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SUMÁRIO

1. OVACE............................................................................ 3
2. OVACE em adultos.................................................... 3
3. OVACE em crianças................................................... 8
4. OVACE em bebês.....................................................11
Referências bibliográficas .........................................16
OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO 3

1. OVACE anos, segundo dados do Conselho de


Segurança Nacional.
Os corpos estranhos (CE) são pe-
quenas partículas, de variada origem A incidência parece não ter viés de
e constituição física que, muitas ve- gênero, sendo que, no que diz respei-
zes, apesar de aparentemente ino- to á faixa etária, nas crianças, nozes,
fensivas devido ao tamanho, podem sementes e outros materiais orgâni-
causar danos físicos e desconforto cos são responsáveis pela maioria
sério. dos corpos estranhos. No entanto, em
adultos, a natureza dos objetos ina-
A entrada de corpos estranhos no
lados é altamente variável, podendo
copo humano é um acidente comum
ser desde um material orgânico (ali-
e, muitas vezes, inesperado. Vários
mentos) a inorgânico (unha, alfinete,
tipos de objetos estranhos ao nosso
próteses, etc.).
corpo podem penetrar acidentalmen-
te nos olhos, ouvidos, nariz e gar-
ganta; e cada tipo afeta significativa- SE LIGA! Diante de um paciente com
asfixia, caso as funções respiratórias
mente o grau de reação do tecido na não forem restabelecidas dentro de 3 a
região onde se estabelece. 4 minutos, as atividades cerebrais ces-
sarão totalmente, ocasionando a morte.
É importante o rápido reconhecimen-
O oxigênio é vital para o cérebro.
to da penetração do corpo estranho
no indivíduo. Em todos os casos de
atendimento é preciso agir com pre- 2. OVACE EM ADULTOS
cisão, manter a calma e tranquilizar o
Quando suspeitar?
acidentado. O conhecimento e a se-
renidade sobre o que está fazendo Vítimas com obstrução da via aérea,
são fundamentais para o trabalho de se não forem socorridas a tempo ela
primeiros socorros. podem evoluir para uma PCR. Existe
A obstrução das vias aéreas por um procedimento, chamado mano-
corpos estranhos (OVACE) consiste bra de Heimlich, que qualquer pessoa
na obstrução de vias aéreas causa- pode fazer na tentativa de retirar o
da por aspiração de corpo estranho, corpo estranho de uma vítima de en-
geralmente localizado na laringe ou gasgo. Para isto, o socorrista deverá
traqueia. Essa condição pode ser um estar treinado e identificar os sinais
evento potencialmente fatal. Ela é de engasgo.
mais comum em crianças do que em A obstrução no adulto geralmente
adultos, sendo relados 80% dos ca- se apresenta como um quadro agu-
sos em paciente menores de 15 anos do com sintomas variados diante
e os 20% restantes em maiores de 15 do grau de obstrução, bem como da
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localização e do período de tempo em da manobra de Heimlich, devendo se


