Você está na página 1de 36

PROCESSO PENAL III

José Eduardo
jeduardo@jfes.jus.br

26/08/09

NULIDADES – ART. 563 CPP

Hoje se fala em efetividade do processo.

O processo é um instrumento: princípio da instrumentalidade.

A Le i descreve como cada ato processual deve ser praticado.

Estas descrições são formas, modelos.

Estas formas criadas conferem uma garantia.

As garantias não são somente dirigidas às partes, mas também do próprio processo.

O Estado também tem interesse de que processo seja desenvolvido de forma


regular.

Nulidade, 2 sentidos:

1. Vício: defeito de forma. O ato não foi praticado da forma prevista em lei.
2. Sanção: conseqüências do ato nulo, art. 563.

Sanção Vício
↓ ↓
Nenhum ato será declarado nulo se da nulidade não resultar prejuízo.

A nulidade pode ser:


Total: atinge todo o processo;
Parcial: só atinge parte do processo

Não existem nulidades automálticas, ou seja, toda nulidade deve ser declarada.

Ex. decisão dada por juiz incompetente tem validade enquanto não declarada a sua
incompetência.

Um ato declarado nulo na verdade é um ato inválido.

Existência X validade

Invalidade não se confunde inexistência. Ato inexistente significa falta de requisitos


essenciais para sua existência.
Atos nulos são existentes, mas inválidos por falta de uma observância da forma
legal.

Ex. de ato inexistente: sentença sem assinatura.

É possível um ato inválido produzir efeitos.

Ato inexistente não produz efeitos.

Art. 617 CPP descreve a impossibilidade da Reformatio in pejus.

Mas, este artigo só menciona a reformatio na pena, e este princípio não é somente
isto.

Ex. de ato nulo que produz efeitos: Reformatio in pejus indireta.

Quando só há recurso da defesa, o recurso não pode piorar a situação da defesa.

Se a defesa, ao recorrer, através do seu recurso, for declarar a nulidade da


sentença, ao refazer toda instrução, não pode a nova sentença piorar a situação do
réu.

Princípio X regras

Conflito de regras: exclui uma.


Conflito de princípios: ponderação dos dois, harmonização.

No sistema formalista, o juiz só pode declarar a nulidade se previsto em lei.

No sistema instrumental a decretação da nulidade não depende de uma ordem


legislativa, mas da verificação no caso concreto da existência da nulidade e do seu
prejuízo.

No Brasil vigora a instrumentalidade das formas.

Mera Nulidade Nulidade Inexistência


irregularidade relativa absoluta
Nunca gera Prejuízo deve ser Gera prejuízo de O ato não existe
prejuízo Demonstrado forma automática

No ato inexistente não há que se falar em nulidade, pois o ato sequer existe.

Primeiro se analisa a existência, para só depois se analisar a validade do ato (nulo


ou anulável).

A inexistência não precisa ser declarada, pois o ato não existe.

Inexistência não é sanção.


Requisitos de existência:
 Jurisdição
 Partes
 demanda

SÚM. 523 STF: No processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta,
mas a sua deficiência só anulará se houver prova de prejuízo.

Nulidade relativa Nulidade absoluta


O prejuízo precisa ser provado O prejuízo é presumido
Preclui quando não argüida Não preclui
*violação de regra legal violação de regra constitucional.

 Nulidade relativa: o prejuízo precisa ser provado.


 Nulidade absoluta: o prejuízo é presumido.

Na nulidade relativa, uma vez provado o prejuízo, o ato será declarado nulo.

* É uma tendência doutrinária associar a nulidade relativa ou absoluta a violação de


regra legal ou constitucional, mas, não é absoluto, pois pode ocorrer da violação de
regra legal causar nulidade absoluta, mas, a violação de regra constitucional sempre
causa nulidade absoluta.

No processo penal as nulidades podem ser conhecidas de ofício, art. 251 CPP.

Não se trata de declarar a nulidade, mas conhecer a existência da nulidade.

Tribunal de exceção: juízo criado para julgar um fato específico.

A lei que afirmou que os crimes praticados por militar contra civil viola o princípio do
juiz natural.

Sentenças:
 Condenatória
 Absolutória
 Absolutória imprópria
 Extinção de punibilidade

Sentença que extingue a punibilidade com base em certidão de óbito falsa:

2 posições:

1. Se entender que a sentença é inexistente, não houve trânsito em julgado,


então pode retomar seu curso.

2. Se entender que a sentença é nula, uma vez transitada em julgado, não há o


que fazer, pois não existe revisão criminal pro societa.

O segundo fundamento é mais coerente, pois a sentença existe, possui todos os


seus requisitos, no entanto foi julgada com base em prova falsa.
A coisa julgada tem vários efeitos, entre eles sanar todos os vícios do processo.

17/09/2009 ...no caderno

22/09/2009

Princípio da correlação entre acusação e sentença

Também chamada de:


 Adstrição
 Congruência
 Correlação temática

Tudo o que foi pedido deverá ser analisado na sentença, que não poderá ter nem
mais nem menos do que foi pedido.

Imputar: narrar um fato e atribuir uma conduta a alguém.

Teoria geral do processo penal – existe uma divergência doutrinária sobre a


possibilidade de sua existência.

Principal diferença entre o processo civil e processo penal está no princípio da


congruência.

Processo civil: Permite uma infinidade de pedidos

O processo penal não regula o pedido como ocorre no processo civil.

No processo penal o pedido é genérico, ou seja, o pedido sempre é a condenação.

Não é requisito da denúncia, conter o pedido, pois no processo penal o pedido é


sempre uma condenação.

Na ação penal privada a falta de pedido nas alegações é perempção.

No art. 41 traz os requisitos da denúncia:


 Exposição do fato criminoso;
 As circunstâncias do fato;
 Qualificação do acusado;
 Classificação do crime;
 Rol de testemunha.

Na verdade rol de testemunha, não é requisito, é ônus processual, que pode abrir
mão, não implicando na inépcia da denúncia.

A classificação do crime também não é tão essencial, já que o juiz pode efetuar a
emendatio ou mutatio.
Condições da ação no processo penal:

O CP é de 1941 e a teoria das condições da ação de Libeman é de 1949.

Não existe consenso na doutrina sobre o que é possibilidade jurídica do pedido no


processo penal.

Alguns afirmam que a possibilidade jurídica do pedido é o fato ser típico.

No processo penal o princípio da adstrição é relativizado.

Nos crimes da ação penal pública o juiz pode proferir sentença condenatória mesmo
que o MP peça a absolvição, art. 385 CPP.

Este artigo é uma manifestação do princípio da indisponibilidade.

O juiz pode reconhecer agravantes, embora não tenham sido alegadas.

O art. 385 é um resquício do CP original de 1941, em que o juiz podia efetuar


mutatio sem ouvir a defesa etc.

A doutrina afirma que a segunda parte do art. 385, só se aplica para as


circunstâncias objetivas.

Ex. após alegações finais, junta-se a FAC, e o juiz verificando que o réu é
reincidente, aplica a agravante. Professor entende que é um absurdo.

O fato de a circunstância ser objetiva não retira do acusado o direito de exercer o


contraditório.

Não pode haver surpresas na sentença.

Crime político e contravenção não geram reincidência.

O artigo 385 ofende ao princípio da inércia e do contraditório.

SENTENÇA ABSOLUTÓRIA
ART. 386

Art. 386 - O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde
que reconheça:

Ao absolver o juiz deverá mencionar a causa na parte dispositiva, art. 386.

Isto se deve ao fato de que só o dispositivo faz coisa julgada.

Incisos I, e III => se referem ao fato

Incisos IV e V => se referem à autoria


III e VI => se referem à atipicidade e excludente de ilicitude

 Somente os incisos I e IV e VI fazem coisa julgada no civil, pois falam a


respeito de PROVA da inexistência do fato ou de autoria.

