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Extensão da Beira

Faculdade de Ciências e Tecnologia


Curso de Química

Texto de Apoio de Manuseamento e Manutenção de Equipamentos Laboratoriais


(MMEL)

Beira
2021
Índice
1 Manutenção de Equipamentos Laboratoriais .......................................................................... 5
1.1 Conceito de Manutenção ...................................................................................................... 5
1.2 Tipos de manutenção ............................................................................................................ 5
1.2.1 Manutenção Corretiva ....................................................................................................... 5
1.2.2 Manutenção Preventiva ..................................................................................................... 6
1.2.3 Manutenção Preditiva ........................................................................................................ 7
1.2.1 Tipos de sujidade ............................................................................................................... 8
1.3 Superfície .............................................................................................................................. 9
1.3.1 Tipo de superfície .............................................................................................................. 9
1.4 Qualidade da água .............................................................................................................. 11
2 Segurança dos Materiais ................................................................................................... 14
2.1 Descontaminação ................................................................................................................ 14
2.1.1 Método de descontaminação ........................................................................................... 14
2.1.2 Principais etapas da descontaminação ............................................................................. 17
2.1.3 Medidas a serem tomadas quando da realização da descontaminação ............................ 17
2.1.4 Tipos de descontaminação ............................................................................................... 20
2.1.5 Principais factores na actuação de descontaminantes...................................................... 20
2.1.6 A escolha do descontaminante ........................................................................................ 21
2.2 Esterilização ...................................................................................................................... 21
2.2.1 Métodos de Esterilização ................................................................................................. 22
a) Métodos de esterilização pelo calor seco ............................................................ 22
b) Esterilização por calor húmido ......................................................................................... 23
2.2.2 Principais factores na actuação desses métodos .............................................................. 24
2.2.3 A escolha do método. ...................................................................................................... 24
2.3 Desinfecção ........................................................................................................................ 25
2.3.1 Tipos de Desinfecção....................................................................................................... 25
2.3.2 Os Desinfectantes ............................................................................................................ 26
2.3.3 Principais Factores na Actuação dos Desinfectantes ....................................................... 27
3 Materiais e instrumentos........................................................................................................ 28
3.1 Balanças lanças ............................................................................................................... 28
3.1.2 Principais características das balanças ........................................................................ 28
3.2 Tipos de balanças............................................................................................................ 28
3.2.1 Balança analítica eletrônica ......................................................................................... 29
3.2.1.1 Tipos de balanças analítica ....................................................................................... 30
3.2.2. Características da sala de pesagem e da bancada ....................................................... 31
3.2.3 Cuidados com a balança .............................................................................................. 31
3.3 Centrifugador ...................................................................................................................... 31
3.3.1 Tipos de centrífugas .................................................................................................... 32
3.3.1.1 Centrífuga de bancada .............................................................................................. 32
4 Bico de Bunsen ...................................................................................................................... 33
4.1 Zonas do bico de bunsen ................................................................................................ 34
5 Destilador .............................................................................................................................. 34
5.1 Descrição do Equipamento ............................................................................................. 35
6 Estufa ..................................................................................................................................... 35
6.1 Constituição .................................................................................................................... 36
7 Constituição e Característica da bureta, pipetas, pêra ou pumpete e balões volumétricos.... 36
7.1 Buretas de válvulas ......................................................................................................... 37
7.2 Pipeta, micropipetas ou pipetas capilar .......................................................................... 38
8 Manta de aquecimento ........................................................................................................... 38
9 Dessecadores ......................................................................................................................... 39
10 Termómetro ......................................................................................................................... 39
12 Papéis de filtro ..................................................................................................................... 40
13 Centrifugadoras ................................................................................................................... 40
14 Balões aferidos .................................................................................................................... 40
15 Espectrofotometria Ultravioleta e Visível ........................................................................... 41
15.1 Princípios Básicos e Características ............................................................................. 41
15.2 O espectrofotómetro UV-Visível ................................................................................. 41
16 O polarímetro....................................................................................................................... 42
16.1 Características ............................................................................................................... 42
17 Refractometro de Abbe ........................................................................................................ 43
18 Calibração ............................................................................................................................ 43
18.1 Calibração e suas aplicações na análise quantitativa .................................................... 44
19 Técnicas e Princípios de manutenção Básica ...................................................................... 45
19.1 Técnicas e princípios de manutenção básica dos centrifugadores, refrigerador ........... 45
19.1.1 Tecnicas e pricipios ................................................................................................... 45
20 Centrifugadores ................................................................................................................... 46
20.1 Manutencao de centrifugadores .................................................................................... 46
21 Refrigeradores ..................................................................................................................... 47
21.1 Manutenção dos refrigeradores .................................................................................... 47
21.2 Técnicas e princípios de manutenção básica das balanças e fotómetros. ..................... 48
21.2 Balanças ........................................................................................................................ 48
21.2.1 Manutenção ............................................................................................................... 48
21.2.2 Manutenção do fotómetro de chama ......................................................................... 49
21.2.3 Técnicas e princípios de manutenção das Pipetas ..................................................... 50
21.2.3 Técnicas e princípios de manutenção básica do Destilador ...................................... 50
21.3 Instalação do filtro de carvão activado ......................................................................... 51
21.4 Precauções, Restrições e Advertências ......................................................................... 51
21.5 Precauções e advertências durante o “transporte e armazenamento” ........................... 52
21.6 Manutenção e Limpeza ................................................................................................. 52
21.7 Precauções e advertências durante a “limpeza e desinfecção” do equipamento .......... 53
22 Uso e manutenção básica..................................................................................................... 53
22.1 Microscópio .................................................................................................................. 53
22.1.1 Lupa ........................................................................................................................... 54
22.1.1.1Funcionamento da Lupa .......................................................................................... 55
22.1.2 Tipos de lupa ............................................................................................................. 55
22.1.3 Importância ................................................................................................................ 56
22.1.4 Utilização ................................................................................................................... 56
22.1.5 Manutenção Básica .................................................................................................... 57
22.1.6 Precauções ................................................................................................................. 57
22.2 Telescópio ..................................................................................................................... 57
22.2.1 Manutenção do Telescópio ........................................................................................ 58
22.3 Diascópio ...................................................................................................................... 58
22.3.1 Manutenção do Diascópio ......................................................................................... 58
22.4 Estereoscópio ................................................................................................................ 59
Referencia ................................................................................................................................. 60
1 Manutenção de Equipamentos Laboratoriais
1.1 Conceito de Manutenção
A manutenção existe desde os primórdios da civilização, podendo ser identificada no ato de
afiar um instrumento de caça ou substituir a corda de um arco. Com relação às máquinas e
equipamentos, pode-se afirmar que a manutenção acompanha a sua evolução, desde as
primeiras máquinas até os dias atuais.
Manutenção é uma palavra de origem latina derivada de "MANUS TENERE", que significa
"ter em mãos", ou seja, manter o que se tem. Representa todas as actividades necessárias para
que o equipamento possa permanecer de acordo com uma situação específica.
Tem como um dos principais objectivos manter o pleno funcionamento dos equipamentos ao
longo dos períodos extensos de tempo, sendo efetuadas em diferentes modalidades para
garantir o melhor em termos de aproveitamento dos recursos financeiros, bem como do tempo
de parada para consertos.
Segundo Kardec e Nascif citado por Castilho e Lima (2006: 17), manutenção é garantir a
disponibilidade a missão dos equipamentos e instalações de modo a atender um processo de
produção ou de serviço, com confiabilidade, segurança, preservação do meio ambiente e
custos adequados.

Segundo Mirshawka e Olmedo citado por Castilho e Lima (2006: 18), manutenção é o
conjunto de actividades e recursos aplicados aos sistemas e equipamentos, visando garantir a
consecução de sua função dentro de parâmetros de disponibilidade, de qualidade, de prazo, de
custos e de vida útil adequados.
Manutenção aplicado no laboratório
Pode se definir como o conjunto de actividades e recursos que visam garantir a
disponibilidade a missão dos equipamentos laboratoriais e a instalação de modo a atender um
processo de análise ou de serviço laboratorial, com confiabilidade, qualidade, segurança,
preservação do meio ambiente e custos adequados.
1.2 Tipos de manutenção
Segundo ControlLab, Lafraia (citado por Castilho e Lima, 2006: 21) e entre outros autores
existem três tipos de manutenção: Corretiva, preventiva e preditiva.
1.2.1 Manutenção Corretiva
É aquela realizada quando o equipamento já está parado. Consiste no trabalho de restauração
deste aparelho para um padrão aceitável, através da correção de falhas decorrentes dos
desgastes ou deterioração do mesmo (ControlLab, 2010: 3).
Kardec e Nascif (2006: 26) sustentam que a manutenção corretiva é a atuação para a
correção da falha ou do desempenho menor que o esperado. Ao atuar em um equipamento que
apresenta um defeito ou um desempenho diferente do esperado estamos realizando
manutenção corretiva. Sendo assim, a manutenção corretiva não é necessariamente, a
manutenção de emergência.
Podemos ter duas condições específicas que levam à manutenção corretiva: O equipamento
apresenta desempenho deficiente apontado pelo acompanhamento das variáveis
operacionais; ou ocorrência de falha.
Então a principal função da Manutenção Corretiva é Corrigir ou Restaurar as condições de
funcionamento do equipamento ou sistema.
 Vantagens

 Falta de exigência de acompanhamentos e inspecções periódicas nos equipamentos;


 Substituição das peças ao final da sua vida útil.

 Desvantagens

 Redução da vida útil;


 Necessidade de se trabalhar com máquinas de reserva;
 Ocorrência do risco de paradas durante a realização dos exames.
 Aumenta o risco de acidentes;
 Proporciona ociosidade de mão-de-obra devido a paralisação do equipamento;
 Na maioria das vezes não pode ser programada;
 Paradas inconvenientes e demoradas

1.2.2 Manutenção Preventiva


Manutenção Preventiva é a atuação realizada de forma a reduzir ou evitar a falha ou queda no
desempenho, obedecendo a um plano previamente elaborado, baseado em intervalos
definidos de tempo. Ao contrário da Manutenção Corretiva, a Manutenção Preventiva procura
obstinadamente evitar a ocorrência de falhas, ou seja, procura prevenir (Kardec; Nascif,
2006: 39).
Compreende acções destinadas a prevenir a ocorrência de falhas, para evitar futuras quebras,
provocadas pelo desgaste natural de peças proporcionar um maior rendimento e durabilidade
e contribuir também para o prolongamento da vida útil dos equipamentos. Incluem revisões
parciais ou totais em períodos específicos, mudanças de óleo, lubrificação, limpeza, etc.

 Vantagens:
 Aumenta a confiabilidade do equipamento;
 Proporciona maior rendimento e durabilidade;
 Pode ser programada;
 Prolonga a vida útil dos equipamentos;
 Proporciona redução no estoque de peças sobressalentes

 Desvantagens:
 Haver planejamento e programações bem montadas, além de equipe de assistência
técnica eficaz e capacitada para o sistema funcionar;
 Substituição de peças antes do fim da vida útil;
 Maior número de interferências, consequentemente maior probabilidade de erro
humano;
 Devido à alta frequência de interferências pode provocar outras avarias daí a
importância de contratar técnico qualificado;
 Custo.

A correta limpeza do equipamento faz parte da manutenção preventiva e constitui


procedimento relevante no desempenho adequado do mesmo, assim como, os profissionais
que utilizam os equipamentos devem estar treinados e aptos tanto para utilizá-lo, quanto para
realizar os procedimentos e limpeza e conservação dos mesmos.
O responsável pelo equipamento estabelece as condições de limpeza e periodicidade com base
na frequência de uso; aplicação e instrução do fabricante.

1.2.3 Manutenção Preditiva


A manutenção preditiva visa fundamentalmente: prever antecipadamente a necessidade de
manutenção, permitindo a programação das actividades; eliminar desmontagens
desnecessárias; aumentar a vida útil e a disponibilidade dos equipamentos; reduzir as ações
não planejadas; impedir os aumentos dos danos e aumentar a confiabilidade dos equipamentos
(Mobley citado por Castilho e Lima, 2006: 26).
Se baseia no conhecimento do estado/condição de um item, através de medições periódicas ou
contínuas de um ou mais parâmetros significativos. Busca a detecção precoce dos sintomas
que precedem uma avaria. Através da análise de vibrações, monitoramento de parâmetros do
processo e inspecção visual, é possível determinar antecipadamente a necessidade de
manutenção.

 Vantagem:
 Há o máximo aproveitamento da vida útil dos elementos da máquina, podendo-se
programar a reforma ou substituição apenas das peças comprometidas.
 Desvantagem
 Requer acompanhamento e inspecções periódicas, com instrumentos específicos
de monitoração, além de profissionais especializados.

