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APRESENTAÇÃO

A Deus toda honra, gló ria e louvor!

A nossa satisfaçã o é imensa em estarmos apresentando essa série de liçõ es


aos amados(a) irmã os(a)! Sã o estudos muito proveitosos para o crescimento
espiritual daqueles que vêm acompanhando de maneira prazerosa cada
passo de nossa Escola Bíblica Dominical. Por meio dela, de forma individual,
os alunos têm demonstrado avanço na á rea da educaçã o cristã .

Procuramos oferecer um currículo dinâ mico afim de que todos aqueles que
participam dos nossos estudos sejam tocados e ministrados em muitas á reas
de suas vidas.

Contamos com a ajuda sempre bem vinda do Espírito Santo, que nos conduz
a trabalharmos sob a sua infalível e soberana vontade.

Portanto, caros estudantes e amantes das Sagradas Escrituras, aproveitem


bem para se deliciarem ainda mais com o que será apresentado neste
trimestre.

Estaremos mergulhando em assuntos interessantes contidos nos


evangelhos. Portanto, se desprenda e faça um bom proveito de tudo o que
está à sua inteira disposiçã o!

Agradecemos a confiança em nó s depositada, e buscaremos sempre o


melhor de Deus para abençoar e edificar a sua vida.

Que Deus seja engrandecido e louvado.

1
INTRODUÇÃO

Sem dú vida alguma, “evangelho” é uma das palavras mais utilizadas entre os
cristã os. Apesar disso, muitas pessoas nã o sabem exatamente o seu conceito,
aplicaçã o e significado. Nestas ministraçõ es, aprenderemos sobre o que é
Evangelho, e o que significa essa palavra.

Os evangelhos sã o relatos da vida de Jesus, escritos pelos apó stolos ou


pessoas pró ximas dos apó stolos. Existem quatro evangelhos na Bíblia, cada
um contando a histó ria de Jesus de uma perspectiva um pouco diferente. Os
evangelhos nos mostram quem Jesus é e por que ele é importante.

Durante seu tempo na terra, Jesus nã o escreveu nada sobre sua vida nem
sobre seus ensinamentos. Mas depois que ele subiu ao Céu, os discípulos de
Jesus começaram a registrar o que tinham visto e ouvido por escrito. Foi
assim que surgiram os quatro evangelhos.

Evangelho significa “boa notícia”. O propó sito dos quatro evangelhos é


contar a boa notícia sobre Jesus, o Salvador do mundo (Marcos 1:1).

Como cada um foi escrito por uma pessoa diferente, cada evangelho
apresenta Jesus de uma perspectiva diferente, mas sem contradizer uns aos
outros. Todos os evangelhos relatam a morte e ressurreiçã o de Jesus.

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INDICE

APRESENTAÇÃO.....................................................................01

INTRODUÇÃO..........................................................................02

CRONOGRAMA.......................................................................04

O QUE SÃO OS EVANGELHOS......................................................... 06

POR QUE EXISTEM QUATRO EVANGELHOS?..................11

O QUE SÃO OS EVANGELHOS SINÓTICOS?........................17

MATEUS: O EVANGELHO DO REINO................................ 23

O EVANGELHO DE MARCOS................................................ 29

O EVANGELHO DE LUCAS.................................................... 33

EVANGELHO DE JOÃO.........................................................38

A VERDADEIRA VIDA ABUNDATE..................................... 43

AS BEM-AVENTURANÇAS..................................................... 50

O SAL DA TERRA E A LUZ DO MUNDO............................ 56

JESUS VEIO CUMPRIR A LEI................................................ 63

A ORAÇÃO DO PAI NOSSO...................................................67

ENTENDENDO PORQUE JESUS FALAVA POR


PARÁBOLA.............................................................................. 75

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CRONOGRAMA:

JANEIRO

1º Domingo: O QUE SÃO OS EVANGELHOS?

2º Domingo: POR QUE EXISTEM QUATRO EVANGELHOS?

3º Domingo: O QUE SÃO OS EVANGELHOS SINÓTICOS?

4º Domingo: MATEUS: O EVANGELHO DO REINO

5º Domingo: MARCOS: O EVANGELHO DO SERVO

FEVEREIRO

1º Domingo: LUCAS: O EVANGELHO DO HOMEM PERFEITO

2º Domingo: JOÃO: O EVANGELHO DO FILHO DE DEUS

3º Domingo: A VERDADEIRA VIDA ABUNDANTE

4º Domingo: AS BEM-AVENTURANÇAS

MARÇO

1º Domingo: O SAL DA TERRA E A LUZ DO MUNDO

2º Domingo: JESUS VEIO CUMPRIR A LEI

3º Domingo: A ORAÇÃO DO PAI NOSSO

4º Domingo: ENTENDENDO PORQUE JESUS FALAVA POR


PARÁBOLAS

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01 O QUE SÃO OS EVANGELHOS?

“Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de


Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e
também do grego” Rm 1: 16.

INTRODUÇÃO

Significado e origem da palavra “Evangelho”

Do Grego (evangelion), significa "Boa Notícia", "Boa Nova", "Boa Mensagem". A


chegada do Reino dos céus, através de Jesus Cristo.

Apesar do termo “evangelho” poder ser aplicado em outros contextos, como


em seu sentido clássico e original para se referir a recompensa dada pela
entrega de boas notícias, obviamente sua aplicação mais conhecida é o sentido
que possui na literatura cristã, no caso, referente à mensagem essencial da
salvação.

E o anjo lhes disse: “Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande
alegria, que será para todo o povo: Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o
Salvador, que é Cristo, o Senhor.” (Lucas 2.10 e 11.). O propósito dos quatro
evangelhos é contar a boa notícia sobre Jesus, o Salvador do mundo (Marcos
1:1).

Como cada um foi escrito por uma pessoa diferente, cada evangelho apresenta
Jesus de uma perspectiva diferente, mas sem contradizer uns aos outros. Todos
os evangelhos relatam a morte e ressurreição de Jesus.

DESENVOLVIMENTO

No Novo Testamento, o termo “evangelho” é empregado pelo menos setenta e


seis vezes, sempre no sentido cristão, isto é, o da mensagem essencial da
salvação. Em tais passagens, a palavra “evangelho” é acompanhada de diversas

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frases descritivas, porém sempre conservando o mesmo significado, como por
exemplo:

O Evangelho do Reino (Mt 4:23; 9:35; 24:14).

O Evangelho de Jesus Cristo (Mc 1:1; Rm 15:19; 1Co 9:12; 2Co 2:12).

O Evangelho de Deus (Mc 1:14; Rm 1:1; 15:16).

O Evangelho da Graça de Deus (At 20:24).

O Evangelho de Seu Filho (Rm 1:9).

O Evangelho da Glória de Cristo (2Co 4:4).

