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PLANO DE FECHAMENTO

DE MINA

TITULAR: CERÂMICA CARMELITANA LTDA- Epp


CNPJ: 19.925.270/0001-31
PROCESSO ANM Nº 830.464/2007
834.706/2007
SUBSTÂNCIA: ARGILA
USO: FABRICAÇÃO DE CERÂMICA VERMELHA
LOCAL: FAZENDA MONTE ALVÃO E CONCEIÇÃO/SANTA
CRUZ
MUNICÍPIO: COROMANDEL-MG

JUNHO, 2022

Avenida Waldercino Coelho Chaves, 100- Jardim Zenith


Monte Carmelo –MG (34) 3842-1130
Identificação do Responsável Legal pelo Empreendimento
Nome: Fernando Aurelio Teruel Cussin CPF: 011.665.436-84 Cargo:
Sócio e Gestor Administrativo Telefone: (34) 3842-2424

Identificação do Responsável Técnico pela Elaboração do Plano de


Fechamento de Mina - PFM
Nome: Vicente de Paulo Almeida
Formação Profissional: Engenheiro de Minas Registro Nº: 40623/D - MG
Telefone: (34) 3512-7144
Endereço: Rua Olegário Maciel, 1163, Bairro Centro, Araguari – MG
E-mail:engvicente@yahoo.com.br

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1 – INTRODUÇÃO

O Plano de Fechamento de Mina – PFM foi elaborado conforme a


Resolução ANM n° 68, de 30 de abril de 2021, que dispõe sobre as regras
referentes ao Plano de Fechamento de Mina.
O PFM apresenta um conjunto de procedimentos para o
descomissionamento da área da mina após a atividade de mineração,
envolvendo a desmobilização das estruturas provisórias de suporte às
operações de lavra e beneficiamento, a estabilização física e química das
estruturas permanentes e seus monitoramentos, bem como a habilitação da área
para um novo aproveitamento mineral ou outro uso futuro.
A questão do fechamento de mina é relativamente nova no Brasil, sendo
um aspecto importante na extração mineral, marcando o fim das atividades e o
começo de mais uma etapa que envolve uma série de ações que devem ser
planejadas e coordenadas durante a vida útil da mina (FREITAS, 2019).
Este PFM é a projeção das atividades que foram desenvolvidas
decorrentes ao encerramento destes empreendimento.
Fechamento é o momento que marca o término ou encerramento das
atividades de uma mina. O fechamento de uma mina é programado quando o
encerramento de suas atividades de produção mineral cumpre com o estipulado
planejamento. Quando o encerramento ocorre antes do previsto no plano de
fechamento é denominado de fechamento prematuro, usualmente precedido por
uma etapa de suspensão temporária, que pode resultar na retomada da
produção ou no fechamento definitivo (SÁNCHEZ, 2013), no nosso caso como
estamos em regime de licenciamento não temos previsão para a exaustão da
mina.
Os Processos ANM n° 830.464/2007 e 834.706/2007 possui o Registro
de Licença, para a substância argila, na qual tem uso destinado na fabricação
de cerâmica vermelha, situado no município de Monte Carmelo-MG.

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A empresa titular dos direitos minerários não é proprietária da Fazenda
Monte Alvão- Processo ANM: 830.464/2007 cuja matrícula 26.130 e Fazenda
Conceição/Santa Cruz- Processo ANM: 834.706/2007 cuja matricula 29.130,
onde se localizam as poligonais em questão, porém possuem autorização do
superficiário para extração mineral no local.
.
1.1 – LOCALIZAÇÃO, VIAS DE ACESSO E INFRAESTRUTURA

As áreas em questão estão localizadas no município de Coromandel-MG


e Abadia dos Dourados (Figura 01 e 02). A cidade de Coromandel está localizada
no Triângulo Mineiro, a uma distância de 477 km em linha reta da capital mineira.
O acesso para a cidade de Coromandel, partindo-se de Belo Horizonte, pode ser
feito através da rodovia BR-262, percorrendo-se uma ordem de 288 km até o
entroncamento com a rodovia MG-187, na qual se percorre 103 km até a cidade
de Patrocínio. Daí toma-se a rodovia BR-365 no sentido de Patos de Minas,
percorrendo-se uma ordem de 5 km até o entroncamento com a rodovia MG-
188, na qual se atinge a cidade de Coromandel após um percurso de 58 km.
O acesso à área (ANM: 834.706/2007), partindo de Coromandel sentido
Paracatu. Seguindo aproximadamente 16,5km, adentrando-se a um acesso a
direita, percorrendo um trecho de 3,6 km de estrada não pavimentada, conforme
demonstrado na Figura 03.
Já o acesso para a área (ANM:830.464/2007), partindo de Abadia de
Dourados, utiliza-se a rodovia MG-188 que liga a cidade de Paracatu por 4,5km,
onde toma-se uma estrada de terra a direita, percorrendo nesta por 800 metros
até a área requerida, conforme Figura 04.

