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INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS

DO MUNICÍPIO DE VILA VELHA – IPVV

NOTA DE ESCLARECIMENTO

ADEQUAÇÃO DA ALÍQUOTA DE
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DOS
PARTICIPANTES DO RPPS - REGIME PROPRIO
DE PREVIDENCIA DO MUNICIPIO DE VILA
VELHA.

Após estudar detalhamento a EC 103/2019, participar de treinamento com


os mais renomados especialistas do Brasil e com os técnicos do TCE/ES foi
possível sintetizar as possibilidades do Município após a Reforma da
Previdência aprovada e promulgada pelo Congresso Nacional em
13/11/2019 e as suas consequências imediatas, quais sejam:

1. NÃO FAZER NADA: Se o Município não fizer nada será considerado


em “situação previdenciária irregular” e perde o Certificado de
Regularidade Previdenciária, o que levará à suspensão das
transferências voluntárias de recursos pela União; impedimento de
celebrar acordos, contratos, convênios ou ajustes, bem como receber
empréstimos, financiamentos, avais e subvenções em geral de órgãos
ou entidade da Administração direta e indireta da União; além de
ocorrer a suspensão de empréstimos e financiamentos por instituições
financeiras federais.

2. MANDAR TODOS PARA O REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA :


opção de alto custo financeiro e social. Continuará pagando a folha do
FUFIN e responsável por completar a parcela de proventos quem
recebesse acima do teto dos segurados do FUPREV, o que aumentaria
o custo;

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3. REFERENDAR A REFORMA: traz como consequência a extinção da


possibilidade de aposentadoria com paridade e integralidade, pois
estaria revogando os art. 2º, 6º e 6ºA da EC 41/2003 e o art. 3º da EC
nº. 47/2005, conforme citado no art. 35 e 36 da EC 103/2019.

Acrescenta-se que muitos dispositivos da Reformaforam objetos de


ações de Inconstitucionalidade e, ainda não foram julgadas pelo STF.

Importa registrar que esta opção transfere a competência de


legislar sobre a previdência do servidor municipal para União e que
elevará o número de demandas judiciais em face ao Munícipio.

4. ENCAMINHAMENTO DE PROJETO DE LEI PARA ALTERAÇÃO DA


ALÍQUOTA:A EC 103/2019 estabelece para os ENTESa obrigação de
reestruturar o seus Regimes Próprios, inclusive, com prazo de 2 anos
para instituir a Entidade de Previdência Complementar para os
servidores que recebam acima do teto doRGPS.

Após a Promulgação da Reforma da Previdência, um prazo limite para


adequação foi estabelecido pela Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho, por meio da Portaria 1348/2019.

O prazo estabelecido para vigência alíquota encerra-seem 31 de julho


de 2020. Destacando que a alíquota do servidor, não pode ser inferior
a estabelecida para o Servidor Público Federal e, esta foi estabelecida
em 14% e entrará em vigência a partir de 01/03/2020.

O Grupo de Trabalho designado por meio do Decreto Municipal nº


166/2019 apresentou ao Chefe do Executivo as opções e sugeriu que o
Munícipio de Vila Velha promovesse a adequação das alíquotas de
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contribuição e em relação a vedação de pagamento dos benefícios


assistências, nos termos da EC 103/2019, cumprindo as exigências do
órgão fiscalizador para o exercício de 2020, visto que os demais
dispositivos demandarão mais estudos sobre as mudanças a serem
implementadas, compatibilizando-as com as possibilidades do município e
o interesse dos servidores, além é claro, de atender às exigências
constitucionais, certamente no horizonte admitido pelos órgãos de
fiscalização e controle.

Diante dos fatos, omunicípio de Vila Velha optou por buscar a


atualização de sua legislação tendo como base o texto constitucional,
porém adequando ao seu perfil de modo a garantir uma perspectiva
segura de sustentabilidade, além é claro, de atender às exigências
constitucionais, certamente no horizonte admitido pelos órgãos de
fiscalização e controle.

Para compreensão e esclarecimento das eventuais dúvidas da Sociedade,


dos segurados e dos servidores públicos do município Vila Velha é
imprescindível a leitura do texto a seguir:

I. _______________________________CONCEITOS

I.1. EC 20/98 - PRINCÍPIOS – ART. 40 DA CF

Os conceitos utilizadospela EC 20/98 e tem estrita correlação com os


princípios do art. 40 da CF: equilíbrio financeiro, equilíbrio atuarial
econtributividade obrigatória:

• Equilíbrio financeiro: equivalência entre as receitas auferidas as


obrigações do RPPS em cada exercício financeiro(art. 40 CF);

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• Equilíbrio atuarial: equivalência, do valor presente, entre o fluxo das


receitas estimadas e das obrigações projetadas, apuradas
atuarialmente a longo prazo(Art. 40/CF);

• Contributividade: Não há benefício (inclusive majoração ou


extensão) sem custeio(§ 5º, art. 195, CF) Fonte de custeio deve vir
expressa na lei que cria ou majora benefício (RE 415454/SC, Rel. Min.
Gilmar Mendes, j. 08.02.07, Tribunal Pleno)

I.2. BASE DE CONTRIBUIÇÃO

O sistema previdenciário vigente, a partir da Emenda Constitucional n.º


20/98,encontra-se fundado em base rigorosamente contributiva e atuarial,
o que implica equivalência entre o ganho na ativa e os proventos
recebidos durante a inatividade.

