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Paulo Trajano - 20-08-2014

Exercício 58

Falcão Maltes - O filme em geral tem enquadramentos mais fechados, principalmente nas
cenas de diálogos, por conta disso, eles passam uma sensação de que algo espreita, uma
angústia constante.
Temos movimentos bem suaves, em cenas que há uma movimentação dos personagens a
câmera opta por acompanha-los, ao invés de fazer um corte seco. Isso contribui pro clima de
suspense da historia, desacelera em certos momentos e acelera em outros.
O posicionamento da altura da câmera também é bem peculiar, ela foi posicionada um pouco
abaixo da altura dos olhos, isso faz com que os personagens cresçam na tela, e com a
iluminação dura, atribui a eles um ar soturno.
A iluminação dura e pontual traz sombras bem definidas e deixa o filme todo sombrio
reforçando a ideia de angustia.
O foco desse filme é bem seletivo, um momento em que ele se destaca é em uma discussão
de Spade e Gutman, perto do fim do filme, onde o campo focal é estreitíssimo, ficando em um
personagem e se alternando conforme sua movimentação.

A passagem - O trabalho de câmera desse filme é fantástico, em vários momentos acontece a


quebra de eixo da cena. também em vários enquadramentos o angulo da câmera fica fora do
normal de trabalho, a câmera fica "caída". Isso nos faz questionar se aquilo é de fato a
realidade, em vários momentos o filme nos instiga a questionar aquela realidade.
Um outro enquadramento muito interessante, porem pouco utilizado é a câmera em primeira
pessoa, ela é usada nos momentos inicias do personagem interpretado por Ewan Mcgregor,
contribuindo para a realidade distorcida que o filme apresenta.
O melhor enquadramento do filme fica por conta da cena inicial, eles mostraram o acidente do
ponto de vista do pneu, apartir da explosão do mesmo ate o capotamento do carro.
A iluminação em um ponto especifico, faz um jogo de sombras, nos mostrando apenas a
silhueta dos personagens. Ainda nessa cena, a sombra no medico continua, porém o paciente
passa a ter um faixo de luz focado nos olhos, o que da uma sutileza incrível para a percepção
da cena.
Em dois momentos o trabalho de foco chama a atenção. Logo no começo onde temos uma
transição da sala do médico para o patio fora daquele prédio, a câmera mostra um casal
sentado no banco bem no canto da imagem, porém o foco não esta nesse casal e sim no
horizonte. Em uma cena em que o casal está conversando em casa, há muito movimento deles
pela casa e em momento algum eles ficam fora de foco, esse recurso deixa a cena mais
"apertada".
Requiem Para um Sonho - O filme é cheio de planos detalhe, fator que se destaca durante a
história. Esses enquadramentos não chegam a ser necessários para a trama, mas enriquecem
a experiencia de assistir este filme.
Durante toda a obra temos câmeras pocisionadas de modo a parecerem parte daquele mundo,
a própria utilização da câmera de segurança do elevador contribui para isso.
Outro recurso utilizado com maestria é o posicionamento da câmera em primeira pessoa, mais
do que um P.A. com a câmera parada, esse recurso nos permite sentir o que o personagem
passa naquele momento. Como na cena em que a Marion sai do prédio do negão, é um
momento extremamente frágil para ela e podemos, através do enquadramento, sentir a
confusão dela.
A iluminação é fantástica, o filme todo tem um look de sonho, a iluminação é grande
responsável por isso, tanto que quando as coisas começam a dar errado para os personagens,
a iluminação muda completamente e passa a transmitir uma sensação de "rua" de sujo.
Três passagens são memoráveis no quesito foco. A cena em que Harry sonha com Marion na
beira de um deck, o foco fica inteiramente no rosto dele, enquanto o resto fica totalmente
desfocado, podemos ver isso também quando eles são presos e estão sofrendo com a
desintoxicação. O que mais chama a atenção é o foco nas cenas em plano detalhe, elas são
absurdamente focadas e vemos essas cenas com um nível de detalhe extremo.

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