Os demais não impedem a ação civil ex delito.

ATENÇÃO para as diferenças:

Inciso I: está provado que o fato não ocorreu


Inciso II: não há prova que o fato ocorreu.
Inciso III: o fato não é crime.

Inciso IV: esta provado que o réu não cometeu o crime. Introduzido em 2008
Inciso V: não há prova que o réu cometeu o crime

Inciso VI: presença de qualquer excludente ou mesmo dúvida sobre a ocorrência de


excludente.

O inciso VII: trata do indúbio pró réu, mas relacionado ao inciso VI.

Não há que se falar em licitude penal e ilicitude civil. Porque ilicitude é conceito uno.

O CC prevê casos de indenização mesmo sendo a conduta lícita. Ocorre quando a


causa do dano foi para salvar alguém de perigo iminente, art. 188, II c/c art. 929 CC.

SENTENÇA CONDENATÓRIA
ART. 387

A sentença condenatória tem o efeito automático de tornar certa a obrigação de


reparara o dano.

Na sentença o juiz fixará o valor mínimo para indenização.

A fixação levará em conta o prejuízo sofrido pela vítima.

Esta sentença vale como título executivo judicial.

O valor fixado não impede a sua rediscussão na esfera cível, art. 63 p. único CPP.

O art. 387 IV tem o fim de minimizar os prejuízos sofridos pela vítima.

Antes a vítima só tinha esta possibilidade através da ação civil ex delito.

Não foi intenção do legislador, que a identificação do valor mínimo venha a dificultar
o andamento da ação penal. Por isso, não há que se falar em perícia, produção de
provas que venham sobrecarregar ação penal.
O valor mínimo é o mínimo que se pode afirmar que a vítima sofreu. Está
relacionado aos danos materiais.

Não se fixa dano moral na sentença criminal.

Súm. 347 STJ: O direito de recorrer independe da prisão do réu.

Esta súmula derruba o art. 595 CPC, que considerava deserta a prisão, se após
interpô-la o réu fugisse.

No JECRIM, não há porque se fazer a audiência de composição civil dos danos, se


não houve dano para a vítima. Ex. se o crime for ameaça.

Efeitos da condenação:
- art. 91 e 92 CP;
- efeitos prisionais;
- lançamento do nome do réu no rol de culpados;
- impede a naturalização (art. 12, II, b CF);
- suspensão dos direitos políticos (art. 15, III CF);
- revogação do sursis, liberdade condicional e suspensão condicional do processo
(art. 89 lei 9099).

Coisa julgada

Coisa julgada NÃO é efeito da sentença, mas uma qualidade da sentença.

A coisa julgada produz efeitos em outros processos.

Características:
 torna a matéria imutável.
 Impossibilidade de rediscussão da matéria;
 Segurança jurídica

A coisa julgada da sentença absolutória é ampla, pois não existe revisão pro societá.

Já na sentença condenatória a coisa julgada é restrita, pois a sentença por ser


rescindida através de habeas corpus e revisão criminal.

29/09/09
RECURSOS

Recurso é a forma de impugnar uma decisão. Mas não é o único.

Ações de impugnação das decisões – não são recursos:


a) Ação rescisória
b) Ação anulatória
c) Embargos de terceiros
d) Embargos de execução
e) HC
f) MS
g) Querela nulitatis etc.
h) Revisão criminal

As ações autônomas criam nova relação jurídica processual.

Recurso comporta uma idéia de justiça e segurança jurídica.

A possibilidade de recorrer de uma decisão gera uma certa insegurança jurídica, pois
se ao recorrer a decisão for reformada, surge a dúvida, quem está certo?

Características dos recursos:


 Voluntariedade
 Não criam uma nova relação jurídica
 Visam anular/reformar/integrar uma decisão
 No processo penal também é possível CASSAR uma decisão.

A apelação da decisão do júri porque foi contrária a prova dos autos, visa CASSAR a
decisão e determinar novo julgamento.

A cassação não é reforma nem anulação, mas a necessidade de proferir nova


decisão.

No processo penal falava-se em recurso de oficio, mas esta nomenclatura está


ultrapassada, pois trata-se na verdade de uma reexame necessário.

Casos de reexame necessário no processo penal:


 Sentença que concede HC
 Sentença que julga reabilitação
 Sentença que concedia absolvição sumária (revogada com a reforma)
 Absolvição ou arquivamento de IP nos crimes contra economia popular (art. 7º
L. 1521/51)

Recurso é ônus processual. Isto porque a parte não é obrigada a recorrer, mas se
recorrer tem a possibilidade de melhorar a situação.

Exceção à voluntariedade:

 Art. 509 do CPC: o recurso interposto por um dos litisconsortes a todos se


aproveita.
 Art. 580 do CPP: o coautor que não recorreu pode se beneficiar do recurso do
que recorreu desde que o recurso não seja fundado em caráter
exclusivamente pessoal. Ex. a alegação de inimputabilidade não se estende
ao co réu.

A redução da maioridade no direito civil não afetou o direito penal, exceção a


nomeação de curador, não se nomeia curador ao maior de 18 anos.

 No recurso exclusivo do MP, a situação do acusado pode ser melhorada.


 O reexame necessário, embora não seja recurso.
A revisão criminal e o HC não tem prazo, podendo ser interposta a qualquer tempo.

Natureza jurídica:

Recurso é um desdobramento do direito de ação.

Quando que o recurso é total?

Nem tudo que é decidido é passível de impugnação.

O recurso será total quando devolve toda matéria possível de impugnar.

Será parcial quando há impugnação somente de parte da matéria impugnável.

Fundamentação do recurso:

 Fundamentação livre: na apelação via de regra a fundamentação é livre pois


posso alegar o que eu quiser, exceto no júri, em que a fundamentação está
limitada ao rol do art. 593 CPP.
 Fundamentação vinculada ou típica: o Resp e o RE devem
necessariamente ter fundamento em norma infraconstitucional ou
constitucional, por isso se diz que a fundamentação é vinculada.

São situações em que a lei traz um limite para a fundamentação e não as situações
de cabimento.

O protesto por novo júri era um recurso com fundamentação vinculada, qual seja,
pena maior que 20 anos.

O Rese não é recurso com fundamentação vinculada. O rol se refere à situações de


cabimento do Rese e não à sua fundamentação.

A fundamentação do recurso compõe requisito de admissibilidade.

PRINCÍPIOS

Princípios são normas jurídicas que norteiam o ordenamento jurídico.

Os princípios recursais norteiam os recursos.

Princípios constitucionais dos recursos:

1. Acesso à justiça: O recurso é um desdobramento do direito de ação. O


direito de ação é o veículo que permite o acesso à justiça, logo, o recurso está
ligado ao acesso à justiça.

O STJ não admite recurso de decisão monocrática. Por isso, uma última decisão no
TJ, monocrática, viola o acesso à justiça cabendo RE no STF pois, viola um princípio
constitucional.
2. Duplo grau de jurisdição: Toda doutrina entende que é princípio, no entanto,
o STF, por uma questão prática (diminuir a incidência de recursos), afirmou
que duplo grau não é princípio constitucional.

Cespe: duplo grau não é garantia constitucional

Princípios recursais infraconstitucionais:

3. Taxatividade: a lei disciplina os recursos e as hipóteses de cabimento.

Os tipos de recursos estão previstos na lei em um rol taxativo. Não se pode inventar
um recurso, nem interpor recurso em situação ao qual não cabe.

No entanto, o CPC é de 1973, e com o decorrer do tempo foram aparecendo outros


recursos em lei especiais, como por ex. recurso inominado nos juizados.

