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FACULDADE CAPITAL FEDERAL

DANIEL AUGUSTO DOS SANTOS BORGES RA:31164

VIDA E OBRA DE WILFRED BION

TABOÃO DA SERRA, SP

2021
DANIEL AUGUSTO DOS SANTOS BORGES

VIDA E OBRA DE WILFRED BION

Trabalho apresentado no curso de


graduação da Faculdade Capital
Federal.

Orientado por:Prof. Doutor Felipe Szabzon

TABOÃO DA SERRA, SP

2021
SUMÁRIO

1. VIDA DE WILFRED BION E TRAJETÓRIA NA PSICANÁLISE....................03

2. SUA PRINCIPAL INOVAÇÃO PARA PSICANALISE....................................04

3. ASPECTOS GERAIS DA TERAPIA DE BION..............................................06

4. CONCLUSÃO................................................................................................07

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................08

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1. VIDA DE WILFRED BION E TRAJETORIA NA PSICANALISE

Nascido no dia 8 de setembro de 1897 em Muttra, na índia (que estava


sob o domínio do império britânico), Wilfred Bion morava com seu pai, que era
um engenheiro do serviço público britânico; e sua mãe, que fora uma pessoa
simples.
Os altos funcionários do serviço britânico, tinham o costume de mandar
seus filhos para estudarem na Inglaterra, e é aos oito anos que Bion passou a
viver em um internato na Inglaterra, onde morou sem família, recebendo
pouquíssimas visitas dos pais, em seu período infantil, Bion encontrou
dificuldades de adaptação, e muita solidão, o que resultaram em amargas
lembranças de infância quando mais velho; porém apesar de tudo, conseguiu se
adaptar a posteriori.
Terminou a escola em 1915, com dezoito anos e um ano após em 1916,
durante a primeira guerra mundial, juntou-se ao “Regimento Real de Tanques”.
Serviu na França e esteve no serviço ativo até o final da guerra, recebendo a
medalha de “Ordem de Serviços Distintos” assim como a de “Legião de honra.
Posteriormente estudou história no “Queen’s College” da Universidade de Oxford
e medicina na “University College London” que se formou com 33 anos de idade.
Já em seus anos de colégio leu Freud e ficou fascinado pela psicanalise,
chegando a participar de um treinamento de em análise supervisionado pela
psicanalista Melanie Klein, Bion envolveu esse fascínio com a sua prática
psiquiátrica e se empregou na “Tavistock Clinic”. Graças a seu trabalho na clínica
de “Tavistcok” ele trabalhou com Donald Winnicott e Herbert Rosenfeld.
No ano de 1940 Bion trabalhou para o exército, por conta da ascensão da
2ª Guerra Mundial, onde atuou como psiquiatra, se dedicando a trabalhar em
maneiras de melhorar a seleção dos oficiais e tratando vítimas, tanto
individualmente como em grupos.
Durante a segunda guerra casou-se com a atriz Betty Jardine, que
falecera por embolia pulmonar, poucos dias após dar à luz a sua filha que
nascera em 1945. Desta maneira, ao findar da segunda guerra, estava aflito,
possuía uma filha um para cuidar, e uma vida financeira instável.

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Durante o ano de 1940 Bion realizou seu trabalhou visando a dinâmica de
grupos, sendo o livro “Experiencias com grupos: Os fundamentos da
Psicoterapia do Grupo”, o seu maior trabalho sobre o tema. Entre tanto, durante
os anos de 1956 aos anos de 1962, ele deixou para trás este campo de trabalho
e começou a trabalhar como diretor da “Clinica de Psicanálise de Londres e
em 1962 até 1965, Bion foi presidente da “Sociedade Psicanalítica Britânica”, um
dos cargos mais altos e de maior responsabilidade psicanalista para a época.
Durante sua vida, viajou por diversas partes do mundo, chegando até a
fazer algumas palestras/conferências no Brasil e Argentina, onde deixou
diversos seguidores de seu trabalho. Durante sua jornada na psicanalise,
houveram certas disparidades e até rivalidades entre a escola de teorias de
Wilfred Bion e a escola de teorias dos Kleinianas, pois para os Kleinianos, o
trabalho psicanalítico com grupos que Bion pregava, estava em contradição com
o trabalho analítico. Tal rivalidade provavelmente teve um peso sobre sua
decisão de se mudar para Califórnia e morar 11 anos por lá, onde trabalhando
lecionando, e divulgando seus conhecimentos.
Porém em agosto de 1979 decide voltar para a Inglaterra; aparentemente,
desejando se reaproximar dos filhos. E quando estava preparado para voltar a
clinicar na Inglaterra, foi diagnosticado por leucemia mieloide aguda. Wilfred Bion
morreu em questão de dias, com 82 anos, em 08 de novembro de 1979 na cidade
de Oxford, na Inglaterra.

2. SUA PRINCIPAL INOVAÇÃO PARA PSICANALISE

Como anteriormente dito, Wilfred Bion fez grandes contribuições teóricas


para a psicanalise, no âmbito dos grupos e suas funcionalidades...
Para Bion grupos de trabalhos se caracterizam por uma reunião de pessoas para
a realização de uma tarefa específica, onde se conseguirá manter um nível bom
de comportamento distinguido pela cooperação.

