Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
TOPOGRAFIA I
Profa. Dra. Andréa Ritter Jelinek
JULHO, 2009
Cap. I – Generalidades 1
Cap. II – Planimetria 8
Cap IV – Taqueometria 62
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek 1
Capítulo I
GENERALIDADES
1. Conceitos Fundamentais
Definição: a palavra “Topografia” deriva das palavras gregas “topos” (lugar) e “graphen”
(descrever), que significa a descrição exata e minuciosa de um lugar.
SEMI-EIXO MAIOR = a
ACHATAMENTO: A = (a – b) / a
Figura 1.2
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek 2
É sob este conceito de forma da Terra que a GEODÉSIA trabalha nos estudos que exigem
maior rigor matemático.
A TOPOGRAFIA por sua vez, que considera trechos de dimensões limitadas, admite a
superfície terrestre como plana, o que corresponde a desprezar a curvatura da Terra.
Assim sendo, a GEODÉSIA e a TOPOGRAFIA têm os mesmos objetivos, diferindo nos
fundamentos matemáticos em que se baseiam: a geodésia apoiada na trigonometria esférica e a
topografia, na trigonometria plana.
2. Objetivos da Topografia
A Topografia tem por finalidade determinar o contorno, dimensão e posição relativa de uma
porção limitada da superfície terrestre, do fundo dos mares ou do interior de minas, desconsiderando
a curvatura resultante da esfericidade da Terra. Compete ainda à Topografia a locação no terreno de
projetos elaborados de Engenharia.
Divisões da Topografia:
• PLANIMETRIA: medida de grandezas lineares e angulares em um plano horizontal;
• ALTIMETRIA: medida de grandezas lineares e angulares em um plano vertical
3.1. Introdução
Por levantamento topográfico pode-se entender como sendo o conjunto de operações que
tem por objetivo a determinação da posição relativa de pontos na superfície da Terra ou a pouca
altura da mesma. Essas operações consistem, essencialmente, em medir distâncias verticais e
horizontais entre diversos pontos, determinar ângulos entre alinhamentos e achar a orientação destes
alinhamentos. Complementando essas operações tem-se o cálculo das observações permitindo
determinar distâncias, ângulos, orientações, posições, alturas, áreas e volumes. Com os dados de
campo, depois de calculados, pode-se representar graficamente, na forma de mapas, perfis
longitudinais e transversais, diagramas entre outros. A execução de um levantamento topográfico,
além da necessidade de se conhecer os instrumentos utilizados nas medições requer conhecimentos
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek 3
de geometria, trigonometria plana e esférica, física, astronomia e teoria dos erros e sua
compensação.
Nos levantamentos topográficos parte-se do princípio que a Terra é plana e, por isso, os
cálculos são essencialmente fundamentados na geometria Euclidiana e na trigonometria plana. Como
a Terra não é plana, torna-se necessário verificar a sua influência nos levantamentos topográficos.
onde:
So é a distância reduzida à superfície elipsoidal;
S é a distância horizontal medida entre dois pontos do terreno;
R é o raio da Terra, admitida esférica (na ordem de 6.371 km); e
H é a altitude geométrica média da distância medida.
Alguns autores nacionais apresentam a redução de distância ao geóide. Não é a forma mais
correta, visto que, o geóide não é uma superfície de cálculo, mas sim, o elipsóide. Por outro lado,
talvez se deva ao fato da dificuldade em obter-se as altitudes geométricas, pois, o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística fornece as altitudes ortométricas. Entretanto, existe uma carta geoidal do
Brasil, da qual se poderia obter a ondulação geoidal por interpolação gráfica e calcular a altitude
geométrica.
3.3.1. Planimetria
Pretende-se avaliar agora a diferença que existe quando se faz a redução da distância
elipsoidal (para o plano de projeção topográfico).
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek 5
Figura 1.2
Considerando R ≈ 6.371 km e alguns valores para So, então, com as expressões (1.4) e (1.5)
pode-se calcular os valores da diferença ∆S e do erro relativo ∆S / So conforme se pode ver na Tab.
1.1:
Tabela 1.1:
So (km) ∆S (m) ∆S / So
10 0,01 1:1.000.000
50 1,03 1:48.500
100 8,21 1:12.000
Com a expressão (1.5) pode-se determinar o erro relativo da influência da curvatura terrestre
nas distâncias medidas na superfície terrestre e depois reduzidas ao elipsóide. Assim, conhecendo-
se a exatidão que se deseja no levantamento topográfico, pode-se estabelecer como sendo 10 km,
50 km, 100 km ou outro valor qualquer a extensão máxima do levantamento planimétrico sem levar
em consideração a curvatura terrestre.
3.3.2. Altimetria
Por outro lado, considerando o triângulo retângulo A1OB1 da Fig. 1.2 e aplicando a este o
teorema de Pitágoras, obtém-se:
(R + ∆h)2 = R2 + do2 (1.7)
que desenvolvendo chega-se a:
R2 + 2.∆h.R + ∆h2 = R2 + do2
ou,
∆h2 + 2.∆h.R = do2
∆h.(∆h + 2.R) = do2
∆h = do2 / ∆h + 2.R
∆h ≈ do2 / 2.R (1.8)
À semelhança do que foi feito no item 3.3.1 pode-se considerar R ≈ 6.371 km e para alguns
valores de do calcular o valor de ∆h obtendo-se:
Tabela 1.2:
do (m) ∆h (m)
0,1 0,0008
0,3 0,0071
0,5 0,0196
0,7 0,038
1 0,078
2 0,314
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek 7
Capítulo II
PLANIMETRIA
1. Introdução
Um alinhamento topográfico é um segmento de reta materializado por dois pontos nos seus
extremos. Tem extensão, sentido e orientação.