1.4 Sujidade
Segundo o European Hygienic Engineering and Design Group (EHEDG) (2004), qualquer
matéria indesejada que persiste nos equipamentos ou instalações recebe a designação geral de
sujidade.
Na indústria alimentar o conceito de sujidade surge normalmente associado à presença de
restos de alimentos ou suas componentes. Assim, é necessária a definição de limites concretos
entre o que é alimento e o que é sujidade. O que antes era considerado alimento, ao encontrar-
se num local ou ponto do processo indesejado, independentemente da sua origem, passa a
constituir sujidade (Wildbrett, 2006).
Atendendo à definição, pode entender-se que não só os resíduos alimentares constituem
sujidade. Os resíduos de químicos, e mesmo a própria água, podem ser considerados sujidade
se estiver em local indesejado.

1.2.1 Tipos de sujidade


A sujidade raramente apresenta um só tipo de constituinte. Tal como afirmam Baptista &
Linhares (2005), esta é constituída, geralmente, por um aglomerado de partículas
heterogéneas que se encontram unidas.
Tendo em conta a sua origem, a sujidade pode ser de origem animal, vegetal ou mineral. A
gordura e sebo, por exemplo, originam uma sujidade de origem animal. A sujidade de origem
vegetal provém, por exemplo, de óleos e gorduras vegetais, enquanto a sujidade mineral
resulta sobretudo de incrustações calcárias ou ferrugem (Noronha, n.d.).
Quanto à natureza e composição química (Tabela 1), a sujidade pode ser dividida em três
categorias: orgânica, inorgânica e mista (Noronha, n.d.)

Tabela 1 – Diferentes tipos de sujidade orgânica e inorgânica (Adaptado de Noronha, n.d.)


Sujidade Tipo de sujidade Exemplos
Inorgânica Resíduos de água dura Carbonatos de cálcio e
magnésio
Resíduos metálicos Ferrugem e outros óxidos
Resíduos alcalinos Películas que se formam
quando um detergente alcalino
não é devidamente enxaguado
Orgânica Resíduos de alimentos Restos de alimentos
Resíduos de petróleo Óleos lubrificantes, gorduras e
outros lubrificantes
Resíduos que não contêm Gordura animal e óleos
petróleo vegetais

Fonte: NORONHA

1.3 Superfície
A palavra superfície deriva do latim superficĭes. Refere-se a uma extensão de terra ou ao
limite de um corpo.

1.3.1 Tipo de superfície


O Regulamento (CE) n.º 852/2004 estabelece que as superfícies das zonas em que os géneros
alimentícios são manuseados, nomeadamente as que entram em contacto com estes, devem
ser mantidas em boas condições e passíveis de ser facilmente limpas e, sempre que
necessário, desinfectadas. Para o efeito, deverão ser utilizados materiais lisos, laváveis,
resistentes à corrosão e não tóxicos. A par do material, também a textura da superfície
influencia o sucesso dos procedimentos higiénicos. Todas as superfícies, mesmo aquelas que
normalmente são designadas como lisas, possuem uma determinada rugosidade (Baptista &
Linhares, 2005).
O reconhecimento do tipo de superfície, além da qualidade da água é de extrema importância
para o processo de higienização dos materiais. A seguir são apresentados tipos de superfícies,
suas características e algumas precauções
Tabela 2 - Tipos de superficies
Material Características Precauções
Madeira Absorve humidade, gorduras e Não usar, não é higiénico
óleos
Metais Detergentes ácidos ou com Galvanizados previnem
cloro causam enferrujamento enferrujamento

Estanho/Folha de Flandres Podem ser corroídos por Não permitir o contacto com
detergentes ácidos ou os alimentos
alcalinos

Betão Pode ser atacado por Deve ser denso e resistente a


alimentos ácidos e agentes de ácidos e não se fragmentar
limpeza
Vidro Suave e impermeável. Pode Limpar com detergentes
ser atacado por detergentes alcalinos suaves ou neutros.
alcalinos fortes

Tintas Método de aplicação afecta a Algumas tintas não são


qualidade da superfície. compatíveis

Atacado por agentes alcalinos


fortes
Borracha Não deve ser porosa ou É atacada por solventes
esponjosa. Não é afectada por orgânicos e ácidos fortes
detergentes alcalinos
Aço inoxidável Resiste à corrosão. Superfície Algum aço inoxidável é
suave e impermeável. atacado por produtos com
cloro, iodo, bromo ou flúor
Resiste à oxidação a altas
temperaturas. Fácil de limpar.

Não magnético.
Fonte: NORONHA
1.4 Qualidade da água
A qualidade da água é um parâmetro que precisa ser verificado no processo de higienização
dos materiais. No que diz respeito à sua utilização no processo de higienização, a água
constitui o solvente de base utilizado na maioria das soluções de limpeza e desinfeção,
representando, na maioria dos casos, 95 a 99% do volume das soluções (Schmidt, 2003).
As suas funções primárias enquanto solvente consistem em incluir e transportar o detergente
ou o desinfectante às superfícies alvo e, por outro lado, retirar a sujidade das mesmas
(Lelieveld et al. Citado por Faria, 2010: 9).

As funções vitais da água num processo de higienização podem ser negativamente


influenciadas pela sua composição química. À parte da potabilidade (água limpa e
transparente), a característica mais importante da água utilizada no processo de limpeza é,
provavelmente, a sua dureza (Lelieveld et al. Citado por Faria, 2010: 9). A dureza da água
está relacionada com a presença de sais inorgânicos em excesso, principalmente sais de cálcio
e de magnésio (Baptista, 2003). Uma água dura tem menor capacidade de reter o agente de
limpeza em solução, debilitando a ação e a eficácia dos detergentes e desinfetantes em
solução.

 Características físicas, químicas e microbiológicas da água


Para caracterizar a água, são determinados diversos parâmetros, os quais representam as suas
características físicas, químicas e biológicas. Esses parâmetros são indicadores da qualidade
da água e constituem impurezas quando alcançam valores superiores aos estabelecidos para
determinado uso.

a) Aspectos físicos
As análises físicas medem e indicam as características perceptíveis pelos sentidos. Os
principais aspectos físicos analisados são cor, turbidez, sabor e odor.
i. Cor: A água deve ser incolor, pois, a cor indica a presença de substâncias de natureza
orgânica e inorgânica, tais como húmus, taninos, iões férricos, entre outros. A presença dessas
ou outras substâncias pode acarretar sérios problemas.

ii. Turbidez: trata-se de uma característica relacionada à falta de transparência da água em


virtude da presença de substâncias em suspensão (plâncton, lama e areia), sólidos suspensos
ou em estado coloidal e de microrganismos. O teor permitido dessas substâncias é 5mg/L ou
UT (unidade de turbidez) e é medido através do turbidímetro de Jackson.

iii. Sabor e odor: o odor e o sabor da água dependem dos sais e gases dissolvidos. Algumas
fontes termais podem exalar cheiro de ovo podre devido ao seu conteúdo de H2S (gás
sulfídrico). Da mesma maneira, águas que percolam matérias orgânicas em decomposição
(turfa, por exemplo) podem apresentar H2S.

b) Aspectos químicos

As características químicas da água são resultantes da presença de substâncias dissolvidas,


que em geral são avaliadas somente por meios analíticos. O conhecimento desses factores é de
grande importância sob os aspectos de processamento, higiene e economia na indústria de
alimentos.
A simples aparência não traz evidência conclusiva sobre a qualidade da água, é necessário
avaliar características geralmente não perceptíveis ao olho nu. As características mais
importantes para se qualificar quimicamente a água são:
i. Dureza: Os sais de cálcio e de magnésio lixiviados pela água, em seu caminho através do
solo, conferem o que chamam de “dureza da água”. Com isso, teores elevados de cálcio e
magnésio contidos em suspensão podem interagir com a água e, consequentemente, sofrer
reacções químicas em temperaturas elevadas, se transformando em substâncias corrosivas.
Em temperaturas elevadas, os sais de cálcio e magnésio tendem a formar incrustações que
promovem a deterioração de equipamentos. Além disso, os sais de cálcio e magnésio reagem
com componentes de alguns detergentes e sanitizantes, não permitindo a formação de espuma
e assim, reduzindo a eficiência do procedimento de higienização.

ii. Acidez e alcalinidade: A acidez total representa os teores de dióxido de carbono livre,
ácidos minerais e orgânicos e sais de ácidos fortes, os quais, por dissociação, liberam iões
hidrogénio para a solução. O CO2 dissolvido na água a torna corrosiva a alguns equipamentos
e utensílios. Qualquer tipo de acidez apresenta o inconveniente da corrosividade. Esse fato é
importante para a boa manutenção dos equipamentos. Além disso, a acidez da água pode
neutralizar componentes presentes nos detergentes e sanitizantes, comprometendo suas
funções.
iii. Sílica: a sílica em combinação com os sais responsáveis pela dureza produz incrustações
duríssimas e de difícil remoção em superfícies de equipamentos. Águas normais apresentam
teor de sílica entre 5 e 50mg/l, expressos em SiO2.

iv. Gases: o gás carbónico (CO2) e o oxigénio (O2) dissolvidos, embora normais em água
potável, quando em altas concentrações, são corrosivos para materiais de ferro e ligas de
cobre. Também são corrosivos a esses metais o gás sulfídrico e o amoníaco, cujas presenças
indicam poluição em água potável.

c) Aspectos microbiológicos
A principal análise de controle microbiológico de água é a contagem de coliformes totais e
fecais. Conforme padrões de potabilidade, a água tratada no sistema de distribuição
(reservatório e redes) deve apresentar ausência em 100mL de Escherichia coli ou coliformes
termotolerantes em 95% das amostras analisadas (Portaria nº 1469 de 29 de dezembro de
2000).
É imprescindível que a água usada na indústria de alimentos receba tratamento correto para
mantê-la dentro de padrões microbiológicos adequados. Essas águas devem receber
tratamento de desinfecção para eliminar possíveis microrganismos indesejáveis.

1.5 Tipos de equipamentos


A possibilidade de levar a cabo uma limpeza e desinfecção eficazes depende das
características de construção das instalações e equipamentos.
Os equipamentos e contentores que tenham contacto com os alimentos devem ser concebidos
e construídos de forma a garantir que, quando necessário, possam ser adequadamente limpos,
desinfectados e mantidos para evitar a contaminação dos alimentos (WHO/FAO, 2003).
Como tal, são de evitar pontos de difícil acesso, espaços mortos, ranhuras e gretas. Um
correcto procedimento de higienização requer um contacto directo e sem obstáculos entre os
produtos e líquidos de limpeza e as superfícies sobre as quais queremos que estes actuem.
Determinados equipamentos, como picadoras, misturadoras e fatiadores de fiambre,
apresentam zonas não acessíveis e, como tal, é imprescindível que as suas componentes sejam
amovíveis ou susceptíveis de serem desmontadas. Neste tipo de equipamentos, antes de se
efectuar o primeiro enxaguamento deve proceder-se previamente à desmontagem, de forma a
obter uma correcta higienização (Noronha, n.d.).
Existem diversos equipamentos no ambiente laboratorial que necessitam de uma atenção
especial no processo de limpeza, como por exemplo, destiladores, autoclaves, Banho-maria,
Centrifugadores, entre outros, que apresentam superfícies não visíveis e cheias de contornos
onde se acumulam resíduos. Neste caso, antes de se proceder a primeira remoção das
sujidades maiores com aplicação de água, é necessário desmontar os equipamentos de modo a
conseguir-se fazer uma limpeza correta.

2 Segurança dos Materiais


2.1 Descontaminação
Destruição ou remoção (total ou parcial) de microorganismos dos artigos e superfícies.
Segundo HADDAD (1990:21) Descontaminação é um processo que consiste na remoção
física dos contaminantes ou na alteração de sua natureza química para substâncias inócuas.

A descontaminação é um processo de tratamento do material e equipamento, que remove ou


destrói os microrganismos e/ou substâncias indesejáveis impedindo que atinjam um local
susceptível, em quantidade suficiente para iniciar uma infecção ou uma reacção nociva. O
mesmo termo é também utilizado para remoção ou neutralização de produtos químicos
perigosos e materiais radioactivos.

2.1.1 Método de descontaminação

Diferentes métodos estão disponíveis, que incluem produtos químicos, calor e radiação, e
mais uma vez dependem do grau de descontaminação, bem como da concentração dos
microrganismos contaminantes, presença de matéria orgânica e tipo de equipamento ou
superfície a ser limpa. Cada método tem suas vantagens e medidas preventivas que
precisam ser tomadas para evitar perigos.