I.3. ESTUDO TÉCNICO ATUARIAL

A Base Técnica Atuarial é composta por todas as premissas, hipóteses e


técnicas matemáticas, dentre outras, que norteiam o cálculo da Reserva
Matemática de Benefícios Concedidos (RMBC), da Reserva Matemática de
Benefícios a Conceder (RMBaC), do Custo Normal (CN) e do Custo
Suplementar (CS) do Plano de Benefícios Previdenciário. Foram
consideradas neste estudo as bases técnicas que entendemos serem
aderentes às características da massa de participantes:

1.4 PLANO DE EQUACIONAMENTO DO DÉFICIT ATUARIAL -


TÉCNICA DE SEGREGAÇÃO DE MASSAS

É a separação dos segurados vinculados ao regime em dois grupos


distintos que integrarão o Plano Financeiro e o Plano Previdenciário;

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 Plano Financeiro: as contribuições pagas pelo ente federativo, pelos


servidores ativos e inativos e pelos pensionistas vinculados são fixadas
sem o objetivo de acumulação de recursos, sendo as insuficiências
financeiras aportadas e cobertas pelo ente federativo;

Deve ser constituído por um grupo fechado em extinção sendo vedado


o ingresso de novos segurados. Seu funcionamento pressupõe
insuficiência financeira cuja cobertura é realizada mediante aportes
financeiros mensais do tesouro;

A existência do Fundo Financeiro é a materialização de uma transição


de um sistema insuficientemente capitalizado para um plenamente
capitalizado. Transição significa pagar custos do passado e do
presente;

 Plano Capitalizado: sistema estruturado com a finalidade de


acumulação de recursos para o pagamento dos compromissos
definidos no plano de benefícios do RPPS.

1.5. REGIME FINANCEIRO OU MÉTODO DE FINANCIAMENTO DE


REPARTIÇÃO SIMPLES (FONTE DOUTRINÁRIA: REGIME
PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES. COMO
IMPLEMENTAR? COLEÇÃO PREVIDÊNCIA SOCIAL, VOLUME 17)

Trata-se de calcular as contribuições, necessárias e suficientes, a serem


arrecadadas em determinado período de tempo, para atender, apenas e
tão-somente, ao pagamento dos benefícios nesse mesmo período de
tempo, portanto não prevê a formação de reservas, pois no método puro
não há sobras.

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Também é chamado de regime orçamentário porque, fazendo-se o


orçamento das despesas com os pagamentos de benefícios que serão
efetuados em nesse mesmo período e que são necessárias e suficientes
para suportar aquelas despesas.

No caso dos grandes sistemas previdenciários públicos, onde o regime de


repartição simples é aplicado para os benefícios programáveis, pode-se
dizer que é regime solidário onde os servidores (geração atual) pagam os
benefícios dos aposentados (geração passada) na esperança de que a
geração futura (novos trabalhadores a ingressarem no mercado de
trabalho) pague os seus quando se aposentarem.

Esta é a razão pela qual este sistema de financiamento previdenciário


também é conhecido como sistema de pacto de gerações. Exemplo maior
em nosso país é o Regime Geral de Previdência Social, que tenta dividir
entre os segurados contribuintes do sistema, isto é, os ativos, o custo dos
compromissos assumidos com os aposentados e pensionistas.

Trata-se de método que enfrenta permanentemente a redução do número


de contribuintes para o sistema considerando que servidores ativos
contribuintes passam para a condição de aposentados que não mais
contribuem para o sistema na mesma proporção que se mantivessem na
condição de servidores, assim como deixam de ingressar as contribuições
patronais para o sistema.

Na sua concepção teórica pura, não pressupõe a constituição de


reservas e determina como a arrecadação exatamente o suficiente
e necessário para fazer frente às despesas correntes, não
existindo qualquer espécie de pré-pagamento.