Assim, atualmente, a taxatividade é entendida na medida em que para que algo seja
recurso é preciso que esteja previsto em lei federal e não somente no rol da lei.

4. dialeticidade: o recurso tem que ser fornecido com razões, ou seja, os


motivos pelo qual não se contenta com a decisão.

O recurso ataca o dispositivo da decisão, mas para isso precisa apresentar suas
razões.

A fundamentação deve atacar todos os fundamentos da decisão, se ataca somente


um dos fundamentos utilizados, a decisão deverá ser mantida.

A dialeticidade determina que ao fundamentar as razões deve-se atacar todos os


fundamentos que embasaram a decisão.

5. Disponibilidade: está ligado à idéia de voluntariedade. O MP não é obrigado


a recorrer, mas uma vez recorrendo não pode desistir do recurso, art. 576
CPP.

6. Personalidade: só pode ter a situação melhorada quem recorreu. E quem


não recorreu não pode ter sua situação piorada.

Proibição da Reformatio in pejus.

No júri este princípio não prevalece.

Havendo novo júri a nova decisão pode piorar a situação do réu, pois prevalece o
princípio da soberania dos veredictos que é um princípio constitucional.

Todavia aplica-se a proibição da reformatio in pejus do presidente, na medida que


havendo novo júri e este reconhecendo os mesmos fatos, não poderá impor pena
mais grave.
Só pode haver pena mais grave se for conhecida nova situação de fato mais grave.
Este princípio não se aplica aos jurados, mas ao juiz presidente se aplica.

7. Fungibilidade: se interposto recurso errado no prazo do recurso certo,


recebe-se o recurso errado como se fosse o recurso certo, art. 579 CPP.

8. Unirecorribilidade: para cada ato decisório só cabe um tipo de recurso.

Ex. Sentença= apelação

Exceto: acórdão.

O acórdão é uma decisão objetivamente complexa, ou seja, contém um capítulo de


fundamentação constitucional e outra de fundamentação infraconstitucional e por
isso no acórdão não se aplica a unirrecorribilidade, pois neste caso cabe Resp e RE.

Assim, não cabe falar em unirrecorribilidade nas decisões objetivamente complexas.

EFEITOS DOS RECURSOS

1. Impedir o trânsito em julgado: Principal efeito é impedir o trânsito em


julgado.

Alguns doutrinadores chamam de efeito dilatório procedimental.

2. Efeito extensivo: art. 580, o recurso do co réu pode beneficiar o co réu que
não recorreu. Exceto se o recurso versar sobre questão de caráter pessoal.

3. Efeito interativo, regressivo ou diferido: é utilizado nos caso onde há juízo


de retratação. Ex. Rese.

4. Efeito devolutivo:

5. Efeito suspensivo: A decisão não produz efeitos até que ocorra o transito em
julgado.

Tem-se a idéia errônea de que o recurso suspende a eficácia da decisão.

Não é o recurso que suspende a eficácia da sentença.

O recurso com efeito suspensivo não suspende a eficácia de uma decisão. Na


verdade, a decisão não produz efeitos enquanto não há trânsito em julgado.

O recurso com efeito suspensivo faz com que a sentença não produza efeitos.

O efeito suspensivo não é um efeito do recurso, mas uma qualidade da sentença.

No processo penal não se aplica a concessão de efeito suspensivo pelo tribunal,


conforme ocorre no processo civil (art. 558).
06/10/2009

O efeito suspensivo impede a prisão do réu enquanto não houver trânsito em


julgado. Isto reflete o princípio da presunção de inocência previsto na constituição.

O RE e Resp não possuem efeito suspensivo.

Mas este é um conceito trazido do processo civil.

No processo penal, o STF já decidiu que enquanto não transitar em julgado, não
pode haver prisão.

Esta decisão acabou com a execução provisória da pena.

A prisão só é admitida antes do trânsito em julgado, quando presente os requisitos


do art. 312 CPP.

Súm. 716 STF: Admite-se a progressão de regime antes do trânsito em julgado.

Observa-se que a súmula fala de progressão de regime antes do trânsito em julgado,


ou seja, a súmula se refere à execução provisória da pena.

Se o réu pode se beneficiar de progressão é porque os requisitos que permitem a


prisão (art. 312) desaparecerem, então na verdade o réu deveria aguardar em
liberdade até o trânsito em julgado.

Efeito devolutivo: esta denominação deriva de Roma, onde as questões decididas


eram revistas pelo Imperador Romano.

Consignação: com signo, com sino. Em Roma aquele que queria pagar e não
conseguia, ia para a praça e tocava o sino 3 vezes. Este ritual significava que quero
pagar e não consigo então não estou em mora.

O efeito devolutivo devolve ao tribunal 2 matérias:


 Matéria impugnada
 Matéria cognoscíveis de ofício

No processo penal todas as matérias ligadas à existência do crime e punibilidade


são todas devolvidas.

Extensão do efeito devolutivo: devolve ao tribunal o reexame da matéria impugnada


no recurso.

Profundidade do efeito devolutivo: dentro da matéria impugnada devolve-se todas as


questões de direto ligadas à matéria impugnada, mesmo que não tenham sido
alegadas pelo recorrente.

As questões de ordem pública não podem ser conhecidas de ofício pelo tribunal se
não foram alegadas pelo recorrente. Súm. 160 STF.
Reforma indireta: recurso pedindo a reforma da decisão e esta não é reformada
mas, anulada. Diz-se indireta pois a nova decisão não foi proferida pelo segundo
grau mas pelo próprio juiz de primeiro grau .

Reformatio in pejus indireta: Se ao recorrer pedindo a reforma de uma decisão e


esta for confirmada porém, com pena mais grave. NÃO PODE. A nova decisão
proferida pelo juiz de primeiro grau não poderá piorar a situação do réu já
anteriormente condenado.

Direito intertemporal: edição de lei nova

 A lei aplicável ao recurso vai ser a lei vigente ao tempo da decisão.

Se após a publicação da decisão, entra em vigor lei nova mudando o procedimento,


o recurso rege-se pela lei anterior.

Ex. A lei acabou com o protesto por novo júri, mas os procedimentos iniciados antes
da nova lei devem permanecer.

No processo penal a lei nova não retroage nem para beneficiar.

Os princípios da retroatividade da lei benigna e irretroatividade da gravosa são


ligados ao direito material.

No direito processual aplica-se a lei nova imediatamente. Sendo a decisão o ponto


crucial para determinar a lei aplicável.

JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE DO RECURSO.

Para analisar o mérito primeiro é feita uma análise dos requisitos de admissibilidade.

Requisitos de admissibilidade presente => recurso conhecido


Requisitos ausentes => recurso não conhecido

O recurso pode reformar ou anular uma decisão.

Quanto ao mérito o recurso poder provido ou improvido.

O recurso pode ser conhecido (requisitos de admissibilidade presentes), mas


improvido no mérito.

Efeito substitutivo: o acórdão ao reformar uma decisão substitui a decisão


impugnada.

Mesmo que mantenha a decisão, o acórdão substitui a sentença.

Por isso é errado falar “sentença mantida por seus próprios fundamentos”, embora a
lei use este termo, art. 46 l. 9099.
Na anulação não há efeito substitutivo.

Em sede de recurso, as questões processuais integram o mérito.

No recurso as preliminares são os requisitos de admissibilidade recursal.

As condições da ação e pressupostos processuais que no 1º grau era preliminar, no


recurso é mérito.

A interposição do recurso pode ser feita pelo próprio réu, mas as razões devem ser
necessariamente por advogado.

REQUISITOS DOS RECURSOS

OBJETIVOS;
 Cabimento: a decisão seja recorrível.
 Adequação
 Tempestividade
 Regularidade formal
 Inexistência de fato impeditivo ou extintivo

SUBJETIVOS;
 Legitimidade
 interesse

Outra classificação ...