Por exemplo:
Figura 2.1
Orientação: 45°
Sentido: de A para B.
Extensão: x metros.
Figura 2.2
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek 9
Figura 2.3
ROA = 35º NE
ROB = 35º SE
ROC = 70º SW
ROD = 20º NW
Figura 2.4
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek 10
AzOA = 35º
AzOB = 145º
AzOC = 250º
AzOD = 340º
Conversão de Rumo em Azimute e vice-versa
A seqüência apresentada na Fig. 2.5, mostra o rumo e o azimute nos diversos quadrantes.
Figura 2.5
Até o momento, ao falar em rumos e azimutes não foi especificado a sua referência, a partir
do Norte verdadeiro ou magnético. Quando o azimute é medido a partir da linha Norte-Sul verdadeira
ou geográfica, o azimute é verdadeiro; quando é medido a partir da linha Norte-Sul magnética, o
azimute é magnético. O mesmo se dá para os rumos.
A diferença angular entre o Norte verdadeiro e o Norte magnético é a Declinação magnética
local. A declinação magnética é sempre medida do Norte verdadeiro para o magnético.
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek 11
Figura 2.6
POLIGONAL FECHADA:
Figura 2.7
POLIGONAL ABERTA:
Figura 2.8
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek 13
Figura 2.9
onde:
Azn é o azimute do alinhamento;
Azn-1 é o azimute do alinhamento anterior; e
Ai é o ângulo horizontal interno.
A determinação da extensão de um alinhamento pode ser feita por medida direta quando o
instrumento é aplicado no terreno ao longo do alinhamento.
Instrumentos
Acessórios
Existe uma série de acessórios utilizados na medida direta de distância, dentre os quais se
apresentam os principais:
Execução da medida
Seja, por exemplo, medir o comprimento horizontal do alinhamento AB, com um diastímetro e
cujo perfil está representado na Fig. 2.10.
Figura 2.10
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek 16
Com o teodolito instalado e calado no ponto A (o teodolito é opcional, pode ser posta apenas
uma baliza), colima-se uma baliza posta sobre o ponto B. O balizeiro de ré segura a graduação zero
da trena sobre o ponto A e o balizeiro de vante caminha segurando a outra extremidade da trena e
uma baliza, até que a trena fique estendida. Neste momento, o operador do instrumento indica se o
balizeiro de vante deve deslocar a baliza para a esquerda ou direita, a fim da linha de visada coincidir
com o eixo da baliza. Estabelecida a posição correta da baliza na direção AB, a graduação zero da
trena é mantida firme no ponto A e a graduação 20 m é encostada na baliza, estando a trena na
horizontal e bem esticada, para diminuir ao máximo a catenária; e assinala-se no terreno o ponto 1,
com uma ficha; deste modo estará medido um trecho de 20 m.
O balizeiro de ré segue para o ponto 1 com o zero da graduação da trena, e o balizeiro de
vante, caminha na direção do ponto B, com a outra extremidade da trena e a baliza, para efetuar a
medida do trecho 12, de modo idêntico ao anterior. Procede-se da mesma forma na medida do trecho
23, com uma trenada de 20 m.
Quando o terreno é fortemente inclinado, como no trecho 35, reduz-se a extensão da trena e
completa-se a medição.
A DHAB será: 3.20 + 2.10 + 8,2 = 88,2 m.
Instrumentos
O instrumento utilizado são os teodolitos providos de fios estadimétricos, que além de medir
ângulos, acumulam também a propriedade de medir óticamente as distâncias horizontais e verticais.
O instrumento empregado fornece os dados referentes às leituras processadas na mira com
auxílio dos fios estadimétricos, bem como o ângulo de inclinação do terreno lido, no limbo vertical do
aparelho.
Se observarmos um teodolito, através da ocular, veremos uma série de fios paralelos e
perpendiculares entre si, como pode ser visto na Fig. 2.11.
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek 17
Figura 2.11
Princípio da estadimetria
Pode-se analisar o que se passa na luneta com as linhas de vista inicialmente com a luneta
em posição horizontal, conforme pode ser visto na Fig. 2.13.
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek 18
Figura 2.12
Figura 2.13
onde:
P é a vista do observador;
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek 19
Podendo-se dizer:
O’O’ = ab = distância entre os dois retículos, que chamamos de intervalo i. Em Ls é feita a
leitura superior da mira e em Li é feita a leitura inferior. A diferença de leitura Ls - Li nos dá o intervalo
de leitura de mira ou número gerador (I), portanto:
S / f = I / i ∴ S = I.(f / i) (2.7)
D = I.(f / i) + (f + C) (2.8)
D = I.100 (2.9)
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek 20
Na Fig. 2.14 observa-se linha de vista central inclinanda com um ângulo qualquer (α).
