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Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas - CCJE


Instituto de Relações Internacionais e Defesa - IRID

Discente: Victória Romano Velardo Pereira DRE: 122030250


Docente: Fernando Brancoli Disciplina: IRD114 - Geopolítica

Resenha

Em seu livro “Quem tem medo da geopolítica”, Leonel Itaussu realiza uma análise
crítica da geografia de Halford Mackinder. O autor, inicialmente, estabelece as três formas
que moldam a obra de Mackinder: o mundo como um sistema político fechado; a história
universal baseada na causalidade geográfica e a luta pela supremacia entre o poder marítimo e
o poder terrestre.
Os dois primeiros tópicos procuram explicar como o sistema internacional funciona e
o porquê de funcionar assim. O último determina um dos principais pilares da geografia
mackinderiana: o embate dos poderes marítimo e terrestre teria influenciado desde sempre o
andamento dos processos históricos, uma vez que o poder terrestre estaria em eterno esforço
de expansão para conquistar uma saída para o mar, e assim projetar seu poder em outras áreas
do globo.
A projeção de poder pelo mar é o tema central da Teoria do Poder Marítimo de
Alfred Thayer Mahan. Países com mais acesso ao mar projetariam seu poder com maior
facilidade. Portanto, os processos de colonização podem ser explicados à luz dessa ótica: as
potências europeias estariam em busca de ampliar suas saídas para os oceanos e de
estabelecer choke points que permitissem maior controle das águas e maiores possibilidades
de comércio, uma vez que a capacidade de um Estado de obter poder e influência estaria
diretamente ligada a capacidade de enriquecer.
A existência dos choke points também é um importante ponto de articulação entre
Mackinder e Mahan: como regiões estratégicas para realização de comércio e projeção de
poder, faz sentido que potências terrestres procurem expandirem-se para acessá-los.
Os conflitos ao longo da história da humanidade podem ser analisados através da
lógica de ambos os pensadores. A Guerra dos Sete Anos, por exemplo, foi a disputa entre
Inglaterra e França por territórios na América do Norte, uma potência marítima e outra
terrestre, respectivamente. O principal objetivo do conflito, numa ótica mahaniana, seria
assegurar posições estratégicas para a realização de comércio e controle dos mares.

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