Extrínsecos:
 Adequação
 Tempestividade
 Regularidade formal
 Inexistência de fato impeditivo ou extintivo

Intrínsecos:
 Legitimidade
 Interesse
 cabimento

Colidência de vontades: o defensor quer recorrer mas o réu não quer.

A maioria da doutrina entende que neste caso prevalece o entendimento que deve
prevalecer a vontade do defensor

O recurso do ofendido não habilitado nos autos é semelhante ao recurso do terceiro


prejudicado, vez que é interposto por alguém que não era parte no processo.

Prazo para recorrer:


Ofendido habilitado : 5 dias contados a partir do término do prazo do MP
Ofendido não habilitado: 15 dias

13/10/2009

INTERESSE

Recursal , adequação, utilidade.

O interesse sempre está presente no processo: interesse para propor ação,


interesse para requerer provas, interesse para argüir nulidades, interesse para
recorrer.

É possível ter interesse sem ter sido sucumbente:

 Sentença absolutória por falta de provas;


 MP, em favor do réu, recorre da sentença condenatória (quando MP é parte);
 Recurso de 3º prejudicado (CPC), recurso do assistente não habilitado (CPP);
 MP recorre como custus legis (quando o MP não é parte);

Mesmo quando o MP não é parte ele pode recorrer como custus legis.

Na ação privada o MP só pode atuar como custus legis, ou seja, não pode o MP
recorrer para obter uma condenação, pois o MP não é parte legítima na ação
privada.

Na sentença penal o juiz deverá mencionar no dispositivo a causa da condenação ou


absolvição ( mencionar o artigo em que se fundamenta a decisão).

Por isso se diz que, não há recurso contra fundamentação da sentença, salvo
embargos.

Na sentença CONDENATÓRIA, se em recurso, tanto MP quando réu recorre, o que


acontece?

Depende:

1- se no recurso do MP a matéria impugnada é mais ampla do que a matéria


impugnada pelo réu, abrangência de análise pelo TJ será ampla.
2- Se ambos os recurso tem a mesma abrangência, o recurso do MP será
considerado prejudicado.

Na sentença ABSOLÚTÓRIA, se MP e assistente de acusação recorrem:

1- o assistente pode recorrer da parte não impugnada pelo MP;


2- se o recurso do MP impugnada toda a matéria, o recurso do assistente é
prejudicado.

O recurso do assistente é supletivo, ou seja, só recorre diante da inércia do MP.


APELAÇÃO

Duplo regime:
 CPP – prazo de 5 + 8
 JECRIM – 10 dias

No cpp 5 dias para interpor e 8 para razões, não são treze dias, ou seja o prazo de 8
dias conta-se a partir do dia que abriu vista às partes do recurso.

Verbo: interpor

Legitimidade:
 Acusação
 Assistente da acusação – só pode apelar se o MP não tiver apelado.
 Defesa: a defesa pode apelar da sentença absolutória para mudar o
fundamento da sentença.

O TJ não pode aumentar a sentença quando o recurso é da defesa.

Prazo:
5 dias para interpor – no juiz
8 dias para razões – no TJ

O prazo é 5+8. Contados da intimação. Por isso pode transitar em julgado para o MP
e não para o réu.

Na prática, se interpõe as razões, não ocorre o trânsito em julgado, onde o recurso


ficará esperando as razões.

Cabimento: art. 593 CPP e art. 82 da Lei 9099/95.

I – SENTENÇA CONDENATÓRIA OU ABSOLUTÓRIA.


.
O ART. 120 que dispõe sobre o perdão judicial, deixa uma margem de dúvida sobre
a natureza da sentença que concede perdão judicial.

Por isso foi editada a súmula 18 STJ.

Súm 18 STJ: A sentença que concede perdão judicial é DECLARATORIA de


extinção da punibilidade.

Assim, desta sentença cebe RESE, art. 581, VIII, pois não é condenatória nem
absolutória.

Com a reforma do CPP, se o juiz absolver sumariamente o acusado nas hipóteses


do art. 397. Desta decisão cabe apelação.
O art. 397 no inciso IV fala na absolvição sumária na sentença que extingue a
punibilidade.

Sendo sentença cabe apelação.

No entanto o art. 581 VIII, dispõe que a decisão que extingue a punibilidade cabe
RESE.

O que fazer?

 Se for extinta a punibilidade na fase do art. 397 => APELAÇÃO


 Se for extinta em qualquer outra fase do processo => RESE

No Jecrim, a revogação da suspensão pode ser obrigatória ou facultativa.

Expirado o prazo sem revogação, será declarada extinta a punibilidade, art. 89 L.


9099. desta decisão cabe apelação.

Apelação no Jecrim:
 Decisão que julga extinta a punibilidade
 Decisão que rejeita denúncia ou queixa

II – DECISÕES DEFINITIVAS OU COM FORÇA DE DEFINITIVAS, DAS QUAIS


NÃO CAIBA RESE

Chamada de APELAÇÃO RESIDUAL.

Existem decisões, que não são absolutórias nem condenatórias, que não cabe
RESE, cabendo apelação. É residual.

Ex. indeferimento de decisão de restituição de coisa apreendida. Decisão que


indefere requerimento de incidente de insanidade mental

Decisões que indeferem as medidas assecuratórias.

III- DAS DECISÕES DO JURI

Traz hipóteses de apelação vinculada. Isto é, só cabe nestas hipóteses previstas.

a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia

b) a sentença do juiz presidente for contrária à lei expressa ao à decisão dos


jurados.

c) for a decisão do s jurados manifestamente contrária à prova dos autos

A soberania dos veredictos só se aplica aos jurados, não se aplicando ao juiz


presidente.
Ao se falar “em decisão manifestamente contrária à prova dos autos” se quer dizer
que não há provas que embasam a decisão.

A decisão dos jurados é fundada em “íntima convicção”. Mas isto não significa que
não precisa ter provas.

Este recurso é uma limitação do princípio da soberania dos veredictos.

Neste caso a decisão será cassada e o réu será levado a novo julgamento.

O recurso com este fundamento só pode ser interposto uma vez. Esta limitação se
estende tanto a defesa quanto ao MP. Isto é, se a defesa recorrer com este
fundamento, o MP não pode recorrer usando o mesmo fundamento.

A prisão do réu era um requisito de admissibilidade do recurso, art. 594.

Este artigo foi revogado expressamente.

Sum 347 STJ: o recurso de apelação do réu independe de sua prisão.

O art. 595, dispõe que apelação de réu fugitivo será julgada deserta.

Este artigo foi revogado tacitamente, principalmente diante do art. 387 que dispõe
sobre a necessidade de fundamentação da necessidade da prisão.

A apelação do MP de sentença absolutória não terá efeito suspensivo, art. 596.

Já a apelação da defesa sempre terá efeito suspensivo, art. 597.

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

É subsidiário à apelação.

O art. 581 traz um rol taxativo, mas admite interpretação extensiva.

Cabe RESE da decisão, despacho ou sentença:

Ao se falar em sentença está se referindo às sentenças que reconhece extinção de


punibilidade.

I – que não receber denúncia ou queixa

No Jecrim será apelação.

Se rejeitar aditamento cabe RESE com base no art. 581, I

O fato de ser um rol taxativo não impede que se faça uma interpretação extensiva
para se aplicar o inciso I também nos casos de rejeitar aditamento.
II – que concluir pela incompetência

III – que julgar procedente a exceção salvo suspeição.


Não há interesse da parte recorrer do juiz que se diz suspeito.

IV – que pronunciar o réu

O art. 581 traz um rol taxativo.

