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CÍRCULO FEMININO LUNAR

Facilitadora: Raquel Cristina


A Mulher gera. A Terra abençoa.
Ao longo do tempo, os seres humanos distanciam-se, cada vez mais, da sua essência, e do
sagrado que permeia a nossa existência. Os nossos antepassados viviam em contato direto com a
natureza, reverenciando os seus ciclos, através das mudanças de estação, e em profunda gratidão
por tudo o que a Grande Mãe lhes ofertava.

Como essa ligação era profunda, as pessoas, apesar das dificuldades de sobrevivência, eram
felizes, sentindo-se preenchidas, uma vez que conseguiam ouvir a sua voz interior, que lhes dava
orientações e aconselhamentos acerca do que fazer em determinadas situações, das decisões a
serem tomadas e, assim, conseguiam manter os seus ânimos apaziguados. As mulheres,
principalmente, honravam a sua natureza, o seu ritmo biológico e o grande poder que detinham
pelo facto de serem geradoras de vida. O ventre, simbolizado pelo grande caldeirão, representava
um templo sagrado, de onde a vida era emanada. Os homens, reverenciavam a mulher por esse
grande poder. Para os povos antigos, a menstruação era um dom dado as mulheres pelas Deusas
para que elas pudessem criar e perpetuar a própria vida.

A sincronicidade do ciclo lunar e menstrual refletia o vínculo entre a mulher e a divindade, pois
ela guardava o mistério da vida no seu corpo e tinha o poder de tornar real o potencial da criação.
Nas sociedades matrifocais, as sacerdotisas ofereciam o seu sangue menstrual a Deusa e faziam
as suas profecias durante os estados de extrema sensibilidade psíquica que a menstruação lhes
dava. Milênios de supremacia e domínio patriarcal despojaram as mulheres do seu poder inato e
negaram-lhe até mesmo o seu valor como criadoras e nutridoras da própria vida. No passado
eram realizados rituais de renovação e purificação nas Cabanas ou Tendas Lunares, onde as
mulheres se isolavam para recuperarem as suas energias e abrir os seus canais psíquicos para o
intercâmbio com o mundo espiritual.

Após esse período, elas, por estarem com a sensibilidade e intuição mais aguçadas, tinham
revelações sobre curas. Infelizmente, a vida da mulher moderna levou-a a perda do contacto e
sintonia com o seu corpo e com a energia da Lua. Tal distanciamento gerou problemas em
relação ao ciclo menstrual, tais como TPM, cólicas, ciclo desordenado, entre outros, ocasionados
pela não-aceitação da sua natureza. Hoje em dia, existem muitos métodos para que a mulher
deixe de menstruar e se livre definitivamente desse “incômodo”.

Para restabelecer essa sincronicidade natural, a mulher deve reconectar-se a Lua, observando
a relação entre as fases lunares e o seu ciclo menstrual. Compreendendo o ciclo da Lua e a
relação com o seu ritmo biológico, a mulher contemporânea poderá “cooperar” com o seu corpo,
fluindo com os ciclos naturais, curando os seus desequilíbrios e fortalecendo a sua psique, como
o explica Mirella Faur, no Anuário da Grande Mãe.

A Mulher é a Terra. A mulher é um “pequeno território” que tem a virtude de dar a luz a
outros seres, para que sigam o seu caminho. O planeta Terra é a Mãe: o seu corpo nos oferece o
ar para respirarmos, a terra para semear o alimento e a água para beber. Assim, num grande
corpo todos os seres prosperam: animais , vegetais e minerais. Todos possuem uma integração e
colaboração mútuas com a existência. A Mulher gera. A Terra abençoa.

“Despertar Feminino” por Tamaris Fontanella.

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