Ainda, por semelhança de triângulos tem-se:
S / f = Ls’Li’ / I (2.10)
Portanto,
S = Ls’Li’.(f / i) (2.11)
A distância D = S + f + C, portanto,
Figura 2.14
Porém, não se conhece a distância Ls’Li’ já que a mira é colocada na posição vertical e Ls’Li’,
imaginariamente, seria obtida se a mira fosse colocada inclinada perpendicularmente a linha de vista
central CM. Relacionando Ls’Li’ com LsLi, pode-se dizer que a reta Ls’Li’ é perpendicular à linha de
vista central e logicamente os ângulos β e γ são diferentes do ângulo reto, já que as linhas de vista
superior e inferior não são paralelas à linha de vista central.
Mas suponha-se que β e γ = 90º, tem-se:
Resolvendo:
Portanto, Ls’Li’ = LsLi .cos α , mas LsLi = I que é o intervalo de leituras de mira, assim:
Ls’Li’ = I.cos α ; logo,
Portanto,
LsM + LiM = (Ls’M + Li’M).[cos e / cos (α + e)] + [cos e / cos (α - e)] (2.20)
LsB = Ls’ Li’ .[(cos e / cos (α + e)) + (cos e / cos (α - e))] (2.21)
DH = 100.I.cos2 α (2.23)
ou
DH = 100.I.sen2 Z (2.24)
no caso do teodolito ter o limbo vertical zerado no zênite.
Instrumentos
Figura 2.15
A distância D, entre o sinal transmitido e o sinal refletido, pode ser expressa da seguinte
forma:
D = m. λ / 2 + U (2.26)
onde:
m representa o número de meio-comprimento de onda;
λ representa o comprimento da onda de modulação básica; e
U representa a tração do meio-comprimento de onda.
λ=v/f (2.26)
v=c/n (2.27)
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek 24
onde n é o índice de refração do ar, que é uma função da densidade do ar e do comprimento da onda
portadora.
O valor de n pode ser determinado com base em medidas meteorológicas da temperatura,
pressão e umidade do ar ao longo da linha que liga os dois pontos cuja distância é desejada. Por esta
razão, o valor do comprimento do sinal modulado é desconhecido durante a medição, a menos que o
índice de refração seja conhecido, então:
λ = c / n.f (2.28)
pode ser calculado. A frequência f de modulação pode ser estabilizada e é usualmente conhecida
com alto grau de precisão.
O fabricante usualmente dá o valor de λ = λ1 para condições atmosféricas específicas, isto é,
para um certo valor de n = n1. Então:
λ1 = c / n1.f (2.29)
Por esta razão, a distância que é registrada pelo medidor eletrônico de distâncias é igual a:
D1 = U1 + m. λ1 / 2 (2.30)
λ2 = c / n2.f (2.31)
e a distância medida é:
D = m. λ2 / 2 + u2 (2.32)
λ2 = λ1 .n1 / n2 (2.33)
Do = D1.n1 / n2 + Zo + ∆D (2.35)
onde:
D1 é a distância medida;
n1 é o índice de refração aceito pelo laboratório de calibração;
n2 é o índice de refração durante a medida de campo (a ser determinado pelo observador);
Zo é o erro de zero; e
∆D é uma composição de correções devido às reduções da medida efetuada na superfície terrestre
até atingir o elipsóide ou o plano de referência de trabalho.
Nos instrumentos que usam luz visível, uma lâmpada emite luz que passa por um primeiro
prisma de Nicol (ou filtro polaroide) que produz uma polarização segundo um plano, e se a célula
Kerr não estiver funcionando, a luz não passa pelo segundo prisma de Nicol, por estar o mesmo
cruzado em relação ao primeiro.
Porém, a célula Kerr sob a influência da voltagem aplicada pelo oscilador controlado por
cristal, gira o plano de polarização em função da diferença de potencial em cada instante, portanto,
uma parte do feixe pode atravessar o segundo prisma de Nicol. Em outras palavras, a quantidade de
luz transmitida é proporcional à voltagem e, portanto, à rotação produzida pela célula Kerr, e o feixe
agora modulado em intensidade na frequência de modulação, é transmitido por um espelho côncavo
para o refletor. O feixe de luz que retorna para o instrumento é recebido por um outro espelho que
focaliza o feixe no foco do primeiro cátodo da válvula fotomultiplicadora.
A corrente que flui da válvula fotomultiplicadora varia com a intensidade da luz que incide no
segundo espelho e com a voltagem aplicada a ela, de acordo com o segundo gerador controlado por
cristal.
O primeiro gerador funciona na frequência de aproximadamente 30 MHz e o segundo em
aproximadamente 30,0015 MHz, ou seja, 1,5 KHz acima do primeiro.
O sinal de saída do fotomultiplicador tem um valor de 1,5 KHz e fase φ2 relacionada com o
sinal de saída de 30 MHz.
Por outro lado, os sinais dos dois geradores controlados por cristal são levados para um
misturador que determina a diferença dos sinais de 1,5 KHz, com a fase φ1 da onda emitida que é a
referência de medida de fase.
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek 27
Portanto, pode ser medida a diferença de fase φ2 e φ1 utilizando um resolvedor, isto é, a fase
de referência φ1 é retardada até que os dois valores, φ1 e φ2, se igualem dando um valor de zero no
indicador de nulo, sendo o seu valor indicado no dial de leitura digital.
Nestes instrumentos a propagação da luz é direta e dificilmente ocorrem reflexões
secundárias, pois a maior parte das superfícies encontradas na natureza não produz fortes reflexões
para esse comprimento de onda. Por outro lado, durante o dia sempre existe a entrada de outras
luzes no sistema ótico, reduzindo, assim, sua potencialidade de medida.
