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FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS DA CONDUTA (Instrumentos biológicos de resposta ao

meio).
Hereditariedade e comportamento: mecanismos básicos
Tecnicamente, cada vida humana começa na concepção, quando um dentre centenas de milhões
de células espermáticas do pai penetra em um dos óvulos da mãe. A união entre um óvulo e um
espermatozóide produz uma única célula-ovo, denominada zigoto. O óvulo e o espermatozóide
são formados por células reprodutivas, denominadas células germinativas primordiais.
A informação genética em estrutura filoformes, chamadas cromossomos. Os cromossomos estão
no núcleo da célula, uma região destinada e localizada no centro. As células humanas possuem
23 pares de cromossomos (em um total de 46). Óvulo e espermatozóide recebem, cada um,
apenas um membro de cada par das células germinativas. Consequentemente, quando se unem os
zigotos passam a ter um conjunto completo de 23 pares. Cada par tem formato e tamanho
diferentes, conforme mostra a figura.
Os primeiros 22º pares de cromossomos contém membros que se combinam. O 23º par, cujos
membros nem sempre se combinam, determinam o sexo da pessoa. As mulheres possuem dois
grandes cromossomos X. Os homens têm um cromossomo X e um Y, é ele quem determina o
sexo do bebê.
Genes e Proteínas
Cada cromossomo conte 50.000 unidades chamadas de gene espalhado ao longo deles em
segmentos interrompidos. 0Gene é considerado a unidade básica da hereditariedade e é composta
por uma substância química, o ácido desoxirribonucléico (DNA), os genes são codificados para
controlar a produção de substâncias químicas chamadas proteínas.
- As proteínas determinam a maneira pelo qual cada animal desenvolve;
- As proteínas estruturais formam a estrutura física da célula do sangue, músculo, ossos e nervos;
- As enzimas um segundo tipo de proteínas, controla as reações físicas e químicas dentro do
organismo, capam e armazenam energia, quebram o alimento e controlam o processo de
desenvolvimento (os organismos não herdam padrões completos de comportamento, mas sim são
dotados de estruturas corporais e controle físico-químico que tornam mais ou menos provável
uma gama de respostas ao ambiente).
Gene e desenvolvimento
No início as células de um organismo são superficialmente idênticas, mais algumas células
humanas vão se desenvolvendo para formar o cérebro, outra a medula espinal, outra o coração
etc. em apenas oito semanas após da concepção cerca de 95% da estrutura e órgãos humanos
estão concluídos embora com menos de três centímetros de comprimento.

Os ácidos nucléicos são moléculas complexas produzidas pelas células, essenciais a todos os organismos vivos. Estas moléculas governam o
desenvolvimento do corpo e suas características específicas, fornecendo a informação hereditária e dirigindo a síntese de proteínas. Este
modelo gerado por computador mostra duas cadeias de ácido desoxirribonucléico (ADN) e sua estrutura em dupla hélice.

O papel da hereditariedade e do meio na conduta dos animais


A diferença entre o homem e animal, nota-se na atitude deste ser humano. O homem, ao longo
dos tempos, tem evoluido no sentido de uma maior produção do saber e uma maior eficácia no
domínio do fazer. A história da humanidade tem revelado um progresso dialéctica, onde homem
e natureza se condicionam na tentativa de uma adaptação que se pretende que seja mais eficaz e
onde o homem se pretende impor pelo domínio da técnica do conhecimento.
Hereditariedade e o meio ambiente
Hereditariedade é a estimativa da contribuição da hereditariedade para as diferenças individuais
num traço especifico, num determinado momento dentro de uma determinada população.
A hereditariedade, não se refere à influência relativa da hereditariedade e do ambiente num
determinado indivíduo, ela não nos diz como os traços se desenvolvem, apenas indica em que
medida os genes contribui para um traço.
Hereditariedade e o meio ambiente