Antes também se falava da impronúncia, mas esta parte foi revogada, agora da
impronúncia cabe apelação.

V- conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança...

Inidônea: quando altera a classificação do crime

VI – que absolve sumariamente – REVOGADO, AGORA CABE APELAÇÃO.

Antes da reforma de 2008


 Pronúncia : Rese
 Impronúncia: Rese
 Absolvição sumária: Rese
 Ext. punibilidade: Rese

Após a reforma de 2008


 Pronúncia : Rese
 Impronúncia: apelação
 Absolvição sumária: apelação
 Ext. punibilidade: apelação ou Rese (vai depender do momento)

VIII – que julgar extinta a punibilidade

No Jecrim é apelação.

XVI- Que denegar apelação ou julgar deserta.

Atenção: a decisão que julgava deserta, se refere ao art. 595 que foi revogado
tacitamente

XVII – que decidir o incidente de falsidade.

Os incisos do artigo 581 referentes a execução foram revogados, cabendo nestas


situações agravo de execução.

Prazo: 5 interpor + 2 para razões

O Rese tem juízo de retratação. O recurso será concluso ao juiz que poderá se
retratar da decisão.

Da retratação do juiz a parte prejudicada poderá recorrer por simples petição.


O CPP não traz o prazo para interpor este recurso. Para ser razoável aplica-se 5
dias.
Ao ingressar com recurso em sentido estrito, o processo retorna ao juiz que pode
rever sua decisão, isso é chamado de efeito regressivo do RESE.

03/11/2009

PROCEDIMENTOS

Processo e procedimento trazem a idéia de progressividade, ou seja, mover para


frente, impedindo a regressão do processo.

O PROCEDIMENTO SERÁ, art. 394 CPC:

Ordinário – pena MÁX. maior que 4 anos


1- COMUM sumário - pena MÁX. inferior a 4 anos Contravenções
Sumaríssimo – infrações de menor potencial ofensivo
pena MÁX 2 anos

2. ESPECIAL – leis esparsas. Ex. lei de drogas, crime praticado por funcionário
público.

Antes da reforma em 2008, o critério utilizado para diferenciar os procedimentos era


a qualidade da pena, ou seja, se a pena era de reclusão ou detenção.

O procedimento sumaríssimo era tratado como especial, mas a reforma mudou isto
definindo-o expressamente como comum.

Com a reforma o critério passou a ser a quantidade da pena.

Dois critérios para definir o procedimento:


 Quantidade da pena – art. 394
 Foro por prerrogativa de função
 Crime praticado por funcionário público.

As disposições do artigo 395 a 397 aplicam-se a todos os procedimentos, mesmo


que não regulados pelo CPP, art. 394 § 4º.

A intenção deste artigo é possibilitar a resposta escrita e a absolvição sumária em


todos os procedimentos.

No entanto, a aplicação deste procedimento em outros procedimentos gerou certas


sobreposições de atos.

No Jecrim o enunciado 109 afirma que não se aplica o prazo de dez dias para
oferecer resposta escrita (ART. 396 CPP), como acontece no rito ordinário, pois
trata-se de rito próprio da lei 9099 que não traz esta previsão.
Novo procedimento comum:

Den./queixa juízo de adm. Citação reposta escrita absolv. AIJ sentença


↓_________↓__________ ↓ __________↓ ________ ↓_______↓______↓
Não absolve

Procedimentos judicialiformes: permitia que a ação penal tivesse início de ofício


pelo juiz através de portaria ou APF, aplicável nas contravenções.

Foi revogado expressamente, mas a mais de 20 anos a doutrina não admitia mais
pois não era compatível com a constituição.

A decisão que recebe a denúncia não cabe recurso, só HC, mas este não é recurso
e sim ação.

A lei de imprensa previa a possibilidade de recurso da decisão que recebe denúncia


ou queixa. O STF julgou a lei de imprensa incompatível com a CF. (ADPF em 2009).
Então não existe mais nenhuma hipótese em que caiba recurso desta decisão.

O artigo 395 traz os requisitos formais da denúncia ou queixa que antes estavam
previstos no art. 43.

Art. 43 falava em ilegitimidade e condição da ação.

As condições da ação de Liebman são de 1949 e o CPP é de 1941, por isso, quando
o art. 41 fala em condição da ação não está se referindo as condições de ação de
Libmam (PIL), mas as condições especiais para início da ação penal, como
requisição do ministro da justiça.

Mas, com a introdução da teoria de Libmam no Brasil, passou-se a interpretar o art.


41 de acordo com idéia de Liebman, ou seja, as condições da ação penal, seriam as
mesmas do processo civil, quais sejam:

 Possibilidade jurídica do pedido = fato ser crime


 Interesse de agir = não ocorreu nenhuma causa de extinção da punibilidade
 Legitimidade.

Liebman no final de sua carreira abriu mão da possibilidade jurídica do pedido, mas
no Brasil permaneceu.

É difícil se falar em possibilidade jurídica do pedido no direito penal, pois neste o


pedido é sempre uma condenação e para condenar ou não é preciso olhar o mérito.

Por isso, é forçoso enquadrar a teoria do Libman no processo penal.

Professor: não tem diferença entre possibilidade jurídica do pedido e improcedência


do pedido, nas questões exclusivamente de direito, é apenas um caso de
improcedência verificável desde o início.
Não confundir condição da ação com condição de procedibilidade

 Requisição do Ministro da Justiça: crime contra a honra ou Chefe de


Governo Estrangeiro;

 Laudo pericial nos crimes contra a propriedade imaterial;

 Trânsito em julgado da sentença anulando o casamento em relação


ao crime do art. 236 do CP (induzimento a erro essencial ou
ocultando-lhe impedimento);

 Cuidado com a sentença declaratória da falência nos crimes


falimentares: Era considerada uma condição especifica de
procedibilidade, com a nova lei de falências é considerada condição
objetiva de punibilidade.

 Representação do ofendido. Ex: crimes de ameaça, lesão corporal leve e


lesão corporal culposa.

PROCEDIMENTO ORDINÁRIO
ART. 395:

A denúncia ou queixa será rejeitada:


 Quando for inepta (ver art. 41 – requisitos da denúncia);
 Faltar pressuposto processual e condição da ação;
 Faltar justa causa.

Inépcia: descrição dos fatos em todas as circunstâncias e identificação do autor, art.


41 CPP.

Pressuposto processual e condição da ação: este conceito deverá ser buscado


no CPC.

Possibilidade jurídica do pedido: se a conduta é crime


Interesse de agir: não houve causa de extinção da punibilidade
Legitimidade: MP ou ofendido na ação penal privada

Justa causa: este conceito foi construído pela jurisprudência em meados de 1930
no HC. Falava-se em justa causa para prisão.

Ampliou-se o conceito de justa causa para a ação.

2 conceitos para justa causa:

1- Afrânio Jardim
 Justa causa: há PROVA MÍNIMA DE AUTORIA E MATERIALIDADE.
2 - Doutrina:
 Conjunto das condições da ação e pressupostos processuais.

O primeiro conceito é mais adequado, pois o artigo 395 faz menção a estes
requisitos de forma distinta.

No novo procedimento o juiz ao receber a denúncia abrirá prazo de 10 dias para o


réu se manifestar.

Na sua resposta, o réu, deverá alegar todas as matérias que julgar necessário a fim
de possibilitar sua absolvição sumária.

O CPP fala em absolvição sumária quando o fato não constituir crime, tratando como
mérito, quando na verdade seria preliminar.

A absolvição sumária também se aplica quando verificar causa de extinção da


punibilidade.

Professor Willian Silva: o legislador errou, pois a extinção da punibilidade não é caso
de absolvição sumária, pois esta implica em análise de mérito, mas é condição da
ação por falta de interesse de agir, é preliminar.