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Figura 01: Localização do município de Coromandel.

Fonte: Wikpédia (consulta online), 2022.

Figura 02: Localização do município de Abadia dos Dourados.

Fonte: Wikpédia (consulta online), 2022.

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Figura 03: Localização e acesso à área do empreendimento (ANM:834.706/2007)

Fonte: Adaptado de Google Earth, 2022.

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Figura 04: Localização e acesso à área do empreendimento. (ANM:830.464/2007)

Fonte: Adaptado de Google Earth, 2022.

2 – CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DO EMPREENDIMENTO


As áreas referentes dos processos ANM Nº 834.706/2007 (Figura 05),
ANM Nº830.464/2007 (Figura 06), possuem 3,02 ha e 2,0 ha, cujas coordenadas
geográficas dos pontos de amarração são Latitude -18°16'11''865 e Longitude -
47°05'56''790 e Latitude -18º29’43’’067 e Longitude -47º23’05’’200
respectivamente.

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Figura 05: Poligonal ANM 834.706/2007

Fonte: Adaptado de Google Earth, 2022.

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Figura 06: Poligonal ANM 830.464/2007

Fonte: Adaptado de Google Earth, 2022.

De acordo com dados levantados em campo, as áreas caracterizam-se


por pastagem, com poucos exemplares de indivíduos arbóreos, frente de lavras,
estradas não pavimentadas, e parte de uma casa de apoio.
As poucas espécies vegetais remanescentes apresentam fitofisionomias
do Cerrado.
As cotas altimétricas da área na fazenda Conceição e Santa Cruz ficam
entorno de 740 metros, já na fazenda Monte Alvão entorno de 780m.

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Figura 07: Mapa da área de extração (ANM:834.706/2007)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

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Figura 08: Mapa da área de extração (ANM:830.464/2007)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

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2.1 – ASPECTOS FISIOGRÁFICOS

2.1.1 – Hidrografia
A região do Triângulo Mineiro está inserida nas bacias hidrográficas
do Rio Paranaíba e do Rio Grande. As áreas em questão estão dentro da
Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba, em sua margem esquerda.

A Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba é a Bacia Federal localizada na


porção norte do Triângulo Mineiro e segundo o Instituto Mineiro de Gestão de
Águas (IGAM, 2010), abrange parte do Triângulo Mineiro e do Alto Paranaíba,
dividindo-se em outras três Sub-bacias: Bacia Hidrográfica dos Afluentes
Mineiros do Alto Paranaíba (PN1) onde se localiza municípios como Monte
Carmelo, Coromandel e Patrocínio, abrangendo um total de 18 sedes municipais
e com uma área de drenagem de 22.291 km
A região onde se enquadra as poligonais estão próximas ao contato
entre dois domínios geomorfológicos e divisores de grandes bacias
hidrográficas, a Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco e do Rio Paraná.
As drenagens que atravessam nas áreas mapeadas estão localizadas
em alto topográfico divisores de duas microbacias, a do Rio Douradinho e
Ribeirão Santo Inácio. Na área dos processos ANM: 831.571/2017 e
830.715/2020, atravessa o Córrego Buriti que fica a esquerda da área, que
por sua vez é uma drenagem de primeira ordem do próprio Ribeirão Santo
Inácio, que é afluente de primeira ordem da porção esquerda do Rio
Paranaíba. Dentre as principais sub-bacias da região estão, a do Rio
Bagagem, Rio Perdizes, Rio Dourados e o próprio Ribeirão Santo Inácio.

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Figura 09: Unidade de Gestão Hídrica – Bacias Hidrográficas.

Fonte: Agência nacional das águas, 2015.

2.1.2 – Clima

Na classificação climática de Köppen (1936), foi verificado para a


região, um tipo climático Aw, que são característicos de climas tropicais, que
recebem grande quantidade de energia o ano todo, por isso são
considerados megatérmicos, sendo que, para a região, o verão e chuvoso e
o inverno é seco. As características climáticas são bem definidas e marcantes
em relação as estações quentes e frias.
Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL),
através de dados do posto pluviométrico de precipitação instalado no
município de Coromandel, medidos no período de setembro de 1978 a abril
de 2000, a precipitação média anual foi de 1.638,2 mm. Os meses mais
chuvosos são os de dezembro e janeiro, com 330,4 e 319,7 mm
respectivamente, sendo que os mais secos e com menores precipitações

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pluviométricas são de Junho a Julho, com 10,9 e 8,5 mm respectivamente.A
temperatura média anual medida neste período é de 21,8ºC. A média mensal
nos meses mais quentes são de 24 ºC nos meses de Dezembro a Janeiro e
25 ºC no mês de Fevereiro. Já os meses mais frios são junho e julho, ambos
com 19 ºC.