Existem quatro categorias principais de meios físicos e químicos de descontaminação:


calor; desinfecção de líquidos; vapores e gases; e (4) radiação. Cada categoria é discutida
abaixo.
2.1.1.1 Meios físicos
a) Calor húmido

O calor húmido é o método mais confiável de esterilização. A autoclavagem, às vezes


chamada de esterilização a vapor, é o método mais conveniente para atingir rapidamente a
destruição de todas as formas de vida microbiana. As autoclaves usam vapor saturado sob
pressão de aproximadamente 15 libras por polegada quadrada para atingir uma temperatura da
câmara de pelo menos 121 ° C (250 ° F) por um tempo determinado - geralmente 30-60
minutos.

Usos típicos: a autoclavagem é um método confiável de esterilização de equipamentos de


laboratório e descontaminação de resíduos de risco biológico.

b) Autoclavação

O uso da autoclave é o método mais utilizado nas instituições de saúde e pesquisa,


assegurando a completa destruição de microrganismos. Este processo geralmente envolve
aquecimento da água em uma câmara sob pressão gerando vapor sob uma pressão de 15
psi, o que ocorre em temperatura de cerca de 121ºC por tempo mínimo de 15 minutos. O
tempo é medido após a temperatura do material envolvido atingir 121ºC.

Fig. Aparelho de Autoclave

c) Calor seco

O calor seco é menos eficiente que o calor húmido e requer tempos mais longos e / ou
temperaturas mais altas para atingir a esterilização. É adequado para a destruição de
organismos viáveis em superfícies impermeáveis não orgânicas como o vidro, mas não é
confiável na presença de camadas superficiais de materiais orgânicos ou inorgânicos que
podem actuar como isolamento.

Fig.2. Estufa

Usos típicos: A esterilização de vidraria por calor seco pode normalmente ser realizada a 160
° – 170 ° C por períodos de 2 a 4 horas.

Precauções: Monitore os esterilizadores de calor húmido e seco regularmente usando


indicadores biológicos apropriados [tiras de esporos].

2.1.1.2 Meios químicos


a) Desinfectantes líquidos

Os desinfectantes líquidos podem ser geralmente classificados como halogénios, ácidos,


álcalis, sais de metais pesados, compostos de amónio quaternário, compostos fenólicos,
aldeídos, cetonas, álcoois e aminas. A eficácia do desinfectante líquido varia com o
organismo, concentração, tempo de contacto e outras condições de uso. Seleccione apenas
desinfectantes líquidos comprovadamente eficazes contra o (s) organismo (s) presente (s).

Nenhum desinfectante líquido é igualmente útil ou eficaz em todas as condições e para todos
os agentes viáveis.

Usos típicos: Desinfectantes líquidos são usados para descontaminação de superfícies e,


quando usados em concentração suficiente, como descontaminação de resíduos líquidos
antes do descarte final no esgoto sanitário.

Precauções: quanto mais reactivo quimicamente um composto, maior a probabilidade de ser


tóxico e corrosivo.
b) Vapores e gases

Quando utilizados em sistemas fechados e sob condições controladas de temperatura e


humidade, proporcionam excelente desinfecção. Os agentes nesta categoria incluem o
aerossol, vapor ou fase gasosa de dióxido de cloro, glutaraldeído, paraformaldeído, óxido
de etileno, ácido peracético e peróxido de hidrogénio.

Usos típicos: Vapores e gases são usados principalmente para descontaminar gabinetes de
biossegurança, salas de animais e seus sistemas associados, equipamentos volumosos ou
estacionários não adequados para desinfectantes líquidos, instrumentos ou ópticos que
podem ser danificados por outros métodos de descontaminação e salas, edifícios e sistemas
de tratamento de ar associados.

2.1.2 Principais etapas da descontaminação

A eficácia da descontaminação varia desde a esterilização de alto nível até a simples limpeza
com água e sabão. As etapas de descontaminação incluem:

A limpeza: consiste na eliminação de partículas e qualquer forma de sujidade e pode ser


concretizado através de acções físicas (varrer, escovar, etc), química (uso de detergentes)
ou mecânica (bombas de água de alta pressão) sobre uma determinada superfície.

A desinfecção: é usada para reduzir o número de microrganismos viáveis, por remoção ou


destruição e para prevenir o crescimento microbiano durante o período de produção. Pode
ser alcançado mediante a aplicação de agentes ou processos (químicos ou físicos) a uma
superfície limpa.

A esterilização: consiste no uso de procedimentos físicos ou químicos para destruir


qualquer forma de vida microbiana.

2.1.3 Medidas a serem tomadas quando da realização da descontaminação

O processo geral de descontaminação é o seguinte:

Em primeiro lugar, o profissional de limpeza mudará para equipamento de protecção


individual (EPI) para proteger sua pele do contaminante para evitar mais danos, eles
envolverão o contaminante com materiais absorventes para impedir que ele se espalhe
antes de limpá-lo de fora para dentro.

Após todos os restos visíveis do contaminante terem sido eliminados, eles irão pulverizar a
área com um produto de limpeza usando um pulverizador electrostático para neutralizar
suas propriedades.

Durante todo o processo de limpeza, eles frequentemente esfregam a área para verificar
quanto, se houver, do contaminante permanece.

Soluções usadas na descontaminação

 Solução de Água e Detergente


 Solução química.

Tabela 3: Contaminantes e seus respectivos descontaminantes

Contaminante Descontaminante

Ácidos Inorgânicos  Solução alcalina (5 % de Carbonato


de sódio –Na2CO3 e 5% de fosfato
trissódico Na3PO4)
 Solução Neutra (Solução simples de
água com sabão neutro)

Metais (Hg, Cd, Pb, etc)  Solução oxidante (10% de hipoclorito


de Cálcio Ca(ClO)2;
 Solução neutra (Solução simples de
água com sabão neutro)

Pesticidas, Fenóis clorados e dioxinas  Solução oxidante ( 10% de


hipoclorito de Cálcio- Ca(ClO)2;
 Solução neutra (Solução simples de
água com sabão neutro)

Inorgânicos (CN- e amónia)  Solução oxidante ( 10% de


hipoclorito de Cálcio - Ca(ClO)2;
 Solução neutra (Solução simples de
água com sabão neutro)

Solventes e organoclorados  Solução alcalina ( 5 % de Carbonato


de sódio–Na2CO3 e 5% de fosfato
trissódico Na3PO4);
 Solução levemente alcalina (5% de
fosfato trissodico Na3PO4);
 Solução neutra (Solução simples de
água com sabão neutro)

Óleos e graxas  Solução levemente alcalina (5% de


fosfato trissódico Na3PO4);
 Solução neutra (Solução simples de
água com sabão neutro

Radioactivos  Solução neutra (Solução simples de


água com sabão neutro)

Exemplo de um descontaminantes químico: Hipoclorito de Sódio

O Hipoclorito de sódio (NaClO), vulgarmente conhecido por lixívia, foi a substância


escolhida para efectuar a descontaminação química garantindo assim a ausência de
contaminantes.
Técnicas de descontaminação

 No caso de banho-maria, sugere-se colocar até 4 (quatro) gotas de hipoclorito de sódio


a 1% , após a troca de água, a fim de evitar turvação.
 As vidrarias devem ser descontaminadas com hipoclorito de sódio a 1%, durante 30
minutos, antes de serem lavadas, e as vidrarias de medição precisa não devem ser
autoclavadas.

Vantagens:

O NaClO é de baixo custo;

O NaClO foi reconhecido como sendo um dos descontaminantes mais eficazes na destruição
de bactérias, vírus e fungos patogénicos;

O NaClO é efectivo na eliminação de todos os microorganismos.


2.1.4 Tipos de descontaminação

Descontaminação química é uma parte integrante da gestão e limpeza de um


derramamento químico. É importante identificar os produtos químicos envolvidos em um
incidente em particular para que as equipes de combate estejam devidamente protegidas.
Normalmente, as equipes de descontaminação usam detectores com o intuito de identificar
o agente químico que irão encontrar. Isso permite que a equipe possa identificar o nível de
contaminação e o desgaste do equipamento correspondente.

Descontaminação Radiológica: é o processo que tem como objectivo remover o material


radioactivo indesejável das superfícies contaminadas, tais como objectos, roupas,
equipamentos, ferramentas, pisos, paredes e a pele das pessoas. No processo de
descontaminação, o material radioactivo não é destruído, porém apenas removido do local
contaminado para outro.

Descontaminação Biológica: é o processo que consiste na remoção dos agentes


biológicos como vírus, bactérias, fungos e parasitas de uma superfície. Na qual geralmente
usa-se a fumigação com gás formaldeído.

2.1.5 Principais factores na actuação de descontaminantes


A eficácia do descontaminante depende dos seguintes factores: tempo de contacto,
temperatura, concentração, pH.

 Tempo de contacto

O tempo de contacto é um parâmetro característico dos diferentes desinfectantes, sendo


que quanto maior for a contaminação mais tempo será necessário para a desinfecção.

 Temperatura

De uma forma geral os desinfectantes actuam melhor a temperaturas acima da temperatura


ambiente. No entanto, em muitos casos o aumento da temperatura é limitado pela
volatilidade dos desinfectantes.

 Concentração

Na maioria das aplicações quanto mais concentradas forem as soluções mais rápida é a sua
actuação.
 pH

Cada desinfectante tem uma gama de valores de pH onde é mais eficaz.

Além destes factores referidos, há que considerar ainda os seguintes factores:

 Tipo de superfície a ser descontaminado.


 Nível de exposição
 Tempo disponível para a descontaminação
 Método de aplicação a ser usado

2.1.6 A escolha do descontaminante


Os problemas mais comuns com descontaminantes potenciais são irritação da pele,
toxicidade, ineficácia ou alto custo. Um descontaminante ideal irá descontaminar rápida e
completamente todos os agentes de guerra químicos e biológicos conhecidos. Traços
desejáveis reconhecidos de um descontaminante incluem:

 Neutralização de todos os agentes


 Segurança (composto para ser não tóxico e não corrosivo)
 Facilidade de aplicação manual
 Disponível prontamente
 Acção rápida

O Hipoclorito de sódio (NaClO), vulgarmente conhecido por lixívia, é geralmente usado


para efectuar a descontaminação química garantindo assim a ausência de contaminantes.
Foi reconhecido como sendo um dos descontaminantes mais eficazes na destruição de
bactérias, vírus e fungos patogénicos, sendo de baixo custo e efectivo na eliminação de
todos os microorganismos.

2.2 Esterilização

Esterilização é o processo pelo qual se elimina e destruí completamente todos micro-


organismos (bactérias nas formas vegetativas e esporuladas, fungos e vírus) mediante a
aplicação de agentes físicos ou químicos.
Este processo mata e/ou remove todas as classes de microrganismos e esporos. Toda
esterilização deve ser precedida de lavagem e enxaguadura do artigo para remoção de detritos.
2.2.1 Métodos de Esterilização
Segundo TERRA (2014): Métodos físicos e químicos compõem os mecanismos utilizados
para a esterilização, que visa eliminar micro-organismos capazes de levar à contaminação e
deterioração de produtos ou provocar infecções em seres vivos. Dada a variedade de técnicas
disponíveis, deve-se buscar a mais apropriada a cada tipo de aplicação e material.
Os métodos de esterilização podem ser: químicos e físicos. A eleição do método depende do
tipo de artigo a ser esterilizado (MORIYA, 2008).
De salientar que a esterilização por meios químicos aplica-se o uso de desefectantes
2.2.1.1 Meios de esterilização Físico
 Métodos de esterilização pelo calor seco: Estufa; Flambagem ou Fulguração
 Métodos de esterilização pelo calor úmido: Fervura ou Autoclave
 Métodos de esterilização pelas radiações: Raios alfa; Raios gama ou Raios X.
a) Métodos de esterilização pelo calor seco

Este método é reservado somente aos materiais sensíveis ao calor úmido. Guarda suas
vantagens na capacidade de penetração do calor e na não corrosão dos metais e dos
instrumentos cortantes, sendo porém método que exige tempo de exposição para alcançar seus
objetivos, por oxidação dos componentes celulares.
A incineração afeta aos microorganismos de forma muito parecida a como afeta as demais
proteínas. Os microorganismos são carbonizados ou consumidos pelo calor (oxidação), assim,
podemos usar a chama para esterilizar (flambagem) e a eletricidade (fulguração).
O aparelho mais comum para a esterilização pelo calor seco é a estufa, que consiste em uma
caixa com paredes duplas, entre as quais circula ar quente, proveniente de uma chama de gás
ou de uma resistência elétrica. A temperatura interior é controlada por um termostato. As
estufas são usadas para esterilizar materiais ¨secos¨, como vidraria, principalmente as de
precisão, seringas, agulhas, pós, instrumentos cortantes, gases vaselinadas, gases furacinadas,
óleos, vaselina, etc.
A esterilização acontece quando a temperatura no interior da estufa atinge de 160ºC a 170ºC,
durante 2 horas, ocorrendo destruição de microorganismos, inclusive os esporos. Deve-se
salientar que a temperatura precisa permanecer constante por todo esse tempo, evitando-se
abrir a porta da estufa antes de vencer o tempo.
Desvantagens
O método tem como desvantagens a necessidade de altas temperaturas e longo tempo de
exposição além da dificuldade de validação, que pode acelerar o processo de degradação do
instrumental. Deve-se utilizar o método por calor seco quando os materiais a serem
esterilizados não suportarem a ação do vapor dos esterilizadores a vapor (ANVISA, 2010).

b) Esterilização por calor húmido


É empregado nesse método o processo de: fervura ou em autoclave
c) Fervura
É um método correntemente usado na prática diária, mas não oferece uma esterilização
completa, pois a temperatura máxima que pode atingir é 100ºC ao nível do mar, e sabemos
que os esporos, e alguns vírus, como o da hepatite, resistem a essa temperatura, alguns até por
45 h. Por outro lado, a temperatura de ebulição varia com a altitude do lugar.