que o corpo estranho está nas vias ater a 3 pontos:
aéreas. Durante a avaliação clínica,
• Acalmar o paciente.
o paciente pode encontra-se com as
mãos no pescoço tossindo, agitado, • Incentivar o estímulo da tosse.
com dificuldade de respirar e ciano- • Monitorar o paciente de forma vi-
se, sinais sugestivos de sufocamen- gilante, pois o quadro pode se
to. Algumas vezes, o paciente pode agravar.
apresentar-se com sons respiratórios
agudos (sibilo ou estridor) ou ausên-
cia de som. Os casos graves dependem se o pa-
ciente se encontra responsivo ou não.
Nos pacientes responsivos, deve
Como avaliar a gravidade? ser iniciada a manobra de Heimlich.
Diante um paciente com quadro de Se não obtiver sucesso em expulsar
OVACE, o socorrista deve estabele- o corpo estranho e você notar que a
cer o grau de obstrução do paciente, vítima está prestes a desmaiar, co-
a partir da avaliação clínica inicial. Isso loque-a gentilmente no chão (ela vai
permitirá com que seja estabelecida a perder a consciência e pode evoluir
conduta apropriada para cada caso. para parada respiratória). Estenda o
Os casos leves são aqueles em que o pescoço da vítima, facilitando a pas-
paciente encontra-se com uma obs- sagem do ar, abra a boca e tente visu-
trução parcial da via aérea, respon- alizar algo que possa estar causando
de aos comandos do socorrista, tosse a obstrução. Se possível retire o corpo
e está com a respiração preservada. estranho. Se não for possível, iniciar
Já nos quadros mais graves, a vítima, as manobras de reanimação.
consciente ou inconsciente, apresen- • Apresente-se ao paciente e expli-
ta uma obstrução total da via aérea, que o que será feito.
não conseguindo falar ou tossir, além
• Se posicione atrás da vítima, com
de apresentar ruídos na respiração.
suas pernas entre as dela.
• Abrace a vítima na altura na crista
Conduta ilíaca.
Como dito anteriormente, a conduta • Posicione uma mão com o punho
para uma vítima de OVACE vai variar fechado e polegar voltado para re-
para cada caso. Nos casos leves, o gião abaixo do apêndice xifoide e a
socorrista não demanda a realização
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outra mão espalmada sobre a pri- • Repetir manobra até sucesso na


meira cobrindo-a. desobstrução ou até o paciente
perder a consciência.
• Faça compressões rápidas e fir-
mes, para dentro e para cima, em
movimento que lembre um J.

Figura 1. Manobra de Heimlich no adulto. Fonte: Sanarflix.

SAIBA MAIS!
A Manobra de Heimlich é o melhor método pré-hospitalar de desobstrução das vias aéreas
superiores por corpo estranho. Essa manobra foi descrita pela primeira vez pelo cirurgião
torácico norte americano Henry Heimlich, após observar o grande número de pessoas que
faleciam por asfixia em restaurantes. Diante disso, ele teve a ideia de utilizar o ar que existe
dentro dos pulmões para expulsar o alimento que estaria obstruindo a entrada de ar, publi-
cando em 1974 a sua manobra, um método mecânico e não invasivo que induz a tosse arti-
ficialmente, permitindo expelir o corpo estranho da traqueia da vítima.

Nos casos não responsivos, deve- • VÍtimas com o pulso ausente, de-
-se solicitar uma ajuda especializada ve-se iniciar imediatamente a RCP
imediatamente, deitar o paciente em (30:2).
decúbito dorsal sob uma superfície rí-
• Caso o pulso esteja presente, re-
gida, checar os pulsos e caso neces-
alizar compressões torácicas em
sário, iniciar as manobras de RCP.
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região intermamilar, com a parte a não comprimir o processo xifoide.


hipotenar buscando a remoção do Nos pacientes sentados, a compres-
corpo estranho. são pode ser feita com o paciente na
cadeira. No caso de uma vítima so-
• Checar vias aéreas e realizar ins-
zinha, ela pode se apoiar a uma su-
peção a cada ciclo (remover corpo
perfície, como a de uma cadeira, in-
estranho se possível).
clinando-se sobre ela, e conduzindo
• As compressões devem continuar seu punho em direção a si mesmo, si-
até o sucesso da expulsão do cor- mulando as compressões, para tentar
po estranho e retorno à respiração expulsar o corpo estranho. Diante do
espontânea ou chegada do supor- insucesso, deve-se fazer o movimen-
te avançado de vida. to sem o uso das mãos, sendo direta-
mente na cadeira.

Figura 2. Compressões na RCP. Fonte: Sanarflix.