2.1.3 – Geomorfologia
A região está inserida, de acordo com Radam Brasil (1983), no
domínio designado como Planalto e Chapadas da Bacia Sedimentar do
Paraná, porção sudeste do cerrado brasileiro.
Geomorfologicamente, as áreas de extração estão entre dois grandes
domínios, que são; a Depressão do Rio Paranaíba e o Planalto da Bacia do
Paraná.
Nos planaltos da Bacia do Paraná, os relevos possuem um ''caimento''
topográfico voltado para o interior da bacia e bordas das pequenas escarpas.
Esse tipo de relevo está emconstante mudança desde o terciário resultando
em extensas superfícies aplainadas nos planaltos e chapadões. As escarpas
são associadas a falhamentos regionais ocorridos durante o período
mesozoico, formando vales ao longo das estruturas sedimentares da Bacia
do Paraná e do Grupo Bauru, com desníveis topográficos superiores a 150m.
Já na Depressão do Rio Paranaíba, predominam formas mistas de
aplainamento e dissecação fluvial à medida que se aproximam das margens
do Rio Paranaíba, com as altitudes variando de 725 a 830m em relação ao
nível do mar.

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2.1.4 – Solo e Vegetação
O solo predominante na região dos processos são de baixa fertilidade
e com uma moderada acidez, relativamente profundo e com uma saturação
em alumínio. Nos locais de chapadões ocorrem Latossolos sob vegetação
original de Cerrado, os quais são de grande importância para o
desenvolvimento agrícola do Estado de Minas Gerais, com destaque para as
culturas de soja, milho e café. A fração argila dos Latossolos do Triângulo
Mineiro é composta basicamente por caulinita, gibbsita e goethita, segundo
Ferreira (1994).
Já nos relevos com declividade e ondulados, o solo encontra-se mais
arenoso e levemente argiloso devido ao retrabalhamento e alteração das
rochas do Complexo Granítico- Gnáissico e arenitos da região. Os solos na
região em geral, são classificados pedologicamente como Latossolo
Vermelho Amarelo Distrófico a Moderado (Frigo, 1994).
Na região dos processos, a ocupação do solo é caracterizada por
apresentar uma grande variedade do uso em si, principalmente na pecuária
e agricultura em geral. Nas partes mais altas e planas a cultura do plantio de
soja, milho, eucalipto e café são os de maior destaque local. Já nas áreas
mais baixas e relevos com declívios, é comum fazendas de criação de
gado para pecuária de corte e leite.

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Figura 10- Mapa de solos da região. Fonte: Os autores, 2022.

De acordo com o mapa acima, é interpretado que nas áreas dos


processos da Cerâmica Carmelitana concentra-se os solos definidos como
Latossolo roxo (Coromandel) e Cambissolo (Abadia dos Dourados).
Quanto à vegetação, as áreas encontram-se dentro do bioma Cerrado,
porém trata-se área anteriormente antropizada por pastagem de origem exótica
(Bracchiaria sp.). Observa-se também a presença de áreas com solo sem
cobertura vegetal, sendo estradas não pavimentadas e áreas de extração de
argila (Cava).

