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AVM - Universidade Candido Mendes

Avaliação

CURSO: DOCÊNCIA DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

DISCIPLINA: Fundamentos Filosóficos da Educação

ALUNO(A): MATRÍCULA:

Érika Rodrigues
DATA: _____/_____/___________

A IDADE MÉDIA E A EDUCAÇÃO: A ESCOLÁSTICA E A ESCOLA DE SÃO


VITOR
Fabiane Muniz

Palavras-chaves: Escolástica. Filosofia. Professor

A autora menciona em seu texto que a Educação foi influenciada pelo


movimento intelectual que se denomina “escolástica”, que se subdivide em quatro
etapas: a formação (séc. IX-XI), a de desenvolvimento (séc. XII), o apogeu (séc. XIII)
e a decadência (séc. XIV-XV). Em outro ponto ela explica sobre o papel que os livros
desempenharam para o ensino das artes liberais, com duração de seis séculos.
Logo em seguida, esclarece quais são as características das duas grandes Escolas
– a de São Vitor e a de Charles -, que foram destacadas nos sécs. XI e XII.
O objetivo principal da autora, foi destacar no decorrer do texto os pontos
importantes na transmissão das “artes liberais”.
O “renascimento carolíngio” pretende recuperar os valores da Antiguidade
greco-romana. Já na Idade Média, ele surge nas primeiras etapas da formação de
um vasto movimento intelectual. A “escolástica”, abrange, segundo Fraille, autores
distintos: dialéticos, como São Anselmo e Abelardo, místicos, como São Bernardo e
Ricardo de São Vitor, já os humanistas, como João de Salisbury, os retóricos, como
Guilherme d’Auvergne e teólogos, como São Boaventura e São Tomás de Aquino.
Ainda segundo Fraille, Quintiliano aplicava o nome escolástico ao de “reitor ou
professor de eloquência”; que foi durante o reinado de Carlos Magno, o termo
indicava aquele que se encarregava em fazer a transmissão do saber nas escolas
monásticas ou episcopais. Ele designou a “matéria” e o “modo” pelo qual se
ensinava, passando, então, a servir de referência para a delimitação de uma teologia
e filosofia escolásticas. Já em relação à filosofia, a escolástica não encontra uma
definição tão clara, nomeadamente porque inexiste uma filosofia propriamente dita
no mundo ocidental até o momento em que as obras de Aristóteles são recuperadas
no séc. XII.
Quatro etapas corresponderiam à escolástica medieval, destacando-se tanto
a influência aristotélica quanto à platônica: a de “formação” (séculos IX-XI), a de
“desenvolvimento” (século XII), de “apogeu” (século XIII) e a de “decadência”
(séculos XIV-XV). Além do destaque dado à Sagrada Escritura, essas etapas giram
em torno de uma especulação voltada prioritariamente para a existência de livros.
São eles que permitem aos medievalistas a leitura e interpretação de sentidos
presentes nos textos sagrados. Dito em outras palavras, tratava-se de um estudo
que privilegiava o “conhecimento da revelação divina”, ao invés de uma investigação
sobre “a natureza e a realidade das coisas exteriores”. Para este fim, conforme
ocorria a recuperação da cultura greco-romana, a gramática, a retórica e a dialética
foram sendo utilizadas como instrumentos técnicos. Fraille, ainda ressalta como o
processo de incorporação adquire visibilidade durante a patrística, tornando-se típico
da “Idade Média a partir do renascimento carolíngio”. A legitimidade dessa
assimilação técnica relaciona-se, então, com as “artes liberais, especialmente a
gramática e a dialética (séculos IX-XI)”, vinculando-se, em seguida, ao projeto de
construção de uma teologia racional sob a recuperação integral dos escritos de
Aristóteles.
Em torno do valor dado aos livros, cresce a importância do aprofundamento
dos procedimentos literários para melhorar o entendimento dos conteúdos
desenvolvidos nos textos diversos.
No século XI, Hugo de São Vitor, priorizava uma anatomia textual para que se
pudesse alcançar uma compreensão mais adequada do que era lido. Assim
procedendo, revelava-se o que se ocultava sob a aparência das coisas: suas
essências. Daí, o valor que certos medievalistas, como São Isidoro, Honório de
Autún e São Tomás de Aquino, atribuíam à busca das “etimologias das palavras”.
Honório, utilizava o método dialético e silogístico e gostava também da
alegoria e do simbolismo. Entende a filosofia como amor sapientiae e a divide em
três partes: física, ética e lógica. Além disso, sua visão cosmográfica apresenta uma
