1) A descentralização da produção nas indústrias pode ser demonstrada a partir do
exemplo da Adidas: a empresa possui sede na cidade de Herzogenaurach,
Alemanha e suas fábricas encontram-se espalhadas pelo globo. A maior parte das fábricas fica na Ásia e na América do Sul, o que não é surpreendente. Manter unidades administrativas em países mais ricos e com mão de obra mais qualificada é um movimento estratégico para garantir a boa administração e integridade da empresa; enquanto manter fábricas em países menos desenvolvidos e com menos direitos trabalhistas é mais barato: a maior parte do contingente de trabalhadores são aqueles que operam fabricando os produtos, logo, é possível economizar ao aumentar as jornadas de trabalho sem precisar pagar mais por isso.
2) O advento da globalização também sugere o alto desenvolvimento das
tecnologias de comunicação. Através delas, foi possível “encurtar as distâncias”, gerando uma noção de que o planeta diminuiu. A redução virtual das distâncias permitiu que um fenômeno surgisse entre a sociedade contemporânea, derivado da dominação cultural exercida pelos países ricos: a fabricação de uma subjetividade global. Sem surpresas, a cultura dominante é aquela Ocidental, que se utiliza de todas as ferramentas de comunicação para disseminar seus ideais e modificar os valores de outras sociedades. A situação da Coreia do Sul é um ótimo exemplo: apesar de ser um país asiático, a forte influência capitalista dos Estados Unidos ao longo da Guerra Fria, que se estende até hoje, transformou a indústria cultural do país, gerando um gênero musical (k-pop) que, apesar de falar coreano, é esteticamente ocidental.