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2.2 – GEOLOGIA

2.2.1 – Geologia Regional


As referências bibliográficas clássicas para a região do Triângulo Mineiro
e Alto Paranaíba são disponíveis nos trabalhos de Barbosa et al (1970),
Schobbenhaus et al (1975), Schobbenhaus et al (1984), e mais recentemente
Dardenne (2000). Alguns trabalhos pioneiros mais antigos, principalmente
Barbosa (1955, in Schobbenhaus et al. 1975) são ainda freqüentemente citados.
Para a Bacia Sedimentar do Paraná na região do Triângulo Mineiro o trabalho
mais completo ainda é o de Hasui (1969).
A região do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e sul de Goiás, tem um
arcabouço geológico estruturado em rochas pré-cambrianas, de idade variando
desde o Arqueano até o Neoproterozóico e inclui a parte mais setentrional da
grande Bacia Sedimentar do Paraná, de idade mesozóica.
No plano estrutural está situada no contexto da Faixa Móvel Brasília, cuja
constituição se deu no final do Neoproterozóico, aproximadamente a 600 Ma, e
está no limite ocidental do Cráton do São Francisco.
As rochas pré-cambrianas incluem xistos diversos, quartzitos, filitos,
mármore, rochas vulcânicas básicas e ultrabásicas, gnaisses diversos e
migmatitos. Um episódio pós tectônico de granito gênese cálcio alcalina, foi
responsável pela geração de grandes massas de granitóides e constitui-se no
último evento de ciclo Brasiliano na região.
No contexto da Bacia Sedimentar do Paraná destaca-se o grande
derrame basáltico entre o Jurássico e o Cretáceo, e a sedimentação psamítica,
vulcânica e carbonária, rica em fósseis de répteis. Além disso destaca-se o
vulcanismo ultrabásical-alcalino-carbonático durante o Cretáceo, o mais
importante evento desse tipo no Brasil e gerador de importantes recursos
minerais destacando-se nióbio e apatita. As manifestações vulcânicas e sub-
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vulcânicas aconteceram principalmente em Catalão, Serra Negra, Salitre, Araxá
e Tapira.
O contexto geológico regional, onde está inserido os processos, se
localiza no limite de duas grandes bacias hidrográficas, porção nordeste da
Bacia do Paraná com a porçãosudoeste da Bacia do São Francisco, ambos
do Paleozóico.
No limite entre as duas bacias, forma-se um alto topográfico com
dobramentos tectônicos proterozóicos, vergentes para o Cráton São
Francisco a leste, como a Faixa de Dobramentos Brasília, do ciclo orogênico
Brasiliano (490-630 Ma), segundo Seer (1999; in Seer & Dardenne 2000),
e a Faixa de Dobramentos Uruaçu, de idade uruaçuana (1.000-1.300 Ma).
O embasamento arqueano é representado pelo complexo gnáissico
retrabalhado durante o ciclo orogênico Brasiliano, constituído por
ortognaisses calcissódios, tonalíticos e granodioríticos, moderamente
migmatizados.
Em termos macrotectônicos, a região está inserida no contexto da
Província do Tocantins em seu setor meridional, segundo Almeida (1977). Na
região representada pela Faixa de Dobramentos Brasília, estruturada durante
o ciclo orogênico Brasiliano (490-630 Ma).
As unidades do cinturão, após o evento orogênico, se organizaram em
um trend compressivo SW-NE constituindo sistemas de nappes e de
empurrões imbricados, segundo Simões & Valeriano (1990; in Seer 1999).

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Figura 11- Mapa geológico regional. Fonte: Os autores, 2022

De acordo com o mapa acima, as áreas dos processos se


enquadram no Grupo Canastra Indiviso e nos entornos das regiões do
Grupo Mata da Corda.

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Figura 12- Mapa geotectônico regional destacando o local da cidade de
Coromandel junto aos principais eventos tectônicos da região (modificado de Heineck et
al. 2003).

A sequência tectônica inferior no contexto regional é definida pelos


Grupos Vazantes, Canastra, Ibiá, Araxá e Bambuí, pertencentes ao setor
meridional da Faixa Brasília. Os litotipos aflorante na região pesquisada
correspondem a associações rochosas proterozóicas do Grupo Vazante.
No Mesozoico, ocorrem coberturas cretáceas pertencentes a Bacia
San-franciscana, estabelecidas na região pelos grupos Areado e Mata da
Corda.

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2.2.2 – Geologia Local
A área do processo localizada na Fazenda Conceição e Santa Cruz,
onde de acordo com o mapeamento geológico da CODEMIG/CPRM é uma
área de uma unidade de grupo não definido, com depósitos aluvionares como
Silte, Argila, Cascalho e Areia, Ardósia e Foscorito. Já na fazenda Monte
Alvão, concentra-se depósitos cristalinos com
Clorita xisto, Muscovita biotita xisto,Quartzito ferruginoso, Grafita xisto, Talco
xisto, Hornblenda gnaisse, Metacalcário, Muscovita quartzito

2.2.3 – HISTÓRICO DA ÁREA E ATIVIDADES MINERÁRIA

A empresa já trabalha há vários anos na extração de argila e fabricação


de produtos cerâmicos, onde os critérios utilizados para dimensionamento dos
equipamentos e para o conjunto de operações de lavra e transformações
adotados foi considerada a vasta experiência da empresa adquirida na
operacionalização de lavra desse tipo. A argila é usada para fabricação de
cerâmica vermelha. São empregados, para esses fins, os depósitos de
acumulação nas baixadas aluvionares e os taguás de diversos horizontes
geológicos.

Os teores médios obtidos de Fe2O3, TiO2, Al2O3, Na2O e K2O a partir da


amostragem da rocha, atendem aos padrões estabelecidos para produção de
tijolos, telhas e lajotas.

A morfologia das jazidas e as estruturas existentes no local facilitaram os


trabalhos de lavra.
As instalações de transformação do minério estão localizadas no mesmo
endereço da sede administrativa.

A extração de argila é o segmento da mineração que constantemente


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apresenta um ótimo crescimento, desde o uso na a construção civil até
pavimentação de rodovias e obras similares, e este crescimento ainda
continuará por longos anos e com tendência de aumento da demanda destes
produtos na região.