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É um regime de caixa, onde as entradas são exatamente iguais às saídas,


onde não há formação de reservas, pois não há excedentes de recursos,
bem como insuficiências, e onde a geração atual paga a despesa da
passada e espera que a futura pague a sua;

1.6. REGIME FINANCEIRO OU MÉTODO DE FINANCIAMENTO DE


CAPITALIZAÇÃO (FONTE DOUTRINÁRIA: REGIME PRÓPRIO
DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES. COMO IMPLEMENTAR?
COLEÇÃO PREVIDÊNCIA SOCIAL, VOLUME 17)

Sob o ponto de vista conceitual encontra-se no extremo oposto do


método de repartição simples;

Consiste em determinar as contribuições necessárias e suficientes a serem


arrecadadas ao longo do período laborativo do segurado para custear a
sua própria aposentadoria;

Pressupõe a formação de reservas, pois as contribuições são


antecipadas no tempo em relação ao pagamento do benefício. Por isso é
também chamado de pré-financiamento;

 Esse regime pressupõe dois momentos claramente distintos: o


primeiro correspondente ao período contributivo, cujo objetivo é
apenas acumular recursos e o segundo correspondente ao período de
fruição do benefício, cujo objetivo é assegurar o pagamento desse
benefício.

 Poder-se-ia tomar como exemplo uma conta de poupança individual na


qual o trabalhador fizesse depósitos ao longo de sua vida laborativa
para usá-los por toda a sua aposentadoria;

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Este método consiste em determinar a contribuição necessária para


atender determinada série de pagamentos de benefícios, estabelecendo
que o Valor Atual da série de contribuições efetuadas ao longo do período
laborativo do segurado seja igual ao Valor Atual da série de pagamentos
de benefícios que se fará no futuro;

A série desejada de pagamentos de benefícios será financiada em “n”


períodos (meses/anos), de tal forma que na data da elegibilidade ao
benefício já estará constituído o valor integral da reserva garantidora do
cumprimento da série de pagamentos contratados. Ou seja, na data da
concessão do benefício (por exemplo, na data da aposentadoria) todo o
Custo Previdenciário já estará devidamente coberto e financiado;

Este modelo de financiamento constitui reservas tanto para os segurados


inativos como para os ativos e, obviamente, pressupõe a aplicação das
contribuições no mercado financeiro, de capitais ou imobiliário, a fim de se
adicionar valor a reserva que se está constituindo;

Pode-se dividí-lo em duas fases distintas, a primeira denominada “FASE


CONTRIBUTIVA” e a segunda “FASE DO BENEFÍCIO” onde a “RESERVA
GARANTIDORA”, assim chamada porque garante o cumprimento da série
de pagamentos do benefício, corresponde ao Custo Previdenciário do
plano e é igual à “RESERVA A SER CONSTITUÍDA” que corresponde ao
somatório das contribuições e suas rentabilidades;

O regime financeiro de capitalização é utilizado principalmente para os


benefícios programáveis.

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II. DO REGIME PRÓPRIO DO MUNICÍPIO DE VILA VELHA

O Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Vila Velha -


IPVV - é uma Autarquia com personalidade jurídica de direito público
interno e autonomia administrativa, financeira e patrimonial, responsável
como gestor único, pela administração do Regime Próprio de Previdência
do Município de Vila Velha.

Após a Edição da LCM 007/2004, revogada pela LCM 022/2012 o Instituto


passou ter a competência da concessão e gestão dos benefícios
previdenciários de aposentadorias, pensão por morte e auxílio reclusão,
bem como arrecadação, investimentos e administração das contribuições
previdenciárias dos órgãos e servidores do município.

Sua missão institucional está voltada à uma gestão eficiente das


contribuições dos servidores do município de Vila Velha, almejando
possibilitar aos segurados uma segurança quanto ao seu futuro financeiro.

Esta síntese tem como objetivo a melhor compreensão do RPPS do


município de Vila velha e suas peculiaridades

2.1___________ DA INSTITUIÇÃO DO REGIME PRÓPRIO DE


PREVIDÊNCIA do MUNICÍPIO DE VILA VELHA

De acordo com as legislações compulsadas o RPPS do município de Vila


Velha foi instituído pela Lei 1507/1973, em 26 de outubro de 1973.

Em 1996, foi criado o Instituto de Previdência dos Servidores do Município


de Vila Velha, tornando assim obrigatório o RPPS para os servidores,
conforme disposição do art. 49 c/c o art. 50, da Lei 3.169/1996.
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O Sistema de Seguridade Social dos Servidores Públicos, Ativos e Inativos,


e dos Pensionistas do Município de Vila Velha foi reorganizado no final do
exercício de 2004, através da Lei Municipal Complementar nº. 007 de 14
de dezembro de 2004.

O art. 2º, da LC 007/2004, dispôs que a seguridade social dos servidores


públicos, ativos e inativos, e dos pensionistas do Município de Vila Velha
será prestada pelo Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores
do Município de Vila Velha – IPASVVE, vinculado ao Poder Executivo
Municipal e por ele supervisionado, dotado de personalidade jurídica de
direito público, patrimônio próprio, autonomia administrativa e financeira,
sede e foro no Município de Vila Velha.

Quando da reorganização, o RPPS do município de Vila Velha possuía


características peculiares, pois garantiaexpectativa de direito aos
servidores que ingressaram, no quadro de efetivos, até 31 de
dezembro de 2003(Art. 55, da Lei Complementar 007/2004);

Art. 55. Serão automaticamente inscritos no IPASVVE os


servidores efetivos ativos ingressos até 31 de dezembro de 2003,
os inativos e os pensionistas dos Poderes Executivo e Legislativo.”

