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Garanta a qualidade

de seus produtos
Sumário
Garanta a qualidade de seus produtos ............................................................ 3

Garantia da qualidade ............................................................................................. 4

Pontos de atenção para a Garantia da Qualidade ....................................... 6


1. Especificações técnicas .............................................................................. 6

Especificações do produto final ............................................................ 6

Especificações da matéria-prima .......................................................... 8

2. Qualificação de fornecedor ....................................................................... 9

Critérios de seleção ............................................................................... 9

Critérios de avaliação ............................................................................ 10

3. Compra da matéria-prima ........................................................................ 12

4. Inspeção e recebimento de matéria-prima ............................................. 13

5. Solicitação de matéria-prima para produção ........................................... 15

6. Controle de produto em processo ........................................................... 16

7. Controle de produto acabado .................................................................. 17

8. Controle de produto entregue ................................................................. 19

Qualidade assegurada .............................................................................. 20
Garanta a qualidade de seus produtos
A qualidade dos produtos evoluiu exponencialmente desde a década de
40. Ações de normalização propostas pela ISO (International Organization
for Standardization), objetivando a unificação de padrões industriais a nível
mundial trouxeram um reflexo positivo, mas não foram capazes de eliminar o
crescente índice de desperdício e as enormes perdas financeiras associadas.
Na expressão do populacho: “O leite foi derramado”.

A literatura é farta ao propor metodologias que auxiliem de alguma forma a


minimizar esse grave problema operacional. As 7 ferramentas da qualidade
(Fluxograma, Diagrama Ishikawa, Folha de Verificação, Diagrama de Pareto,
Histograma, Diagrama de Dispersão e Cartas de Controle) são exemplos ainda
insuficientes para evitar a falta de qualidade nos produtos e outros efeitos
decorrentes: desmotivação dos funcionários, insatisfação dos clientes, perda
de mercado para produtos concorrentes, etc.

Nesse artigo, o especialista em gestão industrial e engenharia da produção


Ivan Gonçalves explica o que as empresas precisam controlar para produzir
com qualidade assegurada. O autor sugere, ao final, a aplicação do Guia Básico
para Garantia da Qualidade que destaca, através de um checklist abrangente,
os pontos que uma organização precisa considerar em seu processo produtivo
para que os produtos alcancem os parâmetros de qualidade desejados.

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Garantia da qualidade
A maioria dos gestores não faz ideia do que seja a Garantia da Qualidade e qual
sua importância para uma organização. Garantia da Qualidade é o conjunto
de controles aplicados ao longo de um fluxo produtivo, objetivando assegurar
a qualidade do que é produzido.

Exemplo:

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No exemplo acima o fluxo está projetado para transportar a partir de 2 tanques,
5 esferas e 5 triângulos para um terceiro tanque, sem que ocorram perdas
ao longo do trajeto.

Pelo conceito de garantia da qualidade, se todos os controles ao longo do


fluxo forem bem implementados teremos, no terceiro tanque, uma mistura
contendo 5 esferas e 5 triângulos. Em outras palavras, se todas as etapas do
processo forem controladas (garantia da qualidade), as saídas desejadas serão
alcançadas. Simples, não? Na prática não é bem assim...

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Pontos de atenção para a Garantia
da Qualidade
A Garantia da Qualidade começa muito antes da produção de um bem e alguns
cuidados fazem diferença para evitar as perdas que normalmente ocorrem.
O Guia Básico para Garantia da Qualidade descreve 8 pontos de atenção
que devem ser controlados em qualquer fluxo de produção para assegurar/
garantir a qualidade final do que é produzido.

1. Especificações técnicas

Especificações do produto final

Antes de iniciar qualquer processo produtivo, a organização precisa definir


claramente o que ela vai produzir. Em suma, como deve ser o produto acabado
e quais especificações (parâmetros, características) deverão ser alcançadas
para que esse produto seja considerado aprovado.