O feixe é altamente colimado com uma divergência de apenas frações do grau, razão pela
qual o receptor ótico tem um diâmetro bastante pequeno e, portanto, pequeno ângulo de aceitação.
Com exceção dos equipamentos providos com laser, o alcance em geral é bem menor do
que os instrumentos que usam micro-ondas, sendo que à noite o alcance aumenta. Por outro lado, o
chuvisco ou neblina diminuem bastante o alcance.
O índice de refração afetado pelas condições atmosféricas é pouco influenciável para o curto
comprimento de onda usado, e a umidade que tem grande importância nas medidas com micro-
ondas é de pequena influência no geodímetro, principalmente devido a essas razões, o erro externo
agora é considerado com um valor de 1 ppm. Para linhas curtas basta tomar as medidas
meteorológicas em uma extremidade da linha. A curvatura do percurso somente é levada em conta
para as maiores distâncias e o seu valor é bastante pequeno.
Com luz visível, as leis da ótica geométrica podem ser aplicadas com maior precisão aos
transmissores e refletores dos sinais, pois o percurso da onda é mais bem definido e também é mais
estável.
Em geral, os equipamentos eletro-ópticos são mais apropriados para medir distâncias
menores para a obtenção de alta precisão, sendo o erro de zero o mais importante fator de sua
limitação em precisão.
O uso do equipamento é bastante aplicado na engenharia civil, podendo ser usado na
abertura de túneis ou minas, barragens, pontes, instalação de máquinas, etc.; e no levantamento de
campo, medidas de bases de triangulações, poligonais de precisão ou trilaterações de lados curtos.
Os instrumentos que usam infravermelho como onda portadora têm um comprimento de onda
em torno de 0,9 µm.
O índice de refração padrão usados para os instrumentos a infravermelho é tomado
geralmente como 1,00028 e para uma precisão de 1 ppm a temperatura deve ser obtida com erro
inferior a 3 mm Hg.
Na região do infravermelho a atmosfera tem uma forte absorção, com exceção da região
entre 0,72 µm e 0,94 µm, que é chamado de “janela do infravermelho”, que implica no uso desta
região em todos os instrumentos.
Todos os equipamentos que funcionam na região do infravermelho são limitados pela
potência de saída da fonte, que é um diodo luminescente de arseniato de gálio, que emite radiação
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek 28
incoerente de aproximadamente 0,9 µm e que tem como principal característica a de poder ser
modulado diretamente em intensidade.
O diodo consiste em dois extratos semicondutores, um dos quais é um condutor positivo
(falta de elétrons) e o outro negativo (excesso de elétrons). Na zona de depleção, os elétrons podem
ser levados a um estado de maior energia com a aplicação de uma corrente de excitação, e a energia
se desprende sob a forma de radiação luminosa espontânea. A radiação emitida pelo diodo é
proporcional à corrente de excitação, ou corrente aplicada.
Outros instrumentos
Outro instrumento utilizado para a medição eletrônica de distâncias é a trena laser DISTO,
fabricada exclusivamente pela empresa Leica (Wild do Brasil S.A.). A trena laser não possui a
precisão de um distanciômetro eletrônico, porém possui uma precisão razoável e é muito prática, por
ser de reduzido tamanho.
A trena laser é um instrumento eletro-ótico de medição de pequenas distâncias. Utiliza o raio
laser visível.
O raio laser projeta um ponto luminoso que indica exatamente o lugar medido.
Com o refletor a trena laser tem um alcance de até 100 m, e sem, de até 30 m.
A trena laser pode ser conectada no teodolito e, ainda, pode-se acoplar à trena um telescópio
para medidas mais longas.
A trena laser é bastante utilizada para efetuar medidas em minas subterrâneas, onde muitas
vezes o acesso a um ponto é difícil. Como o instrumento calcula rapidamente a área e o volume de
superfícies medidas, a partir de valores memorizados, se torna muito útil para cálculos preliminares
de custos e mão-de-obra.
4.1. Instrumentos
limbo horizontal. Para a leitura dos ângulos verticais a luneta gira em torno do eixo horizontal XX’,
levando em seu movimento índices de leitura, também por vernier ou por micrômetro, podendo-se
apreciar as frações da divisão do círculo vertical.
São, então, em número de três os eixos fundamentais do instrumento: eixo principal (YY’),
eixo secundário (XX’) e o eixo de colimação (LL’). O eixo principal passa pelo centro do aparelho e
pelo centro do limbo horizontal; o eixo secundário é o eixo de rotação da luneta, e o eixo de
colimação passa pelo centro do aparelho e pelo cruzamento dos fios do retículo. Estes três eixos,
portanto, cruzam-se no centro do instrumento.
Figura 2.16
Componentes de um Teodolito
Teodolito eletrônico
Os teodolitos eletrônicos são instrumentos que permitem a medição eletrônica dos ângulos
verticais e horizontais.
Os teodolitos eletrônicos surgiram na década de 70. A diferença essencial em relação aos
teodolitos clássicos se dá na substituição do leitor ótico de um círculo graduado por um sistema de
captores eletrônicos.
Os teodolitos eletrônicos possuem as mesmas características construtivas de um teodolito
clássico, sendo um aparelho de alta precisão, composto por partes mecânicas e eletrônicas.