O Evangelho da vossa salvação (Ef 1:13).

O Evangelho da paz (Ef 6:15).

O Evangelho eterno (Ap 14:6).

Os evangelhos são relatos da vida de Jesus, escritos pelos apóstolos ou pessoas


próximas dos apóstolos. Os evangelhos nos mostram quem Jesus é e por que
ele é importante.

Os 4 evangelhos são Mateus, Marcos, Lucas e João. São livros, os


primeiros do Novo Testamento, que contam a vida de Jesus, principalmente os
3 últimos anos da sua vida, o tempo do seu ministério, aquilo que ele anunciou,
a Boa Nova.

Todos os livros do Novo Testamento têm como protagonista Cristo, mas só os 4


evangelhos tratam da sua biografia, da sua passagem aqui na terra. Os outros
23 livros foram escritos e tratam de temas que dizem respeito ao tempo depois
da morte e ressurreição de Cristo.

Durante seu tempo na terra, Jesus não escreveu nada sobre sua vida nem sobre
seus ensinamentos. Mas depois que ele subiu ao Céu, os discípulos de Jesus

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começaram a registrar o que tinham visto e ouvido por escrito. Foi assim que
surgiram os quatro evangelhos.

Analogia dos quatro evangelhos com a visão de Ezequiel:

Olhei, e eis que um vento tempestuoso vinha do Norte, e uma grande nuvem,
com um fogo a revolver-se, e um resplendor ao redor dela, no meio de uma
coisa como cor de âmbar, que saía dentre o fogo.

E, do meio dela, saía a semelhança de quatro animais; e esta era a sua


aparência: Tinha a semelhança de um homem.

E a semelhança do seu rosto era o rosto de homem; e, à mão direita, todos os


quatro tinham rosto de leão, e, à mão esquerda, todos os quatro tinham rosto
de boi, e também rosto de águia, todos os quatro (Ez.1.4,5,10).

O profeta Ezequiel viu a Glória de Deus sobre um carro. E o carro tinha quatro
rodas imensas que iam da terra ao céu. E em cada roda havia uma figura: A de
um homem, a de um leão, a de um boi, e a de uma águia.

Tais rodas, que iam da terra ao céu, representam os quatro evangelhos, cujas
verdades são acessíveis até mesmo às pessoas mais simples (ao nível da terra),
e, a mesma verdade, girando a roda, alcança o alto dos céus, isto é, pode ser
entendida em sentido muito elevado e espiritual.

Podemos ver, pelo menos, quatro motivos para o Espírito Santo escolher mais
de uma pessoa para escrever sobre os mesmos eventos.

1. A confiança de ter várias testemunhas. "Por boca de duas ou três


testemunhas, toda questão será decidida" (2 Coríntios 13:1). A palavra
anunciada por Jesus "foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram" (Hebreus
2:3). Dois dos autores dos evangelhos eram apóstolos (Mateus e João),
testemunhas oculares dos eventos relatados.

2. A repetição enfatiza a mensagem. Muitas coisas na Bíblia são repetidas.


Pedro falou da importância de relembrar os seus ouvintes das coisas que já
haviam aprendido. "Também considero justo, enquanto estou neste
tabernáculo, despertar-vos com essas lembranças, certo de que estou prestes a
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deixar o meu tabernáculo, como efetivamente nosso Senhor Jesus Cristo me
revelou. Mas, de minha parte, esforçar-me-ei, diligentemente, por fazer que, a
todo tempo, mesmo depois da minha partida, conserveis lembrança de tudo" (2
Pedro 1:13-15).

3. Ninguém falou tudo. Não foi possível escrever tudo que Jesus fez (veja João
20: 30; 21:25). Os vários relatos complementam um ao outro.

4. Para dar um retrato mais completo de Cristo. Cada um dos autores dos
Evangelhos tinha um propósito distinto por trás do que escrevia, e ao executar
esses propósitos, cada um enfatizou aspectos diferentes da pessoa e ministério
de Jesus Cristo.

CONCLUSÃO

Sabendo então qual o significado da palavra evangelho, resta-nos entender o


que realmente é o Evangelho. Talvez a definição mais clara e objetiva sobre o
que é o Evangelho, foi registrada pelo Apóstolo Paulo, escrevendo sua Carta aos
Romanos, ao dizer que o Evangelho “é o poder de Deus para salvar” (Rm 1: 16).

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02 POR QUE EXISTEM QUATRO EVANGELHOS?

10
Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio
ao fim é pela fé, como está escrito: "O justo viverá pela fé"(Romanos 1:17).

INTRODUÇÃO

Todos os livros do Novo Testamento têm como protagonista Cristo, mas só os 4


evangelhos tratam da sua biografia, da sua passagem aqui na terra.

DESENVOLVIMENTO

A partir de agora, veremos nesta segunda sessão deste assunto, as


peculiaridades de cada um dos quatro evangelistas, inspirados pelo Espírito
Santo, quanto a grande responsabilidade em registrar detalhes da vida e
ministério de Jesus Cristo.

MATEUS

Mateus foi um dos 12 apóstolos, que acompanhou o ministério de Jesus de


perto. Mateus estava escrevendo a uma audiência hebraica e um dos propósitos
do seu Evangelho era mostrar, com a genealogia de Jesus e o cumprimento das
profecias do Velho Testamento, que Ele era o tão esperado Messias, e, portanto
deveria ser acreditado.

A ênfase de Mateus é no fato de que Jesus é o Rei prometido, o “Filho de Davi”


que ocuparia para sempre o trono de Israel (Mateus 9: 27; 21: 9).

No Evangelho de Mateus Jesus é apresentado como Rei, o rosto de Leão da


visão do profeta Ezequiel.

Leão. Ele é conhecido como o Rei dos animais, sua imagem é normalmente
associada ao poder, à justiça, à realeza e à força. Dentre vários símbolos usados
para descrever a grandiosidade da pessoa de Cristo, o Novo Testamento refere-
se a Ele como “o Leão da Tribo de Judá” em clara referência a ele como o
Messias e Campeão prometido que viria da tribo de Judá (Ap.5.5).

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Ele também registrou vários dos ensinamentos morais de Jesus, incluindo o
famoso sermão do monte.

MARCOS

Marcos, um primo de Barnabé (Colossenses 4: 10), foi uma testemunha ocular


dos eventos da vida de Cristo, assim como um amigo do Apóstolo Pedro.

Marcos escreveu para uma audiência pagã, como é salientado pelo fato de não
ter incluído coisas importantes aos leitores judeus (genealogias, controvérsias
de Jesus com os líderes judeus de Seu tempo, referências frequentes ao Velho
Testamento, etc.).

No Evangelho de Marcos Jesus é apresentado como servo, que simboliza o boi


da visão de Ezequiel. O versículo chave do livro de Marcos é: Porque o Filho do
Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em
resgate de muitos (10.45).

