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Dia 08 de março está chegando! E precisa ser lembrado como marco reconhecido pela
ONU desde 1975, no combate à desigualdade de gênero, mesmo que em 46 anos, haja poucos
avanços significativos para comemorar. Hoje muitos países possuem mulheres em cargos no
executivo, legislativo e judiciário, nos quais conseguem mudar a realidade de seus países, com
autonomia verdadeira, e aqui cabe destacar que a maioria dos países mais efetivos no
combate a pandemia do Covid-19, realizaram ações orquestradas por mulheres, assim como as
comunidades nas regiões periféricas do Brasil.
Tom a compôs em 1972, estava em uma fase depressiva, Elis trouxe seu jeito jocoso
para a execução, e o dueto entre ambos levou a música a disparar nas paradas, até hoje ela é
uma das mais executadas da discografia brasileira inclusive com versão para o inglês, o que
recuperou o bom ânimo do compositor por um bom tempo. E por que trazer essa música para
falar de Diversidade e Inclusão no mundo corporativo?
Tudo isso nos leva ao foco deste artigo: e as mulheres nesse ambiente de tecnologias
emergentes?
A pesquisa contínua do PNAD2( Pesquisa Nacional Amostra por Domicílios) mostra que
no 2º trimestre de 2020, a taxa de desocupação no país cresceu, estimada em 12,0% para os
homens e 14,9% para as mulheres. E se fizermos o recorte por cor, entre os que se declararam
brancos (10,4%) ficou abaixo da média nacional. Entretanto, as taxas das pessoas que se
declararam pretas (17,8%) e pardas (15,4%) ficaram acima.
O auxílio emergencial não chegou a muitas famílias necessitadas, hoje em sua maioria,
chefiadas por mulheres com renda até dois salários mínimos, e em 2021 sem nenhum suporte
desde o corte no final de 2020. Muitas estão sendo mantidas por vaquinhas colaborativas
dentro das comunidades. Um estudo de 2019 (2), chamado “ILO Monitor: COVID-19 and the
world of work.” , do Instituto Internacional de Trabalho (ILO), mostra que entre as 100 maiores
empresas da América Latina o número de mulheres em cargos executivos de alta liderança se
reduziram, hoje chegamos a 7,3% frente aos quase 12% que foram atingidos em 2018.
"Colocar mulheres no topo das empresas não é só uma questão de nomear pessoas, há
todo um ecossistema por trás disso. Além de educá-las, é preciso garantir que elas vão ser
promovidas nas empresas e fazer as conexões necessárias para chegar lá", disse à BBC News
Meggin Eastman, diretora executiva da divisão de pesquisa da MSCI. (3) – GlobeWomen -
Corporate Women Directors International (CWDI).
Adoro receber flores e presentes, creio que muitas mulheres também apreciam, mas
temos de mudar as prioridades das ações que praticamos nas empresas, e não apenas no mês
de março, é preciso incluir proposições reais de combate a disparidade de gênero na pauta do
planejamento anual com metas claras desde a captação ao desenvolvimento de carreiras para
mulheres. Ao invés de presentes, prefira ações como cursos, equipamentos e apoio para
bolsas e aprimoramento com mentorias. De minha parte, prefiro ser respeitada e receber a
remuneração pelas horas de trabalho que exerço com valores dignos e compatíveis aos de
qualquer outro profissional em função similar. Outro ponto de atenção: a organização de
minha vida pessoal, de quem cuida dos meus filhos e da minha mãe idosa, só cabem a mim.
Espero ansiosa por um dia em que lerei relatos sobre processos seletivos nos quais a mulher é
perguntada sobre “quem irá ficar com seu filho?”, antes mesmo das perguntas sobre quais
competências desenvolveu e que podem somar a empresa, como construiu uma carreira até o
momento, sobre como gerenciou sua vida enquanto estudou entre tantas outras atividades, e
quanto se planejou e executou para chegar até aquele momento.