Figura 3. Manobra de Heimlich sobre a própria ví-
tima. Fonte: https://enfermagemilustrada.com/
primeiros-socorros-obstrucao-de-vias-aereas-asfixia/

Algumas situações especiais mere-


cem ser abordadas, como é o caso da
obstrução em pacientes obesos, ges-
tantes, sentados ou sozinhos. A abor-
dagem de paciente obeso ou grávida
(último trimestre) segue o mesmo pa-
drão, sendo adaptada a manobra de
Heimlich, para que as compressões
ocorram em região torácica, de modo
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MAPA: OVACE EM ADULTOS

Angústia Dificuldade de respirar


respiratória aguda

PR ou PCR Cianose Dificuldade de falar


Sibilo
Agitação Respiração ruidosa
Estridor
Tosse Rebaixamento do nível
de consciência
Obstrução parcial
APRESENTAÇÃO
Alimento CLÍNICA
Consciente
Unha, alfinetes, Leve
próteses, etc.
Tosse
GRAU DE
CE OVACE Respiração
Compressão em OBSTRUÇÃO
preservada
região torácica
Responde a
Gestante e comandos
obesos
Compressão
com o paciente sentado CONDUTA Grave Obstrução total
Sentado Especiais
em uma cadeira
Consciente ou
Compressão sobre uma Sozinho inconsciente
superfície
Grave
Compressões Tosse silenciosa
Acalmar a ou não tosse
vítima torácicas

Não Respiração
Incentivar Responsivo RCP prejudicada e ruidosa
tossir Leve responsivo

Considerar Não fala


Monitorar Manobra de cricotireoidostomia
Heimlich por punção
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3. OVACE EM CRIANÇAS mais graves, a vítima, consciente ou


inconsciente, apresenta uma obstru-
Agora vamos falar sobre obstrução
ção total da via aérea, não conseguin-
da via aérea nas crianças de 1 ano
do falar, chorar ou tossir, além de apre-
até a puberdade. Esta é uma situ-
sentar ruídos na respiração.
ação frequente, que na maioria das
vezes, ocorre durante a alimentação Quando um corpo estranho entra na
ou quando as crianças estão a brincar via aérea, a criança começa imediata-
com objetos de pequenas dimensões. mente a tossir, na tentativa de expelir.
Muitas vezes são situações presen- A tosse espontânea é provável que seja
ciadas, permitindo que o socorro pos- mais eficaz e mais segura do que qual-
sa ser iniciado de imediato, ainda com quer manobra que um reanimador exe-
a vítima consciente. cute. No entanto, se a tosse é ausente
ou ineficaz e o objeto obstruir comple-
Aproximadamente 80% dos episó-
tamente a via aérea, a criança vai ficar
dios pediátricos de OVACE ocorrem
asfixiada necessitando então de inter-
em crianças menores de 3 anos, com
venções ativas para a sua resolução.
pico de incidência entre 1 e 2 anos. A
apresentação e o diagnóstico nas 24
horas seguintes à aspiração ocorrem Conduta
em aproximadamente 50 a 75% dos
Crianças com casos leves de obstru-
casos. As crianças que apresentam
ção apresentam uma abordagem se-
dificuldade respiratória grave, cianose
melhante ao do adulto.
e estado mental alterado apresentam
uma verdadeira emergência médica • Acalmar o paciente.
que exige reconhecimento imediato,
• Incentivar o estímulo da tosse.
suporte à vida e remoção broncoscó-
pica rígida do corpo estranho. • Monitorar o paciente de forma vi-
gilante, pois o quadro pode se
agravar.
Reconhecimento e avaliação de
gravidade
Os casos graves em pacientes res-
Assim como no adulto, os casos de
ponsivos devem ser abordados atra-
OVACE devem ser reconhecidos
vés da manobra de Heimlich, bus-
prontamente e avaliados quanto a sua
cando expulsar o corpo estranho,
gravidade. Nos casos leves, a vítima
caso a vítima esteja prestes a des-
apresenta uma obstrução parcial da
maiar ou não demonstrar melhora do
via aérea, responde aos comandos do
quadro, evoluir para uma parada res-
socorrista, tosse, chora e está com a
piratória, deve-se iniciar as manobras
respiração preservada. Já nos quadros
de reanimação.
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SE LIGA! Diante de uma PCR, deve-