Todos os integrantes do grupo devem contribuir de acordo com suas


capacidades individuais, para assim se alcançar o que ele descreve em sua
teoria como “espírito de grupo”, sendo este a existência de um propósito comum,
assim como o reconhecimento dos limites individuais dos membros do grupo,
suas respectivas posições e funções, o que possibilitará uma capacidade do

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grupo de enfrentar descontentamentos dentro de si e de ter meios de lidar com
ele.

Wilfred Bion percebe que os grupos pareciam mobilizados por algum tipo de
força, força esta que levava seus participantes a agirem de formas diferentes do
que se era esperado deles. Este fenômeno levou-o a observar atentamente
aquilo que ele denominou como “mentalidade de grupos”, sendo esta “a
expressão unânime da vontade do grupo” à qual o indivíduo contribui de
maneiras as quais ele nem percebe, sendo a todo momento influenciado,
funcionando de forma semelhante ao inconsciente para o indivíduo, sendo esta
responsável também pelo “fracasso dos grupos”.

Deste modo Bion identifica e cria sua teoria a partir de três tipos de “padrões
de comportamento” próprios dos fenômenos de mentalidade de grupo,
denominou-os como: “Dependência” – o grupo demanda de um líder capaz de
satisfazer seus membros; “acasalamento” – a sensação dos indivíduos de que o
grupo futuramente atenderá suas necessidades pessoais, assim como a dos
outros membros, denominado por Bion também como “esperança messiânica; e
o terceiro denominou como “luta-fuga” – pode ser exposto como “estamos
reunidos para lutar com alguma coisa ou fugir dela”, é o sentimento de que o
bem individual é menos importante que a continuidade do grupo.

Os grupos para reagir aos efeitos da “mentalidade de grupo” elabora uma


cultura característica própria, à medida que Bion desdobra seus conceitos de
mentalidade grupal em seus três padrões (dependência, acasalamento, luta-
fuga), ele associa a cultura a estes últimos, referindo-se a ela como “cultura de
luta-fuga” ou “cultura de grupo dependente”.

Levando em consideração as teorias grupais apresentadas, Wilfred Bion crê


que a intervenção nos grupos (que são fortemente influenciados pela
“mentalidade de grupo”) se dá através de uma prática clínica, o terapeuta de
grupo, interpretando as manifestações da mentalidade de grupos à medida que
elas se manifestam, porém, evitando ocupar o lugar de líder pois este lugar é
desejado pelo grupo.

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Tais teorias são descorridas em seus livros “Experiencias Com Grupos os
Fundamentos da Psicoterapia de Grupo” e “Experiences in groups and other
papers”

3. ASPECTOS GERAIS DA TERAPIA DE BION


Bion acreditava como importante a substituição do excesso de teorias que
existem na psicanalise e substituía-las por modelos. Para ele toda análise é um
processo de natureza vincular entre duas pessoas, um processo este onde
ambos juntos enfrentarão diversas angustias diante das verdades que surgirão,
de modo que os analistas devem possuir o que Bion denominou como
“condições mínimas necessárias” ...

• Características importantes do analista para Wilfred Bion:

Ser verdadeiro, tem que estar disposto a querer descobrir, assim como,
acompanhar o processo de descobrimento do paciente, sem ser um analista que
é um “sabe tudo”. Tem que ser terra firme para o paciente “ser continente” para
o paciente. O analista necessita de uma “capacidade negativa”, ou seja, força de
conseguir suportar sentimentos negativos; como por exemplo, o próprio
sentimento que o paciente pode ter de achar que você (analista) sabe tudo sobre
ele. O analista deve estar sempre em um bom estado de paciência e empatia.
Há também a necessidade de que na situação analítica a mente do analista não
esteja saturada por memória desejo e ânsia de compreensão imediata, assim
como o reconhecimento de que para o analista também é importante estar
presente na consulta, ali com o paciente, “tetê a tetê”.

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4. CONCLUSÃO

As concepções de Wilfred Bion possibilitaram um maior entendimento


sobre os grupos assim como seus funcionamentos; assim como também em seu
livro em seu livro “O aprender com a experiencia” deu ênfase à experiência, ao
aprendizado e seus problemas relacionados; sugerindo que o fato de conhecer
causa sofrimento, refletindo a sobre importância de reestruturar as ideias sobre
a origem e a natureza do pensamento, explorando também o processo de
pensamento em paciente psicóticos, baseado em sua experiência a partir da
psicanálise

Ademais, Bion além de criar novas teorias para a psicanalise foi uma figura
importantíssima para a mesma, sendo eleito a cargos importantíssimos de
sociedades psicanalíticas de sua época. Podendo-se afirmar que o mesmo com
teve tamanha importância, a ponto de conseguir abrir alas para uma nova
psicanalise e assim como uma nova pratica terapêutica, dando caminhos para a
escola de psicanalise bioniana.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

https://amenteemaravilhosa.com.br/wilfred-bion-biografia-obras-mais-relevantes/

https://febrapsi.org/publicacoes/biografias/wilfred-ruprecht-bion/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Wilfred_Bion

https://www.youtube.com/watch?v=eh_apri_sEg&ab_channel=EducaPsi

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