Boi. O boi é o símbolo do servo que trabalha incessantemente, sem reclamar,


sem contestar.

LUCAS

Lucas, o “médico amado” (Colossenses 4: 14), evangelista e companheiro do


Apóstolo Paulo, escreveu o Evangelho de Lucas e o livro de Atos. Lucas é o único
autor gentio do Novo Testamento.

Ele foi aceito há muito tempo como o historiador hábil e diligente por aqueles
que usaram seus manuscritos em estudos geológicos e históricos. Como um
historiador, ele afirma que seu objetivo é escrever uma exposição em ordem da
vida de Cristo baseada no testemunho daqueles que foram testemunhas
oculares (Lucas 1:1-4).

Porque ele escreveu especificamente para o proveito de Teófilo, aparentemente


um gentio de certa posição, seu Evangelho foi escrito com uma audiência pagã
em mente, e seu objetivo é mostrar que a fé de um Cristão é baseada em
eventos historicamente confiáveis e verificáveis.

Lucas se refere com frequência a Cristo como o "Filho do Homem", enfatizando


Sua humanidade, e compartilha muitos detalhes que não são registrados nas
narrativas dos outros Evangelhos.

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No Evangelho de Lucas Jesus é apresentado como o homem perfeito, que está
simbolizado na visão do animal visto por Ezequiel que tinha a semelhança do
rosto de homem (Ez.1.10).

Homem. Jesus nunca negou seu lado humano. Ele deixou a sua glória e
encarnou como homem. E como homem padeceu e foi tentado em todas as
coisas, porém venceu a todas elas sem pecar (Hb 4. 15).

O evangelho de Lucas contém vários detalhes sobre a família e as origens de


Jesus.

JOÃO

João foi outro apóstolo e um dos amigos mais próximos de Jesus. O Evangelho
do João, escrito pelo Apóstolo João, é diferente dos outros três evangelhos e
contém muito conteúdo teológico em relação à pessoa de Cristo e o significado
de fé.

Mateus, Marcos e Lucas são frequentemente chamados de “Evangelhos


sinópticos” por causa de seus estilos e conteúdos similares, e porque eles dão
uma sinopse da vida de Cristo. O Evangelho de João não começa com o
nascimento de Cristo ou Seu ministério terreno, mas com a atividade e
características do Filho de Deus antes de Se tornar carne (João 1: 14).

O Evangelho de João enfatiza a divindade de Cristo, como é visto pelo fato de


que ele usa frases como "o Verbo era Deus" (João 1:1), "o Salvador do mundo"
(4: 42), o "Filho de Deus" (usado repetidamente), "Senhor e...Deus" (João 20:28)
ao descrever Jesus.

No Evangelho de João Jesus é apresentado como Filho de Deus, esta


representação está simbolizada na visão do profeta Ezequiel, quando descreve
um animal que tinha o rosto de águia (Ez.1.10).

Águia. É conhecida como rainha das aves, é uma das mais fortes e corajosas
aves de rapina. Ela aparece como símbolo da ressurreição e o triunfo de Cristo.
Ela representa o olhar penetrante, que vê longe, é superior em inteligência.
Jesus nos via sendo salvos. A águia é o símbolo da visão de Deus.

No Evangelho de João, Jesus também afirma Sua divindade com várias


declarações de “EU SOU” (compare com Êxodo 3: 13-14).

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Mas João também enfatiza o fato da humanidade de Jesus, querendo mostrar o
erro de uma seita religiosa de seu tempo, os Gnósticos, que não acreditavam na
humanidade de Cristo. João deixa claro seu propósito principal ao escrever o
evangelho:

“Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão
escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é
o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (João
20:30-31).

SOMENTE FORAM ESCRITOS QUATRO EVANGELHOS?

Não, vários evangelhos foram escritos ao longo do tempo. No entanto, somente


os quatro que estão na Bíblia são dignos de confiança. Os outros relatos da vida
de Jesus são conhecidos como os evangelhos apócrifos.

Os quatro evangelhos na Bíblia foram escritos por pessoas que eram muito
próximos de Jesus e/ou que tiveram acesso direto a pessoas próximas de Jesus.
Os outros evangelhos, que surgiram mais tarde, foram escritos por pessoas que
não conheceram Jesus nem os apóstolos. Esses evangelhos apenas relatam
lendas e rumores, não testemunhos oculares.

Os evangelhos apócrifos também são diferentes porque são muito mais


fantasiosos, foram escritos até alguns séculos mais tarde e incluem muitos erros
e contradições.

Por outro lado, os quatro evangelhos na Bíblia não contradizem uns aos outros
e não têm grandes erros históricos. Já na igreja primitiva somente esses quatro
evangelhos eram considerados autênticos e possíveis de comprovar.

CONCLUSÃO

Dessa forma, por ter quatro distintas e ao mesmo tempo exatas narrativas de
Cristo, você pode ter acesso a aspectos diferentes de Sua pessoa e ministério.

14
Cada narrativa, quando adicionada às outras três, torna-se como uma diferente
linha colorida em uma bela tapeçaria e, quando tecidas juntas, formam um
retrato mais completo dAquele que vai além de qualquer descrição.

Apesar de que nunca vamos entender completamente tudo sobre Jesus Cristo
(João 20: 30), através dos quatro Evangelhos podemos conhecer o suficiente
sobre Ele para apreciar quem Ele é e o que tem feito por nós, para que
possamos ter vida através da fé nEle.

15
03 O QUE SÃO OS EVANGELHOS SINÓTICOS?

16
“Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a
qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos
que a ouviram” Hebreus 2: 3

INTRODUÇÃO

Os evangelhos sinóticos são três relatos da vida de Jesus, que estão na Bíblia.
Esses são os três primeiros livros do Novo Testamento: Mateus, Marcos e Lucas.
O evangelho de João não é considerado um evangelho sinótico porque é
bastante diferente dos outros três.

O termo sinótico significa “visão conjunta”, no sentido de expressar a mesma


visão sobre algo. Esse termo é formado pela junção dos gregos sin, “junto com”
e otico, “visão”.

Portando, o significado da palavra sinótico indica perfeitamente as


características dos três Evangelhos assim denominados. Uma leitura simples dos
três primeiros livros do Novo Testamento revela a forma com que eles
compartilham a mesma perspectiva da história registrada.

Desde que a exegese começou a ser aplicada à Bíblia ainda no século XVIII, os
exegetas os chamaram de "evangelhos sinópticos".

DESENVOLVIMENTO

Os evangelhos sinóticos contam os eventos e ensinamentos mais importantes


da vida de Jesus. Eles mostram o que Jesus fez durante seu ministério e como
ele salvou o mundo. Os três evangelhos sinóticos contam todos a mesma
história, mas de perspectivas um pouco diferentes, acrescentando ou deixando
de fora algumas partes de acordo com o objetivo do texto.