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São exemplos de algumas especificações:

• Dimensionais (largura, altura, espessura);

• Físicas (massa, volume, densidade, cor);

• Químicas (pH, viscosidade);

• Mecânicas (resistência, elasticidade, etc).

Para alcançar as especificações desejadas no produto final, a engenharia ou


P&D podem (e devem) definir inclusive o tipo de matéria-prima a ser usada
no produto.

 Nota:
Caso o produto final já faça parte do portifólio da empresa, as características
(especificações) já devem ter sido claramente determinadas, para que
a aprovação ao final da produção possa ser realizada com consistência.

Sem especificar o que será produzido, não poderá aprovar


o que produziu!

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Especificações da matéria-prima

A engenharia / P&D deve ainda identificar claramente a matéria-prima que


será usada para a manufatura dos produtos. Em relação à matéria-prima a
organização precisa determinar:

• Qual a composição?

• Quais as características físico-químicas?

• Como o material se comporta nas condições do processo?

• Quais as especificações técnicas da matéria-prima?

• Quais os parâmetros a serem verificados na etapa de inspeção


e recebimento?

• Quais as condições de armazenamento para a matéria-prima?

• Etc.

Se não especificar a matéria-prima que irá usar,


não saberá comprar!

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2. Qualificação de fornecedor
Além dos pontos de atenção descritos no artigo Antes de negociar com um
fornecedor, a empresa deve identificar o fornecedor da matéria-prima a ser
usada, selecioná-lo e avaliá-lo segundo critérios estabelecidos:

Critérios de seleção

São critérios definidos pela organização que “habilitam” o fornecedor a


participar de uma tomada de preços. Em outras palavras, ao atender os critérios
de seleção o fornecedor está inscrito para participar de um processo seletivo.

São exemplos de critérios de seleção:

• Certidão Negativa de Débitos (Federal, Estadual, Municipal);

• Certidão de Regularidade Fiscal;

• Certidão Negativa de Débitos Trabalhista;

• Alvará de Funcionamento;

• Etc.

 Nota:
O atendimento ao(s) critério(s) de seleção não assegura que o fornecedor
seja o escolhido e venha a trabalhar com a organização, apenas que ele
está em condições de ser escolhido entre os concorrentes.

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Critérios de avaliação

Algumas organizações incluem como critério de avaliação o envio de uma


“amostra” da matéria-prima para teste em processo. A maioria, porém,
estabelece critérios de avaliação associados à qualidade do material fornecido
e ao prazo de entrega.

São exemplos de critérios de avaliação:

• Qualidade da matéria-prima;

• Atendimento ao prazo de entrega;

• Capacidade na resolução de problemas;

• Rapidez na resposta às solicitações;

• Preço *.

* Avaliar o fornecedor pelo preço não é muito inteligente, pois preço e qualidade são fatores
inversamente proporcionais.

 Nota:
A maioria das organizações define os mesmos critérios para reavaliação
de seus fornecedores. Algumas, porém, incluem visitas técnicas ou
auditorias no endereço do fornecedor.

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Todos os fornecedores precisam ser selecionados, avaliados e reavaliados?
A resposta é não. É importante que todos os fornecedores que afetam na
qualidade final do produto sejam controlados. Esses fornecedores são chamados
de fornecedores críticos.

Alguns detalhes são importantes para um controle adequado sobre os


fornecedores críticos:

• Definir a frequência da avaliação/reavaliação dos fornecedores críticos


com base nas características dos processos, matérias-primas, características
do fornecedor, etc.

• Definir um escala de tolerância ou apetite ao risco em relação ao


fornecedor crítico. Ao confrontar o resultado da avaliação / reavaliação
do fornecedor com essa escala, a organização precisa saber como reagir
(desqualificar o fornecedor, solicitar explicações, estabelecer restrições,
aprovar a continuidade do fornecimento, etc).