Nos termos do art. 57, da Lei Complementar n.º 007/2004, os servidores


admitidos por concurso público a partir de 31 de dezembro de 2003 serão
regidos pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS

Art. 57. Os servidores admitidos por concurso público a partir de


31 de dezembro de 2003 serão regidos pelo Regime Geral de
Previdência Social (RGPS).”

Para evitar dúvidas quanto à interpretação do artigo 115 da Lei


Complementar 007/2004 e objetivando deixar ainda mais claro que o

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RPPS do município de Vila Velha estava em extinção, foi publicada a Lei


Complementar nº 013/2007, de 14/06/2007, alterando a redação do
referido artigo na seguinte forma:

“Art. 115. O RPPS do município está em extinção, ficando o município


de Vila Velha, na forma do § 1º do art. 2º da lei Federal 9.717/98,
responsável pela cobertura das eventuais insuficiências financeiras do
respectivo regime próprio, decorrente do pagamento dos benefícios
previdenciários.”

A intensão do legislador era classificar o do RPPS de Vila Velha/ES como


“regime em extinção”, pois se tratava de um regime fechado, englobando
apenas aqueles ingressos até 31/12/2003, sem a possibilidade de novos
filiados, e foi feita em respeito a EC 41/03, que garantiu até aquela data a
paridade de vencimentos entre os ativos e inativos.

Assim, a partir de dezembro de 2003, não ingressou mais servidor no


regime próprio.

Em 2007, após auditoria realizada no RPPS, a questão da segregação de


massa, criando um regime hibrido, não foi aceita pela Previdência Social.

O município recorreu administrativamente da decisão, pleiteando o


enquadramento do regime Próprio de Previdência Social do

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município de Vila Velha, como regime em extinção, nos termos da lei


9.717/98 c/c o art. 6º da portaria do MPS, nº. 172, de 11.02.2005.

Após 5 anos de recursos administrativo, e, diante da posição consolidada


pelo Ministério da Previdência Social e em obediência as suas
determinações, o município reorganizou o regime de previdência dispondo
sobre a migração dos servidores públicos efetivos, que no período de
31/12/2003 a 31/01/2012 estavam filiados ao RPGS, para o RPPS.

Assim, foi editada a Lei Complementar Municipal nº 22/2012, publicada


em 30/01/2012, incluindo no RPPS do Município de Vila Velha (ES), na
forma do inciso I do caput, os servidores titulares de cargos efetivos
admitidos no Município após 31 de dezembro de 2003:

LEI COMPLEMENTAR Nº. 022/2012

Reorganiza o Regime Próprio de Previdência Social dos


Servidores Públicos do Município de Vila Velha (ES) - RPPS
VILHA VELHA, reestrutura o Instituto de Previdência e
Assistência dos Servidores do Município de Vila Velha (ES) -
IPASVVE e dá outras providências.

Dos Segurados

Art. 6º São segurados do RPPS:

I - os servidores públicos titulares de cargos efetivos, ativos


e/ou em disponibilidade, dos quadros dos órgãos dos Poderes
Executivos e Legislativos e das autarquias e fundações públicas
a eles vinculadas, assim considerados os servidores cujas
atribuições, deveres e responsabilidades específicas estejam
definidos em estatutos ou em normas estatutárias e, que
tenham ingressado no serviço público mediante aprovação em
concurso público de provas ou de provas e títulos ou de provas
de seleção equivalentes;

II - os aposentados nos cargos efetivos referidos no inciso


anterior; e

III - o servidor titular de cargo efetivo em disponibilidade,


desde que contribuinte do RPPS.

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§ 1º Ficam incluídos no RPPS do Município de Vila Velha


(ES), na forma do inciso I do caput, os servidores
titulares de cargos efetivos admitidos no Município após
31 de dezembro de 2003. (GN)

A partir da edição da referida Lei Complementar Municipal, o Município de


Vila Velha/ES, por meio do seu Instituto de Previdência, passou a ser
responsável pelo RPPS de todos os servidores públicos titulares de cargo
efetivo, e não somente daqueles admitidos até 31/12/2003.

Nos termos dos 145 e 148 da Lei Complementar 22/2012, foi


implementada a segregação de massas constituindo dois Fundos distintos:
FUFIN (servidores com ingresso até 31/12/2003) e FUPREV (servidores
com ingresso a partir de 01/01/2004).

II.1. EVOLUÇÃO DO DÉFICIT

O que em regra gera o desequilíbrio na balança atuarial (receita -


despesa) são diversos fatores, tais como, os aumentos salariais acima da
inflação, incorporações salariais sem contribuição previdenciária prévia, o
aumento da expectativa de vida das pessoas, o não alcance da meta nos
investimentos, a ausência de contribuições pretéritas por falta de previsão
legal ou alíquotas não corretamente definidas, entre outros.