Cuidados na esterilização pela fervura


 Devem-se eliminar as bolhas, pois estas protegem as bactérias - no interior da bolha
impera o calor seco, e a temperatura de fervura (100ºC), este calor é insuficiente para a
esterilização;
 Devem-se eliminar as substâncias gordurosas e proteicas dos instrumentos, pois estas
impedem o contacto direto do calor úmido com as bactérias.
d) Autoclave (Esterilização pelo vapor sob pressão)
Age através da difusão do vapor de água para dentro da membrana celular (osmose),
hidratando o protoplasma celular, produzindo alterações químicas (hidrólise) e coagulando
mais facilmente o protoplasma, sob ação do calor.
O autoclave é uma caixa metálica de paredes duplas, delimitando assim duas câmaras; uma
mais externa que é a câmara de vapor, e uma interna, que é a câmara de esterilização ou de
pressão de vapor. A entrada de vapor na câmara de esterilização se faz por uma abertura
posterior e superior, e a saída de vapor se fazem por uma abertura anterior e inferior, devido
ao fato de ser o ar mais pesado que o vapor.
O vapor é admitido primeiramente na câmara externa com o objetivo de aquecer a câmara de
esterilização, evitando assim a condensação de vapor em suas paredes internas. Ao entrar em
contacto com as superfícies frias o vapor saturado se condensa imediatamente, molhando e
aquecendo o objeto, fornecendo assim dois fatores importantes para a destruição dos micro-
organismos.
O vapor de água, ao ser admitido na câmara de esterilização é menos denso que o ar, e,
portanto, empurra este para baixo, até que sai da câmara, e através de correntes de convecção,
retira todo o ar dos interstícios dos materiais colocados na câmara. Ao condensar-se, reduz de
volume, surgindo assim áreas de pressão negativa, que atraem novas quantidades de vapor.
Desse modo, as disposições dos materiais a serem esterilizados dentro da autoclave devem
obedecer a certas regras, formando espaços entre eles e facilitando o escoamento do ar e
vapor, tendo-se em mente a analogia com o escoamento de água de um reservatório, evitando
assim a formação de ¨bolsões¨ de ar seco (onde agiria apenas o calor seco, insuficiente para
esterilizar nas temperaturas atingidas habitualmente pelo autoclave.
A ação combinada de temperatura, pressão e da umidade são suficientes para uma
esterilização rápida, de modo que vapor saturado a 750 mmHg e temperatura de 121ºC são
suficientes para destruir os esporos mais resistentes, em 30 minutos.
Usando-se vapor saturado a 1150 mmHg e 128º C, o tempo cai para 6 minutos, podendo se
assim evitar a ação destruidora do calor sobre panos e borracha.
Em casos de emergência, usa-se durante 2 minutos a temperatura de 132ºC e 1400 mmHg.

2.2.2 Principais factores na actuação desses métodos


Para conseguir-se a esterilização, há vários fatores importantes:
 Das características dos microorganismos,
 O grau de resistência das formas vegetativas;
 A resistência das bactérias produtoras de esporos
 O número de microorganismos e da característica do agente empregado para a
esterilização.

2.2.3 A escolha do método.


A escolha da técnica de esterilização mais adequada para cada caso depende do tipo de
material que deverá passar pelo processo, da carga microbiana envolvida e de outras
condições para o emprego do método, pois cada alternativa apresenta um conjunto de
vantagens a serem consideradas nos critérios de avaliação de custos, eficiência, agilidade,
disponibilidade de espaço e segurança.
 Uso de baixas temperaturas (menos de 60°C);
 Compatível com diferentes materiais: plástico ou ser um método rápido;
 Não tóxico para quem o manuseia;
 Seguro aos materiais a serem esterilizados;
 Seguro ao meio ambiente;
 Não deixa resíduos no artigo;
 Mantem actividade frente a resíduos orgânicos;
 Diminui a margem de erro humano. É de fácil manuseio;
 Uso único de esterilizante, evitando ser esta uma fonte de contaminação cruzada;
 Baixo custo operacional.

2.3 Desinfecção
Desinfecção é o processo de eliminação de formas vegetativas ou matar microrganismos
excepto esporos bacterianos, existentes em superfícies inanimadas, mediante a aplicação de
agentes químicos e/ou físicos. Esse processo não deve ser confundido com a esterilização,
visto que não elimina totalmente todas as formas de vida microbiana.
Antes do procedimento de Desinfecção deve-se proceder a limpeza (mecânica) do alvo em
questão, que compreende a remoção da sujidade: matéria orgânica (óleo, gordura, sangue ou
pus) ou qualquer outro tipo de material como cimentos e resina aderidos aos instrumentos e
superfícies.
2.3.1 Tipos de Desinfecção
Existem essencialmente 3 tipos de desinfecção: desinfecção por calor, desinfecção por
radiação e desinfecção química.

A desinfecção por intermédio do calor é um bom método pois não é corrosivo e destrói
todos os tipos de microrganismos. No entanto, apresenta a limitação de não poder ser utilizada
em superfícies sensíveis ao calor, e de ser relativamente cara. Este tipo de desinfecção é eficaz
se assegurarmos que a temperatura atinge toda a superfície a desinfectar e durante o tempo
necessário para a destruição dos microrganismos (apresenta bons resultados em circuitos
fechados).
A desinfecção por radiação é um processo mais usado em hospitais e laboratórios e não
tanto na indústria alimentar. Os restos de alimentos e outras sujidades absorvem a radiação
tendo um efeito protector sobre os microrganismos.

A desinfecção química recorre à utilização de produtos químicos e é a que se encontra mais


generalizada na indústria alimentar. Na prática, não existem desinfectantes universais, pelo
que é preciso algum cuidado na escolha e aplicação dos desinfectantes.
2.3.2 Os Desinfectantes
Existem vários tipos de desinfectantes consoante o tipo de microrganismos que eliminam.
Entre eles, destacam-se os desinfectantes anti-fúngicos (eliminam bolores) e os desinfectantes
bactericidas (eliminam bactérias). Em termos da forma de apresentação, podem ser líquidos
(ex: álcoois), sólidos (em pó para diluição em água, ex: pastilhas de cloro) ou gasosos (ex: gás
de cloro). Da grande diversidade de desinfectantes existentes no mercado, os 3 mais usados
são o cloro e compostos de cloro, os compostos de iodo e os compostos de amónio
quaternário.

 Cloro e compostos de cloro

Estes compostos são bons anti-bacterianos e não deixam sabores nos produtos se usados nas
concentrações adequadas. São muito utilizados por serem baratos. Estes desinfectantes podem
contudo mostrar-se ineficientes na presença de alguns produtos orgânicos. As soluções muito
concentradas podem ser corrosivas especialmente para as ligas de alumínio. Dentro dos
compostos de cloro, são muito utilizados os hipocloritos, em particular o hipoclorito de cálcio
e o hipoclorito de sódio.

 Compostos de Iodo

Podem ser usados em combinação com agentes de limpeza ácidos. Precisam de pouco tempo
de contacto com as superfícies e eliminam um largo espectro de bactérias. As soluções
preparadas devem ter concentrações de 25 a 50 mg/l de iodo activo com pH inferior a 4. Os
compostos de iodo são inactivados na presença de resíduos alimentares e sujidades.
Apresentam uma cor amarela quando o iodo activo se mantém presente. A perda de cor indica
a inactividade do composto. Podem ser corrosivos, sendo necessário um enxaguamento
abundante com água limpa.

 Compostos de amónio quaternário

Estes compostos apresentam uma boa capacidade de limpeza e têm uma baixa actividade
corrosiva. Não são tóxicos. Tendem a permanecer nas superfícies, pelo que é importante
enxaguar cuidadosamente com água limpa depois de desinfectar. Devem ser usados em
concentrações de 200 a 1200 mg/l. Se a água for dura deve-se aumentar a concentração. Não
devem ser usados em conjunto com detergentes e com agentes de limpeza aniónicos. A sua
actividade contra bactérias Gram negativo é menor do que no caso do cloro.
2.3.3 Principais Factores na Actuação dos Desinfectantes
A eficácia dos desinfectantes depende essencialmente de seis factores: tempo de contacto,
temperatura, concentração, pH, limpeza prévia e dureza da água.
 Tempo de contacto
O tempo de contacto é um parâmetro característico dos diferentes desinfectantes, sendo que
quanto maior for a contaminação mais tempo será necessário para a desinfecção.
 Temperatura
De uma forma geral os desinfectantes actuam melhor a temperaturas acima da temperatura
ambiente. No entanto, em muitos casos o aumento da temperatura é limitado pela volatilidade
dos desinfectantes.
 Concentração
Na maioria das aplicações quanto mais concentradas forem as soluções mais rápidas é a sua
actuação.
 pH
Cada desinfectante tem uma gama de valores de pH onde é mais eficaz.
 Limpeza prévia
A eficácia dos desinfectantes é reduzida na presença de restos de alimentos, pois
por um lado, estes vão ter um efeito protector sobre os microrganismos e por outro lado, pode
ocorrer a neutralização do desinfectante. É assim essencial a remoção de toda a sujidade antes
da desinfecção. No caso de superfícies pouco sujas, é possível aplicar uma solução que inclui
o detergente e o desinfectante.
 Dureza da água
Uma dureza excessiva da água reduz a eficácia de alguns desinfectantes, sobretudo de amónio
quaternário, e contribui para a formação de incrustações nas superfícies.
2.3.4 A Escolha do Desinfectante
A escolha dos desinfectantes depende de vários factores nomeadamente a flora microbiana
existente. Os microrganismos que podemos encontrar nas superfícies podem apresentar maior
ou menor resistência aos desinfectantes. Os microrganismos patogénicos (geralmente não são
os mais numerosos) são bastante sensíveis à acção do calor, de desinfectantes e da variação do
pH do meio; os microrganismos termoresistentes são difíceis de destruir pelo calor pois
vegetam a 80-90º C e são sensíveis aos desinfectantes.
Além destes factores referidos, há que considerar ainda os seguintes factores:
 Tipo de superfície a ser desinfectada
 Nível de sujidade residual
 Tempo disponível para a desinfecção
 Método de aplicação
 Qualidade da água de enxaguamento
 Corrosividade do produto
 Odor residual do produto.
A selecção final do desinfectante depende da consideração de todos os factores acima
referidos e deverá apoiar-se nas recomendações do fornecedor de detergentes.

3 Materiais e instrumentos

3.1 Balanças lanças

As balanças são equipamentos mecânicos ou eletrônicos que medem a massa de um corpo. As


balanças são utilizadas em laboratórios para pesagens de substâncias usadas na preparação de
solução de reagente e, também, para calibração de instrumentos volumétricos.

3.1.2 Principais características das balanças

As balanças apresentam duas características importantes: capacidade de pesagem e resolução.


A capacidade de pesagem é o limite máximo que o equipamento pode pesar.
A resolução indica o intervalo de leitura de uma balança, ou seja, que fração de grama ele é
capaz de indicar (0,1 g, 0,01 g, 0,001 g, 0,0001g ou pesos menores).

