Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1- INTRODUÇÃO:.................................................................................................................3
2- DESENVOLVIMENTO:
3- CONSIDERAÇÕES FINAIS:............................................................................................12
3- ANEXOS:.........................................................................................................................13
4- BIBLIOGRAFIA:.............................................................................................................18
2
1-INTRODUÇÃO:
Para organizar uma sociedade, são necessárias leis, que descrevem os deveres e direitos de
cada indivíduo e regem a organização em relação a todos os aspectos que a vivência na sociedade
diz respeito.
O uso de qualquer substância é controlado por lei no Brasil, seja na indicação correta e
Organização Mundial de Saúde (OMS), droga é qualquer substância que pela sua natureza química
seja, café, açúcar, refrigerantes, medicamentos, álcool, tabaco, maconha, cocaína e crack são todas
A Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, mais conhecida como a Lei das Drogas, diz
atualizadas pelo Poder Executivo da União, e a cannabis está entre elas. Antes dessa lei, não havia
distinção entre usuário e o traficante, sendo assim, qualquer pessoa que fosse flagrada com posse de
drogas seria considerada criminosa e estaria sujeita à pena de prisão, o que permitia ainda mais um
Porém, mesmo com essa mudança, esses problemas ainda estão em evidência, e o usuário de
Uma estratégia para facilitar o acesso legal dos pacientes de cannabis medicinal, além das
associações, seriam as Farmácias Vivas, instituídas no Sistema Único de Saúde (SUS) pela Portaria
3
nº 886, de 20 de abril de 2010, conferem o conhecimento farmacêutico para as boas práticas de
asseguradas pela RDC Nº18, de 03 de abril de 2013. Em outras palavras, seria responsabilidade do
desde o plantio, colheita, secagem, extração até a manipulação, tudo isso na rede pública de saúde.
conhecimento e excesso de preconceito, aliados com a falta de aplicação das leis tornam esse
processo mais demorado do que o necessário. Nesse sentido, esse trabalho pretende simplificar o
2- DESENVOLVIMENTO:
A Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, mais conhecida como a Lei das Drogas, em seu
artigo primeiro, institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad) e prescreve
medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de
estabelecer normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e definir
crimes.
No Brasil, a maconha é proibida, ou seja, seu consumo, produção e venda são crimes e são
punidos com prisão, mas graças à lei das drogas houve a despenalização do usuário, em outros
termos, o consumo de drogas é proibido, mas o usuário não pode ser privado de liberdade. No artigo
28 é definido que quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para
regulamentar será submetido às seguintes penas: advertência sobre os efeitos das drogas, prestação
4
de serviços à comunidade e medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas
A lei começa a se distanciar da realidade vivida quando não se tem estabelecida a quantidade
de substância que define um usuário e um traficante, como definido no paragrafo dois do artigo 28
que define que para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à
ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente,
tornando a população negra, parda e periférica ainda mais vulnerável, já que se trata de um pais
racista onde a criminalização da droga se deu por questões preconceituosas e interesses comerciais
da elite branca.
atrasado em relação a outros países, uma vez que são proibidas as drogas, bem como o plantio, a
cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou
ritualístico-religioso, como previsto no artigo segundo, de paragrafo único da lei. A União pode
autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais exclusivamente para fins medicinais ou
de 2019 da ANVISA, na qual fica permitido importar os insumos e produzir produtos à base da
formulações com concentração de THC inferior a 0,2%, o produto deverá ser prescrito por meio de
receituário tipo B com renovação de receita em até 60 dias e os produtos com concentração de THC
5
superior a 0,2% são prescritos no receituário tipo A (semelhante a morfina) e apenas para pacientes
A restrição da escolha do tratamento que o paciente deseja fazer uso vai contra a liberdade
Lei nº 11.343. Este é um outro aspecto que evidencia ainda mais a discrepância do legislativo do
executivo, já que de acordo com o artigo quarto, são princípios do Sisnad o respeito aos direitos
fundamentais da pessoa humana, especialmente quanto à sua autonomia e à sua liberdade, o respeito
e de cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção para o uso indevido de
fatores correlacionados com o uso indevido de drogas, com a sua produção não autorizada e o seu
população negra e a falta de distinção entre o cultivador da planta para fins individuais e para venda
traficantes).