• Realizar a avaliação de seus fornecedores críticos conforme a frequência


estabelecida.

• Realizar a reavaliação dos fornecedores críticos conforme a frequência


estabelecida.

• Comunicar ao fornecedor crítico de todas as regras do jogo (critérios


de seleção, avaliação e reavaliação estabelecidos, frequência de
avaliação / reavaliação e possíveis ações decorrentes dos resultados obtidos).

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Trabalhar com fornecedores críticos qualificados é um passo
importante para que seu processo produtivo comece bem!!!

3. Compra da matéria-prima
A falta de comunicação ou comunicação mal feita é responsável pela maioria
dos problemas que ocorrem dentro das organizações. Os compradores sabem
exatamente o que precisa ser comprado?

Normalmente as empresas minimizam erros associados à compra de


matérias-primas através da elaboração de Fichas Técnicas ou Pedidos de
Compra que especificam claramente o que precisa ser comprado e as
quantidades necessárias.

Comprar certo evita reajustes no planejamento e desperdícios


de tempo e dinheiro!!!

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4. Inspeção e recebimento de matéria-prima
A matéria-prima chegou. E agora? Agora é preciso aplicar o que define o
PO (Procedimento Operacional) relacionado à atividade de inspeção e
recebimento de matéria-prima. Essa é outra etapa fundamental para assegurar
produtos finais com qualidade.

Além de descrever o que deve ser feito (cada tarefa deve estar escrita da
maneira mais clara possível), o procedimento operacional pode também
descrever as características (parâmetros) da matéria-prima que devem ser
verificadas no momento de sua chegada. Esses parâmetros são os mesmos
definidos na etapa 1 e solicitados na etapa 4.

Algumas organizações realizam a atividade de inspeção em duas fases e através


de diferentes responsáveis:

FASE CRITÉRIOS AVALIADOS RESPONSÁVEL

Quantitativo
(quantidade, estado de
Comercial Comprador / Almoxarife
conservação, nota fiscal,
existência de laudos, etc)
Qualitativo
(especificações técnicas, Almoxarife / Usuário
Técnica
parâmetros técnicos, solicitante
laudos, etc)

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Após a inspeção ter sido realizada e a matéria-prima estar em conformidade
com a necessidade especificada, a organização deve receber a matéria-prima
e acondicioná-la adequadamente.

 Nota:
Algumas empresas não atentam para a importância da conservação da
matéria-prima e acabam perdendo dinheiro posteriormente devido ao
descarte de matérias-primas vencidas ou deterioradas (vide os critérios
definidos na etapa 1).

Matéria-prima inspecionada e recebida adequadamente?


Ok, já podemos planejar a produção!!!

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5. Solicitação de matéria-prima para produção
Embora essa seja uma atividade corriqueira em processos produtivos, também
se configura como um ponto de atenção. O erro mais comum é “puxar para
a produção” uma matéria-prima diferente da desejada. Para assegurar
que essa atividade seja realizada corretamente, um checklist na saída do
estoque / almoxarifado pode ser implementado.

Usar a matéria-prima adequada é o mínimo exigido para


uma produção com qualidade!!!

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6. Controle de produto em processo

A matéria-prima chegou no processo produtivo. Desse momento até sua


transformação em produto final, ela passará por diferentes etapas de acordo
com cada organização.

Em cada etapa do processo produtivo, requisitos para produtos em processo


devem ser estabelecidos e controles devem ser implementados. Os controles
mais comuns são os famosos registros de produção. Com esses registros é
possível acompanhar em tempo real a qualidade do que está sendo produzido
em cada etapa do processo produtivo.

 Nota:
Os controles surgem desde a etapa de pesagem da matéria-prima
(casa exista essa atividade no processo produtivo) até o produto final
entregue ao cliente.

Controles de produção extensos, difíceis de preencher, com excesso de dados


e informações desnecessárias, tiram o foco do que é importante controlar.

