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Silvio Waisbord
Onde isso nos deixa para definir o jornalismo digital? Minha opçã o é casar com o
significado preferido de cada conceito - digital como açã o social em rede e
jornalismo como reportagem de notícias e informaçõ es. O jornalismo digital é a
produçã o, distribuiçã o, e consumo de notícias e informaçõ es sobre assuntos
pú blicos. O que é distinto sobre Jornalismo Digital sã o configuraçõ es e prá ticas de
rede (Domingo e Wiard 2016; Russell 2011; Ryfe 2016) que expandem as
oportunidades e espaços para reportar notícias. Jornalismo Digital amplia os
entendimentos convencionais de jornalismo e notícias - quem produz informaçõ es
diá rias para o consumo em larga escala, bem como o que é socialmente
considerado e usado como notícia. Jornalismo Digital é o surgimento de novas
condiçõ es ecoló gicas para a circulaçã o de conteú do de notícias na
contemporaneidade sociedade que resultou do desmoronamento do sistema
unidirecional, piramidal modelo de jornalismo industrial e a consolidaçã o de
condiçõ es mais achatadas para expressã o pú blica. O jornalismo foi organizado
principalmente em torno da produçã o de notícias por redaçõ es e empresas
jornalísticas que relegavam os cidadã os a papéis secundá rios. Este modelo nã o
entrou em colapso completamente; permanece viá vel, ativo e influente,
principalmente nas notícias antigas organizaçõ es. No entanto, atualmente existe
em um ambiente completamente diferente de rede atores, abundâ ncia e caos de
informaçõ es e fluxos de comunicaçã o multidirecionais.
Outra questã o importante é que nem todos os produtores têm poder semelhante.
Notavelmente, legado novas marcas, gigantes digitais, grandes criadores de
notícias e corporaçõ es com bons recursos uma presença dominante em termos de
reconhecimento, capacidade de produçã o de notícias e alcance. Essas sã o
diferenças extremamente importantes, considerando a luta constante pela atençã o
do pú blico. O fato de o jornalismo digital apresentar novos atores que tiveram uma
presença marginal no passado, nã o significa que tenha introduzido condiçõ es
horizontais igualitá rias. Enormes disparidades persistem com base em
desigualdades de longa data no acesso ao mercado, políticas influência e força
econô mica de atores individuais e coletivos.
Por quê: o objetivo do DJ ("por que fazer notícias") é muito mais amplo do que no
moderno jornalismo. O jornalismo apresentava notícias e outros conteú dos por
vá rios motivos: para criar pú blicos para os anunciantes, para ganhar dinheiro, para
escrutinar e apoiar o poder, para defender causas partidá rias, para educar e
influenciar o pú blico, para criar visibilidade para noticiá rios influentes. Em
contraste, DJ representa muitos outros propó sitos. Vá rios atores têm muitas
motivaçõ es para participar da produçã o de notícias. Os indivíduos sã o movidos por
informaçã o, apresentaçã o pessoal e conexã o e apoio social. Empresas buscam
marca corporativa e fixaçã o de reputaçã o. Corporaçõ es de mídia social definidas
para fazer dinheiro e aumentar os lucros. Ativistas sociais querem fazer demandas
e mudar políticas e opiniã o pú blica. Os propagandistas políticos espalham notícias
para enganar os eleitores. A legislaçã o obriga as agências governamentais a
divulgar notícias e informaçõ es.
Uma defesa firme dos ideais profissionais canô nicos nã o é surpreendente. Titular
profissõ es e instituiçõ es poderosas nã o sã o exatamente generosas em relaçã o a
desenvolvimentos turbulentos que perturbam e ameaçam a ordem existente. Eles
nã o desistem graciosamente ou compartilhar o poder. Eles nã o abrem
voluntariamente os portõ es da Bastilha para receber revolucioná rios arrogantes
para uma xícara de café para discutir a coexistência pacífica. Profissional o
jornalismo nã o foi exceçã o. Assim como os teó ricos de sistemas, acredita
fervorosamente em especializaçã o funcional, diferenciaçã o e rediferenciaçã o.
Como smithian economistas, elogia firmemente as contribuiçõ es positivas da
divisã o do trabalho. O as razõ es sã o muitas: de objetivos pró prios (manter
autoridade e credibilidade) a motivaçõ es voltadas para o pú blico (proteger as
notícias de interesses espú rios).
O jornalismo profissional segue seus ideais e prá ticas que surgiram em uma época
quando era o centro gravitacional de uma informaçã o hierá rquica e centralizada
arquitetura. Uma mistura de valores modernistas (verdade, transparência,
racionalidade, facticidade, liberdade) ainda ancora o imaginá rio coletivo das
redaçõ es. Eles fornecem pontos ideoló gico de apoio a partir dos quais o jornalismo
profissional reage aos desenvolvimentos em jornalismo digital e tenta
reposicionar-se apr es la revolution. Ele confronta um duplo desafio: a viabilidade
desses princípios quando da arquitetura institucional que o jornalismo industrial
fundamentado desmoronou, e a compatibilidade entre seu nú cleo princípios e as
redes complexas no cerne do jornalismo digital impulsionado por mú ltiplas
motivaçõ es.
Conclusão