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Veja, por exemplo, a tentação de Jesus registrada em Mateus 4:1-11, também
em Marcos 1: 12-13 e em Lucas 4:1-13. Elas falam do mesmo assunto, com
detalhes parecidos. Mas Mateus e Lucas trazem mais detalhes da história,
enquanto Marcos apenas relata em algumas linhas o ocorrido sem muitos
detalhes. Isso se deve ao foco que cada um queria destacar em sua narrativa.

Muitas vezes, a informação de um evangelho sinótico ajuda a entender a


história contada no outro evangelho. Os três evangelhos sinóticos confirmam e
completam a história de Jesus.

Por que os evangelhos sinóticos são tão parecidos?

Não existe uma única resposta a essa questão. Alguns afirmam que o mais
antigo deles que foi escrito tenha sido o evangelho de Marcos, que teria sido
usado por Mateus e Lucas como uma fonte de pesquisa na escrita de suas
narrativas.

Mas também podemos levantar aqui a questão das fontes, principalmente


pessoas que viveram as histórias (testemunhas oculares) ou pessoas que
estiveram bem próximas das testemunhas oculares e puderam dar detalhes aos
autores para a inclusão nas narrativas.

Eles também bem poderiam ter investigado esses relatos cada qual quando
escreveu seu relato sem, necessariamente, usar fontes já escritas, mas isso é
menos provável, devido à grande similaridade entre seus escritos.

Os evangelhos sinóticos provavelmente são muito parecidos porque foram


baseados nos testemunhos das mesmas pessoas que viveram com Jesus.

Mateus era um dos doze apóstolos. Ele foi testemunha ocular do ministério de
Jesus. Marcos foi ajudante dos apóstolos Paulo e Pedro.

Além de Pedro, ele provavelmente teve contato com outros apóstolos. Lucas,
um amigo de Paulo, baseou seu evangelho em testemunhos oculares e
provavelmente também conheceu alguns dos apóstolos (Lucas 1:1-4). Os três
autores dos evangelhos sinóticos tinham acesso a várias pessoas que viveram
com Jesus.

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Alguns dos relatos nos evangelhos sinóticos foram testemunhados por poucas
pessoas. Por exemplo, a transfiguração de Jesus foi vista apenas por Pedro,
Tiago e João (Mateus 17:1-2). Como Tiago foi assassinado cedo na história da
igreja, os três autores dos evangelhos provavelmente falaram com Pedro e João.

Outras partes dos evangelhos provavelmente foram relatadas por Maria ou os


irmãos de Jesus. Como eram pessoas muito conhecidas, cada um dos autores
dos evangelhos facilmente poderia ouvir a mesma história da boca da mesma
testemunha.

Além disso, os autores dos evangelhos sinóticos provavelmente se conheciam.


Por exemplo, Lucas fala de Marcos em Atos dos Apóstolos 15: 36-37. Eles
podem ter “trocado notas” ou usado os relatos uns dos outros para confirmar
suas informações. Mesmo assim, eles não se limitaram a copiar uns aos outros.
Cada evangelho é coerente com os outros, mas tem um estilo e um caráter
distinto.

As semelhanças dos Evangelhos Sinóticos

Uma estimativa aproximada indica que Marcos possui cerca de 90% de seu
material similar a Mateus e Lucas. Quase 60% do conteúdo de Mateus são
encontrados nos outros Sinóticos. Por último, Lucas possui aproximadamente
40% de conteúdo em comum com Mateus e Marcos.

Essa estimativa indica que os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, possuem


apenas 10%, 40% e 60%, respectivamente, de conteúdo exclusivo que não
aparece em outros Sinóticos. Para se ter uma ideia do que isso representa, o
Evangelho de Marcos possui no máximo 40 versículos que não são
compartilhados pelos outros Sinóticos.

Mas não existem apenas semelhanças entre os Evangelhos Sinóticos, há


também diferenças pontuais. É verdade que em muitas ocasiões o conteúdo é
praticamente o mesmo, mas em outras ocasiões não. Por exemplo:

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A ordem dos acontecimentos na tentação de Jesus difere entre Mateus e Lucas.

O registro do Sermão do Monte em Mateus é muito mais extenso que em Lucas.

Os textos que tratam da crucificação de Jesus possuem particularidades em


cada Evangelho.

Quando comparado a Mateus e Lucas, Marcos possui uma quantidade bem


menor dos ensinos de Jesus.

Por que o evangelho de João não é sinótico?

O evangelho de João é bastante diferente dos outros três evangelhos. Parece


que o autor, o apóstolo João, estava tentando preencher as lacunas, contando
as histórias importantes que tinham ficado de fora dos outros evangelhos (João
20: 30-31).

O foco principal do evangelho de João é a evidência que Jesus é Deus. Os


ensinamentos e os milagres de Jesus apresentados nesse evangelho mostram o
poder divino de Jesus e a importância de crer nele.

O evangelho de João é também muito pessoal, focando mais nas coisas que
Jesus fazia e dizia em privado, entre seus amigos. João era um dos amigos mais
próximos de Jesus durante seu ministério.

Todos os quatro evangelhos têm algumas histórias em comum:

O batismo de Jesus

A primeira multiplicação dos pães

A entrada triunfal em Jerusalém

A morte e ressurreição de Jesus

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O evangelho de João não apresenta uma visão radicalmente diferente de Jesus.
Apenas completa a informação dos outros três evangelhos. Assim, temos um
retrato mais completo da vida de Jesus.

CONCLUSÃO

Se os evangelhos sinóticos foram escritos a partir de testemunhos, ou mesmo,


se Mateus e Lucas Usaram o evangelho de Marcos como fonte, não importa.

A incerteza da causa das semelhanças entre eles não tira a validade histórica e
espiritual de nenhum deles. Pelo contrário, cada um complementa o outro
tanto histórica quanto teologicamente.

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04 MATEUS: O EVANGELHO DO REINO

“E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o


evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o
povo.” Mt 4.23

Introdução

O evangelho de Mateus demonstra que o Senhor Jesus é o Rei prometido


previsto no Antigo Testamento.

O tema central deste Evangelho é Jesus, o Rei Messias. Mateus, escrevendo aos
judeus e conhecendo as suas grandes esperanças, apresenta Jesus como o único
que cumpre as Escrituras do Antigo Testamento com relação ao Messias.

Por meio de numerosas citações do Antigo Testamento ele mostra o que o


Messias deve ser.

Por um registro das palavras e atos de Jesus, mostra que Ele era aquele Messias.
A repetição frequente das palavras reino e reino dos céus revela outro tema
importante do Evangelho de Mateus.