amostra significativa da imagem panorâmica do mundo na Idade Média.
São Tomás de Aquino, lutou conta o averroísmo e lecionou a teologia, ele
faleceu no mosteiro de Fossanova, entre Nápoles e Roma. Tinha apenas quarenta e
nove anos de idade. À diferença do pensamento de Santo Agostinho, e em harmonia
com o pensamento aristotélico, São Tomás considera a filosofia como uma disciplina
essencialmente teorética, para resolver o problema do mundo. Considera também a
filosofia como absolutamente distinta da teologia – não oposta –, visto ser o
conteúdo da teologia arcano (misterioso) e passível de revelação, o da filosofia
evidente e racional.
A gnosiologia de São Tomás é empírica e racional, sem inatismos e
iluminações divinas. Segundo ele, o conhecimento humano tem dois momentos, o
sensível e o intelectual, e o segundo pressupõe o primeiro.
É preciso claramente salientar que, na filosofia de Tomás de Aquino, a ‘espécie
inteligível’ não é a coisa entendida, quer dizer, a representação da coisa, pois, neste
caso, conheceríamos não as coisas, mas os conhecimentos das coisas, acabando,
deste modo, no fenomenismo.
Em sua época, Hugo de São Vitor organizou o estudo como um instrumento
de ascese cristã a ser utilizado conjuntamente com os demais meios para o
desenvolvimento da vida do espírito. Quatrocentos anos mais tarde, na época da
Renascença, com o advento da educação a que se chamou de humanista, o estudo
passou a ser utilizado somente como instrumento para a formação do caráter; se as
escolas religiosas ainda orientavam os alunos a respeito da vida espiritual, esta
orientação era algo paralelo ou acrescentado à escola e não tinha mais relação
necessária com o estudo nela desenvolvido pelos alunos.
Mais recentemente, principalmente nos dois últimos séculos, abandonou-se
também o espírito da educação humanista e o objetivo mais importante do sistema
escolar deixou de ser a formação do caráter do aluno para se tornar a aquisição de
determinadas habilidades úteis para a sociedade ou exigidas pelo mercado de
trabalho. A formação do caráter passou a ser buscada, de modo principal,
indiretamente através da aquisição e do exercício destas habilidades. No mundo
moderno, de fato, não é um conhecimento profundo da natureza humana que
determina como a escola deve ser organizada, mas são as diferentes políticas de
desenvolvimento e as diversas necessidades do mercado de trabalho que exigem
um determinado número de profissionais habilitados que ditam as orientações das
políticas educacionais.
São Bernardo de Chartres, foi o primeiro mestre da Escola de Chartres,
ensinou literatura latina clássica, e era amante das letras e dos escritores da
Antiguidade Clássica, marcado por tendências humanistas. Segundo Etienne Gilson,
Bernardo foi um grande professor preocupando-se sempre com a formação de seus
alunos e sem se deter no aprofundamento de uma erudição inútil. Foi considerado,
também, um "gramático", no sentido de que aproximava os domínios da gramática e
da lógica.
Os representantes da Escola de Chartres cultivavam os estudos clássicos e
as artes liberais. Foram partidários de um ensino que girasse fundamentalmente em
torno da manutenção da língua latina. Por esse caminho, julgavam imprescindível
para o acabamento da ciência o aprendizado de recursos oriundos dos campos da
gramática e da lógica. Adotaram, ainda, uma grande simpatia pelos escritos de
filósofos da Antiguidade.
Segundo a autora, no período da Idade Média, a responsabilidade era total da
Igreja. As escolas funcionavam anexas as catedrais ou às escolas monásticas,
muitas funcionavam nos monasteiros. A Igreja assumiu a tarefa de disseminar a
educação e a cultura no medievoe o seu papel foi preponderante para o nosso
legado contemporâneo. Por fim, o ensino baseava-se na leitura de textos e na
exposição de ideias feitas pelos professores.
Em suma, a Escolástica não era uma corrente que buscava compreender o
mundo como os gregos fizeram outrora. Todavia, ela produziu conhecimento ao
reafirmar o pensamento dominante da época e criar um complexo sistema Lógico
que explicava o mundo sob a ótica religiosa.
Indico o texto da autora Fabiana Muniz, que é rico em detalhes sobre os grandes
agregadores de conhecimento, para todos os que estudam e trabalham na área de
Pedagogia, Filosofia e Teologia.

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