mos chamar ajuda, acionar o sistema de
emergência e monitorar o paciente. Se
estiver sozinho, permaneça com o bebê
para executar 1 minuto de RCP antes de
buscar ajuda. A única exceção a realizar
1 minuto de SBV antes de pedir ajuda
é no caso de colapso súbito perante o
reanimador, e este se encontra sozinho
com a vítima. Neste caso a causa prová-
vel da paragem cardíaca é uma arritmia
e a criança pode necessitar de desfibri-
lação. O passo a passo da RCP na crian-
ça apresenta algumas especificidades,
que diferenciam do adulto. Nas crianças
inconscientes, o relaxamento do palato
Figura 4. Manobra de Heimlich na criança. Fonte:
mole e da epiglote pode causar obstru-
Sanarflix. ção da via aérea. Assim, é importante
proceder à permeabilização da via aérea
efetuando simultaneamente a extensão
da cabeça (inclinação da cabeça para
Nos casos não responsivos, deve-se trás) e elevação da mandíbula (mento
solicitar uma ajuda especializada ime- ou queixo). Após avaliar a segurança
diatamente, deitar o paciente em de- do local, responsividade, respiração e
cúbito dorsal sob uma superfície rígida, o pulso carotídeo ou femoral da vítima,
se o paciente não estiver com via aérea
checar os pulsos e caso necessário, ini- avançada, deve-se proceder a relação
ciar as manobras de RCP, lembrando compressões: ventilações 30:2 com um
de reavaliar a via aérea após cada ciclo. único socorrista e 15:2 com pelo menos
dois socorristas. Se tiver via aérea avan-
As compressões devem continuar até o çada, fazer 1 ventilação a cada 6s (10
sucesso da expulsão do corpo estranho ventilações/min) com compressões torá-
e retorno à respiração espontânea ou cicas contínuas. As compressões devem
chegada do suporte avançado de vida. ser feitas com a borda de uma mão a
uma profundidade de, no mínimo, 5cm
(1/3 da altura do tórax). Na chegada do
DEA, você coloca uma pá na parte su-
perior direita do tórax, abaixo da claví-
cula da vítima (linha medioclavicular),
justamente à direita do esterno. Coloque
a outra pá do lado esquerdo do tórax da
vítima, uns poucos centímetros abaixo
da axila esquerda (Ictus cordis – linha
hemiclavicular).
Figura 5. Compressões Torácicas: metade inferior
do esterno, entre os mamilos. Fonte: https://unasus2.
moodle.ufsc.br/pluginfile.php/16346/mod_resource/con-
tent/1/un03/top01p02.html
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MAPA: OVACE EM CRIANÇAS

Angústia Dificuldade de respirar


respiratória aguda

PR ou PCR Cianose Dificuldade de falar


Sibilo
Agitação e choro Respiração ruidosa
Estridor
Tosse Rebaixamento do nível
de consciência
Obstrução parcial
APRESENTAÇÃO
Alimento CLÍNICA
Consciente
Brinquedos pequenos Leve
Tosse
GRAU DE
CE OVACE Respiração
OBSTRUÇÃO
preservada

Responde a
Acalmar a vítima comandos

CONDUTA Grave Obstrução total


Incentivar tossir Leve

Consciente ou
Monitorar inconsciente
Grave
Tosse silenciosa
Compressões torácicas ou não tosse

Respiração
Responsivo Não responsivo RCP prejudicada e ruidosa

Considerar Não fala ou chora


Manobra de Heimlich cricotireoidostomia
por punção
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4. OVACE EM BEBÊS CONDUTA


A OVACE em crianças com menos Os bebês com casos leves não de-
de 1 ano é frequentemente prove- mandam a realização de nenhuma
niente da ingestão de líquidos, princi- intervenção para a desobstrução,
palmente o leite materno. apenas pegar o bebê no colo em pé e
permitir que ele tussa.