DESENVOLVIMENTO

Quem foi Mateus?

Tradicionalmente, Mateus é o autor do primeiro evangelho do Novo


Testamento, como se configura em nossas Bíblias. Seu nome significa “dom de
Deus.” Ele foi cobrador de impostos antes de se converter em discípulo do
Senhor Jesus. Ele apresenta Jesus e Seus discursos da maneira mais pedagógica
possível. O seu evangelho é o Evangelho do Reino dos Céus.

23
Mateus, um coletor de impostos

Mateus trabalhava na coletoria de impostos para o governo romano (Mt 9.9),


um cargo público. Por esse motivo, ele era chamado de “o publicano” (Mt 10.3).

Devemos compreender que cobrar impostos para um império pagão e opressor


era considerado ato de traição.

Daí o motivo de os publicanos serem objetos de ódio dos judeus em geral. Mas,
ao que parece, Mateus não era um publicano comum, pois logo que passou a
seguir a Jesus Cristo muitos publicanos foram ouvi-lo com apreço (Mt 9.9-13).

Muito provavelmente, ele foi um chefe de recebedoria de impostos. Isso


significa que ele tinha outros publicanos colaboradores, sobre os quais chefiava.

Isto porque, ao seguir o Senhor Jesus, muitos se dirigiram para ouvir o Mestre
de Nazaré. Dessa maneira, Jesus teve que defendê-los das críticas farisaicas que
os taxavam como pecadores e traidores da nação, ou seja, pessoas indignas de
se buscar convivência (Mt 18.17; 21.31).

Mateus, um dos doze apóstolos.

Ao atender ao chamado do Senhor Jesus, Mateus veio a ser um dos doze


apóstolos. Ele é citado em parceria com Tomé quando enviado a evangelizar “as
ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 10.3; Mc 3.18; Lc 6.15).

Os evangelhos não demonstram grande participação de Mateus no dia a dia do


ministério do Mestre. Isso, porém, não significa que ele não fosse participativo.

Pelo que foi visto acima, ele conduziu várias almas ao Senhor Jesus, assim como
Tomé, seu companheiro, que tinha vários condiscípulos (Jo 11.16).
Originalmente, Mateus é chamado de Levi, filho de Alfeu, no evangelho de
Marcos e Lucas (Mc 2.14-17; Lc 5.27-31).

Os fatos narrados por Marcos e Lucas em relação à conversão de Levi são os


mesmos contados no primeiro evangelho. Tiago também era chamado filho de
Alfeu, mas isso não significa que Levi e Tiago fossem irmãos.

Caso fossem, isso seria apontado mais claramente, assim como no caso de Tiago
e João, filhos de Zebedeu.

Mateus, um evangelho precioso.

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Sem dúvida, o evangelho de Mateus é de inestimável valor. Não é à toa que o
evangelho de Mateus foi aceito e popularizado na Igreja Primitiva.

O fato de o escritor ter pertencido ao grupo dos doze apóstolos, ser uma
testemunha ocular de boa parte dos fatos e ter um estilo didático de escrever
contribuiu para que essa obra fosse tão amplamente lida, aceita e amada.

Alguns atestam que este evangelho fora primeiramente escrito em aramaico e


depois traduzido para o grego.

Infelizmente, hoje não restam documentos que comprovem isso. Todavia, o


certo é que desde bem cedo a Igreja identificava o escrito como o “Evangelho
de Mateus”.

As origens e o propósito do evangelho

Data

O evangelho de Mateus foi escrito depois do de Marcos. A data provável para


que o evangelho de Marcos tenha sido escrito foi 50 d.C. ou pelo menos uma
data antes do ano 60. Enquanto que o de Mateus foi escrito por volta de 70
d.C., logo após a queda do templo de Jerusalém.

É importante compreender que essas datas não são categóricas, mas apenas
aproximadas. Porém, são levados em consideração vários depoimentos dos
escritores dos primeiros séculos chamados de “pais da Igreja”. Mesmo assim,
não se tem a certeza de em qual ano foi escrito este maravilhoso evangelho.

Destinatários

O livro de Mateus foi escrito para a cristandade em geral, porém, quando o


autor o escreveu, ele pensou primeiramente nos cristãos judeus, mas não
deixou de fora os gentios, visto que a essa época o cristianismo já alcançara
projeção no Império Romano a ponto de sofrer perseguição por parte de Nero.

Se considerarmos o fato de que Mateus evangelizou prioritariamente os judeus


após a ascensão do Senhor Jesus, o que, segundo alguns estudiosos, ele fez em
um trabalho de quinze anos, não é de causar admiração que ele tenha escrito
esse evangelho como um documento mostrando quem era Jesus de Nazaré.

Além de evangelizar os judeus por longos quinze anos, Mateus preocupou-se


em deixar um legado escriturístico. O fato dele ter já desempenhado a sua
25
missão evangelizadora entre eles talvez fosse o suficiente. Todavia, o senso de
responsabilidade para com aquelas almas o levou mais além, isto é, levou-o a
escrever o evangelho.

O propósito

O evangelho de Mateus cumpre vários propósitos simultaneamente, pois trata-


se prioritariamente de um registro histórico do ministério do Senhor Jesus e em
suas linhas o autor mostra que Jesus é o Rei e Messias prometido.

Vários anos se passaram até que Mateus resolveu escrever o seu evangelho. A
preocupação do escritor era apresentar o Senhor Jesus de acordo com os fatos
verdadeiros, pois com o tempo poderia surgir um fantástico e lendário Jesus nos
contos populares que não correspondesse com a realidade do Mestre de
Nazaré.

Contexto histórico inicial do evangelho

O contexto histórico apresentado por Mateus para a pessoa do Senhor Jesus


situa-se no tempo de Herodes, o Grande (Mt 2.1).

Nessa época, a política de Israel estava sob sua responsabilidade, porém ele era
rei vassalo de Roma (Subordinado de um soberano), governada pelo imperador
César Augusto, cujo nome verdadeiro era Gaio Júlio César Otaviano. O Senhor
Jesus nasceu num tempo chamado de pax romana (paz romana), porém Paulo
trata essa época como “a plenitude dos tempos Deus” (Gl 4.4).

O rei Herodes, o Grande, era um homem cruel, bárbaro e sanguinário. A partir


da pessoa do nosso Senhor Jesus Cristo, a história universal foi mudada e
reescrita, tendo como pano de fundo o vasto Império Romano e um reino
vassalo a Roma. Jesus Cristo apareceu num tempo determinado por Deus, que é
o ponto central de toda a história (Gl 4.4).

A apresentação de Jesus

Nascido em Belém, mas morando em Nazaré, estava um jovem carpinteiro. Ele


tinha vários irmãos e irmãs e vivia de maneira comum a seus compatriotas, até
que, de repente, ele se destaca de todos.
26
O moço da carpintaria desponta se na região e em todo Israel com uma
sabedoria e milagres jamais vistos. Então, quem é Ele de fato?