3– MÉTODO DE LAVRA

3.1– EXTRAÇÃO
O Planejamento geral das operações de lavra e transformação no
presente capítulo tem como um dos seus objetivos o atendimento ao disposto
nas Normas Reguladoras de Mineração, e assim, aborda não só os aspectos
econômicos do empreendimento, como também aqueles relacionados à
segurança do trabalho, questões ambientais e uso futuro da área degradada,
permitindo assim o desenvolvimento da atividade de forma harmônica com o
meio ambiente.
Para o aproveitamento do bem mineral em questão, considerando as
condições locais, a composição química da argila, as características naturais da
jazida e os fatores ambientais envolvidos, foi aplicado, o método de lavra a céu
aberto com o desmonte e carregamento sendo efetuado em um único nível por
tiras, de altura girando em torno de 4 m de acordo com o relevo da jazida, através
de retro escavadeira, sendo o transporte efetuado até a indústria cerâmica por
caminhões basculantes com capacidade para 25 ton.
O método de desmonte adotado foi o mesmo utilizado nas outras frentes,
ou seja, com a utilização de retroescavadeira sobre esteiras com caçamba de
capacidade para 0,8 m³ em uma bancada única conforme citado anteriormente,
sendo que foi o método que melhor se adequou no caso, considerando as
características técnicas do equipamento utilizado no desmonte/ carregamento e

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as condições de segurança e estabilidade da jazida.
Realiza-se a limpeza e preparação do maciço através da retirada da
cobertura estéril existente, constituído em pequena quantidade, perfazendo uma
razão de 0,20 metro de estéril por 3,80 metros de minério.

3.2– CARREGAMENTO E TRANSPORTE


A Argila obtida após a lavra/carregamento são transportada por
caminhões basculantes que se encarregam de colocar o material até o pátio de
estocagem situado na cerâmica. Neste local o material aguarda para blendagem
de outras frentes e perca do material orgânico vindo da mina.
As vias de acesso internas possuem, aproximadamente 9 m de largura e
aclive máximo de 7% e estão devidamente sinalizadas com o objetivo de orientar
o fluxo de veículos e evitar acidentes, atendendo ao disposto nas NRM.

3.3– INDÚSTRIA
O Dimensionamento dos equipamentos utilizados, assim como a definição
de cada uma das diversas etapas que compõem os processos de
industrialização do minério e que são aqui apresentados, representam, na
prática, aquele que se mostrou como a opção mais viável do ponto de vista
técnico e econômico para o volume de produção proposto no presente plano.
Na cerâmica para produção de telhas/tijolos, temos um chut com material
da mina ou pilha de estoque alimentando um desintegrador, o qual alimenta um
misturador, este alimenta um laminador, este uma extrusora/maromba
(equipamento de pressão para dar forma ao produto) de onde sai o produto, daí
os produtos irão primeiramente para o secador perdendo em torno de 30% da
água, daí vão para os fornos, onde realiza a queima em torno de 850°C durante
22 horas, e que finalmente sai o produto final.

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Em atendimento à legislação trabalhista, o uso de equipamentos de
segurança (EPI’s) é obrigatório para todos os trabalhadores lotados na usina e
indústria.

Foto 01: Vista geral da empresa, dando ênfase a fachada da mesma.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

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Foto 2: Vista geral da empresa, com ênfase nos depósitos de argila.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

4 – SITUAÇÃO ATUAL DAS ÁREAS

As áreas das poligonais contam com uma frente de lavra para cada mina,
uma vez que a indústria está sediada a uma distante aproximadamente 90 km
lineares.
As figuras a seguir demonstram as características atuais da área. Vale
destacar que os trabalhos de reconformação estão ocorrendo de acordo com
avanço da lavra. Portanto, como não há previsão para finalização das atividades,
as áreas já estão sendo recuperadas conforme a legislação ambiental.

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Foto 3: Vista geral da área de lavra (ANM:830.464/2007).

Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

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Foto 4: Área de Lavra. (ANM:830.464/2007)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

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Foto 5: Área de Lavra, visando o lago formado e as tiras formadas, e também a
vegetação natural que é recomposta naturalmente com a extração. (ANM:830.464/2007)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

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Foto 6: Área de Lavra (ANM:830.464/2007)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

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Foto 7: Área de extração. (ANM:830.464/2007)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

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Foto 8: Área de extração em tiras suavizadas. (ANM:830.464/2007)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

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Foto 9: Área de extração já recuperada com revegetação natural. (ANM:830.464/2007)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

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Foto 10: Area de lavra (ANM:834.706/2007)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

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Foto 11: Vista geral da área. (ANM:834.706/2007)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

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Foto 12: Área de Lavra, visando o lago formado e as tiras formadas, e também a
vegetação natural que é recomposta naturalmente com a extração. (ANM:834.706/2007)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

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Avenida Waldercino Coelho Chaves, 100- Jardim Zenith
Monte Carmelo –MG (34) 3842-1130
Figura 12: Área de beneficiamento.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

5 – PROJETO DA INFRAESTRUTURA MINERÁRIA E ESTRUTURAS


EXISTENTES
As instalações industriais que dão suporte a jazida objeto do presente
plano, encontram-se totalmente implantada em terrenos pertencentes a
empresa, localizado fora da poligonal.
Nas áreas das poligonais existem apenas as cavas e as estradas de
acesso.

