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Matemática Básica
UFF – GMA
1.5
Demonstração por Indução
n · (n + 1)
P (n) : 1 + 2 + · · · + n = + 1.
2
(a) Escreva o predicado P (n + 1).
(b) Mostre que se P (n) é verdadeira, então P (n + 1) também é verdadeira.
(c) A sentença P (n) ⇒ P (n + 1) é verdadeira ou falsa? Apresente uma demonstração caso
a sentença seja verdadeira e um contraexemplo caso ela seja falsa.
n · (n + 1)
(d) A sentença “para todo n ∈ N, 1+2+· · ·+n = +1”é verdadeira ou falsa? Justifique
2
sua resposta!
n n
X
2 n · (n + 1) · (2n + 1) X
[03] Mostre que se n ∈ N, então i = . Aqui, i2 é a notação de somatório
i=1
6 i=1
para 12 + 22 + · · · + n2 .
1
n n
X xn+1 − 1 X
[07] Mostre que se n ∈ Z, n ≥ 0, x ∈ R e x 6= 1, então xi = . Aqui xi é a notação de
i=0
x−1 i=0
somatório para 1 + x + x2 + · · · + xn .
[09] Mostre que a soma dos cubos de três números naturais consecutivos é sempre divisı́vel por 9.
Obviamente, a afirmação é falsa, afinal, existem cavalos de diversas cores. Então, onde está o
erro na “demonstração”acima?
2
Observe que P (1) é verdadeira, pois se o máximo de dois números inteiros
positivos é 1, então os dois inteiros devem ser iguais a 1 e, portanto, eles
são iguais. Suponha que P (n) seja verdadeira. Vamos mostrar que P (n + 1)
também é verdadeira. De fato: sejam u e v dois inteiros com máximo n + 1.
Então o máximo de u−1 e v −1 é n. Uma vez que P (n) é verdadeira, segue-se
que u − 1 = v − 1. Assim, u = v, de modo que P (n + 1) é verdadeira.
Sejam r = 999 e s = 1000. Note que o máximo entre r e s é n = s = 1000. Pelo que acabamos
de provar, r = s, isto é, 999 = 1000, mas isso é um absurdo. Onde está o erro?
[16] Prove que se (x + 1/x) é um número inteiro, então (xn + 1/xn ) também é um número inteiro para
todo inteiro positivo n. Dica: use o segundo princı́pio da indução.
[17] Em uma escrita fictı́cia, os sı́mbolos abaixo indicam alguns números naturais: wusomkigeabd
fhjlnprtz. Vale que:
z é o sucessor de w,
w é o sucessor de u,
u é o sucessor de t,
t é o sucessor de s,
s é o sucessor de r,
r é o sucessor de p,
p é o sucessor de o,
o é o sucessor de n,
n é o sucessor de m,
m é o sucessor de l,
l é o sucessor de k,
k é o sucessor de j,
j é o sucessor de i,
i é o sucessor de h,
h é o sucessor de g,
g é o sucessor de f,
f é o sucessor de e,
e é o sucessor de d,
d é o sucessor de b,
b é o sucessor de a.
O número a não é sucessor de nenhum outro número natural. Calcule a+a e d+e. Qual número
é maior, l ou p?
3
Respostas dos Exercı́cios
Atenção: Se as respostas apresentadas aqui não possuı́rem justificativas completas, você deve
escrevê-las!
[01]
1(1+1) 2
(a) Para n = 1, temos 2
= 2
= 1, logo a afirmação é verdadeira.
Vamos agora supor que a afirmação vale para n ∈ N (hipótese de indução) e prová-la para n + 1.
Assim temos
n(n + 1) n(n + 1) + 2(n + 1)
1 + 2 + 3 + ... + n + (n + 1) = + (n + 1) = =
hipótese de indução 2 2
(n + 1)(n + 2) (n + 1)((n + 1) + 1)
= =
2 2
Logo, a afirmação vale para n + 1.
Pelo Princı́pio de Indução Finita, o resultado vale então para todo n ∈ N.
= 2n − 1 + 2n = 2 · 2n − 1 = 2n+1 − 1.
Logo, a afirmação vale para n + 1.
Pelo Princı́pio de Indução Finita, o resultado vale então para todo n ∈ N.
4
1(1+1)(2·1+1) 6
(e) Para n = 1, temos 12 = 1 e 6
= 6
= 1, logo a afirmação é verdadeira.
Vamos agora supor que a afirmação vale para n ∈ N (hipótese de indução) e prová-la para n + 1.
Assim temos
n(n + 1)(2n + 1)
12 + 22 + ... + n2 + (n + 1)2 = + (n + 1)2 =
hipótese de indução 6
n2 (n + 1)2 + 4(n + 1)3 (n + 1)2 [n2 + 4(n + 1)] (n + 1)2 (n2 + 4n + 4) (n + 1)2 (n + 2)2
= = = = =
4 4 4 4
2
(n + 1)2 ((n + 1) + 1)2
(n + 1)((n + 1) + 1)
= =
4 2
Logo, a afirmação vale para n + 1.
