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VERSEJOS

Manuela Rocha Santos


VIVER NA ÂNSIA – O TEMPO “SEM TEMPO”

Esta é a Era
Do tempo, “sem tempo”
Em que homem, também biosfera,
Procura a todo o momento
A felicidade efémera.
Em matéria pura, qual atrevimento!
Procurando essa quimera,
Correndo contra o vento
Como se fora uma fera.
Já por vezes, sem alento,
Sem olhar a Primavera,
Sem espreitar o que tem dentro
A anima, que é etérea.

(2009)
MUTAÇÃO

Perpétua transmutação

É a vida sobre a terra.

Do homo erectus,

Em sucessivos espasmos,

O que existe são os restos…

Espirais de civilização,

Progresso, tecnologia e guerra.

O que aprendeu a humanidade?

Aqueles, os mais atentos,

Sabem! Estamos longe da Verdade.

Novo tempo de transição

E a Humanidade emperra,

Presa na inconsistência

Caminha como um rebanho.

Adormecida, sem consciência.

Parem a destruição.

O Universo, ultrajado, berra.

Século XXI,

Acordem, vos desafio

Que valores não há nenhum.

Luz penetra na escuridão.

Afasta o que nos soterra.

Novo rumo conceptual

E a esperança renasce,

Da mutação atitudinal.

Despertos para a canção

Da Paz, do Amor sobre a Terra.

(2009)
LEMBRANÇAS

Lembro o tempo de criança,


Feliz, traquina e risonha.
Da minha irmã que é Balança.
Do viver sem ter vergonha.

Dos ensinamentos de meu pai


Da mãe um qualquer ralhete
Das gémeas, do tempo que esvai,
Dos laços unos, em ramalhete.

Lembro o sonho, as quimeras


Que a vida não permitiu
Mas que as muitas Primaveras
Ressuscitou e a porta abriu.

(2009)
GUERRA Versus AMOR

Um turbilhão de ventos De beijos ternurentos

Enorme coro de lamentos

Mil vozes de tormentos Assim se define o Amor

Incontáveis desalentos
Ensinado pelo Senhor…

Não mais ventos

Assim de define a guerra Nem lamentos

Que grassa por toda a terra… Nem tormentos

Gritos, corações sedentos Nem desalentos

Mil prantos, lamurientos

Plantas já sem rebentos Não mais prantos lamurientos

Nossos olhos desatentos Nem corações sedentos

Nem plantas sem rebentos

E nem olhos desatentos


Assim se define a guerra

Que grassa por toda a terra…


Assim acontece o Amor
Anseio aqueles momentos
Ensinado pelo Senhor…
De sorrisos e acalentos

De abraços afaguentos

(Inícios de 2008)
PROCURANDO

Choram meus olhos Choram meus olhos

Num pranto sem fim Num pranto sem fim

Num mundo de escolhos Num mundo de escolhos

Aprendendo…assim Aprendendo… assim…

Crescemos…, sofrendo Plenos de mesquinhez

Cada dia seu tormento Fruto do egoísmo

Cada instante, morrendo… Cavamos com altivez

Cada vida, um momento… Nossa cova, nosso abismo

Choram meus olhos Choram meus olhos

Num pranto sem fim Num pranto sem fim

Num mundo de escolhos Num mundo de escolhos

Aprendendo… assim… Aprendendo… assim…

Tanto o sofrimento Busco a Luz

Tanto grito e clamor No seio da escuridão

Tanta lágrima e lamento O sol que se produz

Quando a resposta é Amor No meio da multidão

Secam meus olhos

Tomo consciência

Param os abrolhos

Em TUA Sapiência…

(Julho 2008)

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