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6 – PROJETO DE DESCOMISSIONAMENTO DAS ESTRUTURAS CIVIS
E ESTABILIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DAS ESTRUTURAS
REMANESCENTES
O adequado planejamento para o fechamento pode proteger acionistas,
governos, fornecedores, comunidades locais e as gerações futuras dos impactos
socioeconômicos do fechamento, assim como reduzir o passivo ambiental,
recuperar ambientes degradados e resultar em um balanço positivo para a região
onde a mina se insere (FREITAS, 2019).
A desativação de um empreendimento mineiro é o processo de
encerramento das atividades de lavra por razões diversas, em virtude do
esgotamento ou exaustão da reserva mineral ou devido a outras razões que
impossibilitem a continuação da lavra desta área (DOS REIS & BARRETO,
2001).
A fase de desativação também é referida como “descomissionamento” e
tem início pouco antes do término da produção mineral e se conclui com a
remoção de todas as instalações desnecessárias e a implantação de medidas
que garantam a segurança e a estabilidade da área, incluindo a recuperação
ambiental e programas sociais (SÁNCHEZ, 2013).
O projeto de descomissionamento inclui a desmobilização das estruturas
provisórias que incluem todas as estruturas de empreendimentos de mineração
instaladas durante a vida útil da mina passíveis de serem desmobilizadas, tais
como:
a) infraestruturas civis;
b) usinas de tratamento de minério;
c) pátios de insumos, produtos e resíduos;
d) sistemas de distribuição de água, esgotamento sanitário e energia;
e) unidade de apoio;
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f) equipamentos fixos e móveis;
g) sistemas de transporte, correias transportadoras, entre outros, com
exceção das pistas de transporte interno;
E também todas as estruturas remanescentes sendo as estruturas de
empreendimentos de mineração instaladas durante a vida útil da mina que não
são passíveis de serem desmobilizadas, tais como:
a) cavas de minas a céu aberto;
b) barragens de água e de sedimentos;
d) pilha de estéril;
e) pistas de transporte interno, desde que não apresentem situações de
riscos para a área descomissionada;
Em todas as estruturas remanescentes devem ser alcançadas a
estabilidade física, ou seja, estabilidade da área minerada nos aspectos
morfológico e geomecânico e a estabilidade química, sendo a estabilidade da
área no aspecto termodinâmico e em equilíbrio químico com o seu ambiente.

6.1 – AVALIAÇÃO DOS RISCOS DECORRENTES DO FECHAMENTO


DO EMPREENDIMENTO
As atividades de mineração tem impactos positivos e negativos sobre a
comunidade e ambiente onde são desenvolvidas. Durante a fase produtiva a
atividade transforma-se em fontes de geração de empregos, de renda e
arrecadação de tributos.
Por outro lado, as atividades minerarias são fontes de diversos impactos
sobre o meio ambiente, como modificações da configuração hidrológica,
deslocamento de solo, alteração da paisagem local, aumento do risco de erosão
e deslizamento de terrenos, emissão de poeiras, ruídos e vibrações, alterações
no relevo, entre outros.
Cada fase de um ciclo de uma mina e cada tipo de lavra geram efeitos
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particulares no meio ambiente. E a fase de suspensão das atividades minerárias,
caso seja realizada sem os devidos controles e monitoramento, também pode
causar impactos irreversíveis.
Dentre os riscos ambientais que podem ocorrer durante a suspensão das
atividades minerárias sem um monitoramento e controle adequado da área,
destacam-se os dispostos a seguir.
→ Descarte indiscriminado de óleo, graxas ou produtos contaminados
com os mesmos (estopas, recipientes, entre outros);
→ Disposição desordenada e dispersa de todo tipo de resíduo e ou
refugos de natureza diversa (metálicos, orgânicos, plásticos, entre
outros). Esses materiais podem dissipar por ação antrópica,
aumentando ainda mais o potencial efeito contaminador;
→ Emissão de efluente atmosférico, composto por grande quantidade
de material particulado fino não estabilizado, podendo ser carreado
pelo vento;
→ Fechamento inapropriado ou danificação/violação dos acessos as
frentes de lavra, permitindo o trânsito de pessoas em regiões de
elevado risco de acidentes;
→ Instabilidade de taludes, rampas e acessos da cava, gerando
riscos à saúde e segurança humana, como consequência ruptura
ou deterioração em terrenos instáveis ou afetados por processos
degenerativos;
→ Fluxo superficial de água com carreamento de sedimentos, devido
à falta de manutenção correta da rede de drenagem, podendo
atingir as drenagens próximas;
→ Abandono e/ou falta de manutenção do sítio com vegetação
alterada e com o padrão de drenagens naturais impactados;
→ Mistura do solo com outros estratos escavados e compactação da
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superfície do terreno, tornando-o impróprio para usos futuros,
como agricultura;
→ Contaminação dos cursos de água por solo e outros substratos
escavados;
→ Danos à saúde humana, originados a partir de doenças,
principalmente respiratórias, provocadas por poeiras e partículas
geradas durante a suspensão das atividades de lavra;
→ Redução da matéria prima de qualidade para emprego em
produtos finais com maior valor agregado afetando o mercado
consumidor.
O projeto exequível de suspensão das atividades mineiras irá assegurar
os padrões de qualidade do ambiente, minimizando o impacto visual e a proteção
dos habitats naturais, além de prover procedimentos capazes de assegurar
imediata neutralização da ação de riscos não previstos e nocivos à saúde e a
segurança de homens e animais durante a fase de suspensão das atividades.
O principal objetivo deste Plano de Fechamento de Mina – PFM é evitar,
controlar e monitorar possíveis riscos, sociais e ambientais além de garantir a
conservação da área para o uso futuro da área.
Um programa de monitoramento e manutenção é apresentado e será
colocado em prática para garantir a segurança e minimização dos impactos,
principalmente quando do real fechamento da mina, podendo ser modificado de
acordo com a evolução técnica