O Brasil enquanto país pós Lei das Drogas promoveu apenas a despenalização, porém o
consumo de drogas ainda está na esfera criminal penal, e não na de saúde ou social, por exemplo, o
que torna a descriminalização uma realidade distante e a legalização (na qual toda a cadeia
Em relação à pena de prisão, de acordo com o artigo 33 da lei, primeiro paragrafo, quem
importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em
depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
6
desacordo com determinação legal ou regulamentar, drogas, matéria-prima, insumo ou produto
químico destinado à preparação de drogas; assim como quem semeia, cultiva ou faz a colheita, sem
em matéria-prima para a preparação de drogas; também o indivíduo que utiliza local ou bem de
consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas – está sujeito à reclusão de 5
(cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
Em suma, o paciente de cannabis medicinal no Brasil pode muito bem ser confundido com
traficante, já que a burocracia para conseguir o medicamento pela ANVISA é exagerada e os preços
mais inalcançáveis ainda. Se trata de uma política que não protege seus cidadãos de forma alguma,
tanto os que desejam fazer uso da planta de maneira medicinal, tanto recreativa, e também os
qualidade no plantio, secagem, extração e venda da planta. O programa do SUS Farmácia Viva
pode entrar com muito peso nessa discussão, uma vez que os profissionais farmacêuticos já são
Atualmente, os pacientes que fazem uso da maconha medicinal podem recorrer aos
medicamentos importados (cada vez mais o número de brasileiros que consegue a concessão da
ANVISA cresce, mas ainda é muito limitado), aos poucos produtos à base de cannabis produzidos
no Brasil com matéria-prima importada, à Justiça com um pedido de habeas corpus para o
habeas corpus concedido pela Justiça. Porém, um outro caminho para a obtenção desse
em 2006, com o Decreto Federal n. 5.813/2006 que aprova a Política Nacional de Plantas
de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS. Dois anos depois, a Portaria MS/GM
Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e foi aprovada a Resolução n. 477/2008 do CFF que
Portaria nº 886, de 20 de abril de 2010 do Ministério da Saúde institui a Farmácia Viva no âmbito
fitoterápicos e a dispensação desses produtos. Elas estão situadas no âmbito do Sistema Único de
Saúde (SUS), onde farmacêutico responsável deve estar inscrito no CRF. Não podem comercializar
plantas medicinais e fitoterápicos e sujeitas a inspeções sanitárias. Para estabelecer as boas práticas
dentro de todas essas etapas foram instituídas as resoluções RDC n. 13/2013, RDC n. 14/2013 e
RDC n. 18/2013 da ANVISA as quais dispõe sobre as Boas Práticas de Fabricação de Produtos
A RDC nº18, de 3 de abril de 2013, em seu primeiro artigo, determina os requisitos mínimos
farmácias vivas, visando à garantia de sua qualidade, segurança, efetividade e promoção do seu uso
demandadas por uma comunidade), de atenção farmacêutica (prática farmacêutica que compreende
produto acabado com outra matéria-prima ou produto, durante o processo de manipulação), sobre
medicinal in natura ou da droga vegetal, podendo ocorrer na forma de extrato, tintura, alcoolatura,
óleo fixo e volátil, cera, exsudato e outros) e droga vegetal (planta medicinal, ou suas partes, que
processos de coleta, estabilização, quando aplicável, e secagem, podendo estar na forma íntegra,
A cannabis é uma droga vegetal, de acordo com a própria definição da resolução, sendo
assim a Farmácia Viva poderia entrar como um outro caminho de acesso à medicação dos pacientes
Único de Saúde.
Já estabelecido que uma droga vegetal é qualquer planta medicinal, ou partes, que
processos de coleta, estabilização, quando aplicável, e secagem, podendo estar na forma íntegra,
nessa categoria graças aos seus diversos efeitos terapêuticos já comprovados. Da planta podem ser
9
produzidos medicamentos fitoterápicos, isso é, medicamentos obtidos com emprego exclusivo de
canabinoides que podem ter ação terapêutica na sua forma ácida ou descarboxilados e/ou
envelhecidos (curados) e quando usados em conjunto com todos os outros metabólitos fornecem um
efeito terapêutico muito melhor, efeito entourage, por isso a importância da planta completa no
preparo da medicação. Alguns exemplos desses marcadores e suas ações terapêuticas são os
tratamento de esclerose múltipla, Alzheimer e Parkinson; CDBA apresenta ação não psicoativa,
CBCA reprime o apetite (ajuda a perder peso), trata infecções por fungos e redes inflamações;
superior ao THC e ao CBD (mostrando ser uma grande aposta para o uso tópico ou interno),
CBG não psicoativo, age como amortecedor para as atividades psicoativa do THC, potente
10
bactericida contra bactéria gram-positivas, micobactérias e fungos, benéfico para inflamações no
aumento do apetite e diminuição da perda de peso em pacientes com HIV/Aids, melhora dos
antigo, que datam de 4.000 a.C., assim como na medicina Ayurvedica e Indo-Europeia entre 2.000 e
1.000 a.C. Ainda antes de Cristo, o uso medicinal da maconha foi amplamente difundido pela
cultura Greco-Romana para epilepsia, raiva, ansiedade, dores de dente e de cabeça, e bronquite. O
médico grego Claudius Galen observou que a planta era amplamente consumida em todo o Império
Romano, inclusive as mulheres da elite romana usavam para aliviar dores de parto, por exemplo.
também não.
11
3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS:
relacionar essa medicina com a população brasileira de forma universal, integral e equânime e o
sistema de saúde brasileiro garante esses pilares. A universalidade é o conceito que visa garantir o
indivíduo/grupo como um todo, garantindo todas as demandas de uma condição pelo todo (não
apenas o medicamento, mas sim a atenção, tratamento, reabilitação e etc.). A equidade diz respeito
ao tratamento igual a todos, garantir que não haja diferenciação social, política e/ou econômica no
atendimento a saúde tratando todos por igual. Sendo assim, o SUS garante a saúde (estar bem física,
já é permitida por lei, porém ainda existe conflito de interesses econômico e contratual, o que é
12
4 -ANEXOS:
13
14
15
16
17
5 - BIBLIOGRAFIA:
11.343/2006. Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve
medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de
drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas;
Colegiada. RDC nº18 de 03 de abril de 2013. Dispõe sobre as boas práticas de processamento e
(SUS).
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Decreto nº 5.813 de junho de 2006. Aprova a
18
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 971 de 03 de maio de 2006.
de Saúde.
BRASIL. Conselho Federal de Farmácia. Resolução no 477 de 28 de maio de 2008. Dispõe sobre
providências.
<https://www.todamateria.com.br/descriminalizacao-das-
drogas/#:~:text=A%20descriminaliza%C3%A7%C3%A3o%20das%20drogas%20consiste,entorpec
2020.
<http://www.denarc.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=40#:~:text=Atualmente%
19
2C%20a%20terminologia%20droga%2C%20segundo,altera%C3%A7%C3%B5es%20no%20funci
2014.
20