Pelo Princı́pio de Indução Finita, o resultado vale então para todo n ∈ N.
1(1+1)(1+2)
(g) Para n = 1, temos 1 · 2 = 2 e 3
= 2, logo a afirmação é verdadeira.
Vamos agora supor que a afirmação vale para n ∈ N (hipótese de indução) e prová-la para n + 1.
Assim temos
n(n + 1)(n + 2)
1·2+2·3+3·4+...+n(n+1)+(n+1)((n+1)+1) = +(n+1)(n+2) =
hipótese de indução 3
(n + 1) · ((n + 1) + 1)
P (n + 1) : 1 + 2 + · · · + n + (n + 1) = +1
2
5
(b) Suponha que P (n) seja verdadeira. Assim,
1 + 2 + · · · + n + (n + 1) = (1 + 2 + · · · + n) + (n + 1)
n · (n + 1)
= + 1 + (n + 1)
P (n) 2
n · (n + 1)
= +n+1+1
2
n · (n + 1) + 2(n + 1)
= +1
2
(n + 1) · (n + 2)
= +1
2
(n + 1) · ((n + 1) + 1)
= +1
2
(d) Já foi provado que P (n) ⇒ P (n + 1). Assim, para podermos aplicar o Princı́pio da Indução Finita,
precisamos provar que P (1) é verdadeira. Como P (1) é o predicado
1 · (1 + 1)
P (1) : 1 = + 1,
2
1 · (1 + 1)
observamos, porém, que P (1) é falso, pois + 1 = 2. Desta forma, a sentença é falsa, e
2
tem 1 como contraexemplo.
[06] Denotando
P (n) : 2n+2 + 32 n+1 é divisı́vel por 7,
para provar que P (n) ⇒ P (n + 1), note que
2(n+1)+2 + 32(n+1)+1 = 2 · 2n+2 + 9 · 32n+1 = 2 · 2n+2 + 2 · 32n+1 + 7 · 32n+1 = 2 2n+2 + 32 n+1 + 7 · 32n+1 .
[08] Precisamos provar que o resultado vale, não para todo natural n, mas apenas para aqueles maiores
ou iguais a 3. Assim, devemos começar nossa indução finita do 3, e não do 1.
Para n = 3, temos 2(3) + 1 = 7 ≤ 8 = 23
Suponhamos agora 2n + 1 ≤ 2n para um n ≥ 3. Vamos provar que que 2(n + 1) + 1 ≤ 2n+1 . Temos
[09] Dado n inteiro, n > 2, considere os naturais consecutivos n − 1, n e n + 2. Prove então que a soma
do cubo destes números é divisı́vel por 9.
6
[10] Precisamos provar que o resultado vale, não para todo natural n, mas apenas para aqueles maiores
ou iguais a 3. Assim, devemos começar nossa indução finita do 5, e não do 1.
Para n = 5, temos 52 = 25 e 25 = 32, logo 52 < 25 .
Suponhamos agora n2 < 2n para algum n ∈ N. Vamos provar que que (n + 1)2 < 2n+1 . Temos
(n + 1)2 = n2 + 2n + 1 < 2n + 2n + 1.
hipótese de indução
logo
(n + 1)2 < 2n+1 ,
e portanto a afirmação vale para n + 1.
Pelo Princı́pio de Indução Finita, o resultado vale então para todo n ∈ N, n ≥ 5.
A primeira desigualdade vale pois a < b e an > 0. A segunda vale pois an < bn e b > 0.
[14] O erro está na demonstração de que P (n) implica P (n + 1). O argumento utilizado não vale
quando n = 1. Neste caso, se C é um conjunto com n + 1 = 2 cavalos, D e E serão conjuntos com 1
cavalo cada, e que não terão interseção.
O curioso é que a prova apresentada para P (n) ⇒ P (n + 1) vale para todo n > 1. Porém, o fato
de não valer para o 1 já impede que a indução dê o primeiro “salto”. Em uma analogia, é como se, ao
derrubar as peças de um dominó, todas estivessem bem posicionadas, exceto a segunda, que não pode
ser derrubada pela primeira. Isto, por si só, impediria a queda de todas as peças além da primeira.
[16] Observe que (x + 1/x)(xn + 1/xn ) = (xn+1 + 1/xn+1 ) + (xn−1 + 1/xn−1 ). Dessa maneira, segue-se
que (xn+1 + 1/xn+1 ) = (x + 1/x)(xn + 1/xn ) − (xn−1 + 1/xn−1 ). Pela hipótese de indução, (x + 1/x),
(xn +1/xn ) e (xn−1 +1/xn−1 ) são números inteiros. Sendo assim, (xn+1 +1/xn+1 ) também é um número
inteiro.
[17] a + a = b, d + e = h e p > l.