A medida eletrônica dos ângulos é baseada na leitura digital de um círculo graduado em
forma binária.
Além da leitura automática de ângulos, uma outra característica importante dos teodolitos
eletrônicos é a existência de um compensador eletrônico. O compensador eletrônico permite corrigir,
automaticamente, os possíveis erros de calagem do eixo vertical do teodolito e corrigir, desta forma,
os valores das direções horizontais e verticais lidas.
Em termos de eficiência, o teodolito eletrônico apresenta fundamentalmente três vantagens
com relação aos teodolitos mecânicos:
(a) os ângulos medidos passaram a ser exibidos diretamente em um visor de cristal líquido;
(b) os distanciômetros eletrônicos passaram a ser conectados diretamente ao teodolito; o
processador central do teodolito passou a controlar também o distanciômetro; e
(c) a leitura automática dos ângulos e das distâncias, na composição teodolito
eletrônico/distanciômetro, permitiu a adição de uma caderneta eletrônica ao conjunto.
Medida simples
É o processo mais simples de medição de um ângulo, pois o valor do ângulo é medido uma
única vez.
Considerando-se a Fig. 2.17, seja medir o ângulo α entre dois alinhamentos OA e OB.
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek 32
Procedimento:
Figura 2.17
Ângulo duplo
15) o ângulo lido no limbo representa o duplo valor do ângulo procurado = 2α; podendo haver apenas
o erro de precisão do instrumento.
Por levantamento planimétrico se entende como sendo o conjunto de operações que tem por
objeto a determinação da posição relativa de feições naturais ou artificiais na superfície terrestre
destinada à determinação da projeção horizontal. Nos levantamentos planimétricos pode-se
considerar duas fases distintas. A inicial é constituída pelos trabalhos de campo. A outra é formada
pelos trabalhos de escritório incluindo entre outras operações o planejamento do trabalho a realizar,
os cálculos, plantas e a elaboração de relatórios.
Na fase dos trabalhos de campo, nos levantamentos planimétricos, deve-se considerar o
instrumental a ser utilizado no levantamento, os métodos existentes de levantamento e o problema da
orientação do trabalho.
Os levantamentos planimétricos, geralmente, têm por objetivo:
a) determinar a situação de determinados detalhes na configuração do terreno; e
b) a sinalização ou a locação de pontos ou de distâncias e azimutes de alinhamentos dados,
que haverão de servir de base para o projeto de certas obras.
Pode ser que um mesmo levantamento planimétrico satisfaça aos dois objetivos anteriores.
O método do caminhamento perimétrico consiste em percorrer o polígono efetuando-se a
medida de cada um dos lados, e dos ângulos horizontais em cada um dos vértices. Os ângulos
horizontais podem ser medidos pelos processos das deflexões ou ângulos internos, sendo mais
comum o processo dos ângulos internos.
Mede-se, ainda, a orientação de um dos lados do polígono.
Costuma-se percorrer a poligonal no sentido anti-horário.
Quanto à forma as poligonais podem ser classificadas em: (a) poligonais fechadas, que
iniciam e terminam no mesmo ponto. Estas poligonais são controladas com erro angular e linear,
podendo ter as coordenadas dos vértices ajustadas; (b) poligonais apoiadas ou fechadas em bases
diferentes, partem de pontos com coordenadas conhecidas e chegam em pontos com coordenadas
também conhecidas; e (c) poligonais abertas, aquelas que partem de pontos conhecidos por suas
coordenadas e terminam em pontos de coordenadas não conhecidas.
Ainda, quanto à precisão, as poligonais são classificadas como principais ou secundárias. A
poligonal principal é a que constitui o arcabouço do levantamento, geralmente posicionada nos limites
da área a ser levantada. A poligonal secundária são poligonais apoiadas ou que se desenvolvem
entre dois vértices da poligonal principal.
É o método de levantamento de poligonais mais utilizado na prática, por ser o mais preciso.
Quando a poligonal é eletrônica, ou seja, a medição das distâncias é feita pelo distanciômetro
eletrônico, a precisão do levantamento aumenta consideravelmente.
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek 34
Procedimentos de campo
Para realizar um caminhamento perimétrico com medição dos ângulos internos, deve-se
orientar o caminhamento da poligonal no sentido contrário à graduação do limbo, a fim de se ter a
leitura direta dos ângulos.
A medida dos ângulos, geralmente é feita pelo método do ângulo duplo ou da reiteração,
sempre no sentido horário.
A medida das distâncias é normalmente feita de forma direta, com a trena, ou então com
distanciômetro eletrônico.
É necessário, ainda, orientar um dos alinhamentos da poligonal. Orientar um alinhamento é
assegurar sua posição em respeito a alguma direção inicial. As linhas que representam a direção
inicial em topografia são as linhas do meridiano verdadeiro e do meridiano magnético, assim como a
imagem de um meridiano central de um fuso.
Um meridiano verdadeiro é a linha traçada sobre a superfície da Terra por um plano
passando ao longo de um ponto dado e o eixo de rotação da Terra.
Um meridiano magnético é dado por um plano vertical através dos pólos da agulha
magnética em um ponto dado.
Um meridiano central é o que passa através do meio do fuso.
A linha do meridiano verdadeiro é estabelecida a partir de observações astronômicas.