6.1.1 – Formas de mitigação dos danos resultantes da extração de


argila
Durante este período ativo da lavra a empresa adota algumas medidas
para mitigar os danos da extração as quais estão descritas a seguir.

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a) Desenvolvimento da Lavra em Tiras Regulares
Os métodos das lavras adotados são a céu aberto, em tiras, com altura
aproximadamente de 4 metros.

b) Proteção contra a geração de efluente atmosférico


Quando necessário, são realizadas a umidificação das vias, pátios e
acessos principalmente na época de estiagem. Esta medida tem por intuito
realizar o abatimento da poeira gerada pelo trânsito de máquinas e caminhões
nas superfícies desnudas, reduzindo consideravelmente as emissões de
efluentes para a atmosfera.

c) Manutenção das Máquinas e Equipamentos


A contaminação do solo está diretamente ligada à atividade das máquinas
e equipamentos e ao desnudamento do solo. A manutenção das máquinas e
equipamentos durante a atividade da mina é feita periodicamente em local
adequado, evitando o derramamento de óleos e graxas e consequentemente, a
contaminação do solo.

d) Destinação dos Resíduos Sólidos


Os resíduos gerados são acondicionados de forma apropriada e
posteriormente receberam destinação adequada. Esta medida visa, além do
controle da poluição do solo, controlar a proliferação de vetores de doenças.

6.2 – PLANO DE DESMOBILIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES E


EQUIPAMENTOS
O primeiro passo para a suspensão das atividades deve ser a
comunicação à ANM sobre o encerramento das atividades.
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O segundo passo será a paralisação das atividades de extração e
transporte. Juntamente ocorrera a manutenção das drenagens de água pluvial e
acessos garantindo o bom estado dos mesmos.
Nas áreas das poligonais não haverá estruturas a serem desmontadas,
uma vez que o local conta apenas com as cavas e as estradas de acesso
permanecera para uso futuro dos proprietários do local. Nesse caso, as
máquinas utilizadas para extração serão utilizadas em outras áreas pertencentes
a empresas ou poderão ser vendidos para outras empresas interessadas.

6.3 – ESTABILIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DAS ESTRUTURAS


REMANESCENTES
As atividades não tem nenhum tipo de substância química no seu
processamento, assim como não gera nenhum tipo de resíduo com instabilidade
química.
As medidas de desativação visam auxiliar no fechamento sustentável da
mina, com aplicação de etapas pré-determinadas que guiam o encerramento. O
plano de fechamento proposto seguiu as seguintes etapas:
• Cercamento da área;
• A cava se tornará um lago como mostra em fotografias.
• Reflorestamento dependendo do uso futuro determinado

a) Cercamento da área
As áreas deverão ser cercadas, onde serão realizadas a completa
recomposição do local. A cerca foi composta por postes de eucalipto e quatro
fios de arame liso.

b) Recomposição das cavas


A recomposição ocorre concomitante ao avanço de lavra, na qual foi
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realizado a suavização das tiras extraídas.

c) Reflorestamento dependendo do uso futuro determinado


Por último poderá ser realizado o reflorestamento em áreas possíveis,
como estradas desativadas, áreas de apoio e outras, utilizando espécies nativas
e adequadas ao local.
O objetivo do plantio é unicamente a recomposição da vegetação em
áreas degradadas próximas à frente de lavra, e incremento de vegetação rasteira
(gramíneas) em áreas possíveis, portanto, não tem finalidade comercial.
Nas áreas em questão não será necessário realizar o reflorestamento,
uma vez que as mesmas tem apresentado um considerável poder de
regeneração natural

7- PRINCIPAIS AÇÕES DE MONITORAMENTO E MANUTENÇÃO


PLANEJADAS PARA AS ÁREAS
As medidas de controle e monitoramento visam minimizar os impactos
causados durante o encerramento das atividades minerárias.
O programa de acompanhamento será realizado localmente pelos
responsáveis da empresa frente aos trabalhos de fechamento. O monitoramento
ocorrerá nos 03 (três) próximos anos.
O êxito do monitoramento depende estritamente do estabelecimento da
área.
O plano de monitoramento ambiental será realizado através do
acompanhamento da qualidade das águas superficiais e das propriedades do
solo.