É mais uma demonstração de que mérito e preliminar se confundem.

No processo penal não havia o princípio da identidade física do juiz. Agora está
expressamente previsto no artigo 399 § 2º.

Após a resposta do réu, o juiz designará a AIJ no prazo de 60 dias, onde os atos
serão concentrados.

O interrogatório é feito por último. O interrogatório é meio de defesa.

Ao final do rito ordinário as partes poderão requerer diligências cuja necessidade


surgiram no decorrer do processo, art. 402.

PROCEDIMENTO SUMÁRIO

DIFERENÇAS
Rito ordinário Rito sumário
Audiência AIJ 60 dias 30 dias
Testemunhas 8 5
Diligências ao final Sim – art. 402 Não se aplica
Memoriais Sim – ART. 403 § 3º Não – só defesa oral

PROCEDIMENTOS ESPECIAIS

 Crimes contra honra


 Crimes praticados por funcionário público
 Crimes falimentares
 Crimes contra propriedade imaterial
 Lei de tóxicos
1 – PROCEDIMENTO NOS CRIMES CONTRA A HONRA
artigo 520 CPP.

Cabimento: pena for maior que 2 anos ou sendo menor, quando for crimes conexos.

Se a pena for menor será o procedimento do Jecrim.

Capítulo III fala em procedimento aos crimes da calúnia e injúria.

O título não fala a respeito de difamação porque na época não existia este crime,
mas o procedimento se aplica também à difamação.

Os crimes contra honra praticados por meio de imprensa, eram da competência do


júri, e quando não era por meio de imprensa, era da competência do juiz singular,
por isso o título fala em competência do juiz singular.

3 coisas a serem observadas neste procedimento:


 Audiência de conciliação
 Exceção da verdade
 Pedido de explicação em juízo.

Audiência de conciliação:
 Antes de receber a queixa.
 Só se aplica as ações privadas.

No crime contra honra onde a ação penal pública, não se aplica a audiência de
conciliação.

Crimes contra honra de ação penal pública:


 injúria com violência real - Art. 145 -
 Contra o presidente da República - ação penal pública a Req. Do Min. Da
Justiça;
 Contra funcionário público

A reconciliação tem um efeito análogo ao da renúncia, qual seja, extinção da


punibilidade. Não é propriamente renúncia, pois a queixa já foi oferecida.

O art. 520 fala da audiência sem advogado, mas com a inserção do art. 103 da CF
( advogado é essencial ...) deve ser feito uma interpretação conforme a CF e
permite-se a presença do advogado.

Ausência das partes:


 Ausência do Querelante: perempção.

Professor discorda, pois perempção só ocorre quando já existe um processo. Sendo


que a ausência do querelante significa que não quer acordo.

 Ausência do querelado: não há conciliação.


Exceção da verdade:

Só se aplica á CALÚNIA e DIFAMAÇÃO.


Trata-se da possibilidade de provar que os fato imputados são verdadeiros.

Na injúria não existe fato, apenas um juízo de valor. Não há como provar.
Diferença de injúria e calúnia:
 Calúnia: fulano estuprou fulano no dia...sempre tem a narração de um fato.
 Injúria: fulano é estuprador. Não há narração de um fato.

Notoriedade do fato imputado: se o que foi falado é notório não houve prejuízo.

Explicações em juízo:

Art. 144 CP.

Muitas vezes a ofensa e feita nas entrelinhas, ou seja, não fica clara.

NESTE CASO É POSSÍVEL PEDIR EXPLICAÇÕES EM JUÍZO.

10/11/2009

2 – PROCEDIMENTO DOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE PRATICADOS


PELO FUNCIONÁRIO PÚBLICO – art. 513 a 523

Existe a previsão de uma resposta escrita ANTES do recebimento da denúncia.

Quando o código fala de crimes de responsabilidade, está se referindo na verdade a


crimes comuns, com sanções penais previstas no próprio código.

Crime de responsabilidade é aquele que tem sanção política.

Crimes funcionais:

 Próprios: retirando a qualidade de funcionário público, a conduta é atípica;

Ex. prevaricação, se retirar a qualidade de funcionário público, o fato é atípico

 Impróprio: se tirar a qualidade de funcionário público o crime será outro.

Ex. peculato, se retirar a qualidade de funcionário público teremos um crime de


apropriação indébita.

O art. 514 ao falar em fiança está ultrapassado, pois com o advento do parágrafo
único do art. 310, a fiança perdeu o seu campo.

Anacronismo= ultrapassado.
De acordo com a maioria da doutrina, este procedimento só se aplica aos crimes
funcionais (afiançáveis), previsto no art. 312 ao 326 do CP.

A mutatio e a emendatio pode ser feita antes da sentença.

O juiz pode mudar a classificação do crime no início se verificar grande prejuízo para
o réu.

Súm. 330 STJ: não há nulidade se não observar o art. 514, quando há Inquérito
policial.

Não se trata de não aplicar o 514, pelo contrário deve ser aplicado. A súmula quer
dizer que caso não seja observado não haverá nulidade.

Esta súmula gera polêmica.

Destaca-se que o artigo 513 no final fala do oferecimento da denúncia sem provas.
Isto não é aplicável, pois a denúncia deve ter um mínimo de prova de materialidade
e autoria, sob pena de não ser recebida, por falta de justa causa.

O procedimento não se aplica ao particular que concorreu para o crime.

Não precisa desmembrar o processo.

Se o funcionário público, após praticar o crime deixou o cargo:

2 entendimentos:

1 - não se aplica o art. 514


2 - aplica o art. 514, deve considerar a condição funcionário público na época da
prática da conduta.

Rito: Oferece denúncia  defesa preliminar  recebe a denúncia  segue o rito


normal, inclusive com a resposta escrita do artigo 396.

A aplicação do art. 396 não é repetição, pois cada resposta tem um fundamento. A
primeira é evitar o recebimento da denúncia, já a segunda resposta é possibilitar
uma absolvição sumária.

CRIMES FALIMENTARES
Lei 11.101/05

Era tratado no CPP no artigo 503 a 512. Estes artigos foram revogados
expressamente pela lei 11101/05 (art. 200). A lei também revogou o DL 7661/45.

O artigo 200 é uma norma transitória. O artigo faz ressalva ao art. 192 que fala só de
matéria civil.
A lei só trata de crimes dolosos (art.168 a 178 do CP).
Havia grande divergência a respeito da natureza jurídica da sentença de falência. A
lei 11101 diz expressamente que a sentença que declara falência tem natureza de
condição objetiva de punibilidade (art. 180).

A lei de falências anterior trazia a figura do inquérito judicial (inquérito presidido pelo
juiz), que foi revogada expressamente no art. 187.

A lei anterior era muito confusa com relação à prescrição. Por isso a lei 11101 no art.
182 determina que, no que tange a prescrição, aplica-se as regras do CP.

Em razão disto, a súmula 147 do STF perdeu sentido.

CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL


ART. 524 ao 530-I

O exame de corpo de delito é uma perícia que recai sobre os objetos.

O exame do corpo de delito nesta lei tem uma natureza de condição de


procedibilidade, tendo em vista que o art. 525 determina que este deverá
necessariamente acompanhar a denúncia, sob pena de não recebimento.

Também na lei de drogas o laudo de constatação de substancia tóxica também é


condição de procedibilidade da denúncia.

No crime de moeda falsa se a falsificação for grosseira o laudo não será


imprescindível.

O prazo para oferecimento da queixa não é de 30 dias, prevalece o prazo de 6


meses do art. 38, o prazo de 30 dias é para validade do laudo (art. 529).

A grande alteração feita em 2003 está no fato que os crimes são de ação penal
privada, ou seja, o art. 520-A restringiu o campo de aplicação dos art. 524 a 529.