Enquanto Marcos procurou enfatizar o Jesus operador de milagres e Messias,


Mateus em seu evangelho vai ressaltar os ensinos do Mestre de Nazaré. Ele
apresenta Jesus como o Messias da linhagem davídica que haveria de vir, o
profeta maior do que Moisés.

O evangelho de Marcos já circulava em diversos lugares, inclusive Roma.


Enquanto Marcos apresenta Jesus como o Messias e operador de milagres,
Mateus apresenta-o ressaltando os Seus ensinos. É claro que há vários registros
de milagres em Mateus.

3. Questões escatológicas

O Reino dos céus apresentado por Mateus tem dois aspectos gerais: o presente
e o futuro. No aspecto futuro, descrito em Mateus 24, o seu propósito em
mente ao narrar acontecimentos futuros é falar sobre a segunda vinda de Jesus.

No denominado “o sermão do templo”, Mateus narra situações que já


sucederam, como a queda do templo de Jerusalém e outras que ainda
sucederão.

Porém, toda a mensagem é em si uma advertência para que os discípulos


estejam atentos, sempre em oração e vivendo em constante cuidado. Cuidado
esse para que não fossem enganados, e também, cuidado consigo mesmos para
que não se entregassem a todo o tipo de dissoluções.

CONCLUSÃO

O Reino dos céus é apresentado por Mateus de forma surpreendentemente


didática, convincente e com ampla aceitação. Sem dúvida, trouxe um grande
legado não só para a cristandade, mas ao mundo inteiro aonde o Evangelho
chegou.

27
05 MARCOS: O EVANGELHO DO SERVO

28
Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus; Como está escrito nos profetas:
Eis que eu envio o meu anjo ante a tua face, o qual preparará o teu caminho diante de
ti Marcos 1: 1,2.

Autor:

Embora o Evangelho de Marcos não identifique o seu autor, os pais da igreja


primitiva concordam por unanimidade que Marcos foi o autor. Ele era um
associado do Apóstolo Pedro e evidentemente o seu filho espiritual (1 Pedro
5:13). De Pedro ele recebeu informações de primeira mão dos acontecimentos e
ensinamentos do Senhor, e preservou essas informações em forma escrita.

É geralmente aceito que Marcos é o João Marcos do Novo Testamento (Atos 12:
12). Sua mãe era uma Cristã rica e proeminente na igreja de Jerusalém e a igreja
provavelmente se reunia em sua casa.

Marcos se juntou a Paulo e Barnabé em sua primeira viagem missionária, mas


não na segunda por causa de um forte desentendimento entre os dois homens
(Atos 15:37-38). No entanto, perto do final da vida de Paulo ele pediu a Marcos
para ficar com ele (2 Timóteo 4:11).

Quando foi escrito:

O Evangelho de Marcos foi provavelmente um dos primeiros livros escritos no


Novo Testamento, provavelmente em 57-59 dC.

Propósito:

Embora Mateus tenha sido escrito principalmente para seus irmãos judeus, o
Evangelho de Marcos parece ser direcionado aos crentes romanos,
particularmente os gentios.

Marcos escreveu como um pastor para os cristãos que já tinham ouvido e


acreditado no Evangelho (Romanos 1:8). Ele desejava que eles tivessem uma
narrativa biográfica de Jesus Cristo como Servo do Senhor e Salvador do mundo

29
a fim de fortalecer a sua fé diante da perseguição severa e ensinar-lhes o que
significava ser Seus discípulos.

Este evangelho é único porque ele enfatiza as ações de Jesus mais do que Seus
ensinamentos. É escrito de forma simples, movendo-se rapidamente de um
episódio da vida de Cristo para outro.

Ele não começa com uma genealogia como em Mateus porque os gentios não
estariam interessados em Sua linhagem. Após a apresentação de Jesus no Seu
batismo, Jesus começou Seu ministério público na Galileia e chamou os
primeiros quatro de Seus doze discípulos. O que se segue é o registro da morte,
vida e ressurreição de Jesus.

O relato de Marcos não é apenas uma coleção de histórias, mas uma narrativa
escrita para revelar que Jesus era o Messias, não só para os judeus, mas para os
gentios também.

Como o público-alvo de Marcos era os gentios, ele não cita o Antigo Testamento
com a mesma frequência que Mateus, o qual escreveu principalmente para os
judeus. Ele não começa com uma genealogia para ligar Jesus aos patriarcas
judeus, mas começa ao invés com o Seu batismo, o início de Seu ministério
terrestre.

Mas mesmo aí, Marcos cita uma profecia do Antigo Testamento sobre o
mensageiro, João Batista, o qual exortaria o povo para "preparar o caminho
para o Senhor" (Marcos 1:3, Isaías 40:3) enquanto aguardavam a vinda do seu
Messias.

CONCLUSÃO

Marcos apresenta Jesus como o Servo sofredor de Deus (Marcos 10:45) e como
Aquele que veio para servir e sacrificar-se por nós, em parte para nos inspirar a
fazer o mesmo.

30
Devemos servir como Ele serviu, com a mesma grandeza de humildade e
dedicação ao serviço dos outros. Jesus exortou-nos a lembrar que para ser
grande no reino de Deus, devemos ser o servo de todos (Marcos 10:44).

O auto sacrifício deve transcender a nossa necessidade de reconhecimento ou


recompensa, assim como Jesus estava disposto a ser humilhado ao oferecer a
Sua vida pelas ovelhas.

31
06 LUCAS: O EVANGELHO DO HOMEM PERFEITO
Tendo, pois, muito empreendido pôr em ordem a narração dos fatos que entre
nós se cumpriram,

32
Segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio, e
foram ministros da palavra,

Pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelente Teófilo,


por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o
princípio; Para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado Lc
1:1-4.

O livro de Lucas foi escrito para dar um registro confiável e preciso da história
da vida de Jesus Cristo. Lucas formulou seu propósito para escrever nos
primeiros quatro versículos do capítulo um.

Não apenas como historiador, mas também como médico, Lucas prestou grande
atenção aos detalhes, incluindo datas e eventos que aconteceram durante a
vida de Cristo. Um tema que é enfatizado no Evangelho de Lucas é a
humanidade de Jesus Cristo e sua perfeição como humano.

Jesus foi o homem perfeito que deu o sacrifício perfeito pelo pecado, portanto,
proporcionando o perfeito Salvador para a humanidade.

Autor do Evangelho de Lucas

Lucas é o autor deste Evangelho. Ele é grego e o único escritor cristão gentio do
Novo Testamento. A linguagem de Lucas revela que ele é um homem educado.

