar: onde estão as medidas? Como
indicar as dimensões, em um desenho? E outras características de interesse para
sua fabricação ou montagem? Isto, tecnicamente, se chama COTAGEM, segundo
a NBR 10126.
2 Abordagem conceitual
DEFINIÇÕES
MÉTODOS
DE
OUTRAS COTAGEM EXECUÇÃO
NORMAS
INDICAÇÕES DISPOSIÇÃO
ESPECIAIS
APRESENTAÇÃO
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Inicialmente, cabe definir o que é um elemento, para efeito de cotagem. Um objeto
pode ter vários elementos, que vão caracterizá-lo. Podem ser as dimensões, a
forma (plana, cilíndrica, côncava ou convexa), a textura de uma superfície,
detalhes como saliências (partes que se projetam para fora, como o nariz humano
na face) ou reentrâncias (partes que geram descontinuidade em uma superfície,
como o umbigo no ventre humano), roscas, furos, ressaltos, chanfros, degraus,
canais, e etc.
Como essas características do elemento são representadas?
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LINHA
AUXILIAR
LINHA
DE
ELEMENTOS DE
COTA
COTAGEM
LIMITE DE
LINHA DE
COTA
COTA
7,5
6
Figura 6.4 Exemplo de elementos de cotagem: foto emoldurada.
7,5
7
60º), mas paralelas entre si, como se pode observar na figura 6.6, em que um
elemento do mosaico da moldura foi ampliado.
20,00
8,00
5
5,5
8
0,5
0,7 0,4
0,3
1,2
A extremidade fica delimitada por uma linha
oblíqua a 45º e curta.
30
45
21
50
25
45 Setas com linhas curtas e inclinadas a 15º
(abertas e sem preenchimento)
9
A delimitação, com traços oblíquos e pontos, sem uso de setas é muito comum
nos desenhos de arquitetura. As setas abertas e fechadas são muito usadas em
desenhos de peças e projetos de engenharia mecânica e de produção.
Em algumas situações, indicadas na figura 6.8, o espaço disponível para as linhas
de cota e as indicações de limite, impõe formas alternativas de cotagem.
b
a
d
c
Figura 6.8 Alternativas para indicação dos limites da linha de cota em espaços
reduzidos. As setas abertas (a) e fechadas (b) não cabem entre as linhas
auxiliares e são colocadas no prolongamento da linha de cota. Pontos (b) e traços
oblíquos (d) são usados para indicar os limites da linha de cota, quando não
cabem setas.
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1) as linhas de centro e de contorno não devem se usadas como linha de cota,
mas podem ser utilizadas como linhas auxiliares (a, c, d) e, neste caso, a
linha de centro de permanecer com linha de centro até a linha de contorno
do objeto (c, e, f);
2) devem ser evitados os cruzamentos entre as linhas de cota e linhas
auxiliares, mas quando isto não for possível, as linhas não devem ser
interrompidas no ponto de cruzamento (b);
3) a linha de cota não deve ser interrompida, mesmo quando o elemento for
interrompido por uma linha de ruptura manual (g).
36
b 25
c
a
12 d
160
f e
32
g
□ 20
80
11
2.2.3 Cotagem de raios
Na cotagem de raios, uma extremidade da linha de cota parte do centro e a outra,
que é delimitada por uma seta, toca no contorno da peça. A indicação pode ser
pelo lado interno ou externo do contorno ou, ainda, através de linha auxiliar.
Alguns exemplos estão indicados na figura 6.10.
2
R3
R2
5 R6
38
R
5
R1
R9
Lembre-se de que, no desenho técnico, uma linha ou um símbolo pode fazer toda
a diferença. Se, ao invés de uma foto você estivesse montando um painel com 3
fotos, como na figura 6.9, em qual posição cada uma deveria ficar, antes de ser
emoldurada?
Como indicar, no desenho, essas posições? Além de indicar as dimensões das
fotos (duas quadradas e uma retangular) é preciso indicar em que posições serão
fixadas em relação à moldura. Observe que o símbolo “□20” indica que a foto à
esquerda é quadrada, com lado 20 mm. Como há uma linha central (traço e ponto
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na vertical) indicando simetria (a metade do lado esquerdo é igual à do lado
direito), as informações dadas para a metade esquerda não precisam ser
repetidas para outra metade. Assim, as dimensões de cada foto e a localização de
seus centros em relação ao centro do painel ou a um de seus lados estão
completamente definidos. Com isso basta medir e prender cada foto.
Na cotagem dos raios você pode observar que a posição das cotas pode variar
para se adequar a uma leitura mais fácil pelo observador. Assim, é hora de discutir
como apresentar as cotas.
13
22
7 7
4
8
9
16
1 4
Figura 6.11 Cotagem pelo Método 1
25
25
25 25
25 25
25 25
25
25
25
(a)
14
90°
90°
45° 45°
45°
45
°
45°
60
45°
°
60°
°
30° 45
30° 45°
(b)
Figura 6.12 Cotagem de (a) arestas inclinadas e (b) ângulos em relação à base do
papel.
22
2 7 7
4
8
9 16
1 4
Figura 6.13 Cotagem pelo Método 2
15
No caso da cotagem de ângulos ou quando há uma aresta inclinada em relação à
base do papel, as cotas devem ser dispostas como indicado na figura 6.14.