A existência do déficit encontra-se devidamente demonstrada desde o ano


de 2012, quando da adoção da segregação de massas conforme
avaliações atuariais sucessivas e nos demonstrativos das avaliações
atuariais e contábeis de acesso público nos sites da Secretaria de
Previdência e do Tesouro Nacional, além do Tribunal de Contas do Estado
do Espírito Santo.
Déficit atuarial corresponde ao resultado negativo apurado entre o que o
IPVV já possui, patrimônio atual de cerca de R$ 353 milhões, somado às
expectativas de ingressos futuros previstos na legislação, menos os
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compromissos assumidos com os benefícios já concedidos e a conceder de


todos os servidores, aposentados e pensionistas do município.

A evolução do Plano Financeiro e do Plano Previdenciário, nos últimos três


anos foi demonstrada no cálculo atuarial vigente 2018/2019 (pag. 30 –
item 16.3)
PLANO FINANCEIRO (FUFIN)

PLANO PREVIDENCIÁRIO (FUPREV)

Conforme consta no Parecer do atuário responsável pelos estudos (fls.


21/22), cujo cálculo atuarial foi aprovado pela Secretaria de Previdência, o
RPPS do município de Vila Velha apresentada os seguintes resultados:
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 Fundo Financeiro: possui déficit financeiro no importe de R$


2.015.776.789,41 (...). A responsabilidade é do Poder Legislativo e do
Poder Executivo. A cobertura da insufienciua para pagamento dos
benéficos está sendo realizada pelo município, mensalmente, por meio
de aporte financeiro.

 Fundo Previdenciário: O ativo do FUPREV em dezembro de 2018 era


de R$ 258.083.549,19 (...) e a provisão matemática para cobertura
dos benefícios atuais e futuros era de R$ 258.341.622,44, ocasionando
um déficittécnico de R$ 258;973,25 (duzentos e cinquenta e oito mil e
vinte e cinco centavos).

O município possui um plano de equacionamento Suplementar em vigor


desde 2012, assim gera uma expectativa de Superávit Técnico.

Segundo avaliação recente, o déficit atuarial total do RPPS (FUFIN +


FUNPREV), ultrapassa os dois bilhões de reais.

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Instituto de Pre vidência de Vila Velha


CONSOLIDADO PLANO PREVIDENCIÁRIO E PLANO FINANCEIRO
2019 a 2093

SALDO FINANCEIRO
RECEITAS DESPESAS RESULTADO
DO EXERCÍCIO
EXERCÍCIO PREVIDENCIÁRIAS PREVIDENCIÁRIAS PREVIDENCIÁRIO
(d) = ("d" exercício
( a ) ( b ) ( c ) = ( a-b )
ante rior) + ( c )