Alternativamente pode ser encontrada fazendo-se uso de teodolitos giroscópios, desde que se
conheçam suas constantes de calibração.
A linha do meridiano magnético é estabelecida pelo eixo da agulha de uma bússola.
Os meridianos verdadeiros e magnéticos em um mesmo ponto da superfície terrestre
dificilmente coincidem, e formam entre si um ângulo δ denominado de declinação magnética.
A declinação magnética será negativa se o meridiano magnético deflete a oeste do
verdadeiro e será positiva em caso contrário.
Para que um trabalho fique orientado, torna-se necessário determinar o azimute de um
alinhamento. O azimute pode ser medido em relação ao meridiano verdadeiro ou magnético, devendo
ser acrescido esses termos à palavra azimute. Assim, pode-se ter azimute verdadeiro ou azimute
magnético.
Exemplo:
Seja o levantamento planimétrico pelo método do caminhamento perimétrico da poligonal fechada
ABCD:
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek 35
Planilha de Campo:
Observações e croqui:
AzAB = 159º15’
Figura 2.18
ΣAi = (n–2)180°
Onde:
Ai = ângulo lido = ângulo duplo/2
n = n° de vértices
Portanto:
EA=ΣAi lidos–ΣAi
Onde:
EA = erro angular
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek 36
Portanto:
EAT = ± 1’ √ n
Onde:
Portanto:
EAT = ± 1’ √ 4 = ± 2’
Croqui:
Figura 2.19
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek 37
Planilha de campo:
Est P.V. Ai Ai comp. Az. DH Proj. Calc. Correções Proj. Comp. Coordenadas
Lido (m) X Y Cx Cy X’ Y’ X Y
A B 90°49’50” 90°50’00” 313°12’50” 65,62 -47,82 44,93 0,03 00,4 -47,85 44,89 0,00 0,00
B C 88°35’00” 88°35’10” 221°48’00” 31,61 -21,07 -23,56 0,02 0,02 -21,09 -23,58 -47,85 44,89
C D 90°45’10” 90°45’20” 132°33’20” 65,28 48,09 -44,15 0,03 0,04 48,06 -44,19 -68,94 21,31
D A 89°49’20” 89°49’30” 42°22’50” 31,00 20,90 22,90 0,02 0,02 20,88 22,88 -20,88 -22,88
Σ 359°59’20” 360° ——— 193,51 ∆X=0,10 ∆Y=0,12 0,10 0,12 0,00 0,00 —— ——
a) Erro angular:
Onde:
EA = erro angular;
ΣAi = somatório dos ângulos internos lidos; e
n = número de vértices da poligonal.
Neste caso:
Portanto, o EA = 0°00’40”
EAT = P. √ n
Onde:
EAT = erro angular tolerável; e
P = precisão do instrumento.
Normalmente o erro angular é distribuído por vértice em quantidades iguais, embora a prática
tem demonstrado que nas maiores distâncias os erros angulares são menores.
Ai comp.=EA/n
c) Ângulo compensado:
d) Azimutes:
A partir do primeiro azimute, medido no campo, são calculados os azimutes dos demais
alinhamentos.
Onde:
Azn = azimute do alinhamento;
Azn-1 = azimute do alinhamento anterior; e
Ai = ângulo interno do vértice comum aos dois alinhamentos.
Se Azn-1 + Ai < 180º, a fórmula fica: Azn =(Azn-1 + Ai ) + 180°, porém, se Azn-1 + Ai > 180º, a
fórmula fica: Azn =(Azn-1 + Ai ) - 180°.
Neste caso,
e) Projeções:
x =DH . sem Az
y =DH . cos Az
Onde:
x = projeção no eixo x;
y = projeção no eixo y;
DH = distância horizontal do alinhamento; e
Az = azimute do alinhamento.
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek 39
Neste caso:
f) Erro linear:
EL = √ (∆x)2 + (∆y)2
Onde:
EL = erro linear;
∆x = somatório das projeções do eixo x; e
∆y = somatório das projeções do eixo y.
Onde:
Cx = ∆x . DH/perim.
Cy = ∆y . DH/perim.
Onde:
Neste caso:
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek 40
h) Projeções compensadas:
X’= x + |Cx|
Y’= y + |Cy|
Onde:
X’ e Y’ = projeções compensadas nos eixos X e Y, respectivamente;
X e y = projeções calculadas nos eixos X e Y, respectivamente; e
Cx e Cy = correções das projeções nos eixos x e y, respectivamente.
Neste caso:
Obs: Se a correção está correta, o somatório das projeções deverá ser igual a zero.
As coordenadas são calculadas por soma algébrica das projeções compensadas, partindo
das coordenadas do ponto inicial:
Xn= Xn-1+X’
Yn= Yn-1+Y’
Onde:
Xn= abcissa do ponto;
Yn= Ordenada do ponto;
Xn-1= abcissa do ponto anterior;
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek 41
Neste caso:
Vértice a:
Vértice c:
Vértice d:
É possível, a partir das coordenadas dos vértices de uma poligonal, calcular os seus
elementos:
b) Cálculo de azimutes:
Definição do quadrante:
+/+ → NE Az = R
+/- → SE Az = 180º - R
-/- → SW Az = 180º + R
-/+ → NW Az = 360º - R
Após a definição do quadrante, transforma-se o rumo em azimute.
