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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL

DA COMARCA DE XXXXXXXX.

Processo n° XXXXXXXXXX

XXXXXX , devidamente qualificado nos autos da presente Ação Criminal em


epígrafe, que lhe move a Justiça Pública, vem perante vossa excelência, por meio de
seu advogado devidamente constituído, conforme procuração em anexo, com arrimo
no artigo 593, inciso I do Código de Processo Penal e artigo 102, inciso III, alínea “a”,
da Constituição Federal de 1988, interpor Recurso de Apelação/ extraordinário, contra
a referida Sentença, requerendo desde já, que seja o referido recurso provido,
consequentemente remetido ao Superior Tribunal Federal, para que dele conheça,
dando-lhe o referido provimento.

Requer ainda a concessão da Justiça Gratuita, tendo em vista que o apelante é


pobre, e não podendo arcar com as custas do processo, sem seu prejuízo e de sua
família.

Termos em que pede deferimento

Cidade/Estado, data

ADVOGADO: XXXXXX, OAB: XXXXX

RAZÕES DA APELAÇÃO

Processo de n° XXXXXXXXXX

Origem_ ª Vara Criminal da Comarca de XXXXXXXXX

Ação Criminal

Apelante: xxxxxxxxxxx

Apelado: Justiça Singular

I – DA ADMISSIBILIDADE

O presente recurso é cabível, vez que investe contra sentença condenatória


prolatada em respectivo Juízo Singular nestes autos de ação criminal.

Além disso, a presente sentença viola preceitos constitucionais contido no art.


5°, inciso XL, da referida constituição de 1988 e art. 593, inciso I do Código de
Processo Penal.
O apelante reque os benefícios da Justiça Gratuita, tendo em vista que é pobre e
não detém recursos para arcar com as custas processuais, sem seu prejuízo e de sua
família.

II – DA SENTENÇA

O referido Juízo Singular julgou procedente a pretensão acusatória deduzida nos


memoriais, pelo Parquet, qual seja, a aplicabilidade daquilo previsto do art. 217 – A, do
código penal, com redação da Lei 12.015/2009, tendo em vista que o Apelante fora
denunciado no ano de 2008, quando ainda era vigente o referido artigo art. 213, caput,
do referido código penal.

Sendo assim, o referido Juízo Singular, proferindo sentença penal condenatória,


pelo crime cometido no art. 217 – A, qual seja, mais gravosa que aquela: 213, caput,
código penal.

III – FUNDAMENTAÇÃO

Cabe destacar que a referida sentença não deverá ser


concretizada, pois,

Todavia, o Juízo Singular, concedeu pedido em Memoriais, requerido pelo


Ministério Público, o qual condenasse o Acusado, pelo crime do quanto previsto no art.
207 – A do Código Penal, o qual proferiu sentença com fulcro daquilo previsto no art.
217 –A, §1° do código penal, qual seja:

Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de
14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com
alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não
pode oferecer resistência.
§ 2o (VETADO)
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
§ 4o Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
Desta forma, verifica-se a existência de agravo de pena, quando analisado
aquilo contido no art. 213, caput do código penal, e aquilo contido no art. 217-A, §1° do
mesmo código, passado de aplicabilidade mínima de pena de 6 (seis) a 10 (dez) anos,
para de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.

De forma em que torna-se crucial verificarmos o tempo em que se ocorreu o


crime, bem como a época da denúncia, qual seja, no ano de 2008, antes do referido
art. 213 do CP, ser revogado tão somente no ano de 2009, o qual revogou o referido
artigo 213 do CP, o qual agravou a pena mínima, prejudicando assim, o Réu, e indo de
contra aquilo previsto no art. 5°, inciso XL, da Constituição Federal.

Nota-se então que a condenação do Réu, baseado no art. 217-A, §1°, Fere a CF,
pois a época do denúncia e então cometimento do crime, o artigo vigente era o art. 213
do CP, de forma que se constata que o referido artigo a época do cometimento do
crime é mais branda que aquela contida na nova redação pela Lei 12.015/2009.

Pois a Constituição Federal é imperiosa quando fala que a lei penal não
retroagirá, salvo para beneficiar o réu; dessa forma, entende-se que a referida
sentença condenatória não poderá prospera nos termos do art. 217-A, § 1°, pois
contraria aquilo contido no art. 5°, inciso XL, da Constituição federal de 1988.

não consta a qualificação penal, do tipo penal, pois que versa o caput, do art. 213 do
CP há época vigente, era: “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça,
a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato
libidinoso”, entretanto, o Réu fora condenado

DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer-se:

1- Que a presente apelação seja conhecida e provida;

2 - Que seja feita a intimação do Ministério Público;


3 - Que seja reconhecida a existência de crime único art. 214, CP e não o art. 213,
Caso não seja o entendimento pela aplicação do antigo 214 c/c com 224 do CP,
requer se a aplicação do 217-A, afastando se a incidência do artigo 214, devendo a
mesma, ser fixada no mínimo legal como já demonstrado acima; fixando a mesma
definitivamente em 8 anos de reclusão, aplicando se por força da continuidade
delitiva a exasperação de 1/6, posto que, não é possível precisar a quantidade de
vezes que os crimes foram praticados, tratando se de meras suposições acerca das
quantidades que os mesmos aconteceram;
4- Por fim, que a fixação do regime inicial seja semiaberta, segundo artigos 33,
parágrafo 2, b, do Código Penal.

Nestes termos, pede deferimento.

Salvador-BA, XX de XXXXXXX de XXXX.

Advogado XX

OAB/BA nº XXXX

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