2019 48.664.017,55 98.065.118,09 -49.401.100,54 211.137.899,91


2020 45.727.222,54 100.950.811,45 -55.223.588,91 155.914.311,00
2021 45.715.157,22 104.257.078,75 -58.541.921,53 97.372.389,47
2022 45.743.882,11 107.189.600,57 -61.445.718,46 35.926.671,01
2023 45.772.918,81 109.506.790,30 -63.733.871,49 -27.807.200,48
2024 45.879.931,07 116.297.293,42 -70.417.362,35 -98.224.562,83
2025 46.066.961,03 120.008.463,87 -73.941.502,84 -172.166.065,67
2026 46.300.647,39 126.556.196,07 -80.255.548,68 -252.421.614,35
2027 46.474.435,93 131.847.370,96 -85.372.935,03 -337.794.549,38
2028 46.976.065,40 142.257.729,57 -95.281.664,17 -433.076.213,55
2029 47.532.846,69 146.402.247,07 -98.869.400,39 -531.945.613,94
2030 48.190.388,23 151.307.564,53 -103.117.176,30 -635.062.790,24
2031 48.851.126,24 154.540.386,77 -105.689.260,53 -740.752.050,77
2032 49.529.903,12 160.278.933,06 -110.749.029,94 -851.501.080,71
2033 50.201.437,04 165.074.586,28 -114.873.149,23 -966.374.229,95
2034 50.910.122,41 167.398.734,98 -116.488.612,57 -1.082.862.842,51
2035 51.588.775,84 175.728.413,22 -124.139.637,38 -1.207.002.479,89
2036 52.316.885,60 178.628.591,43 -126.311.705,82 -1.333.314.185,71
2037 53.055.958,87 180.354.883,38 -127.298.924,51 -1.460.613.110,22
2038 53.806.213,07 180.658.278,76 -126.852.065,69 -1.587.465.175,91
2039 54.290.368,57 180.753.518,88 -126.463.150,31 -1.713.928.326,22
2040 54.780.601,20 179.623.994,25 -124.843.393,04 -1.838.771.719,26
2041 55.277.040,19 178.568.972,08 -123.291.931,89 -1.962.063.651,16
2042 55.779.828,85 177.027.713,14 -121.247.884,29 -2.083.311.535,44
2043 56.289.107,36 175.368.889,31 -119.079.781,95 -2.202.391.317,39
2044 56.805.054,36 173.146.640,77 -116.341.586,41 -2.318.732.903,80
2045 57.327.741,84 170.482.731,04 -113.154.989,20 -2.431.887.893,00
2046 46.730.233,38 167.504.505,37 -120.774.271,99 -2.552.662.164,99
2047 47.155.613,42 164.390.813,32 -117.235.199,90 -2.669.897.364,90
2048 47.587.010,75 161.337.950,58 -113.750.939,83 -2.783.648.304,72
2049 48.024.526,48 158.515.257,48 -110.490.731,00 -2.894.139.035,72
2050 48.468.111,51 155.319.456,56 -106.851.345,05 -3.000.990.380,77
2051 48.918.395,69 152.189.011,50 -103.270.615,81 -3.104.260.996,57
2052 49.374.859,54 149.107.311,27 -99.732.451,74 -3.203.993.448,31
2053 49.837.826,09 146.182.426,88 -96.344.600,78 -3.300.338.049,10
2054 50.307.273,22 143.329.257,77 -93.021.984,55 -3.393.360.033,65
2055 50.783.286,50 142.246.729,78 -91.463.443,29 -3.484.823.476,94
2056 51.265.914,13 141.273.212,78 -90.007.298,66 -3.574.830.775,59
2057 51.755.160,46 140.407.706,53 -88.652.546,07 -3.663.483.321,66
2058 52.251.018,36 139.649.064,81 -87.398.046,45 -3.750.881.368,11
2059 52.753.544,04 139.001.832,34 -86.248.288,30 -3.837.129.656,41
2060 53.262.680,59 138.458.976,52 -85.196.295,93 -3.922.325.952,34
2061 53.778.466,81 138.023.909,39 -84.245.442,58 -4.006.571.394,91
2062 54.300.821,90 137.687.203,13 -83.386.381,23 -4.089.957.776,15
2063 54.829.766,33 137.449.042,15 -82.619.275,83 -4.172.577.051,98
2064 55.365.264,75 137.304.459,20 -81.939.194,45 -4.254.516.246,43
2065 55.907.219,52 137.242.064,18 -81.334.844,66 -4.335.851.091,08
2066 56.455.677,74 137.263.466,35 -80.807.788,62 -4.416.658.879,70
2067 57.010.524,39 137.355.566,91 -80.345.042,53 -4.497.003.922,23
2068 57.571.769,81 137.515.340,94 -79.943.571,13 -4.576.947.493,36
2069 58.139.394,41 137.738.463,72 -79.599.069,31 -4.656.546.562,67
2070 58.713.315,41 138.011.827,43 -79.298.512,03 -4.735.845.074,70
2071 59.293.570,75 138.335.881,93 -79.042.311,18 -4.814.887.385,88
2072 59.880.116,73 138.701.194,81 -78.821.078,09 -4.893.708.463,97
2073 60.472.923,16 139.100.122,90 -78.627.199,74 -4.972.335.663,70
2074 61.072.073,23 139.535.954,99 -78.463.881,76 -5.050.799.545,46
2075 61.677.234,86 139.950.254,12 -78.273.019,26 -5.129.072.564,72
2076 62.288.661,55 140.376.323,66 -78.087.662,11 -5.207.160.226,83
2077 62.906.899,43 140.902.489,04 -77.995.589,61 -5.285.155.816,44
2078 63.531.646,95 141.467.110,57 -77.935.463,61 -5.363.091.280,05
2079 64.162.753,80 142.037.415,46 -77.874.661,66 -5.440.965.941,71
2080 64.800.086,91 142.562.107,72 -77.762.020,80 -5.518.727.962,51
2081 65.444.148,84 143.150.191,08 -77.706.042,24 -5.596.434.004,75
2082 66.094.719,99 143.739.547,13 -77.644.827,13 -5.674.078.831,89
2083 66.751.864,27 144.330.178,51 -77.578.314,23 -5.751.657.146,12
2084 67.415.646,24 144.922.087,98 -77.506.441,75 -5.829.163.587,87
2085 68.086.131,11 145.515.278,46 -77.429.147,36 -5.906.592.735,22
2086 68.763.410,65 146.114.753,17 -77.351.342,52 -5.983.944.077,74
2087 69.447.525,58 146.715.615,07 -77.268.089,49 -6.061.212.167,24
2088 70.138.543,14 147.317.868,93 -77.179.325,80 -6.138.391.493,03
2089 70.836.531,28 147.921.519,70 -77.084.988,42 -6.215.476.481,45
2090 71.541.558,67 148.526.572,46 -76.985.013,79 -6.292.461.495,25
2091 72.253.694,65 149.133.032,45 -76.879.337,80 -6.369.340.833,05
2092 72.973.009,29 149.740.905,05 -76.767.895,77 -6.446.108.728,81
2093 73.698.028,04 149.876.982,66 -76.178.954,62 -6.522.287.683,43