Hoje vê-se a relação entre os factores genéticos e o ambiente como fundamentalmente


entrelaçadas. Vamos ver os vários modos através dos quais a hereditariedade e o meio actuam
em conjunto.
Amplitude da relação é a amplitude de potencias expressões de um traço hereditário sob
diferentes condições ambientais. O tamanho do corpo, por exemplo depende em larga medida, de
processos biológicos, os quais são regulados geneticamente. Ainda assim, é possível dependendo
das oportunidades e constrangimentos ambientais e do próprio comportamento da pessoa.
Em sociedades em que a nutrição melhorou, uma geração inteira cresce bastante em altura em
relação a anterior. As crianças com melhor nutrição partilham os genes dos seus pais, mas
respondem a um mundo mais saudável. A hereditariedade pode influenciar uma amplitude de
reacção é ampla ou estrita.
Correlação genótipo-ambiente correm certas influências genéticas e ambientas tendem a actuar
na mesma direcção. Que actuam em quatro formas:
Tipos de correlação genético-ambiente
1. Correlação passiva – frequentemente os pais transmitem os genes que predispõem uma
criança para um traço, também proporcionam um ambiente que encorajam o desenvolvimento do
traço. Ex: um músico pode proporcionar um filho à ser músico.
2. Correlação reactiva ou evocativa – crianças com diferentes constituições genéticas evocam
diferentes respostas por parte dos adultos. Os pais podem fazer um esforço para fortalecer
experiências musical a uma criança que demonstra interesse a capacidade para a música. Por sua
vez, esta resposta fortalece a inclinação genética da criança para música.
3. Correlação activa – a medida que a criança cresce e tem a liberdade para escolher as suas
próprias actividades e ambientes, selecciona activamente experiências consistentes com a sua
tendência genética.
4. Condições da família – tratamento das famílias, doenças, acidentes e as experiências fora do
casal e efeitos não partilhados ( irmãos diferentes).
Características influenciadas pela hereditariedade e pelo meio
Traços físicos e fisiológicos – obesidade, peso excessivo para a idade, sexo, altura e tipo de
corpo, por vezes definido como possuindo um índice de massa, inteligência, a hereditariedade
parece exercer forte influencia na inteligência geral e na capacidade especifica ( Mc clen et al,
1997) mas a experiência também conta, personalidade, aspectos específicos da personalidade
parecem ser herdados ( extroversão, neuróticos); temperamento etc. Perturbações da
personalidade exemplo autismo ( grupo de perturbações globais).
Daí que o homem, fenómeno social comparado com outros animais, não possui mecanismos e
equipamentos suficientes para sobreviver e agir de acordo com o seu potencial hereditário, ele
possui a capacidade e as aptidões, quando vive entre os outros homens, de criar condições e
técnicas de ajustamento e adaptação ao meio.
A habilidade e a experiência do homem são uma conquista gradual que se inicia no momento do
nascimento e se desenvolve através do processo da aprendizagem. A sociedade ensina a criança à
experiência vivida e acumulada pelo grupo, acelerando o seu processo de aprendizagem e
evitando um esforço pessoal que decorreria de experiências frustradas das iniciativas pessoais. É
este processo de aprendizagem gradual da vivência em sociedade e da interiorização dos valores
que se denomina socialização.