LEI DE DROGAS
L. 11341/06

Esta lei aperfeiçoou a lei 6368 e consertou o que tinha de errado na lei 10409.

A lei prevê o laudo de constatação de substância tóxica firmado por 1 perito e na


falta apor pessoa idônea. É um laudo provisório para lavratura do APF.

Prazo especial para conclusão de IP


 30 dias réu preso
 90 dias réu solto

Estes prazos devem ser observados no caso de réu preso, pois findo o prazo sem
oferecimento da denúncia e o réu estiver preso, temos constrangimento ilegal.
O art. 52 p. único traz uma situação esdrúxula, pois prevê a remessa do IP ao juízo
competente e a continuação de uma investigação paralela ao processo.

Competência:
 Tráfico local e interestadual = justiça estadual
 Tráfico internacional= justiça federal (art. 70)

Infiltração de agente: O art. 53 prevê a infiltração de agentes.

Se o agente infiltrado pratica crimes será caso de aplicação do instituto do estrito


cumprimento do dever legal ou inexigibilidade de conduta diversa

Flagrante retardado ou diferido: a polícia tem o dever de agir. Não se confunde


com flagrante esperado.

O flagrante retardado atua no momento do dever de agir. A norma cria uma


discricionariedade para o agente determinar o momento de exercer o dever.

É uma discricionariedade regrada, pois a finalidade está expressamente prevista na


lei, qual seja, verificar o maior número de pessoas possíveis, maior número de
provas e o maior número de crimes.

Delação premiada: prevista no art. 41 ao indiciado que voluntariamente colaborar


com a investigação terá pena reduzida de 1/3 a 2/3 (causa de diminuição).

O procedimento do art. 396 é aplicável à lei de drogas. Art. 394 diz que o
procedimento é aplicável aos procedimentos especiais de primeiro grau ainda que
não previstos no CPP.

2 momentos para resposta do réu:

1º defesa prévia antes de receber a denúncia – art. 55 da l. 11343 – tem o fim de


evitar o recebimento da denúncia.

2º Resposta depois de Recber a denúncia – art. 396 CPP – busca uma absolvição
sumária.

Rito:

Denúncia do MP notificação recebe a denúncia resposta escrita  AIJ c/ atos


5 testemunhas p/ defesa prévia 396 CPP concentrados

 debates  sentença.

Na AIJ o interrogatório será antes das testemunhas.

Questão de prova: art. 59


O artigo 59 fala expressamente que o réu não poderá apelar sem recolher à prisão,
salvo quando for primário e de bons antecedentes.
A prisão como condição para recorrer era prevista no CPP no artigo 594 que foi
revogado em 2008.

Ao introduzir o art. 59 na lei 11343 repetiu uma fórmula que já estava superada pela
doutrina.

A lei de crimes hediondos embora seja uma lei com tratamento mais severo, foi a
primeira a derrubar esta exigência no art.2º § 3º.

O CPP introduziu o p. único no art. 387 para afirmar que a apelação não depende de
prisão. De acordo com este artigo o juiz para decretar a prisão deverá fundamentar
de acordo com os requisitos do art. 312.

Assim, é possível alegar a inconstitucionalidade do artigo 59.

A necessidade da prisão deve estar vinculada as requisitos do art. 312 e não


em razão da primariedade ou não do acusado.

O art. 44 veda a liberdade provisória. Também é anacrônico embora previsto


na CF. O STF já firmou o entendimento que a CF quis dar aos hediondos e
equiparados um tratamento homogêneo e o art. 44 faz distinção.

24.11.2009

PROCEDIMENTO DO JURI

No Brasil existe desde a época de Império.

No início era só para os crimes de imprensa.

Competência: crimes dolosos contra a vida.

Excluem-se:
 Crimes culposos
 Qualificados pelo resultado morte (mesmo que seja doloso)
 Crime doloso de militar contra militar
 Quando houver prerrogativa de função (colisão de duas normas
constitucionais) prevalece a prerrogativa de função, pois trata de regra
especial, resolve pelo critério da especialidade.

Trata de uma competência mínima, porque a lei pode aumentar a competência


do júri. Não pode restringir, mas aumentar pode, respeitando sempre a
competência mínima estabelecida pela CF.

Princípios:
 Plenitude de defesa (é superior a ampla defesa)
 Sigilo nas votações
 Soberania dos veredictos
 Competência dos crimes dolosos contra a vida (na verdade não e
princípio mas regra de competência.)

Na justiça federal:
 Crime contra agente federal EM RAZÃO DA FUNÇÃO.
 Crime praticado a bordo de NAVIO ou AVIÃO

O fato do crime ser praticado em local de órgão federal não implica na


competência federal. Ex. Crime praticado dentro da UFES é competência da
justiça estadual.

A reforma criou um procedimento trifásico:

1. Juízo da admissibilidade
2. Preparação do plenário
3. Juízo do mérito (julgamento)

1ª FASE

nesta ordem:

1º vítima
Denuncia  citação  MP AIJ 2º oitiva de testemunhas -- autos conclusos
Com 8 test. responder em 10 dias 3º produção de outras provas
arrolar até 8 test. 4º interrogatório acusado
5º debates orais por 10 min.

O juiz que poderá;


1. pronunciar
2. impronunciar - a decisão poderá ser dada na própria audiência
3. absolvição sumária
4. desclassificação

PRONÚNCIA

Conceito de pronúncia:

Antes = CPC chamava de sentença e a doutrina de decisão


HOJE = decisão interlocutória mista não terminativa, Art. 421 § 1º.

Tem um conteúdo que encerra uma fase do procedimento

A reforma extinguiu o libelo. Com isto a pronúncia ganhou importância em termos do


principio da correlação, ou seja, só posso condenar aquilo que está na pronuncia,
assim como só posso denunciar aquilo que está na denúncia.

Conteúdo da pronuncia:
 Tipo básico
 Qualificadoras
 Causas de aumento de pena

Tipo básico + qualificadoras = tipo derivado

O que não vai ter:


 Agravantes genéricas
 atenuantes genéricas
 causa de diminuição de pena - salvo a tentativa.

A denúncia tem o tipo básico e a qualificadora. O juiz só pronuncia no tipo básico.


Este fato pode ser incluído pelo MP no julgamento como tipo agravante genérico ?

R: Quando o juiz não incluiu a qualificadora específica na pronúncia, na verdade ele


recusou o fato e por isso não pode o MP incluí-la na condenação com nova
roupagem de agravante genérico.

Requisitos da denúncia:
PROVA da materialidade e INDÍCIOS fortes de autoria.

A melhor doutrina reconhece que não existe o princípio do indúbio pro societá na
fase de pronúncia.

A lei só fala em indúbio pró réu.

O que existe na verdade é que para receber a denúncia e para pronunciar não
precisa de prova inequívoca, mas apenas indícios, mas isto não significa que é
indúbio pro societa.Trata-se na verdade dos requisitos da denúncia e pronúncia que
são apenas indícios.

Na pronúncia o juiz deve se limitar a dizer que há indícios para pronunciar. (Art. 423
§ 1º). Deve ser evitado o excesso sob pena de se estar influenciando a condenação.

Também o promotor não pode se utilizar da pronúncia para influenciar os jurados


para uma condenação, art. 478.

Os jurados têm acesso a pronúncia, o que se quer evitar é o abuso de


argumentação com base na pronuncia.

O crime conexo:

O juiz pronuncia tanto o crime contra vida quanto o crime conexo.  doutrina
majoritária.

A doutrina minoritária: remete tudo para o júri mas pronuncia somente sobre o crime
doloso contra a vida e.

Se desclassificar ele desclassifica e remete ao juiz singular.