Quando suspeitar? • Anteriorizar a vítima.

A suspeita clínica se faz diante de uma • Permitir a tosse.


bebê/lactente engasgado que tosse • Monitorar o paciente de forma vi-
e/ou apresenta sinais de sufocamen- gilante, pois o quadro pode se
to, com choro fraco ou silencioso. agravar.
Os bebês com quadros graves e
Como avaliar a gravidade? responsivos devem ser apoiados
sobre o antebraço do socorrista em
Nos casos leves de OVACE, com
decúbito ventral, estando esse apoia-
obstrução parcial da via aérea, en-
do sobre a coxa, posicionando a mão
contramos uma vítima capaz de tos-
próxima ao mento, com os dedos
sir, emitir sons e chorar. Nos caos
próximos às clavículas e fúrcula. O
graves, a vítima apresenta uma obs-
socorrista deve realizar uma inclina-
trução total da via aérea, não conse-
ção da vítima, de maneira que a ca-
guindo tossir ou chorar.
beça fique em um nível inferior aos
membros e posteriormente promover
5 golpes com a região hipotênar en-
tre as escápulas, para, em seguida,
virar o bebê e realizar 5 compressões
torácicas na região intermamilar com
2 dedos. Feita as compressões, vira
a criança e avalia via aérea buscan-
do corpo estranho. Caso o
corpo estranho não seja
facilmente retirável você
deve retorna a manobra.
Esse procedimento
deve ser repetido até
que o bebê expulse o
corpo estranho ou per-
ca a consciência.
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Figura 6. Manobra de desobstrução de via aérea em bebês. Fonte: https://www.revide.com.br/noticias/saude/


usp-lanca-cartilha-com-cuidados-em-caso-de-engasgo-de-crianca/

Nos casos de obstrução grave com Se insucesso no meio extra-hospita-


o bebê não responsivo, a vítima lar, manter compressões torácicas até
deve ser colocada em decúbito dor- expulsão do corpo estranho ou caso
sal em uma superfície rígida, sendo evolua para PCR, realizar manobras
checado o pulso. Se a vítima estiver de reanimação cardiopulmonar.
com o pulso ausente, deve-se iniciar
a RCP, porém, se o pulso estiver pre- SE LIGA! A RCP no bebê apresenta múl-
sente, deve-se realizar compressões tiplas particularidades. De início temos
torácicas com objetivo de remoção que a artéria braquial é a região indicada
do corpo estranho, lembrando-se de para a checagem do pulso. Além disso,
as compressões devem ser feitas com 2
abrir vias aéreas e realizar inspeção, dedos, em caso de um socorrista ou a
removendo o corpo estranho quan- técnica do envolvimento do tórax com as
do possível, caso contrário, e o corpo mãos e compressões com os polegares
em caso de dois socorristas a um terço
estranho não seja localizado, realizar
da profundidade anteroposterior do tó-
uma insuflação, e diante do insuces- rax do bebê, ou aproximadamente 4 cm.
so no momento da insuflação, po- No bebê, em decúbito dorsal a cabeça
de-se posicionar melhor a cabeça e fica habitualmente fletida em relação ao
pescoço. Deve-se efetuar apenas uma
considerar laringoscopia direta e re- ligeira extensão da cabeça de forma a
moção com pinça (pinça de Magill). obter uma “posição neutra”, isto é, a face
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do bebê fica paralela ao plano onde se


encontra deitado. Nos bebês sugere-se
como posição de recuperação a coloca-
ção em decúbito lateral, usando uma al-
mofada ou um lençol dobrado, colocado
por trás, a nível das costas, para manter
a posição estável.