A área de uma superfície plana limitada por uma poligonal fechada pode ser determinada
analiticamente quando são conhecidas as coordenadas ortogonais dos seus vértices. É um método
deduzido para áreas formadas de lados retos.
Para se calcular a área interna a uma poligonal, pode-se considerar os trapézios formados
por cada lado da poligonal.
Da poligonal 0123, tem-se
Figura 2.20
Strapézio = (B + b) . h / 2
Onde:
B = base maior;
B = base menor; e
H = altura.
Portanto:
Generalizando:
m
2 . S0123 = ΣXi (Yi+1 - Yi-1)
i=1
Generalizando:
m
2 . S0123 = ΣYi (Xi+1 - Xi-1)
i=1
No nosso caso:
2. S = - 2184,1476
S = 1092,0738 m2
A planta deve ser feita com escala entre 1:200 e 1:300 (a que for mais conveniente para o
Papel A2), através do método das COORDENADAS TOTAIS. O trabalho deve ser desenhado com
auxílio do software AutoCad, obedecendo as especificações acima.
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek
45
Capítulo III
ALTIMETRIA
1. Introdução
desenvolvendo:
D2 = EC (EC + 2.R)
e:
EC = D2 / (EC + 2.R)
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek
46
Como o erro é uma quantidade muito pequena em relação ao raio da Terra, pode-se,
sem cometer erro sensível, desprezar EC no denominador, e a fórmula para o cálculo do erro
devido à curvatura da terra é:
EC = D2 / 2.R
Figura 3.1
ER = 0,1306.EC
2. Nivelamento Geométrico
pentagonal e após duas reflexões nas faces, emerge na direção horizontal. A horizontalidade
do equipamento é condição crítica para o bom funcionamento e costuma ser conseguida por
um dos três métodos: normalmente com três parafusos calantes de nível tubular; através de
um compensador ótico baseado no efeito da gravidade sobre um pêndulo interno ou um
compensador eletrônico. Tem um alcance de até 450 m, com precisão de 1 mm para distâncias
de até 100 m , e de 3 mm para distâncias maiores.
As miras são réguas de madeira ou metal usadas no nivelamento para determinação
de distâncias verticais, medidas entre a projeção do traço do retículo horizontal da luneta na
mira e o ponto do terreno onde a mira está instalada.
As miras mais utilizadas são as “miras falantes”. Estas, geralmente apresentam o
comprimento de 4 metros, sendo graduadas em centímetros. Os centímetros são pintados
alternadamente em preto e branco, os decímetros numerados em preto e os metros
assinalados por círculos pintados em preto ou vermelho.
As miras normalmente são de encaixe. São constituídas de três peças, encaixadas a
primeira dentro da segunda e esta na terceira. Um dispositivo com mola fixa uma peça na outra
quando a mira está completamente distendida, de maneira que a graduação de uma seja a
continuação de outra.
Existem miras com graduação direta e graduação indireta, para leitura com
instrumentos de luneta de imagem direta ou indireta, respectivamente.
A leitura na mira é constituída por quatro algarismos e um número de três casas
decimais: metro, decímetro, centímetro e milímetro. O ponto indica o número de metros; o
algarismo o número de decímetros; os traços pretos e brancos alternados, o número de
centímetros e o número de milímetros são estimados.
Desta forma, para cada estação de nivelamento, tem-se uma visada de ré e uma ou mais
visadas de vante.
Para o cálculo das cotas dos pontos nivelados é necessário ainda, realizar a medição
da altura do instrumento, ou seja, a altura do eixo ótico acima do plano de referência. Para
determinar a altura do instrumento, faz-se uma leitura inicial num ponto de cota conhecida.
Para que as leituras do levantamento tenham significado, é necessário que elas sejam
referenciadas a um plano, chamado referência de nível.
Figura 3.2
Quando se usa o nível médio do mar, a referência de nível é igual a zero. Quando a
referência de nível é arbitrária, atribui-se um valor inicial elevado, de modo que no decorrer do
levantamento não ocorram cotas negativas.
Portanto, duas são as regras para nivelar:
(i) a altura do instrumento (Ai) é igual à soma da visada de ré (RÉ) com a cota do ponto
(C) onde a mesma foi feita:
Ai = C + RÉ
(ii) a cota de um ponto (C), em função da altura do instrumento (Ai), é a diferença entre
tal altura e a visada a vante (VANTE) lida no mesmo ponto:
C = Ai - VANTE
Figura 3.3
Assim, com o nível na estação 1, visa-se a mira colocada no ponto A, que representará
a leitura de ré. Em seguida faz-se a leitura de vante no ponto M; como esta será a última
visada de vante com o nível na estação 1, será chamada de “vante de mudança”. Muda-se
depois o nível para a estação 2, de onde se fará uma visada de ré no ponto M e,
posteriormente uma visada de vante no ponto B.
Desta forma, concluiu-se que para atingir o objetivo foi necessário proceder a dois
nivelamentos geométricos simples, devidamente ligados pela estaca de mudança M, em que
se procedeu a visada de vante de mudança na estação 1, e a visada de ré da estação 2; tem-
se deste modo, o nivelamento geométrico composto.