Efeitos da pronúncia:
 Interromper a prescrição (117, II e súm. 191 STJ)
 Admitir a acusação
 Possibilidade da prisão (413 § 3º)
 Sanatório de nulidades (21 STJ, art. 593, III a)

A desclassificação não anula os atos anteriores, como por exemplo, a prescrição.

Diferente se a pronúncia for anulada, caso que a pronúncia não interrompe a


prescrição.

Ao pronunciar o juiz deverá fundamentar a necessidade da prisão com base nos


requisitos da preventiva. A prisão não tem mais nenhuma relação com a
primariedade ou não do réu.

A pronúncia tem o poder de sanar as nulidades relativas.

Recurso cabível = RESE

IMPRONÚNCIA

É um juízo de admissibilidade da acusação, art. 414

Não é um juízo de mérito, por isso se surgirem provas novas, pode oferecer nova
denúncia. A impronúncia não faz coisa julgada material. Só faz coisa julgada
formal.

Recurso cabível = apelação – antes era RESE (art.416.)

ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA

Cabimento –art. 415:


 Provada a inexistência do fato;
 Provado que o réu não é o autor ou partícipe do crime;
 O fato não é crime
 Provada causa de isenção de pena ou exclusão do crime

Não se aplica a absolvição sumária nos casos de exclusão de culpabilidade (art. 26


CP) pois depende de incidente de insanidade mental do acusado. Exceto quando
esta fora a única tese de defesa. art. 415 p. único

Se tiver duas teses de defesa: inimputabilidade e outra qualquer, deve o juiz aplicar
a outra por ser mais benéfica, pois a inimputabilidade gera a aplicação de medida de
segurança (absolvição imprópria).

A lei prevê o reexame necessário art. 574, II


E errado falar e recurso de ofício, este termo está em desuso. É na verdade reexame
necessário.

A doutrina afirma que este artigo foi tacitamente revogado sob dois argumentos:

1. a absolvição sumária não é mais tratada no artigo 411, conforme descrito no


574, II, mas no art. 415;
2. o art.411 só falava na exclusão do crime ou isenção de pena (exclusão de
culpabilidade) e hoje a reforma ampliou as hipóteses de absolvição sumária.

DESCLASSIFICAÇÃO

Ocorre quando o juiz alterar a classificação dada ao crime.

É importante verificar o momento e se a desclassificação é própria ou imprópria.

Momento:

Desclassificação feita no final:

1ª fase: feita na fase da pronúncia

Ao desclassificar o crime, este e o conexo vão para o juiz singular competente para
processar o crime.

2ª fase: feita no plenário. Quando os jurados respondem aos quesitos, some o dolo.

Ao desclassificar , vai para o juiz presidente.

Havendo conexo – 2 correntes:


1 –juiz presidente vai julgar tudo – corrente majoritária
2 – o juiz presidente julga somente o crime, o conexo vai para o juiz singular.

Própria- desclassifica de um crime doloso contra a vida para um crime não doloso
contra a vida. Ex. de homicídio para lesão corporal

ou

Imprópria - desclassifica de um crime doloso contra a vida para outro crime doloso
contra a vida. Ex. de homicídio para infanticídio.

Diz imprópria por que é uma desclassificação com conteúdo de pronúncia.

Uma vez pronunciado o procedimento prossegue...

2ª FASE
Preparação para julgamento

Art. 422 e 423

As partes requerem novas testemunhas e o juiz faz um relatório sucinto do processo.

Desaforamento: alteração da competência territorial. Ocorre toda vez que houver


dúvidas da imparcialidade do júri ou segurança do acusado. O júri será deslocado
para outra comarca.

Qualquer um pode requerer: partes, ou juiz de ofício.

Competência para apreciar: TJ

Sempre ouve o juiz presidente, salvo se o desaforamento foi por ele provocado.

É obrigatória a manifestação da defesa, salvo quando por ela requerida. Sum. 702
STF.

ART. 438 ao jurado que se recusar a comparecer será determinado a prestação de


serviço alternativo.

Quem descumpre; multa de 10 salários mínimos


Quem se recusa por motivos religiosos, políticos etc – prestação de serviço
alternativo, mas a lei não fala por quanto tempo.

Quantas pessoas compõe o tribunal do júri: 26 = 25 jurados + juiz presidente, art.447

Estando presente no mínimo 15 jurados, sorteia 7, os demais são dispensados e


inicia a sessão.

Conselho de sentença: 7

Os jurados não podem perguntar diretamente, devendo fazer perguntas por


intermédio do juiz presidente.

O MP e defesa podem perguntar diretamente.

Inquirição: ofendido, testemunhas e acusado.

No debate é proibido referencia a pronuncia e ao silencio do acusado.

O silencio não pode ser interpretado em desfavor do acusado.

A maior mudança foi na quesitação, o legislador quis simplificar

Antes os quesitos da defesa eram desdobrados. Isto complicava, gerando muitas


vezes respostas incompatíveis.

A lei criou um sistema misto: um genérico e outro específico


Nas votações por sete a zero quebra o sigilo.

JECRIM

O art. 61 na redação original foi alterado em 2006. O fato do crime está sujeito ao
procedimento especial (crimes contra honra) gerava dúvida se era de competência
dos Jecrim.

A lei que criou os jecrim federal além de determinara competência de 2 anos


também afirmou que o fato de ter procedimento especial não impede que o crime
seja levado aos juizados.

Outra importante inovação:

Antes deste artigo havia esta dúvida. O STJ editou a súm. 243 que afirmava que
havendo concurso de crimes, somam-se as penas e por isso não se aplicava o
procedimento do jecrim.

O art. 60 p. único: na reunião de processos. Havendo concurso computam-se as


penas dos crimes em conjunto, saindo da competência do jecrim, mas respeitando o
instituto da transação e suspensão com relação aos crimes com pena até dois anos.

A súmula só fala da suspensão e o artigo só fala da transação. Mas deve ser


adotado um único critério.

Depois de 2006 não se aplica mais a sumula.

Se a pessoa se recusa a comparecer poderá ter prisão em flagrante. Mas na prática


todos se comprometem a comparecer.

Responsavel civil: motorista de ônibus o resp. civil é a empresa.

A lei 9099 rompeu em vários aspectos com a sistemática do CP.

Regra do CP: renúncia ou prática de qualquer ato incompatível com o exercício de


queixa. O recebimento da indenização não implica em renúncia do direito de queixa.

Na lei 9099 a comp. Civil (recebimento de indenização) implica na renúncia ao


direito de queixa e representação.

A transação penal só pode ser proposta desde que não seja caso de arquivamento.

Se for caso de arquivamento a lei veda transação penal.

Só pode haver proposta de transação se tiver prova do crime e indícios de autoria.


Afrânio jardim: não houve mitigação do princípio da obrigatoriedade. Pois presente
os requisitos da transação penal o MP é obrigado a oferecer a proposta. Assim como
quando for caso de arquivamento o MP é obrigado a pedir arquivamento.

Não se trata de discricionariedade do MP, são situações onde a lei determina como
o MP deve agir, por isso não existe mitigação do p. da obrigatoriedade.

Obrigatoriedade # conveniência e oportunidade


Indisponibilidade # disponibilidade

P. obrigatoriedade: O MP é obrigado a oferecer denúncia, se não for denunciar tem


que dizer o por que.

No jecrim o interrogatório do acusado já era ao final.

Não se aplica os institutos da lei 9099 na justiça militar (lei em 99 afirma


expressamente).

Não se aplica a resposta em 10 dias prevista no art. 396 CPP.

Não cumprimento da transação penal:

STJ: MP oferece a denúncia e segue o rito normal do juizado.

Antes se não cumprir, convertia em prisão. É um absurdo, pois é prisão sem


processo.

Você também pode gostar