Figura 7. Avaliação do pulso branquial. Fonte: https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.


php/16346/mod_resource/content/1/un03/top01p02.html

Figura 8. Manobra de compressão com dois dedos no


bebê. Fonte: Sanarflix.
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MAPA: OVACE EM BEBÊS

Angústia Sibilo
respiratória aguda
Dificuldade de respirar Respiração ruidosa
PR ou PCR Estridor
Agitação e choro Rebaixamento do nível
de consciência

Tosse Cianose

Obstrução parcial
APRESENTAÇÃO
CLÍNICA
Consciente
Leve
Tosse
GRAU DE
Líquidos CE OVACE Respiração
OBSTRUÇÃO
preservada

Chora
Anteriorizar a vítima

CONDUTA Grave Obstrução total


Permitir tossir Leve

Consciente ou
Monitorar inconsciente
Grave
Tosse silenciosa
Compressões torácicas ou não tosse
Manobra de 5 golpes: Respiração
5 compressões Responsivo Não responsivo RCP prejudicada e ruidosa

Considerar Não chora


Inclinação da vítima Apoiar sobre antebraço cricotireoidostomia
em decúbito ventral por punção
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MAPA: OVACE

Angústia Sibilo
respiratória aguda Dificuldade de respirar

PR ou PCR Cianose Respiração ruidosa Estridor

Agitação Dificuldade de falar Obstrução parcial

Tosse Rebaixamento do nível


Alimento de consciência Consciente

Unha, alfinetes, APRESENTAÇÃO


Adulto Tosse
próteses, etc. CLÍNICA
Leve Respiração
Alimento Criança
preservada

Brinquedos pequenos GRAU DE Responde a


CE comandos
OVACE OBSTRUÇÃO

Obstrução total
Líquidos Bebê
Grave
Consciente ou
inconsciente
Adulto Grave
Manobra de CONDUTA Leve
Heimlich Tosse silenciosa
ou não tosse
Criança Responsivo
Acalmar a
Manobra de vítima Respiração
5 golpes e 5 Especiais prejudicada e ruidosa
compressões Bebê
Incentivar
Compressão em Gestante e tossir Não fala
Compressões região torácica
torácicas Adulto obesos
Monitorar
Não Compressão Sentado
RCP Criança com o paciente
responsivo
sentado em
uma cadeira Compressão sobre uma
Considerar Bebê Sozinho
superfície
cricotireoidostomia
por punção
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
American Heart Association. Destaques das Diretrizes da American Heart Association 2010
para RCD e ACE.
DEFEM; INEM. Manual de Suporte Básico de Vida Pediátrico. Versão 3.0 - 1ª Edição 2017
Gonçalves MEP, Cardoso SR, Rodrigues AJ . Corpo estranho em via aérea. Pulmão RJ
2011;20(2):54-58
https://enfermagemilustrada.com/primeiros-socorros-obstrucao-de-vias-aereas-asfixia/.
Acesso em: 21/05/2020
https: //unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/16346/mod_resource/content/1/un03/
top01p02.html. Acesso em: 21/05/2020
https://www.revide.com.br/noticias/saude/usp-lanca-cartilha-com-cuidados-em-caso-de-
-engasgo-de-crianca/. Acesso em: 21/05/2020
MENDES, Diego. A estranha história de Henry Heimlich. Disponível em: <http://www.rela-
tivamenteinteressante.com/2015/02/a-estranha-historia-de-henry-heimlich.html>. Acesso
em: 19/05/2020
Ministério da Saúde (Brasil). Protocolos de suporte avançado de vida – Serviço de Atendi-
mento Móvel de Urgência. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.
Ministério da Saúde (Brasil). Protocolos de suporte básico de vida – Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolos de Intervenção para o
SAMU 192. Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Brasília: Ministério da Saúde, 2016
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