Psicofisiologia do Sistema Nervoso


Modelo Input-Output & Sistema nervoso central
O plano geral do sistema nervoso humano assemelha-se ao disgn de um sofisticado robô.
O robô precisa de sensórios, mecanismos para extrair informações do mundo externo e do
mundo interno. Os sensores lidam com o que chamamos de input. Ao mesmo tempo, o robô
requer efectores, partes móveis que o capacitem a se movimentar e fazer mudanças internas e
externas. A este aspecto chamamos de output.
Sensores e efectores
Os sensores humanos estão em células denominadas receptores. Os receptores respondem a som,
luz, calor, toque, movimentos musculares e outros estímulos dentro e fora do corpo. Tipicamente
o organismo está alerta a mudanças, contrastes e movimentos, uma vez que nos avisam de
eventos que possam requerer ajustes.
Como as pessoas, precisam de meios para responder, células isoladas, grupos de células e partes
de células, especializadas em responder são denominadas efectores. Os efectores encontram-se
em músculos, articulações, glândulas e órgãos que capacitam-nos a agir.
Sistema Nervoso
De todas as estruturas que herdamos, aquela que está estritamente associada com a nossa
identidade é o sistema nervoso, porque é ele que regula os 50 trilhões de células que se estima
existir no corpo humano. Como membro da espécie Homo Sapiens, todos nós recebemos um
sistema nervoso, embora cada um seja dotado de um conjunto próprio de idiossincrecias.
Nesta secção, focalizaremos primeiro os planos gerais do sistema nervoso humano, verão como o
cérebro dinâmico modifica-se com a experiência e a idade. Para entender as funções do sistema
nervoso no comportamento e na cognição, você precisa conhecer alguns elementos básicos da
anatomia (estrutura) e da fisiologia (função). Todavia enfatizaremos a relação entre o sistema
físico e o organismo em acção.
Sistema Coordenador e Condutor
Dois sistemas coordenadores e condutores, separados mas interagindo-interligam os sensores e
os efectores humanos.
Sistema circulatório - Além de transportar nutrientes e oxigênio, conduz sinais químicos,
denominados hormônios. Basta saber que os hormônios têm influencias nos processos
comportamentais lentos e prolongados e desempenham um papel importante na maturação
sexual.
Sistema nervoso - É outro sistema coordenador e condutor. Quando a questão é velocidade e
quando há necessidades de acções isoladas, o Sistema Nervoso desempenha um papel
predominante na condução e conclusão.
Sistema nervoso central - É composto de cérebro e a medula espinal. Ao realizar as tarefas para
as quais foi projectado. (reconhecimento de padrões, raciocínio, abstração, uso da língua).
Cérebro - é o principal órgão de processamento de informação e tomada de decisões do corpo.
Ao receber dos receptores, avalia os dados e faz os planos que guiam nossas acções.

 Além de governar o que escolhemos fazer, o cérebro gerencia muitas acções dos quais
temos pouquíssima consciência ou controle.
 Integra funções vitais como circulação e respiração, supervisiona o atendimento das
necessidades do corpo incluindo alimentação, sono e suprimento de energia.
Medula espinal - desempenha uma série de funções. Actuando como intermediaria, envia
informações ao cérebro e recebe mensagens do cérebro. Além disso, integra e coordena dados
sensoriais – sob pressão, toque, temperatura e dor – enviando ao cérebro. A medula ajuda
também a proteger o corpo contra ferimentos, servindo intermediária de muitos reflexos. Reflexo
(como tirar a mão de um forno quente) é uma reposta intermediaria e involuntária a um estimulo
em geral potencialmente perigoso. A medula espinhal está também envolvida em movimentos
voluntários.
Sistema nervoso periférico - pelo facto de os receptores e os efectores estarem geralmente
localizados muito longe do SNC, os seres humanos possui um sistema de comunicação, o
sistema nervoso periférico, o qual inclui uma rede de cabos condutores de informação, ou
nervos, que conectam os vários componentes. O sistema periférico contém todas as estruturas do
sistema nervoso que estão ao redor ou fora do cérebro e da medula espinhal. (“periférico”
significa “ao redor”.) o sistema periférico é dividido em duas partes principais: sistema somático
e sistema nervoso autônomo.
Sistema nervoso somático - é composto principalmente pelos nervos que conectam o SNC aos
receptores, no lado do input, e aos músculos e articulações do esqueleto, no lado do output. O
sistema nervoso somático capacita o ser humano a realiza ações voluntárias, a se movimentar e a
se comportar segundo a sua escolha.
Sistema nervoso autônomo - (SNA) conte nervos que transportam mensagens entre o SNC e os
chamados músculos involuntários. Os músculos involuntários incluem aqueles que controlam as
glândulas e os órgãos internos. O SNA funciona autonomamente, ou sozinho, para manter nosso
corpo na adequada ordem de funcionamento e para regular o suprimento de combustível para que
possamos agir de acordo com as nossas necessidades. Se você precisa atravessar rapidamente
uma rua movimentada, por exemplo, o SNA acelera o coração e envia o sangue para os músculos
a fim de fornecer mais oxigênio e, consequentemente, mais energia. Não um esforço consciente
da nossa parte. Embora o consideremos autônomo, ele é influenciado pelo SNC, o sistema
endócrino e os eventos ambientais.
O SNA é ainda subdividido em dois componentes: simpático e parassimpático. Embora ambos
estejam permanentemente ativos, em geral um deles predomina. A divisão simpática mobiliza
recursos internos para acção vigorosa sob circunstancias especiais, particularmente durante uma
crise. A divisão parassimpático assume o comando das funções constantes, como circulação,
digestão e respiração.

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