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UNIVERSIDADE

FEDERAL
FLUMINENSE
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA
SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO
REGIONAL
CURSO: CIÊNCIAS SOCIAIS – 1º
PERIODO

WALQUÍRIA DE OLIVEIRA BERNARDO DA SILVA

EMAIL: WALQUIRIABERNARDO@ID.UFF.BR MATRÍCULA: 220068133

Resumo sobre o livro “Políticas da inimizade”

CAMPOS DOS GOYTACAZES.

2021
Políticas da inimizade – democracia, violência e racismo.

Em seu livro “Políticas Da Inimizade” (2016), de Achille Mbembe, filosofo e


teórico político nascido na República dos Camarões em 1957, faz questionamentos
sobre o racismo no Estado, democracia, violência colonial e outros temas, já vistos
anteriormente em ouros livros de sua autoria, fazendo conexão com outros pensadores.

O autor argumenta que democracia ideal seria aquela onde existe uma sociedade
sem conflitos, sem guerras e sem a violência, fundamentada no conceito de igualdade,
no entanto isso tudo só foi abafado, pois com a democracia, “A violência dos corpos foi
substituída pela força das formas.” (MBEMBE, 2016, p. 32).

Mbembe expõe que a democracia tem uma natureza nacionalista que diretamente
está ligada com a colonialismo e consequentemente com hierarquização de sujeitos por
dominação.

Achille Mbembe evidencia que violência, legitimado pelo Estado, na ideia de


manutenção da democracia, é, na verdade, o apagamento de povos e suas culturas. De
forma institucionalizada, com o objetivo de privilegiar alguns grupos – os
colonizadores- e desqualificar outros- os colonizados, esses povos são privados de leis e
de direitos, por não terem identidades culturais, classes e “raça” dos colonizadores,
regendo-se “pela lei da desigualdade”. (MBEMBE, 2016, p. 34)

Esse argumento fica evidente quando o autor narra a questão da democracia de


escravos nos Estados Unidos:

“[...]o paradoxo no seio desta nação que, desde que nasceu,


proclama a igualdade dos homens; cujo governo supostamente obtém
o seu poder por consentimento dos governados; mas que, pela prática
escravatura, se sujeita a uma disjunção moral absoluta”.

(MBEMBE, 2016, p. 33)

“A democracia de escravos caracteriza-se assim pela sua


bifurcação. Nela coexistem duas ordens - uma comunidade de
semelhantes, regida, no mínimo teoricamente, pela lei da igualdade, e
uma cate9oria de não-semelhantes, ou ainda de sem-lugar, também ela
instituída por lei.”
(MBEMBE, 2016, p. 34)

O autor reitera que a crítica do uso da violência nas democracias era algo
questionando a muito tempo por outras ideologias políticas, no entanto não foram o
bastante, pois a história da democracia é fundamentada em duas faces e dois corpos
sendo eles corpo solar e noturno: O império colonial, a plantação, o estado escravagista
e a prisão – na qual a prisão age como meio exclusivo, afastando, punindo e tirando a
liberdade daqueles que são penalizados, e a plantação e a democracia fazem parte da
mesma base, que consiste nos fatores que atribuíram vantagens ao império colonial,
como armamento, a medicina e os meios de locomoção, que define a violência das
democracias, o que ajuda, mais tarde nos anos 50 do século XIX nas guerras sujas -
guerras de conquistas - e na destruição e massa.

Guerras essas que desumanizam o inimigo e que, se alicerçando no caráter de


inferioridade racial, onde, muitas das vezes, o é terrorista só é aquele que é visto como
um inimigo externo, vindo de fora, um estrangeiro. Pois, para eles, está tudo certo
atacar, bombardear outros países, não consideram isso terrorismo, mas quando outros
países fazem o mesmo, aí sim é considerado terrorismo.

Acredita-se em algumas religiões que o mundo irá acabar em devastação e


destruição junto com a humanidade. No entanto, não é certo que o mundo irá acabar,
mas para a humanidade ele está acabando a cada momento. O que não seria o fim do
mundo, já que a idade dos seus humanos não bate com a idade da terra, comprovando
assim que ela conseguiria sobreviver sem os humanos, talvez até com outros seres.

MBEMBE, Achille. Políticas da inimizade. 1. Ed. Lisboa: Antígona, 2017. p.


31-57

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