90°
90°
45° 45°
45° 45°
45°
45° 60°
60°
30° 45°
30° 45°
58
15
58
15
Ø70
Ø70 Ø100
Ø100
(a) (b)
Figura 6.15 Disposições especiais para cotas (a) Método 1 e (b) Método 2.
Ø ESF 12
R5
□ 16
20
65
Ø8
R ESF 12
40
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Observe que a cota “40” está fora de escala e, por isto, deve ser sublinhada com
uma linha reta de mesma largura daquela usada para o algarismo. Quando se usa
interrupção do componente, a cota que está fora de escala não é sublinhada,
como foi o caso da indicação “g” na figura 6.9.
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prospecto dentro da caixa, elas seriam cotas não-funcionais ou auxiliares. Agora
pense no fabricante de embalagens para tênis? O que interessa para ele são as
dimensões externas, a massa, a textura, como proteger as superfícies do tênis.
Essas informações, que para ele são funcionais, talvez, pouco signifiquem para
você. Por outro lado, para alguém que vai montar o tênis na fábrica, uma série de
cotas deve ser importante para que furos, travas, gáspeas (fica na parte da frente
do calçado, depois da biqueira, entre os dedos e o peito do pé), sejam colocadas
simetricamente e no lugar preciso. Já imaginou os furos para os cadarços
desalinhados? Ou os do pé esquerdo de um jeito diferente do direito? Montados
por máquinas ou artesanalmente, esses acabamentos precisam estar localizados
e, como já vimos, tudo começa com um desenho bem feito.
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x
a a x±d
x
Figura 6.17 Cotagem encadeada
20
x
x a
b
(a) Cotagem em paralelo e em duas direções
x
0
0
b
x
Nos dois casos da figura 6.18, para que as fotografias fossem centralizadas no
painel, foram usadas cotagens em duas direções, em (a) na forma em paralelo e
em (b) na forma aditiva. As origens que servem de referência para as medições
em cada direção devem ser indicadas conforme a figura. Observe que, se houver
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alguma variação no sistema de medição, o erro produzido será o mesmo em cada
medida, sem haver acúmulo de erro no posicionamento de qualquer elemento,
como ocorreria se a cotagem fosse encadeada.
Neste processo, cada elemento é numerado e sua posição fica determinada por
duas coordenadas a partir de um par de eixos ortogonais no plano do desenho. A
origem é indicada no desenho e as demais informações são organizadas em uma
tabela.
y 1 2 3
x
Nº x y□
1 a b f
2 c be
3 d bg
Figura 6.19 Cotagem por coordenadas
Observe na figura 6.19, que cada fotografia do painel, com tamanhos diferentes
dos casos anteriores, foi representada como um quadrado e, na tabela, consta o
número de cada elemento (foto), as coordenadas de seu centro geométrico (x e y)
e o lado do quadrado (□). O centro geométrico de cada fotografia está
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determinado pelo encontro de duas linhas de centro (traço e ponto). Os valores
literais, em um caso real, seriam numéricos, embora a coordenada y de cada
centro (=b) seja igual, devido ao alinhamento das fotos.
A localização dos centros das fotos, como, também, o de centros de furos em
peças é uma aplicação interessante para esse sistema de cotagem, mas ele pode
ser usado para localizar uma malha de pontos ou mesmo pontos arbitrários, com
ou sem o uso de uma tabela. Na figura 6.20 estão representados outros casos.
Em todos eles é preciso determinar a origem do sistema de coordenadas e indicar,
quer próximo ao ponto ou em uma tabela, as duas coordenadas de interesse.
Observe que, neste caso, não existe a indicação do lado do quadrado, pois o que
se está cotando são, simplesmente, pontos. Os valores das cotas, representados
de forma literal, nos casos reais, assumirão valores numéricos.
X=a X=g 4 Nº x y
Y=k Y=l 5 1 a b
X=d
3 2 c b
X=j Y=e 3 d e
Y=m X=r y 6 4 f g
X=a Y=s 5 h l
X=c 1
Y=b 2 6 k m
y Y=b x
x
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elementos e suas posições podem ser cotados segundo estratégias diferentes,
explorando-se as vantagens de cada tipo de disposição de cotas.
□b g □b
Øp
Øp
h
e
j
d
□b f □a g
c
i
Na figura 6.21 a posição dos centros dos dois furos e a distância entre eles são
importantes para fixar o painel à parede, por exemplo. O canto inferior esquerdo
do painel, determinado pelo encontro da aresta inferior (horizontal) e de uma
aresta lateral (inclinada em relação à horizontal) é o ponto de referência para para
o posicionamento desses futuros e da fotografia central. É a partir das arestas
desta fotografia que as demais são posicionadas. As dimensões das fotografias e
dos diâmetros dos furos são cotas simples. As dimensões dos furos e da aresta da
foto central se baseiam em elemento de referência e as cotas das posições das
demais fotos se baseiam em cotagem encadeada.
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Referências Bibliográficas
SILVA, Arlindo; RIBEIRO, Carlos Tavares; DIAS, João; SOUSA, Luís . Desenho
Técnico Moderno. 4ª edição.Rio de Janeiro: LTC, 2014.
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