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TEXTO: POR QUE ALGUMAS AVES VOAM EM BANDO FORMANDO UM V?

Elas parecem ter ensaiado. Mas é claro que isso não acontece. Quem nunca viu
ao vivo, já observou em filme ou desenho animado aquele bando de aves voando em
"V". Segundo os especialistas, esta característica de voo é observada com mais
frequência nos gansos, pelicanos, biguás e grous.
Há duas explicações para a escolha dessa formação de voo pelas aves. A
primeira consiste na economia de energia que ela proporciona. Atrás do corpo da ave
e, principalmente, das pontas de suas asas, a resistência do ar é menor e, portanto,
é vantajoso para as aves voar atrás da ave dianteira ou da ponta de sua asa. Ou seja:
ao voarem desta forma, as aves poupariam energia, se esforçariam menos, porque
estariam se beneficiando do deslocamento de ar causado pelas outras aves. Isso
explicaria, até, a constante substituição do líder nesse tipo de bando.
Essa é a primeira explicação para o voo em "V". E a segunda? O que diz? Ela
sustenta que esse tipo de voo proporcionaria aos integrantes do bando um melhor
controle visual do deslocamento, pois em qualquer posição dentro do "V" uma ave só
teria em seu campo de visão outra ave, e não várias. Isso facilitaria todos os aspectos
do voo. Os aviões militares de caça, por exemplo, voam nesse mesmo tipo de
formação, justamente para ter um melhor campo de visão e poder avistar outros
aviões do mesmo grupo. Essas duas explicações não são excludentes. É bem
possível que seja uma combinação das duas o que torna o voo em "V" favorável para
algumas aves. Jorge Bruno, Por que algumas aves... Ciência Hoje das
Crianças,R.Janeiro, n. 150, set. 2004.

QUESTÃO 01-Bandos de aves e aviões militares de caça têm em comum

A) o objetivo de economizar energia.


B) a necessidade de ter um bom campo de visão.
C) a preferência por voos longos.
D) a substituição permanente do líder.
E) o objetivo de não ficarem isolados.

QUESTÃO 02 - Segundo o texto, as aves poupam energia voando em “V” porque


A) são beneficiadas pelo deslocamento do ar causado pelas aves da frente.
B) podem se ajudar mutuamente durante longos percursos.
C) podem obter melhor controle visual do deslocamento.
D) têm o instinto de sempre seguir o líder do bando em seu itinerário.
E) se acostumaram a voar assim.

QUESTÃO 03 - Pode-se afirmar que o texto

A) conta uma história curiosa e divertida sobre pássaros.


B) defende uma ideia sobre uma questão científica.
C) explica os movimentos das aves com base em informações científicas.
D) noticia uma descoberta científica ultrapassada sobre o voo das aves.
E) mostra uma hipótese de que voar em V pode ser melhor para os aviões.

QUESTÃO 04 - O texto tem como tema um aspecto particular da vida de algumas


aves:

A) a economia de energia.
B) o modo de voar.
C) a semelhança entre elas e os aviões.
D) o formato das asas.
E) voam assim por serem parecidas.

05 - “Isso explicaria, até, a constante substituição do líder nesse tipo de bando.” Com
base no texto, conclui-se que o líder é substituído constantemente porque essa
posição...
A) é cobiçada por todas as aves do bando.
B) é a mais importante do grupo.
C) é só para líderes.
D) proporciona melhor controle visual.
E) consome muito mais energia.
A INCAPACIDADE DE SER VERDADEIRO

Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no
campo dois dragões da independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas.
A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra
no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele
provou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa como
foi proibido de jogar futebol durante quinze dias.
Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram
pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao
sétimo céu, a mãe decidiu leva-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas
abanou a cabeça:
- Não há nada a fazer, Dona Coló. Esse menino é mesmo um caso de poesia.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos plausíveis.


7. ed. Rio de Janeiro: Record, 2006.

Entendendo o texto:

1)Quando Paulo chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões-da-
independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas, a mãe:
(A) colocou-o de castigo.
(B) deixou-o sem sobremesa.
(C) levou-o ao médico.
(D) proibiu-o de jogar futebol.

2)A mãe de Paulo ficou preocupada com o filho porque ele


(A) machucou-se no pátio da escola.
(B) contava histórias criativas.
(C) desistiu de jogar futebol.
(D) queixou-se do médico.

3)A preocupação da mãe que a fez levar o filho ao médico deveu-se à:


(A) fábula dos dragões-da-independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas.
(B) história do pedaço de lua, cheio de queijo no pátio da escola.
(C) passagem das borboletas pela chácara de Siá Elpídia formando um tapete
voador.
(D) imaginação do menino ao criar suas histórias fantasiosas.