Aprendemos em Colossenses 4: 14 que ele é um médico. Neste livro, Lucas se


refere muitas vezes a doenças e diagnósticos. Ser um médico grego e um
médico explicaria sua abordagem científica e ordeira ao livro, dando grande
atenção aos detalhes em seus relatos.

Lucas era um amigo fiel e companheiro de viagem de Paulo. Ele escreveu o livro
de Atos como uma continuação do Evangelho de Lucas.

33
Alguns desacreditam o Evangelho de Lucas porque ele não era um dos 12
discípulos. No entanto, Lucas teve acesso a registros históricos. Ele
cuidadosamente pesquisou e entrevistou os discípulos e outras pessoas que
foram testemunhas oculares da vida de Cristo.

Data escrita: Cerca de 60 dC

Escrito para:

O Evangelho de Lucas foi escrito para Teófilo, que significa “aquele que ama a
Deus”. Os historiadores não têm certeza de quem foi este Teófilo (mencionado
em Lucas 1: 3), embora, muito provavelmente, ele fosse um romano com um
interesse intenso na recém-formada religião cristã. Lucas também pode ter
escrito em geral para aqueles que amavam a Deus.

O livro é escrito para os gentios também, e todas as pessoas em todos os


lugares.

Lucas escreveu o Evangelho em Roma ou possivelmente em Cesaréia. No livro


incluem Belém, Jerusalém, Judéia e Galileia.

Temas no Evangelho de Lucas

O tema predominante no livro de Lucas é a perfeita humanidade de Jesus Cristo.


O Salvador entrou na história humana como o homem perfeito. Ele mesmo
ofereceu o perfeito sacrifício pelo pecado, portanto, proporcionando o perfeito
Salvador para a humanidade.

Lucas tem o cuidado de fornecer um registro detalhado e preciso de sua


investigação, para que os leitores possam confiar com certeza que Jesus é Deus.

34
Lucas também retrata o profundo interesse de Jesus pelas pessoas e
relacionamentos.

Ele era compassivo com os pobres, os doentes, os feridos e os pecadores. Ele


amava e abraçava a todos. Nosso Deus se fez carne para se identificar conosco e
nos mostrar seu amor genuíno. Somente esse amor perfeito pode satisfazer
nossa necessidade mais profunda.

O Evangelho de Lucas dá ênfase especial à oração, milagres e anjos também.


Interessante notar, as mulheres recebem um lugar importante nos escritos de
Lucas.

Personagens-chave no Evangelho de Lucas

Jesus, Zacarias, Isabel, João Batista, Maria, os discípulos, Herodes o Grande,


Pilatos e Maria Madalena.

Versos-chave

Então ele disse a eles todos: “Se alguém vier depois de mim, ele deve negar a si
mesmo e tomar sua cruz diariamente e seguir-me. Para quem quer salvar a sua
vida vai perdê-lo, mas quem perde a sua vida para mim, esse a salvará. o que é
que é bom para um homem ganhar o mundo inteiro, e perder ou perder a si
mesmo? Lucas 9: 23-25.

Jesus disse-lhe: “Hoje a salvação chegou a esta casa, porque este homem
também é filho de Abraão. Pois o Filho do Homem veio buscar e salvar o que
estava perdido” Lucas 19: 9-10.

CONCLUSÃO

35
Lucas foca muito no valor que Jesus dá a grupos desprezados pela sociedade da
época: mulheres, estrangeiros, pobres, doentes e pecadores. Normalmente
essas pessoas não seriam consideradas dignas de se aproximarem de Deus, mas
Jesus mostrou amor por todos.

36
07 JOÃO: O EVANGELHO DO FILHO DE DEUS

37
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele
estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele
nada do que foi feito se fez João 1:1-3.

Autor:

João 21: 20-24 descreve o autor como sendo "o discípulo que Jesus amava" e
por razões tanto históricas quanto internas, acredita-se que esse seja o apóstolo
João, um dos filhos de Zebedeu (Lucas 5: 10).

Quando foi escrito:

A descoberta de certos fragmentos de papiros em cerca de 135 AD requer que o


livro tenha sido escrito, copiado e distribuído antes disso. Enquanto alguns
acreditem que tenha sido escrito antes da destruição de Jerusalém (70 AD), 85-
90 AD é uma data mais aceita para a sua escrita.

Propósito:

João 20: 31 cita o propósito como sendo o seguinte: "Estes, porém, foram
registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que,
crendo, tenhais vida em seu nome."

Ao contrário dos três Evangelhos sinóticos, o propósito de João não é


apresentar uma narrativa cronológica da vida de Cristo, mas mostrar a sua
divindade. João queria não só fortalecer a fé dos crentes da segunda geração e
levar outros à fé, mas também corrigir uma falsa doutrina que estava se
espalhando.

João enfatizou Jesus Cristo como sendo "o Filho de Deus", totalmente Deus e
totalmente homem, ao contrário da falsa doutrina do "espírito-Cristo", a qual
afirmava que esse espírito tinha vindo sobre o homem Jesus em Seu batismo e
deixado-o na crucificação.

Versículo chave:

38
"Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito,
para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3: 16).

O Evangelho de João seleciona apenas sete milagres como sinais para


demonstrar a divindade de Cristo e para ilustrar Seu ministério. Alguns destes
sinais e narrações são encontrados apenas em João.

O seu livro é o mais teológico dos quatro Evangelhos e muitas vezes ele registra
a razão por trás dos eventos mencionados nos outros Evangelhos. Ele
compartilha muito sobre o ministério vindouro do Espírito Santo após a
ascensão de Jesus.

Há certas palavras ou frases que João frequentemente usa e que mostram os


temas repetitivos do seu Evangelho: acreditar, testemunha, Consolador, vida -
morte, luz - escuridão, eu sou... (como em Jesus é o "Eu Sou") e o amor.

O Evangelho de João apresenta Cristo, não de Seu nascimento, mas do


"princípio" como "o Verbo" (Logos), o qual, como Divindade, está envolvido em
cada aspecto da criação (1:1-3) e mais tarde torna-se carne (1:14) a fim de tirar
os nossos pecados como o Cordeiro de Deus imaculado (João 1:29).

João seleciona conversas espirituais que mostram que Jesus é o Messias (4:26) e
para explicar como alguém pode ser salvo através de Sua morte vicária na cruz
(3:14-16). Ele repetidamente irrita os líderes judeus ao corrigi-los (2:13-16),
curar no sábado e alegar para Si características que pertencem a Deus (5:18;
8:56-59; 9:6,16; 10:33).

Jesus prepara Seus discípulos para Sua morte vindoura e para o seu ministério
após a Sua ressurreição e ascensão (João 14-17).