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III. ______________DA OBRIGAÇÃO DE ADEQUAÇÃO


DA LEGISLAÇÃO PELOS ENTES

III.1. DA OBRIGAÇÃO DE ADEQUAÇÃO DA ALIQUOTA

Primeiro fundamento normativo:artigo 9º, § 4º, da Emenda


Constitucional nº 103, de 12 de novembro de 2019;

Única hipótese que afasta a obrigatoriedade: a inexistência de déficit


atuarial a ser equacionado;

O Regime Próprio de Previdência Social de Vila Velha possui déficit atuarial


equacionado mediante a utilização da técnica da segregação de massas
que dividiu a população de segurados em dois Planos: o Financeiro e o
Capitalizado;

A existência do déficit encontra-se devidamente demonstrada desde o ano


de 2012, quando da adoção da segregação de massas conforme
avaliações atuariais sucessivas e nos demonstrativos das avaliações
atuariais e contábeis de acesso público nos sites da Secretaria de
Previdência e do Tesouro Nacional, além do Tribunal de Contas do Estado
do Espírito Santo.

Os “dados técnicos”, “os números”, já são públicos e disponíveis para toda


a sociedade de Vila Velha desde o ano de 2012;

Portanto, conclui-se que a majoração da alíquota é condição para a


manutenção da regularidade previdenciária cuja fiscalização encontra-se a
cargo da Secretaria de Previdência detentora da atribuição da expedição
do Certificado de regularidade Previdenciária – CRP.

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Segundo fundamento normativo:artigo 1º, inciso I, alínea “a”, da


Portaria nº 1.348, de 03 de dezembro de 2019. Trata das obrigações
que devem ser cumpridas pelo município no ano de 2020 em relação a
Emenda Constitucional nº 103, de 12 de novembro de 2019;

Exige que na data de 31 de julho de 2019, o município demonstre a


vigência das alíquotas de contribuição em 14% para os segurados ativos,
aposentados e pensionistas.

III.2. DA IMPOSSIBILIDADE DA INSTITUIÇÃO DE


ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS.

O fato de a União ter adotado o sistema de “alíquotas progressivas” não


significa que o município deva ou possa adotá-lo por mera reprodução,
considerando que a adoção do referido sistema somente poderá ser
utilizada se demonstrado A EXISTENCIA equilíbrio financeiro e atuarial do
regime.

Para que o município de Vila Velha utilize a tabela progressiva que trata o
art. 11, §1º da Emenda 103/2019 será necessário referendar
integralmente o art. 149 da Constituição Federal através de Lei de
Iniciativa do Poder Executivo Municipal. Ainda assim, não poderia porque
o município possui um fundo financeiro.

Referendar traz como consequência a extinção da possibilidade de


aposentadoria com paridade e integralidade, pois estaria revogando os
art. 2º, 6º e 6ºA da EC 41/2003 e o art. 3º da EC nº. 47/2005, conforme
citado no art. 35 e 36 da EC 103/2019.

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O Regime Próprio de Previdência Social de Vila Velha é SOLVENTE, posto


que todas as obrigações contidas no Plano Financeiro (FUFIN) e no Plano
Previdenciário estão sendo cumpridas rigorosamente em dia, não havendo
qualquer impontualidade no pagamento dos benefícios previdenciários
junto aos aposentados e pensionistas;

A existência de utilização da técnica da segregação de massas pressupõe


existência de déficit atuarial, mas nunca a existência de uma situação de
INSOLVÊNCIAou deILIQUIDEZ do regime, mantendo-se o zelo e a
fidelidade aos conceitos da Ciência Atuarial;

O FUFIN, conceitualmente, enquanto Plano Financeiro pressupõe a


necessidade de aportes financeiros mensais por parte do tesouro para a
cobertura integral da folha de pagamento dos benefícios previdenciários;

Aporte financeiro não deve ser confundido com INSOLVÊNCIA. Ao


contrário, a existência dos aportes mensais por parte do tesouro ao FUFIN
garantem a SOLVÊNCIA do Plano Financeiro e o pagamento integral dos
benefícios previdenciários;

E o aporte financeiro, bom que se diga, ocorre porque, conceitualmente,


um Plano Financeiro não consegue cobrir o seu Custo Previdenciário
apenas com as contribuições patronais, dos servidores ativos, dos inativos
e dos pensionistas a ele pertencentes, sendo necessário o aporte
financeiro por parte do tesouro municipal;

Se assim não fosse, não seria possível a transição para um modelo


plenamente capitalizado.

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III.3. VEDAÇÃO DO PAGAMENTO DE BENEFÍCIOS ASSISTENCIAIS

O Município já assumiu, desde de novembro de 2019, o pagamento dos


auxílio doença, o salário família, o salário maternidade e o auxílio
reclusão.