3.2 Tipos de balanças

As balanças podem ser:


 Mecânicas - quando o dispositivo é composto por elementos mecânicos tais como
molas, cabos tensores, hastes rígidas, componentes hidráulicos, pneumáticos etc.
 Eletrônicas - quando o dispositivo é composto por elementos eletrônicos, tais como
células de carga, circuitos integrados, microprocessadores.
 Híbridas - quando o dispositivo é composto por elementos mecânicos e por elementos
eletrônicos.
 Analítica (De precisão) - quando se destina à análise de determinada grandeza sob
certas condições ambientais e possui elevada sensibilidade de leitura e indicação.
3.2.1 Balança analítica eletrônica

A balança analítica electrónica, o prato situa-se acima de um cilindro metálico oco que é
circundado por uma bobina que se encaixa no pólo interno de um ímã permanente. Uma
corrente elétrica percorre a bobina e produz um campo magnético que segura, ou levita, o
cilindro, o prato, o braço indicador e qualquer massa que esteja no prato.
A corrente é ajustada para que o nível do braço indicador fique na posição de nulo quando o
prato estiver vazio. A colocação de um objeto no prato provoca um movimento do próprio
prato e do braço de controle para baixo, o que aumenta a quantidade de luz que incide na
fotocélula do detector de nulo.
A corrente que atinge a fotocélula é amplificada, alimentando a bobina, o que cria um campo
magnético maior, fazendo que o prato retorne para a posição original no detector do zero. Um
dispositivo como este, no qual uma pequena corrente elétrica faz que um sistema mecânico
mantenha sua posição zero, é chamado sistema servo. A corrente requerida para manter o
prato e o objeto na posição de nulo é diretamente proporcional à massa do objeto e é
prontamente medida, transformada em sinal digital e apresentada no visor.
A calibração de uma balança analítica envolve o uso de uma massa-padrão e ajuste da
corrente de forma que o peso-padrão seja exibido no mostrador. (Skoog)

A - Prato da balança
B - Massa internas de calibração
C - Fonte de corrente controlada
D - Controlador electrónico
E - Indicador digital
F - Sensor de posição
G – Bobina
3.2.1.1 Tipos de balanças analítica

As balanças analíticas mais encontradas são:


 Macrobalanças têm uma capacidade máxima que varia entre 160 e 200 g. Com essas
balanças as medidas podem ser feitas com um desvio-padrão de 0,1 mg.
 Balanças semimicro analíticas têm uma carga máxima de 10 a 30 g com uma
precisão de 0,01 mg.
 A balança micro-analítica típica tem capacidade de 1 a 3 g e uma precisão de 0,001
mg.

Figura: balança analítica eletrônica

1. Portas de vidro (superior e laterais) – portas de abertura para colocação de materiais a


ser pesado.
2. Prato da balança – utilizado para a pesagem dos materiais.
3. Visor de comando e leitura (display) – utilizado para leitura de pesagem, calibração e
visualização de comandos do equipamento.
4. Bolha de nível – para visualização do nível adequado e nivelação do equipamento.
5. Tecla LIGA/RET – utilizado para ligar e desligar (modo Standby);
6. Tecla CAL/MENU – calibração e acesso ao Menu;
7. Tecla TARA – usado para Zerar a balança ou Tarar recipientes;
8. Tecla UNIDADE – utilizado para seleção da unidade de pesagem;
9. Tecla IMPRIME – usado para impressão de dados de pesagem do equipamento, se
tiver conectado ao computador.
3.2.2. Características da sala de pesagem e da bancada

 Evitar a luz directa do sol e correntes de ar;


 Isolar choques e vibrações;
 A bancada deve ser rígida, não podendo ceder ou deformar durante a operação de
pesagem; Pode-se usar uma bancada de laboratório bem estável ou uma bancada de
pedra;
 Ser anti-magnética (não usar metais ou aço) e protegida das cargas electrostáticas (não
usar plásticos ou vidros).

3.2.3 Cuidados com a balança

Os cuidados devem ser:


 Não remova os pratos;
 Ligue-a previamente deixando-a estabilizar por cerca de 30 min;
 Observe se a balança está nivelada;
 Coloque as substâncias de maneira centralizada na balança e a temperatura ambiente;
 Coloque a balança em um local com o mínimo de vibração, variação de temperatura e
mudanças de temperatura;
 Mantenha-a sempre limpa;
 Não coloque o material a ser pesado directamente na balança; coloque-o em um
recipiente seco e previamente pesado (tarado), tais como: béquer pequeno, papel filtro,
vidro relógio etc.;
 Caso o material que for pesado tenha a propriedade de evaporar, oxide ou absorva a
humidade, tampe o recipiente que contém a substância;
 Execute todas as operações cuidadosamente e com movimentos suaves;
 Não manuseie os objectos que estão sendo pesados com as mãos, utilize pinças ou
espátulas.

3.3 Centrifugador
A centrifugação é um método efectivo na remoção de impurezas sólidas do que as técnicas
convencionais de filtração. É utilizada na separação de misturas sólido-líquidas ou de dois
líquidos imiscíveis; baseando-se no princípio de que o sólido ou líquido de maior densidade
irá para o fundo do recipiente, de maneira rápida e eficiente. Com esse processo partículas
muito pequenas que poderiam passar pelos filtros tradicionais são removidas. Na
centrifugação, deve-se tomar alguns cuidados:
 Utilizar óculos de protecção;
 Colocar os tubos aos pares na centrífuga e sempre em sentido oposto um ao outro, a
fim de balancear o peso sobre o eixo central;
 Se ao ligar a centrífuga ocorrerem vibrações, desligá-la e revisar todos os seus passos.

3.3.1 Tipos de centrífugas

 Centrífuga de bancada
 Centrífuga de bancada refrigerada
 Centrífuga de alta velocidade
 Ultracentrífuga
 Microcentrífuga
 Citocentrífuga

3.3.1.1 Centrífuga de bancada

 Múltiplos fins: peletizar células e bactérias, sedimentação de soro, urina, células e


sangue
 Suporte oscilante: até 3.800g ou 6.000 rpm
 Capacidade: normalmente 32 x 5mL ou 16 x 10mL
 Com ou sem tacómetro
 Controle de tempo
 Sem freio

Figura: Centrífuga de bancada


Múltiplos fins: peletizar células e bactérias, sedimentação de soro, urina, células e
sangue
Suporte oscilante: até 3800g ou 6000 rpm
Capacidade: normalmente 32 x 5mL ou 16 x 10mL
Com ou sem tacómetro
Controle de tempo
Sem freio

4 Bico de Bunsen
É um dispositivo usado para efectuar aquecimento de soluções em laboratório. Este
queimador, muito usado no laboratório, é formado por um tubo com orifícios laterais, na base,
por onde entra o ar, o qual se vai misturar com o gás que entra através do tubo de borracha. O
bico de Bunsen é utilizado para aquecimento até temperatura de 800 oC, por meio da
combustão do gás.

Esquema do bico de Bunsen: (1) tubo; (2) base; (3) anel de regulagem do ar primário (ou
janela); (4) mangueira do gás; (a) zona oxidante; (b) zona redutora; (c) zona de gases ainda
não queimados.
Este bico é formado por um tubo com orifício lateral na base, por onde entra o ar que se
mistura com o gás que é queimado á saída do tubo. A entrada do gás é regulável por
intermédio de uma válvula e a do ar, por exemplo por meio de uma anilha em volta do tubo, o
qual pode girar tapando em maior ou menor extensão os orifícios de entrada.
A utilização do Bico de Bunsen é essencial pois visa a diminuição de microrganismos no
campo de trabalho através do calor. Para isso ele apresenta uma regulagem que torna possível
seleccionar o tipo de chama ideal para o trabalho. No caso da Microbiologia deve ser utilizada
a chama azul porque esta atinge maior temperatura e não forma fuligem. É importante
ressaltar que a chama apresenta diferentes zonas, e tal fato é importante para que o processo
de flambagem seja executado adequadamente, já que certas zonas da chama devem ser
evitadas.

4.1 Zonas do bico de bunsen

As zonas da chama são: zona Neutra (é uma zona fria e, portanto, não deve ser utilizada para
flambagem), zona Redutora e zona Oxidante (são zonas onde já ocorre a combustão e,
portanto já podem ser usadas para flambagem).
Entretanto, quando o orifício inferior é aberto, a zona b, intermediaria, suficientemente
alimentada de oxigénio (O2), permite uma combustão mais acentuada dos gases, formando,
além de monóxido de carbono (CO), algum CO2 e H2O, assim a chama se torna quase
invisível.
Chama oxidante: acima do cone b situa-se a chama a, à qual tem acesso fácil o O2, que
fornece ambiente de oxidação ideal para o trabalho de aquecimento.
Chama redutora: dentro do cone b (acima do cone c) forma-se quantidade apreciável de CO,
que tem função redutora. Há absorção do O2 para formar CO2.

5 Destilador
Destilador é um equipamento utilizado para destilar o fluido podendo ser líquido ou vapor que
desejar.
O Destilador consiste em duas partes principais: a tampa de condensação e a câmara de
evaporação. A tampa contém a serpentina de condensação e o mini ventilador. A câmara de
evaporação é fabricada através de um aço inoxidável, com um sistema eléctrico de
aquecimento na parte inferior.
5.1 Descrição do Equipamento

O Destilador de água elimina totalmente os totais sólidos dissolvidos (minerais, metais


pesados, toxinas, ou qualquer outro contaminante).
 Possui alta capacidade "4Litros": volume suficiente para as mais diversas utilizações;
 Purifica a água em até 99,9%, atendendo a todos os padrões exigidos;
 É portátil e de fácil instalação;
 Resistente e fácil de limpar
 Cuba interna construída em aço inoxidável: maior durabilidade e facilidade de
limpeza;
 Abastecimento manual, não exige instalações hidráulicas;
 Possui desligamento automático ao final de cada ciclo de destilação.
Figura: Destilador

6 Estufa
As estufas têm objectivo de acumular e conter o calor ou o resfriamento no seu interior,
mantendo assim a temperatura adequada para os conteúdos nelas guardadas, por isso é de
extrema importância em qualquer laboratório. As estufas contêm um termómetro do lado de
fora que mantém a temperatura adequada sem alterações involuntárias.
Popularmente a estufa é conhecida como um aparelho eléctrico utilizado para secagem de
substâncias sólidas, evaporação lenta de líquidos, armazenagem de substâncias liquidas com
temperaturas baixas, secagem de vidrarias, etc.
Fig. Estufa

6.1 Constituição

Consiste numa câmara, em geral paralelepipédica, limitadas por paredes duplas (a interior em
aço inoxidável, alumínio, cobre, placas de asbeto; a exterior em aço) com uma camada
isoladora espessa habitualmente de asbeto de lã de vidro. Para temperaturas bastante elevadas
são utilizados materiais refractários.
As prateleiras são perfuradas para permitir o movimento de ar. A porta é por vezes em vidro o
que permite observar o interior do aparelho com um distúrbio mínimo. São também providos
de um termómetro sendo a temperatura controlada por termóstato.

7 Constituição e Característica da bureta, pipetas, pêra ou pumpete e balões


volumétricos
Instrumentos volumétricos estão geralmente disponíveis em duas classes de exactidão:

a) Classe A/AS

Os instrumentos volumétricos das classes A e AS possuem limites de erro idênticos, conforme


estabelecido pela DIN EN ISO. Geralmente isto se refere somente aos instrumentos
volumétricos de vidro. As exceções são os balões volumétricos de plástico BRAND
fabricados em PFA e PMP, e provetas fabricadas em PMP, as quais atendem os mais altos
requerimentos e portanto correspondem a classe A. Para os instrumentos volumétricos classe
AS, calibrados por vertido (TD, Ex), o “S” adicional significa vertido rápido. O uso dos
instrumentos volumétricos classe A tem se tornado prática comum. O risco de entupimento
em pipetas e buretas é pequeno devido a ampla abertura da ponta. O comportamento da
dispensação de líquidos diversos é compensado pela observação do tempo de espera definido.
b) Classe B

Os instrumentos volumétricos classe B estão disponíveis em vidro ou plástico. Instrumentos


classe B geralmente possuem o dobro dos limites de erro da classe A/AS. Para classe B,
instrumentos de medição calibrados por vertido (TD, Ex), não possuem tempo de espera
especificado.

c) Menisco de um líquido

O termo menisco descreve a curvatura na superfície do líquido. O menisco pode se curvar


para cima ou para baixo. A curvatura se desenvolve como função da interação de forças de
adesão e coesão. Se as moléculas de líquidos são atraídas mais fortemente pela parede do
vidro (adesão) do que pelas próprias moléculas do líquido (coesão), o menisco se curva para
baixo, ou côncavo; a borda da superfície do líquido é levemente elevada. Este é o caso, por
ex. de soluções aquosas. Se o diâmetro da pipeta é suficientemente estreito – como em
capilares – a adesão é forte o bastante para puxar não somente a borda mas também todo o
nível do líquido (efeito capilar). O ajuste correto do menisco é um pré-requisito para uma
medição volumétrica exata. No caso de um menisco côncavo, o volume deve ser lido no ponto
mais baixo do nível do líquido. O ponto mais baixo do menisco deve tocar a borda superior da
marca de graduação. No caso de um menisco convexo, o volume deve ser lido no ponto mais
alto do nível do líquido. O ponto mais alto do menisco deve tocar na borda inferior da marca
de graduação. A franja de Schellbach é uma linha fina azul no centro de uma franja branca.
As franjas de Schellbach são impressas na parte traseira dos instrumentos volumétricos para
melhorar a legibilidade. A refração da luz forma duas pontas de seta no menisco. O ponto de
leitura é no encontro das duas pontas de seta.