Os registros de produção simples e objetivos facilitam o


controle da operação!!!

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7. Controle de produto acabado
Ao final do processo produtivo a organização precisa responder a seguinte
questão: “o produto final apresenta a qualidade desejada?” Um produto
final só deveria ser expedido se estivesse com a qualidade assegurada, ou
seja, atendendo os requisitos de especificação definidos na etapa 1.

A aprovação de um produto acabado deve ser feita considerando-se alguns


pontos importantes:

• Estabelecimento das especificações do produto acabado (vide item 1);

• Estabelecimento dos critérios para aprovação;

• Uso de instrumentos de monitoramento adequados *;

• Registros de controle apropriados **;

• Profissionais competentes ***;

* A adequação dos equipamentos de monitoramento e medição vale para todas as etapas do


processo produtivo (incluindo a etapa de inspeção e recebimento) e deve assegurar:

a) que o equipamento de monitoramento e medição seja adequado ao uso pretendido;

b) que o equipamento de monitoramento e medição esteja identificado (tag) para assegurar


a rastreabilidade quanto à sua calibração e/ou verificação;

c) que o equipamento de monitoramento e medição esteja calibrado, verificado ou ambos


para assegurar credibilidade aos resultados gerados;

d) que o equipamento de monitoramento e medição seja mantido (armazenamento e


manutenção) para assegurar validade dos resultados.

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** São considerados registros de controle apropriados aqueles que apresentam os resultados
medidos (quando for o caso, os resultados numéricos das medições devem estar formalizados)
e a assinatura do responsável pela realização da medição.

*** Profissionais que tenham sido treinados e que saibam ler os resultados, contribuem
sobremaneira para a liberação de produtos acabados com qualidade.

Em caso de desvios ...

Com as falhas que naturalmente podem ocorrer na produção, algumas


empresas geram produtos não conformes que podem ser trabalhados das
seguintes maneiras:

a) correção e reavaliação com relação aos critérios de aceitação;

b) segregação para futuro retrabalho;

c) aceite do cliente (concessão) para o produto fora de especificação;

d) descarte;

e) etc.

Em todos esses casos, o custo associado faz parte do que comentamos no


1º parágrafo desse guia.

Produto final com qualidade. Eis o objetivo de uma produção


competente!!!

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8. Controle de produto entregue
A maioria das organizações fica satisfeita ao alcançar com êxito a etapa anterior
mas muitos problemas associados à insatisfação ou reclamação de cliente
estão associados à etapas posteriores ao controle de qualidade do produto
acabado (etapa 8).

Essas etapas estão associadas ao armazenamento (estocagem) e transporte


do produto acabado e afetam diretamente as características / parâmetros
do mesmo.

Já imaginou entregar sacos de cimento molhados, empedrados ou rasgados ao


cliente final? O armazenamento ou mesmo o transporte podem ter influência
nesse sentido.

Controlar a qualidade do produto acabado até o cliente final (usuário) é,


muitas vezes inviável, mas implementar ações para aumentar a capacidade
da empresa em preservar as características de um produto até seu destino
final é possível. Essas ações podem ser implementadas pela aplicação de
checklists no armazenamento, transporte e até no momento da entrega do
produto final ao cliente.

Produto final entregue com qualidade assegurada. Missão


cumprida, cliente feliz!!!

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Qualidade assegurada
Nesse artigo comentamos à respeito de um Guia Básico para Garantia da
Qualidade. Além do detalhamento que apresentamos ao longo do texto, um
guia completo pode ser usado para controlar todas as etapas do processo de
produção, desde a Engenharia até a entrega ao cliente final. Esse guia, sob a
forma de cheklist, é apresentado a seguir:

GUIA BÁSICO PARA GARANTIA DA QUALIDADE

1 - ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

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Sucesso,

Ivan Gonçalves
Diretor da Qualyteam

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