Para proceder à compensação de erros em um nivelamento, é necessário iniciar e
terminar o levantamento no mesmo ponto. Como, normalmente procede-se ao nivelamento de
perfis, ou poligonais abertas, após o nivelamento de cada um dos pontos piqueteados em um
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek
51
Planilha:
Figura 3.4
Cálculo do Nivelamento:
Cálculo do Contra-nivelamento:
Verificação do cálculo:
CF - Ci = ∑ RÉ - ∑ VM
Para o nosso exemplo: 50,004 - 50,000 = 8,978 - 8,974; então 0,004 = 0,004, o que
comprova a correção dos cálculos.
Quando a igualdade acima não é satisfeita, é porque ocorreu um erro altimétrico de
fechamento da poligonal.
No nosso exemplo o erro altimétrico de fechamento foi de 0,004 m ou 4 mm.
O erro tolerável de fechamento é determinada por:
____________
ET = 2.C.√ perímetro(Km)
em que C representa o erro, por quilômetro. No nosso exemplo foi adotado o limite de 5 mm
por quilômetro, sendo que o erro máximo tolerável em 0,24 Km nivelados será de :
____
ET = 2.5 mm.√ 0,24 = 4,8 mm
Correção:
Para estação 1 : 1/4.E = 1/4.0,004 = 0,001
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek
54
Figura 3.5
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek
55
Greide é a linha que acompanha o perfil, dotada de uma certa declividade, e que
mostra o quanto o solo deve ser cortado ou aterrado.
Cota vermelha (CV): distância vertical entre um ponto qualquer do greide e um ponto
correspondente no terreno. Pode ser positiva (aterro) ou negativa (corte).
Ponto de passagem: quando o ponto do greide coincide com o ponto do terreno, não
havendo corte ou aterro (ponto C).
Figura 3.6
3. Nivelamento Trigonométrico
Figura 3.7
Figura 3.8
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek
58
O ângulo vertical pode ser a partir do zênite até a linha de visada, quando o teodolito
tiver o seu limbo vertical zerado no zênite; ou então do horizonte até a linha de visada, quando
o teodolito tiver o seu limbo vertical zerado no horizonte.
Os teodolitos mais modernos, em sua maioria, são zerados no zênite, e a medida dos
ângulos verticais é dita “ângulo zenital”.
Da fig. 3.8 deduz-se:
DNAB + FM = hi + DH.tg i
ou
DNAB = DH.tg i + hi - FM
C = 0,068.DH2(Km)
DNAB = DH.cotg Z + hi - FM + C
Porém, nas visadas curtas, até 250 metros, podemos desprezar as correções da
curvatura e refração.
Planilha:
DNAB = DHAB.cotg Z + hi - FM + C
Observa-se que o sinal é resultante das visadas das diferenças de nível em um mesmo
sentido, ou seja, adotam-se os sinais das DNAB, DNBC e DNCD; e é feita a média aritmética dos
valores.
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek
60
n i
C = (-ε / ∑ Li ) .∑ Li
i=1 i=1
onde:
Li é a soma dos lados; e
n é o número de vértices.
C1 = [-(0,20) / 1888,05].524,35 = -0,05
C2 = [-(0,20) / 1888,05].(524,35 + 732,46) = -0,13
C3 = [-(0,20) / 1888,05].(524,35 + 732,46 + 631,24) = -0,20
Considerando-se a figura 3.9, seja P o ponto cuja cota queremos determinar, com o
auxílio de uma base AB. Com o teodolito medimos os ângulos horizontais a e b e os ângulos
zenitais Z1, Z2 e Z3.
Os comprimentos D1 e D2 são obtidos das relações:
DN = DH.cotg Z – FM + hi
DNAB = DHAB.cotg Z3 – FM + hi
DNAP = DHAP.cotg Z1 – FM + hi (FM = 0,000)
DNBP = DHBP.cotg Z2 – FM + hi (FM = 0,000)
Figura 3.9
O cálculo das cotas dos pontos B e P, em função da cota de A, que é conhecida, é feito
da seguinte maneira:
CB = CA + DNAB
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek
62
CP = CA + DNAP
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek
62
Capítulo IV
TAQUEOMETRIA
1. Princípios Gerais
Figura 4.1
DH = 100.I.cos2 α
ou
DH = 100.I.sen2 Z
onde:
DH é a distância horizontal;
I é o intervalo de leituras na mira;
α é o ângulo vertical; e
Z é o ângulo zenital.
DN = DH.tg α - FM + Ai
onde:
DH = distância horizontal entre os dois pontos;
α = ângulo de inclinação;
FM = leitura Lc, realizada na mira com a linha de vista central; e
Ai = altura do centro ótico da luneta até o ponto topográfico.
ou
DN = DH.cotg Z - FM + Ai
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek
64
DN = 100.I.cos2 α.tg α - FM + Ai
sendo:
tg α = sen α / cos α
temos:
DN = 100.I.cos2 α.(sen α / cos α) - FM + Ai
DN = 100.I.cos α.sen α - FM + Ai
sendo:
cos α.sen α = ½ .sen (2.α)
temos:
DN = 100.I.½ .sen (2.α) - FM + Ai
DN = 50.I.sen (2.α) - FM + Ai
ou
DN = 50.I.sen (2.Z) - FM + Ai
Croqui:
Topografia I Profa. Andréa Ritter Jelinek
66
Figura 4.2
Planilha:
DH = 100.I.sen2 Z
DN = 50.I.sen (2.Z) + Ai - FM
C1 = CA + DNA1
Noções de topologia
Figura 4.3
Interpolação gráfica
Figura 4.4
Interpolação analítica