Se a força de coesão de um fluido é mais forte que a força de adesão da parede do vidro, um
menisco com curvatura para cima (convexo) é formado. Isto acontece com o mercúrio, por
exemplo. Menisco côncavo em uma pipeta graduada. Menisco convexo em uma pipeta
graduada.

7.1 Buretas de válvulas

É constituído por um tubo cilíndrico graduado, com uma válvula capaz de controlar o fluxo
vazando cujo o volume é o indicado pelo instrumento. Os tipos principais diferem no tipo da
válvula, designadamente: torneira (Geissler) em vidro ou em <Teflon>: de Mohr (de pinça de
Mohr ou válvula de Bunsen).

7.2 Pipeta, micropipetas ou pipetas capilar

As pipetas são instrumentos ou equipamentos utilizados para medir ou transferir líquidos.


Problemas de pipetagem são fontes comuns de erro em diagnósticos laboratoriais. Esses
problemas podem ser causados por falha na técnica de pipetagem, erro na escolha da pipeta,
problemas de ajuste do equipamento ou falta de cuidados de conservação.

Existem 3 tipos de pipetas:


 Pipetas de transferências
Têm uma só marca e dão volume constante de líquidos sob certas condições específicas.
São tubos longos de vidro com bulbo central cilíndrico. Grava-se uma marca de calibração na
parte superior do tubo (de sucção). A parte inferior (de escoamento) termina em uma ponta.
Como segurança, as pipetas têm comumente em segundo bulbo acima da marca de graduação.
 Pipetas de graduação
a haste é graduado e são usados para fornecem pequenos volumes, de acordo com a
necessidade.
São tubos de diâmetro relativamente pequeno sem bulbo central.
 Pipetas de seringas ou micropipetas

Tem volume fixo ou variável e são normalmente empregadas para fornecer volumes idênticos
rapidamente.
As pipetas de seringas ou micropipetas são muitos comuns no laboratório. Elas são usadas na
manipulação de soluções tóxicas e volumes repetidos em grande número para análises
múltiplas. As pipetas podem ter volumes fixos ou variáveis, elas usam um sistema de
acionamento que permite a operação por um botão no topo da pipeta. Êmbolo percorre dois
pontos fixos, o que permite a liberação de um volume constante.
As pipetas micrométricas são usadas na liberação, gota a gota de soluções. Elas têm um
controle micrométrico que opera o êmbolo da seringa ligado a uma agulha de aço inoxidável.

8 Manta de aquecimento
As mantas são essencialmente uma carcaça flexível de fibras de vidro entrelaçadas que se
ajusta ao frasco e um aquecedor eléctrico que opera com calor não radiante. A manta pode ser
montada sobre recipiente de alumínio que repousa na bancada para o uso de recipientes, a
manta é suprida sem caixa.
A energia eléctrica do elemento aquecedor é controlada por um transformador contínuo
variável ou circuito a tirístor. A temperatura da manta, portanto, pode ser ajustada
suavemente.
As mantas de aquecimento são distintas principalmente ao aquecimento de frascos e são
particularmente úteis nas destilações

9 Dessecadores
São recipientes de vidro coberto, destinado à estocagem de objectos em atmosfera seca. Um
agente de secagem, como por exemplo, cloreto de cálcio anidro (muito usado no casos mais
simples), sílica gel, alumina activa ou sulfato de cálcio anidro fica dentro do dessecador.
Um dessecador normalmente tem uma placa de porcelana com aberturas para suportar
cadinhos ou outros aparelhos.
A placa fica apoiada em um ressalto, aproximadamente a meia altura da parede do
dessecador. Os dessecadores pequenos tem um triângulo de vidro com pontas adequadamente
dobradas.
Deve-se colocar uma leve camada de vaseline branca ou um lubrificante especial na junta
esmerilhada do dessecador para impedir a passagem de ar.
Componentes do dessecador típico. A base contém um agente químico de secagem, que
normalmente é coberto com uma tela e prato de porcelana com furos, para acomodar os filtros
ou cadinhos, tampa e superfície de vidro esmerilhado.

10 Termómetro
Os termómetros de vidro com um líquido de expansão largamente aplicados. Contêm em
geral mercúrio, ou sua ligas, para zona de temperaturas entre -58oC; para temperaturas
inferiores é vulgar o uso de pentano. Em geral estes medidores de temperaturas são calibrados
para imersão total da coluna do líquido medidor (excepto os termómetros com rodagem, de
uso mais aconselhado).
12 Papéis de filtro
Há filtros em papéis de celulose muito pura de diferentes porosidades e, para cada aplicação,
deverá o papel de filtro permitir a velocidade máxima de filtração mas retendo ainda todas
partículas de precipitado, incluindo as mais pequenas.
Se as dimensões destas forem desconhecidas, a escolha de filtro far – se- á por tentativas. A
sua porosidade deverá ser suficientemente apertada para reter todas as partículas sólidas mas
não excessivamente apertada pois tornaria então a velocidade de filtração desnecessariamente
lenta.
O papel de filtro é higroscópico, não sendo portanto adequado à pesagem de sólidos, e
ligeiramente solúvel em água e especialmente em soluções alcalinas.

13 Centrifugadores
Conhece-se várias técnicas de centrifugação, realizadas em centrífugas cujas as partes
fundamentais são os rotomotores, cabeças rotatórias em que são colocadas as suspensões ou
soluções em estudo.
Assim considera-se as centrifugas de bancadas, portáteis, de baixa força centrífuga (até cerca
de 600g em que g é a aceleração de gravidade), em geral desprovido de um sistema
controlador de temperatura, e com tubos de centrifuga substituíveis, oferecendo a
possibilidade de variação de capacidade.

14 Balões aferidos
O balão aferido, conhecido também como balão volumétrico, é um recipiente em forma de
pêra, de fundo chato e colo longo e estreito.
Uma linha e colo longo e estreito. Uma linha fina gravada no colo indica o volume que nele
contêm em dada temperatura, geralmente 20 ou 25oC ( a capacidade e a temperatura de
referência devem estar claramente marcadas no balão).
A marca circunda o colo do balão, para evitar erros de paralaxe quando se faz um ajuste final
do volume. O nível inferior do menisco do líquido deve tangênciar a marca e, na visão frontal.
De propósito, o colo é estreito, para que pequenas variações de volume provoquem grandes
alterações na posição do menisco é pequeno.
15 Espectrofotometria Ultravioleta e Visível

15.1 Princípios Básicos e Características

 A espectrofotometria ultravioleta e visível é um dos métodos analíticos mais usados


nas determinações analíticas e diversas áreas.
 É aplicada tanto para determinação de compostos inorgânicos como para compostos
orgânicos.
 A sensibilidade do método está entre 10-4 a 10-5 mol.L-1, sensibilidade esta que, com
avanços tecnológicos dos espectrofotómetros atuais, pode alcançar 10-6 a 10-7 mol.L-1.
 A absorção da radiação visível e ultravioleta depende, em primeiro lugar, do número e
do arranjo dos electrões nas moléculas ou íons absorventes. Como consequência, o
pico de absorção pode ser correlacionado com o tipo de ligação que existe na espécie
que está sendo estudada.
 É uma ferramenta valiosa para a identificação de grupos funcionais na molécula.
 Extremamente útil para a determinação quantitativa de compostos contendo grupos
absorventes ou cromóforos.

15.2 O espectrofotómetro UV-Visível

Os espectrofotómetros são instrumentos de análise que permitem:


i) Selecionar o comprimento de onda (lâmbda) da radiação adequado à análise de um
determinado componente;

ii) Medir a intensidade I do feixe emergente que corresponde a um determinado feixe


incidente Io, convertendo o sinal recebido no detector em medida de absorbância (ou
absorvância) para o comprimento de onda da análise;
iii) Determinar a concentração de uma espécie em solução a partir do gráfico da variação de
absorbância (ou transmitância) em função da concentração de várias soluções-padrão.
Figura: espectrofotômetro Uv-vis

16 O polarímetro
Polarímetros são aparelhos que medem directamente a rotação de polarização, através da
medição do ângulo de rotação de um analisador.
Num polarímetro, além da fonte luminosa (normalmente luz monocromática que corresponde
à risca D do sódio), existem dois obstáculos constituídos por substâncias polarizadoras da luz,
situados, respectivamente, antes e depois da câmara onde é introduzido o tubo com a
substância opticamente activa. O primeiro obstáculo é designado por polarizador e o segundo
por analisador.

16.1 Características

Modelo: Polaris
Tipo: Polarimetro de rotação
Ângulo óptico do sistema: 20º

Lâmpada: Sódio

Intervalo de medição: 0º-360º

Vernier: 20 divisões
Resolução: 0,05
Imagem do polarímetro

17 Refractometro de Abbe
É um instrumento projectado para a medição do índice de refracção (nD) e de dispersão óptica
média (NF-NC) da transparência ou semi transparência de líquido em matéria sólida.

Figura: Refractometro de Abbe

18 Calibração
É um conjunto de operações que estabelece, sob condições especificadas, a relação entre os
valores especificados, a relação entre os valores indicados por um instrumento de medição ou
valores representados por uma medida materializada ou um material de referência, e os
valores correspondentes das grandezas estabelecidos por padrões.
18.1 Calibração e suas aplicações na análise quantitativa

Os equipamentos de medição e o controle são os responsáveis por se manter a qualidade do


produto ou da produção, pois é a partir dele que se mede ou controla um processo.
Equipamentos medindo errado podem induzir as decisões erradas e fatalmente teremos
produtos produzidos fora das especificações.
A calibração permite verificar através da comparação contra padrões rastreados qual é o erro
que o equipamento possui, obviamente associado a uma incerteza de medição. Apartir destas
informações é possível se verificar se o referido equipamento de medição esta dentro das
especificações esperadas para o mesmo.
Equipamentos que atendam a sua especificação estão aptos a serem colocados em uso
novamente, aqueles que tiverem erros superiores ao especificados devem ser reavaliados e
algumas acções devem ser reavaliados e algumas acções devem ser tomadas.
Portanto, a importância da calibração reside no facto de se conhecer o valor verdadeiro de um
equipamento está realmente medindo. Conhecendo este valor podemos identificar o seu
desvio (erro) em relação aos valores dos padrões. Identificado o erro pode –se facilmente
corrigi-lo e se obter valor correcto.

Exemplo da aplicação da calibração na farmácia

A pesagem de fármacos ou insumos farmacêuticos é um procedimento essencial, pois visa


garantir a correcta proporção do princípio activo no medicamento.
Sem a garantia de uma proporção pré-definida e adequada do fármaco, o medicamento perde
o seu valor terapêutico e a farmácia perde sua credibilidade.
A calibração dos materiais e instrumentos, por si só, não garante a qualidade. Os materiais e
instrumentos têm que ser mantidas em bom funcionamento através de um programa de
manutenção adequado, incluindo limpeza, lubrificação, e substituição de outros acessórios.
Após a calibração é necessário verificar se o instrumento cumpre os limites estabelecidos, em
função das necessidades específicas do laboratório e do uso a que o instrumento se destina,
tendo em conta a incerteza da calibração. Para manter a confiança até à próxima manutenção
e calibração deve – se instituir – se um programa de verificações intermédias.
19 Técnicas e Princípios de manutenção Básica

19.1 Técnicas e princípios de manutenção básica dos centrifugadores, refrigerador

Efectuar a manutenção de equipamento dos laboratório regularmente é uma prática que toda a
indústria científica e outras como medicas, tem como um requisito para manter o
funcionamento do laboratório, pois, devido ao seu uso constante, é comum que as máquinas
sofram com problemas, falhas na calibração ou até mesmo danos físicos causados por
acidentes laboratoriais.

Porém, o uso de tecnicas e princípios básicos de equipamento do laboratório permite que


esses equipamentos sejam utilizados mesmo após sofrer grandes danos ou desgastes, desde
que as peças e sistemas danificados sejam substituídos por peças adequadas. Assim, é
possível retornar às actividades sem que haja grandes gastos de tempo ou recursos
financeiros.

Existem várias formas de realizar a manutenção, uma delas e contratar uma empresa
especializada na manutenção de equipamento laboratório e garantir a eficiência e
confiabilidade de trabalho em um laboratório.