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7.1 – ATENUAÇÃO DOS IMPACTOS DO MEIO FÍSICO

7.1.1 – Estabilidade do solo


Serão realizadas inspeções regulares das condições dos acessos e dos
dispositivos de drenagem superficial, afim de manter a estabilidade e segurança
dos mesmos.
Em algumas áreas a vegetação já presente, contribui para a estabilidade.

7.1.2 – Monitoramento de Ruídos e Vibrações


Os impactos ruídos e vibrações decorrentes das atividades de lavra a céu
aberto serão cessados com o encerramento das atividades. Mas os
equipamentos empregados na recuperação deverão ser monitorados através de
medições periódicas, para avaliação da compatibilização dos resultados com as
normas de segurança e de medicina do trabalho.

8 – MEDIDAS DE SEGURANÇA

8.1 - MEDIDAS PARA IMPEDIR O ACESSO NÃO AUTORIZADO ÀS


INSTALAÇÕES DO EMPREENDIMENTO MINEIRO E PARA INTERDIÇÃO
DOS ACESSOS ÀS ÁREAS PERIGOSAS
Devem ser instaladas medidas de segurança do público interno e externo,
assim como a manutenção e segurança dos ativos da empresa. A manutenção
da segurança pública implica a adoção de medidas que restrinjam o acesso a
pessoas estranhas às instalações da empresa e as mantenham distantes de
áreas que potencializam as probabilidades da ocorrência de acidentes, tais como
acesso à cava paralisada.

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As vias de circulação e acesso das minas devem estar sinalizadas de
modo adequado para a segurança operacional e dos trabalhadores.
As áreas mineradas ou desativadas que ofereçam perigo devido à sua
condição ou profundidade serão cercadas e sinalizadas contra o acesso
inadvertido, assim como os acessos às bancadas devem ser identificados e
sinalizados.

9 – DIRETRIZES PARA ADEQUAÇÃO DA ÁREA AO USO FUTURO


PREVISTO.
Após a adoção das ações de estabilização física da área será necessário
realizar uma análise das restrições de uso e ocupação das áreas, observando o
potencial de futuro aproveitamento de substâncias minerais, os aspectos de
segurança e geotécnicos da área, as leis municipais e estaduais pertinentes.
Nas áreas das poligonais não há nenhum risco geotectônico, e/ou
cavidades do patrimônio histórico.
Diante disso, a proposta de alternativas de uso futuro da área minerada,
considerando os aspectos sociais, econômicos, ambientais e as características
geológicas, será a recomposição topográfica e a regeneração natural do local,
que também será alcançada a recuperação de sua função paisagística.

10 - VIDA ÚTIL E EXPECTATIVA DE EXTRAÇÃO

10.1 – ESCALA DE PRODUÇÃO DE ARGILA


A escala de produção de argila prevista nos licenciamentos ambientais é
de 12.000 t/ano, mas há variações conforme apresentado no RAL.

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10.2 – PRODUÇÃO TOTAL E VIDA UTIL
Como no regime de licenciamento não existe pesquisa a empresa não
tem dados para calcular uma vida útil especifica.

11 – CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES E CUSTOS PARA FECHAMENTO


DA MINA
*O prazo determinado no cronograma começa vigorar após quando da finalização das
atividades de extração
Estratégia Semestre Custos
(R$)
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º
Indicação dos equipamentos -
a serem desativados e sua
destinação

Ações para manutenção da 30.000,00


segurança da área minerada

Obras de controle 70.000,00

Cercamento da área (já 50.000,00


realizado)

Recomposição topográfica 50.000,00


(já realizado)

Monitoramento dos solos 10.000,00

Avaliação dos resultados -


Valor Total 210.000,00

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11 – CONCLUSÃO
Conforme a Resolução ANM n° 68/2021 os aspectos apresentados
compõem o Plano de Fechamento de Mina, mas isso são apenas previsões, pois
também a atividade pode paralisar a qualquer momento se houver mudança na
qualidade da argila que pode afetar o produto final.

__________________________________
Vicente de Paulo Almeida
Engenheiro de Minas
CREA 40623/D - MG

__________________________
p/p Cerâmica Carmelitana Ltda

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