Com a aprovação da reforma da previdência, os Regimes Próprios de


Previdência Social somente poderão conceder os benefícios de
aposentadoria e pensão, ficando a cargo do ente federativo a concessão
dos benefícios temporários como o auxílio doença, o salário família, o
salário maternidade e o auxílio reclusão.

EC 103/2019, DE 13 DE NOVEMBRO DE 2019

Art. 9º (...)

§ 2ºO rol de benefícios dos regimes próprios de previdência


social fica limitado às aposentadorias e à pensão por morte.
(GN)

§ 3º Os afastamentos por incapacidade temporária para o trabalho


e o salário- maternidade serão pagos diretamente pelo ente
federativo e não correrão à conta do regime próprio de previdência
social ao qual o servidor se vincula .

A Alteração proposta visa tão somente adequar a dos artigos 3º e 52 da


LCM, aos ditames constitucionais

Os Servidores do município continuarão a receber os auxílios assistenciais.


Com a reforma a responsabilidade pelo pagamento será do Poder
Executivo, Legislativo e IPVV, no caso dos servidores estatutários.

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IV. ____________________________________CONCLUSÃO

Os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS), são instituídos por


iniciativa de cada ente federativo, no caso dos Municípios, no âmbito das
competências concorrentes previstas no art. 30 da Constituição Federal,
contudo, se submetendo a diversos regramentos impostos pela legislação
de caráter normativo geral.

Entre essas imposições consta a exigência de adoção da alíquota de


contribuição para os servidores dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, no mínimo, igual à contribuição dos servidores públicos
federais, que pela Emenda Constitucional nº 103, aprovada e promulgada
pelo Congresso Nacional em 13 estabeleceu como alíquota base para os
servidores federais o percentual de 14%, embora criando uma redução
até 7,5% para as menores remunerações e progredindo até 22% para as
maiores.

Como dito anteriormente, para utilizar a tabela progressiva, além de


referendar a reforma da previdência em seu inteiro teor, os estados e
municípios não podem ter déficit atuarial.

O texto da Emenda Constitucional esclarece que não será considerada


como ausência de déficit a implementação de segregação da massa de
segurados ou a previsão em lei de plano de equacionamento de déficit

O município de Vila Velha, nos termos dos 145 e 148 da Lei


Complementar 22/2012, implementou a segregação de massas
constituindo dois Fundos distintos: FUFIN (servidores com ingresso até
31/12/2003) e FUPREV (servidores com ingresso a partir de 01/01/2004).

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Consta ainda que os RPPS somente podem arcar com os benefícios


previdenciários de aposentadorias e pensão.

Após a aprovação da Reforma da Previdência, um prazo limite para


adequação foi estabelecido pela Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho, por meio da Portaria 1348/2019. Todos devem estar seguindo a
nova legislação até 31 de julho de 2020, isto significa dizer que até aquela
data o Município de Vila Velha, para ficar regular perante os órgãos de
fiscalização, deverá ter sua lei de adequação da alíquota aprovada.

A adequação precisa ser por lei complementar aprovada pela


Câmara Municipal, poispela Constituição Federal, qualquer alteração em
alíquota deve ser submetida à apreciação do Legislativo, no caso a
Câmara Municipal, e, para entrar em vigor caso aprovada, deve ser levado
em consideração o Princípio da Anterioridade Nonagésimal, o qual
estabelece um prazo de 90 dias, após a aprovação da lei municipal para
produzir os efeitos financeiros

Se não for aprovado o projeto de alteração de lei pela Câmara de


Vereadores, o município será considerado em “situação previdenciária
irregular”, perde a Certidão de Regularidade Previdenciária, sem o CRP,o
IPVV não teria as contas aprovadas pelo TCE e Secretaria da Previdência.
O município de Vila Velha e ficaria impedido receber recursos de
transferências voluntárias da União, de celebrar acordos, contratos,
convênios ou ajustes, bem como receber empréstimos, financiamentos,
avais e subvenções em geral de órgãos ou entidade da Administração
direta e indireta da União; além de ocorrer a suspensão de empréstimos e
financiamentos por instituições financeiras federais.

Até a edição da EC 103/2019, era possível a obtenção do “Certificado de

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Suspensão de Irregularidades”, ou seja, permanecia irregular, mas o


“CRP” vinha sendo obtido através de liminar judicial por muitos entes.
Com a inclusão do inciso XIII, no artigo 167, da Constituição Federal,
ficará impossibilitada a emissão via judicial.

Estes são os esclarecimentos que a Diretoria Executiva do IPVV entende


ser necessária.

Vila Velha (ES), 02 de março de 2020

Paulo Fernando Mignone Elaine de Fátima de Almeida Lima


Diretor Presidente Diretora de Benefícios

Jakeline Petri Salarini João Baptista Lima


Diretora Administrativa Diretor Financeiro

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