19.1.1 Técnicas e princípios

Medições preliminares: Antes de efectuar a manutenção de equipamento laboratório são


efetuados testes para descobrir o real estado dos equipamentos, o que possibilita encontrar
outros defeitos que ainda não foram observados pelos usuários;

Troca de peças: Após determinar qual é a causa dos defeitos, são tomadas as medidas
necessárias para corrigi-los. É mais comum efectuar a troca das peças que apresentam defeitos
ou desgaste acentuado e assim retornar o pleno funcionamento dos equipamentos;

Adequação: Os serviços devem ser feitos de modo a se adequar com as normas de qualidade
e segurança, especialmente nos equipamentos de precisão, nos quais qualquer diferença entre
valores pode representar grandes problemas para os profissionais.
20 Centrifugadores
As chamadas centrífugas são aparelhos construídos a fim de permitirem a separação de
substâncias que possuam densidades diferentes em uma mistura via decantação. É utilizada, a
exemplo, na separação dos elementos sanguíneos.

Figura: Centrifugador

20.1 Manutenção de centrifugadores

Na centrífuga para laboratório, o rotor e os acessórios estão sujeitos a alta tensão mecânica.
Por isso, é muito importante conhecer as dicas de limpeza e manutenção em centrífugas para
Laboratório para prolongar a vida útil e evitar falhas prematuras. Seguem algumas orientações
de limpeza e manutenção em centrífugas para laboratório:

Os usuários de centrífugas para laboratório devem ler e manter o manual de instruções de fácil
acesso, em caso de dúvidas;

A limpeza deve ser feita em intervalos regulares (semanais/mensais, dependendo do uso) e


logo após qualquer derrame de amostra;

Desligue a centrífuga para laboratório e limpe seu exterior com pano levemente úmido com
água detergente suave;

Evite substâncias corrosivas e agressivas, não use solventes, não use agentes com partículas
abrasivas e não exponha a centrífuga de laboratório e os rotores a radiação UV intensa ou
estresse térmico, como por exemplo a secagem em uma estufa de laboratório;
Em caso de centrífugas refrigeradas, após o uso, remova o rotor e seque a câmara de
centrifugação para evitar congelamento. Deixe a tampa da centrífuga aberta a noite toda para
evaporar a condensação;

21 Refrigeradores
Laboratórios são lugares onde se realizam muitos exames e coletas de materiais que precisam
ser conservados de maneira correta, por isso o uso de um bom refrigerador para laboratório é
fundamental.

Conservar de maneira correta e adequada todo o material coletado é fundamental para um


diagnóstico certeiro, e cada material tem a sua temperatura ideal para ser conservado. Um
refrigerador para laboratório funcionando em perfeitas condições, resulta em um diagnóstico
sem margem de erro.

21.1 Manutenção dos refrigeradores

Internamente limpe com um pano umedecido em água morna passando a seguir um pano
seco.

Não forre as prateleiras com toalhas ou plásticos, pois impedirão a boa circulação de ar.

Deixe espaço (de 1 a 2cm) entre as embalagens para a circulação de ar.

2 – Para limpar a superfície externa e a borracha de vedação da porta utilize água morna
(nunca quente) e sabão neutro.

A seguir passe um pano úmido; por fim um pano seco, enxugando bem.
De preferência uma solução de água morna e bicarbonato de sódio (1 colher de sopa de
bicarbonato para cada 1 litro de água).

21.2 Técnicas e princípios de manutenção básica das balanças e fotómetros.

Resultados analíticos confiáveis começam com pesagens precisas. A preparação adequada da


amostra e o tratamento cuidadoso dos dados são cruciais.

Quando não há espaço para problemas, quando você precisa de excelente desempenho e
durabilidade, as balanças analíticas robustas e fáceis de usar da METTLER TOLEDO são a
escolha perfeita.

21.2 Balanças

As balanças para laboratório são equipamentos específicos para medições precisas da massa
de um corpo em laboratório, para segmentos em que análises, formulações e experimentos em
geral requerem total precisão. As balanças para laboratório são desenvolvidas segundo
normas metrológicas e de qualidade internacionais e controladas pelo INMETRO.

Você encontrará dois tipos de balanças para laboratório na Gehaka:balanças analíticas e


balanças semi-analíticas.

As balanças são usadas em laboratório, para verificar pesos e medidas, já as balanças


semianalíticas, são aquelas que são responsáveis por uma determinada grandeza, devido às
condições ambientais. Por trabalharem com precisão, a necessidade da manutenção de
balanças semianalíticas é extremante necessária.

Realizando periodicamente a manutenção de balanças semi-analíticas, a garantia na hora da


precisão e calibração, são garantidas, pois a balança está em dia com os requisitos exigidos
pelo INMETRO. A diferença entre as balanças analíticas e semi-analíticas acontece quando a
semi- analítica, acaba sendo mais precisa, devido a sua alta sensibilidade.

21.2.1 Manutenção

Porém são equipamentos sensíveis que exigem cuidados específicos para garantia de seu bom
funcionamento: 2.1 As balanças devem ser mantidas limpas* e niveladas (geralmente os
marcadores de nível ficam na parte posterior). Antes de ligá-las, verificar se estas condições
estão sendo atendidas, pois as balanças realizam uma verificação quando são ligadas e essa
verificação comprometerá todas as pesagens caso seja feita em condições inadequadas
(balança suja / desnivelada); 2.2 Factores ambientais têm grande influência para a qualidade
das pesagens, os principais são: temperatura (deve estar entre 20 a 25 °C), ausência de
correntes de ar e vibrações. Portanto o ideal é que as balanças fiquem em local climatizado,
mas não sejam atingidas directamente pelo ar. Devem estar instaladas, preferencialmente, em
bancadas sem vibração e locais com pouca movimentação de pessoas. 2.3 Alguns modelos de
balança analítica realizam um processo de auto calibração quando as condições ambientais
não são favoráveis ou após muito tempo de funcionamento (no display começará a piscar um
pesinho ). O Recomendável é que se esvazie a balança e aguarde a calibração. Em caso de
impossibilidade de parar a pesagem, pressione LIGA para cancelar a auto calibração, mas a
balança estará funcionando sob condições inseguras.

3. *Para a limpeza das balanças deve-se usar pincel de cerdas macias e secas; 4. Existem
pesos-padrão para verificação das balanças e/ou calibração externa (possível apenas para
alguns modelos). São de grande valia para atestar a qualidade das pesagens; 5. Recomendável
desplugar a tomada da balança após uso;

21.2.2 Manutenção do fotómetro de chama

O fotômetro ou fotómetro é um aparelho que mede a intensidade da luz (por exemplo, para
adequá-la às necessidades específicas de um fotógrafo ou de um cineasta) através de
parâmetros fotográficos. Este converte a luz em corrente eléctrica podendo ser medida em
valores referentes à velocidade de obturação[1] ou abertura de diafragma ("f").

Os fotógrafos e cinegrafistas por exemplo usam o fotómetro para medir a intensidade da luz
no ambiente para conseguir bons filmes e imagens.

Figura: fotômetro.
Como todo equipamento o fotómetro de chama deve ser limpo e protegido de poeira.
Qualquer contaminação e obstrução total ou parcial da agulha do capilar usado na aspiração
das soluções ou do queimador poderá causar dificuldades operacionais com um fotómetro. A
agulha é limpa com um fio de pequena espessura que geralmente acompanha o instrumento.
Após uma série de medidas ou medidas individuais conforme a natureza da amostra, aspirar
água destilada até o instrumento indicar valor correspondente a água destilada.
Para limpar a câmara de mistura e o queimador, recomenda – se, com uma chama acessa,
aspirar ácido clorídrico diluído e, com chama apagada, bastante água destilada.
Em seguida, antes de desligar o instrumento, continuar a passagem de ar até que todo o
sistema esteja completamente seco. Esta precaução simples evita que ocorra corrosão das
parte metálicas do fotómetro. É necessário verificar a pressão dos gases.
Quanto ao suprimento de ar, instalar filtro sílica gel antes da sua entrada no instrumento.

21.2.3 Técnicas e princípios de manutenção das Pipetas


Inspenção visual essencial para detenção de partes danificadas.

Limpeza inclui descontaminação do exterior e do interior da pipeta.


Lubrificação é uma etapa essencial para garantir um deslizamento suave do êmbolo e deve
ser realizada conforme as instruções do fabricante. É fundamental para garantir uma boa
repetibilidade nos doseamentos.
Ensaio de estanquidade trata – se de uma etapa inicial, porque uma falha de estanquidade
traduz –se em volumes pipetados fora da especificação do fabricante.
Ajuste segundo as especificações do fabricante com a finalidade de regular o mecanismo de
modo a que os volumes medidos estejam dentro dos limites definidos pelo fabricante e pela
norma.

21.2.3 Técnicas e princípios de manutenção básica do Destilador


Operação do equipamento

A - Remova a tampa de condensação, enxagúe a câmara de inox, depois complete a câmara


com água de torneira até a marca máxima que é de aproximadamente 4 litros (não
adicionar água acima desta marca);
B - Encaixe a tampa de condensação e conecte o cabo da tampa na tomada localizada na
base do aparelho;

C - Direccione a garrafa plástica directamente abaixo do bico guia de água;

D - Conecte o cabo de energia directamente em uma tomada de corrente eléctrica


apropriada;

E - O destilador irá ligar automaticamente no primeiro uso, quando isto não ocorrer utilize
o botão de acionamento "SPSP".

O tempo para produzir 4 litros de água destilada é de aproximadamente 4 horas. O destilador


desligará automaticamente quando toda a água da câmara for evaporada.

21.3 Instalação do filtro de carvão activado

Somente haverá a necessidade de uso do filtro de carvão activado se a água for destinada ao
consumo humano
A - Retire o bico guia localizado na tampa de condensação;
B - Prepare o filtro de carvão activado para substituição do bico guia, despeje de 2 a 3
copos de água no filtro antes de cada ciclo de destilação. Após humedecer o filtro basta
encaixa-lo na tampa de condensação.

21.4 Precauções, Restrições e Advertências

 Jamais cubra ou bloqueie as aberturas de ventilação do equipamento.

 Antes de cada ciclo de destilação, o filtro de carvão activado deverá ser


humedecido.

 O filtro deverá ser substituído a cada 3 meses.

 Após um ciclo completo de destilação, não abra de imediato a tampa de


condensação.

Aguarde esfriar ao menos por 20 minutos.


 Nunca toque na superfície interna do tanque quando o equipamento estiver em uso.
Aguarde o total resfriamento, (aproximadamente 30 minutos). O uso indevido
poderá resultar em queimaduras.

 Evite ligar o aparelho sem água na câmara.

 Ao usar o destilador pela primeira vez, descarte o primeiro ciclo de água destilada,
para que os componentes internos sejam totalmente esterilizados por este primeiro
ciclo.

21.5 Precauções e advertências durante o “transporte e armazenamento”

O equipamento deve ser transportado e armazenado com as seguintes observações:


 Com cuidado, para não sofrer quedas e nem receber impactos.

 Com protecção de humidade, não expor a chuvas, respingos de água ou piso


humedecido.

 Manter em local protegido de chuva e sol directo e em sua embalagem original.

 Ao transportar, não movê-lo em superfícies irregulares e proteja a embalagem da


chuva directa e respeite o empilhamento máximo informado na parte externa da
embalagem.

 Faixa de temperatura ambiente de transporte ou armazenamento -12ºC a +50ºC.

 Faixa de humidade relativa de transporte ou armazenamento 0% a 90% (não


condensante).

O Equipamento mantém sua condição de segurança e eficácia, desde que mantido


(armazenado) conforme mencionados nesta instrução de uso. Desta forma, o equipamento não
perderá ou alterará suas características físicas e dimensionais.

21.6 Manutenção e Limpeza

A cuba em aço inox da unidade de evaporação deve ser lavado com água limpa e seca com
um pano todos os dias, seguindo as etapas abaixo:
 Desconectar o conector do cabo de força da tampa superior e retirar a tampa superior
de acabamento da unidade de evaporação;
 Derramar água quente suficiente para cobrir os resíduos acumulados no fundo da cuba
de inox;

OBS: Para a remoção de possíveis manchas de oxidação ou de cálcio acumuladas no fundo da


cuba de inox, recomendamos adicionar na água o detergente de limpeza de inox Steel Clean
da Asfer Indústria Química. Verificar recomendações de quantidade de detergente conforme
especificações do fabricante.
 Com o destilador sem a tampa superior, ligar a unidade de evaporação por 30 minutos,
com o objectivo de aquecer a solução e activar o processo de limpeza;

No intuito de evitar a contaminação interna do destilador pelo detergente de limpeza durante o


processo, NÃO ligar o destilador com a tampa superior conectada a unidade de evaporação.
Utilizar somente a unidade de evaporação para o aquecimento de água;
 Esvaziar a cuba de inox, lavar e enxaguar com água limpa e por fim secar com um
pano limpo;
 Para a limpeza externa utilizar somente um pano macio humedecido com água e sabão
neutro. Nunca utilizar solventes ou produtos químicos;
 Em caso de uso contínuo do filtro de carvão activado, o mesmo deve ser substituído a
cada 03 meses.