4)O parecer do médico "Este menino é mesmo um caso de poesia", sugere que
Paulo
(A) agia dessa forma pelo excesso de castigo.
(B) brincava com coisas verdadeiras.
(C) era um menino imaginativo e criativo.
(D) estava precisando do carinho familiar.

5)Dona Coló castigava o filho porque acreditava que ele estivesse


(A) brincando.
(B) sonhando.
(C) mentindo.
(D) teimando.

6)O texto sugere que


(A) mentira e teimosia andam juntos.
(B) mentira e fantasia são sinônimos.
(C) mentira e sonho parecem brincadeiras.
(D) mentira e imaginação são diferentes.
Mendigo

Eu estava diante de uma banca de jornais na Avenida, quando a mão do


mendigo se estendeu. Dei-lhe uma nota tão suja e tão amassada quanto ele.
Guardou-a no bolso, agradeceu com um seco obrigado e começou a ler as manchetes
dos vespertinos. Depois me disse:
– Não acredito um pingo em jornalistas. São muito mentirosos. Mas tá certo:
mentem para ganhar a vida. O importante é o homem ganhar a vida, o resto é
besteira.
Calou-se e continuou a ler as notícias eleitorais:
– O Brasil ainda não teve um governo que prestasse. Nem rei, nem presidente.
Tudo uma cambada só.
Reconheceu algumas qualidades nessa ou naquela figura (aliás, com invulgar
pertinência para um mendigo), mas isso, a seu ver, não queria dizer nada:
– O problema é o fundo da coisa: o caso é que o homem não presta. Ora, se o
homem não presta, todos os futuros presidentes serão ruínas. A natureza humana é
que é de barro ordinário. Meu pai, por exemplo, foi um homem bastante bom. Mas
não deu certo ser bom durante muito tempo: então ele virou ruim.
Suspeitando de que eu não estivesse convencido da sua teoria, passou a
demonstrar para mim que também ele era um sujeito ordinário como os outros:
– O senhor não vê? Estou aqui pedindo esmola, quando poderia estar
trabalhando. Eu não tenho defeito físico nenhum e até que não posso me queixar da
saúde.
Tirei do bolso uma nota de cinquenta e lhe ofereci pela sua franqueza.
– Muito obrigado, moço, mas não vá pensar que eu vou tirar o senhor da minha
teoria. Vai me desculpar, mas o senhor também no fundo é igualzinho aos outros.
Aliás, quer saber de uma coisa? Houve um homem de fato bom. Chamava-se Jesus
Cristo. Mas o senhor viu o que fizeram com ele?

Para gostar de ler. Vol. 2. São Paulo: Ática, 1978.

Entendendo a crônica:
01 – Sobre a crônica, assinale a afirmativa correta.
a) Intenciona levar o leitor a refletir sobre a relação homem e qualidade de vida.
b) Aborda um momento na vida do mendigo, leitor de jornais, que se posiciona frente
às manchetes.
c) Contrasta características inerentes a presidentes com as inerentes a jornalistas.
d) A fala do mendigo, ao usar a si mesmo como exemplo de sujeito ruim, é um
argumento incoerente.
e) O cronista, no final do texto, mantém a mesma percepção do mendigo tida no início.

02 – As frases “Não acredito um pingo em jornalistas.” E “São muito mentirosos.”


Guardam implícita uma relação de sentido de causa/consequência. Reescrevendo-
as em um único período e conservando esse sentido, ficaria:
a) Não acredito um pingo em jornalistas, embora sejam muito mentirosos.
b) Não acredito um pingo em jornalistas, por serem muito mentirosos.
c) Não acredito um pingo em jornalistas, apesar de serem muito mentirosos.
d) Não acredito um pingo em jornalistas, mas são muito mentirosos.
e) Não acredito um pingo em jornalistas, portanto são muito mentirosos.

03 – Assinale a alternativa que apresenta a mesma ideia contida no seguinte trecho:


“Meu pai, por exemplo, foi um homem bastante bom. Mas não deu certo ser bom
durante muito tempo: então ele virou ruim.”
a) “Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.”
b) “O homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.”
c) “Um galo sozinho não tece uma manhã;
Ele precisará sempre de outros galos.”
d) “Como dois e dois são quatro
Sei que a vida vale a pena
Embora o pão seja caro
E a liberdade pequena.”
e) “Amigos para sempre
É o que nós iremos ser
Na primavera
E em qualquer das estações”

04 – Leia a frase abaixo:


“Tirei do bolso uma nota de cinquenta e lhe ofereci pela sua franqueza.”
Com relação a essa atitude do narrador, pode-se afirmar que o mendigo:
a) passa a admirá-lo pelo gesto solidário.
b) começa a enxergá-lo como um ser menos nocivo à
c) sociedade.
d) não o vê melhor do que antes, apesar da doação.
e) se coloca inferior ao narrador ao receber tamanha quantia.

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