21.7 Precauções e advertências durante a “limpeza e desinfecção” do equipamento

 Antes de limpar o equipamento, desligue a chave geral.

 Evite derramar água ou outros líquidos dentro do equipamento, o que poderia


causar curto-circuitos.
 Não utilizar material micro abrasivo ou palha-de-aço na limpeza, não empregar
solventes orgânicos ou detergentes que contenham solventes tais como éter, tira
manchas, gasolina etc.

22 Uso e manutenção básica

22.1 Microscópio

O microscópio é um instrumento de precisão que exige, como tal certos cuidados. Deve ser
mantido a uma temperatura uniforme, não exposto à luz solar ou à acao do calor, e sempre
protegido de pó, por uma cobertura transparente de plástico, ou na respectiva caixa. Deve ser
limpo periodicamente e coberto de uma fina camada vaselina.
Nos microscópios binoculares, deve – se remover –se o pó da superfície dos prismas, por
meio de uma escova de pêlo de camelo, depois de retiradas as oculares. Sob pretexto algum,
devem os prismas ser montadas, o que alteraria completamente a disposição do sistema óptico
e exigiria o envio ao fabricante.
Quando transportado de um local para outro deve segurar – se pelo braço não pelo tubo.
As objectivas a seco limpam-se com um pano de seda ou de algodão fino, ou com papel , e,
no caso de acidentalmente atingidas por óleo de cedro, com um pano embebido em xilol ou
benzina e secagem rápida com tecido macio.
Em caso algum deve –se desmontar –se as objectivas.
Por vezes, depositam – se na ocular partículas de poeira e outras, que se veêm no campo
microscópio e se localizam facilmente, pois que as tais partículas se movem quando a roda
ocular; de se depositam na lente superior mover – se –ão quando se eleva um pouco a ocula,
enquanto, com a outra mão, se desparafusa aquela lente; pelo contrário se as poeiras estão
localizadas na lente inferior mudarão a posição, quando se roda.
Removem – se então as partículas à custa de um jacto de ar com pêra de borracha, ou com
uma escova macia, de pêlo de camelo; mantendo a escova em contacto com a lâmpada
eléctrica, que atrai mais facilmente as partículas de pó. Se os métodos descritos se revelam
insuficientes, recorre – se a um pano de seda ou papel apropriado, humedecido com água
destilada. Nunca limpar as superfícies das lentes com um pano seco. Evitar quaisquer
partículas duras, aderentes a este, possam riscar o vidro.

22.1.1 Lupa

A lupa é um instrumento óptico munido de uma lente com capacidade de criar imagens
virtuais ampliadas. Os Lupas são utilizados em Estética e Medicina para garantir a
visualização, o exame e a execução de tratamentos com elevada precisão.

As Lupas podem estar equipadas com uma lâmpada e um sistema que facilite a sua utilização
e mobilidade. A sua utilização ou instalação pode ser efectuada através de armações ou
suportes para cabeça (lupas binoculares) ou clips (lupas binoculares para óculos) punhos
(lupas de mão), pés rodados, suportes para mesa, parede ou tecto.
Observação de imagens luminosas e nítidas com grande resolução e excelente fidelidades de
cor, minimizando assim a fadiga visual e consequentemente aumentando a eficácia da
observação e a produtividade.

Dependendo do modelo, a ampliação pretendida pode ser ajustada com um confortáveis


comutador (MSM-465) ou através de uma objectiva com zoom (MSM-Z475 TL).

O zoom contínuo, é uma característica de base, permite que o objecto seja ampliado dês 10 e
40 vezes na totalidade.

O posicionamento dos manípulos-parafusos de focagem horizontal, permite a focagem rápida


dos objectos independentemente da utilização dextra ou esquerdina. Estes parafusos permitem
ainda o controlo micrométrico e micrométrico da focagem. A MSM-465 é fornecida com um
mecanismo de afinação do torque da focagem.

Estas lupas podem ser conectadas com câmaras digitam ou CCD, por forma a possibilitar as
gravações de imagens ou a sua observação simultânea através de outros meios.

22.1.1.1Funcionamento da Lupa

A lupa é um instrumento óptico que consiste de uma lente com a capacidade de ampliar
imagens. Colocando um objecto entre a lente e o plano focal, a lupa dá uma imagem virtual
directa e maior do que o objecto. Deste modo permite observar certos pormenores de
pequenos objectos.

22.1.2 Tipos de lupa

Existe uma ampla variedade de lupas, como viseira binocular com lente adicional, lente
auxiliar, monocular, lentes leves em material orgânico, etc.

Lupas esféricas: possuem lentes de leitura muito leves para serem usadas nas horas livres de
fadiga, exemplo, olhando fotografias. Disponíveis nos aumentos: 2.8x, 3x, 3.5x, 4x, 5x e 6x.

Lupas combinadas: torna a leitura muito confortável posicionando as fases de suporte.


Disponíveis nos aumentos: 2.8x, e 3.5x.
Lupas biconvexas: oferece um aumento adicional no cabo de suporte da lupa Disponíveis nos
aumentos: 2x, 2.5 e 3x.

Lupas de bolso: permite que se trabalhe sem precisar utilizar as mãos. Disponíveis nos
aumentos: 2x e 5x.

Lupas flexíveis: um sistema de lupas que possui dobras que permitem a sua acomodação para
a leitura por várias posições. Disponíveis em aumento 2.5x.

Lupa com luz fluorescente: fornece uma excelente iluminação de baixo das lentes ideal para
se escrever. Disponíveis nos aumentos: 2.8x e 3.8x.

22.1.3 Importância

À medida que a longitude focal (distância de trabalho) diminui, os aumentos incrementam-se.


Utiliza-se para observar corpos, ou letras, com dimensões relativamente pequenas. A lupa, ou
uma lente é um artifício utilizado para aumentar o tamanho do objecto. Trata-se de um
recurso óptico que altera a distância focal entre nosso aparelho visual e o objecto,
modificando o processo de formação e de leitura visual, e por fim na formação da imagem em
nosso cérebro.

22.1.4 Utilização

 Verificar a correta instalação da lupa e da lâmpada.

 Posicionar a lupa da forma mais indicada para a sua utilização.

 Ligar à corrente eléctrica e accionar o respectivo interruptor (candeeiro com lupa).

 Aproximar à distância necessária da zona a examinar ou tratar.

 No final da utilização deve-se desligar o respectivo interruptor (candeeiro com


lupa).

 Desligar a ficha com o cabo de alimentação da tomada de corrente eléctrica


(candeeiro com lupa).

 Arrumar a lupa num local seguro.


22.1.5 Manutenção Básica

 Manusear com precaução todas as partes ou peças da lupa.

 As lentes e as lâmpadas devem ser limpas regularmente com um pano macio,


ligeiramente humedecido com um líquido próprio para limpeza de vidros ou
cristais.

22.1.6 Precauções

A sua utilização não deve ultrapassar o tempo necessário para o respectivo tratamento.

Quando são utilizadas lâmpadas UV (Luz de Wood) os olhos da(o) cliente/paciente devem
estar protegidos.

Em caso de dúvida, deve ser consultada uma pessoa especializada.

22.2 Telescópio

O telescópio é um instrumento utilizado para ver objectos que se encontram a uma distância
muito grande da Terra. Ele tem a capacidade de ampliar e formar uma imagem virtual
próxima á lente ocular, fazendo com que a imagem nos pareça maior do que a observada a
olho nú.

Existem vários tipos de Telescópio Reflector, que consiste em um tubo aberto com um
espelho curvado na parte inferior. A extremidade aberta do tubo é apontada para o objecto no
céu e os raios luminosos que penetram o aparelho atingem o espelho na parte inferior. Os
raios reflectidos do espelho atingem um segundo espelho, chamado de diagonal. Como
resultado da curvatura do espelho principal, os raios luminosos são curvados para se
encontrarem em um ponto. O espelho em um telescópio reflector deve estar criteriosamente
alinhado à curvatura adequada para alcançar o ponto focal certo. O objectivo do espelho
diagonal, o qual está localizado em uma curta distância antes do ponto focal, deve reflectir os
raios luminosos na direcção da lateral do tubo onde uma ocular amplia a imagem para você.
Este telescópio possui um suporte equatorial. Ele é de extrema versatilidade, por permitir que
o telescópio mova em todas as direcções. Consequentemente, é possível que o seu telescópio
rastreie o movimento de uma estrela por todo o céu no mesmo trajecto que a estrela parece
percorrer (chamado de movimento diurno). Ele possui controles de cabos flexíveis, que
possibilitam mover o telescópio enquanto se está olhando através dele.

22.2.1 Manutenção do Telescópio

Como um instrumento óptico e mecânico de precisão, o telescópio deve ser manuseado com o
Máximo cuidado. Quando não em uso, guarde-o em sua caixa. As lentes e espelhos devem ser
limpos com o máximo de cuidado e de raridade possíveis para evitar afectar a precisão e o
desempenho.
Elementos ópticos nunca devem ser removidos de seus suportes por pessoas inexperientes.
Quando for necessário limpar as lentes ou espelhos, uma solução de limpeza, não sendo mais
forte do que sabão neutro e água, em combinação com um pano macio e que não deixe
resíduos deve ser aplicada cuidadosamente à superfície óptica sem esfregar. Em seguida, lave
bem com água limpa e coloque o elemento óptico para secar ao ar livre, em vez de secar com
um pano. O uso de solventes, como xileno e álcool para limpeza, não é recomendado. As
oculares devem ser bem tratadas e passar por limpeza como qualquer outro elemento óptico.
As oculares são construídas de modo que possam ser removidas.
Pessoas inexperientes não devem tentar removê-las, pois as lentes da ocular são alinhadas
cuidadosamente durante a fabricação e o manuseio negligente pode levar a acidentes
desastrosos. Outro problema de manutenção, peculiar para este reflector, envolve o
revestimento metálico do espelho. Com a exposição e o uso habituais, o revestimento
metálico sofrerá desgastes eventualmente.

22.3 Diascópio

O diascópio é um projector de imagens de objectos iluminados de luz transmitida por eles. O


diapositivo faz a reprodução fotográfica em uma chapa transparente, apropriada para a
projecção em um diascópio ou em um projector e o diafilm que nada mais é que uma
fotografia positiva em filme para a projecção.

22.3.1 Manutenção do Diascópio

Pode ser necessário limpar a janela de projecção e o sensor de obstáculo periodicamente, além
de limpar o filtro de ar e as aberturas de exaustão para prevenir que o projector sobreaqueça se
a ventilação ficar bloqueada.
As únicas peças devem ser substituídas são a lâmpada, o filtro de ar, e as pilhas de controlo
remoto. Se alguma outra parte precisar de substituição, entre em contacto com um técnico
autorizado.
NB: Antes de limpar qualquer parte do projector, desligue-o e desconecte o cabo de
alimentação. Nunca abra nenhuma tampa do projector, excepto nos casos especificamente
explicado. A voltagem eléctrica presente no projector é perigosa e pode causar ferimentos
graves.

22.4 Estereoscópio

É um instrumento destinado ao exame de pares de fotografias ou imagem vista de dois pontos


diferentes resultando numa impressão mental de uma visão tridimensional. Na sua construção
são utilizados espelhos, lentes e prismas.
Referencias Bibliográficas
CONROLLAB. Boletim ControlLab Qualifique: Gerenciar equipamentos para reduzir
prazos e custos. 28ª Ed. São Paulo, 2010.
FARIA, M. S. L De. Avaliação dos Conceitos e Procedimentos de Limpeza e Desinfeção em
Estabelecimentos Alimentares. Dissertação de Mestrado em Medicina Veterinária. Faculdade
de Medicina Veterinária. Lisboa, Universidade Técnica de Lisboa, 2010. 96p.
KARDEC, Alan; NASCIF, Júlio. Manutenção Função Estratégica. 2ª Ed. Rio de Janeiro,
Qualitymark, 2006.
LIMA, F. Assis; CASTILHO, J. C. Nogueira De. Aspectos da Manutenção dos Equipamentos
Científicos da Universidade de Brasília. Dissertação de especialização em Desenvolvimento
Gerencial. Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Ciência da Informação e
Documentação. Brasília, Universidade de Brasília, 2006. 52p.
NORONHA, J. (n.d.). Manual de higienização da indústria alimentar.

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