Em seguida, ele voluntariamente se entrega à morte na cruz em nosso lugar


(10:15-18), pagando por completo a nossa dívida pelo pecado (19:30) para que
quem confia nEle como seu Salvador do pecado seja salvo (João 3:14-16 ). Ele
então ressuscita dos mortos, convencendo até mesmo o mais cético de Seus
discípulos de que Ele é Deus e Senhor (20:24-29).

O retrato que João expõe de Jesus como o Deus do Antigo Testamento é visto
mais enfaticamente nas sete "Eu Sou" declarações de Jesus.

39
Ele é o "pão da vida" (João 6:35), providenciado por Deus para alimentar a alma
de seu povo, assim como Ele providenciou maná do céu para alimentar os
israelitas no deserto (Êxodo 16:11-36).

Jesus é a "Luz do mundo" (João 8:12), a mesma luz que Deus prometeu ao Seu
povo no Antigo Testamento (Isaías 30:26, 60:19-22) e que encontrará o seu
auge na Nova Jerusalém quando o Cristo, o Cordeiro, será a sua luz (Apocalipse
21:23).

Duas das "Eu Sou" declarações se referem a Jesus como o "Bom Pastor" e "Porta
das Ovelhas". Elas são referências claras a Jesus como o Deus do Antigo
Testamento, o Pastor de Israel (Salmo 23:1, 80:1; Jeremias 31:10, Ezequiel
34:23) e, como a única porta ao curral das ovelhas, o único caminho da
salvação.

Os judeus acreditavam na ressurreição e, de fato, utilizaram essa doutrina para


tentar levar Jesus a fazer declarações que poderiam ser usadas contra Ele.
Entretanto, a sua declaração junto ao túmulo de Lázaro, "Eu sou a ressurreição
e a vida" (João 11:25), deve ter lhes deixado muito surpreendidos.

Ele estava afirmando ser a causa da ressurreição e o possuidor do poder sobre a


vida e a morte. Nenhum outro senão o próprio Deus poderia alegar uma coisa
dessas.

Da mesma forma, a pretensão de Jesus de ser o "caminho, a verdade e a vida"


(João 14:6) inequivocamente o ligava ao Antigo Testamento. Seu é o "Caminho
Santo" profetizado em Isaías 35:8; Ele estabeleceu a Cidade Fiel de Zacarias 8:3
quando de Jerusalém pregou as verdades do Evangelho.

Como “a Vida”, Jesus afirma a Sua divindade, o Criador da vida, Deus encarnado
(João 1:1-3). Finalmente, como a "videira verdadeira" (João 15:1, 5), Jesus
identifica-se com a nação de Israel, a qual é chamada de vinha do Senhor em
muitas passagens do Antigo Testamento.

Como a Videira verdadeira da vinha de Israel, Ele se apresenta como o Senhor


da "verdadeira Israel" todos aqueles que viriam a Ele em fé. (Romanos 9:6).

CONCLUSÃO

40
O evangelho de João continua a cumprir o seu objetivo de conter informações
muito úteis para a evangelização (João 3:16 é provavelmente o versículo mais
conhecido, mesmo se não devidamente compreendido por muitos) e é
frequentemente utilizado em estudos bíblicos evangelísticos.

Nos registrados encontros entre Jesus e Nicodemos e a mulher no poço


(capítulos 3-4), podemos aprender muito do modelo de Jesus para o
evangelismo pessoal.

Suas palavras de consolo aos Seus discípulos antes de Sua morte (14:1-6,16, 16:
33) ainda são de grande conforto nas vezes em que a morte clama nossos entes
queridos em Cristo, e o mesmo pode ser dito de Sua "oração sacerdotal" pelos
crentes no capítulo 17.

Os ensinamentos de João sobre a divindade de Cristo (1:1-3,14; 5: 22-23; 8:58;


14:8-9; 20:28, etc) são muito úteis na luta contra os falsos ensinos de algumas
seitas que enxergam Jesus como sendo menos do que totalmente Deus.

41
08 A VERDADEIRA VIDA ABUNDANTE

42
O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que
tenham vida, e a tenham com abundância João 10: 10.

INTRODUÇÃO

A promessa de Deus para nós é que Jesus veio para nos dar vida e vida em
abundância!

ABUNDÂNCIA. A palavra abundância significa receber uma grande quantidade


de algo, receber uma grande quantidade de provisão.

Abundância está ligada também à riqueza, fartura. Quando Jesus nos salvou,
entregou-nos uma grande quantidade de vida e, para vivermos essa vida em
abundância, também nos deu uma grande quantidade de provisão para que ela
tenha qualidade.

Por isso, Jesus prometeu paz, alegria, amor, bondade, benignidade, mansidão,
fidelidade, domínio próprio, o Fruto do Espírito que está descrito em Gálatas
5:22.

No grego, a palavra abundante é perisson. O significado continua praticamente


o mesmo: muito, muito além da medida, uma quantidade tão abundante que
chega a ser mais do que era de se esperar ou antecipar.

Por isso, a Bíblia afirma, em I Coríntios 2:9. “Nem olhos viram, nem ouvidos
ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado
para aqueles que o amam.”

DESENVOLVIMENTO

“Eu vim para que vocês tenham vida”

A palavra vida aqui no original é ZOE, que quer dizer vida de Deus, ou seja,
relacionamento com Deus.

43
Se forem indagadas sobre o que é ter uma vida abundante, muitas pessoas
dirão:

É ter uma família unida; é ter um carro novo; é estar bem empregado e
ganhando um bom salário...

Instalou-se uma crise no interior do homem, um vazio se formou. Este vazio é o


sentimento perdido no Jardim do Éden. O homem tem procurado preencher
esse vazio com várias coisas, como poder, glória, reconhecimento, status, posse
de bens materiais, bebidas, drogas, sexo, etc.

Todas essas coisas são aparentes, paliativas e distorcem o verdadeiro sentido da


vida. São coisas periféricas, efêmeras e vivemos muitas vezes em função delas.

Quantas pessoas estão achando e acreditando que têm uma vida abundante
porque possuem os itens acima citados?

Não quero dizer que é errado possuir essas coisas, mas a essência da vida não
se resume a isso. Parece até uma decepção falar de tudo isso, até porque
existem muitas pessoas que estão com suas vidas edificadas sobre tais coisas.

Cabe, então, fazer uma pergunta: qual é a essência da vida? Qual o sentido da
vida abundante que Jesus relatou no Evangelho de João, capítulo 10, versículo
10? A vida abundante que Jesus nos propõe é uma vida que tem sentido.

Sabemos de onde viemos e para onde iremos. Sabemos e compreendemos que


a nossa existência aqui neste mundo é para refletirmos a glória de Deus e
servirmos, para que o nome de Jesus seja glorificado em nossas vidas.

44
A vida abundante é contrária ao que a sociedade apresenta a nós e até mesmo
ao que muitas igrejas têm apresentado. A vida abundante está relacionada com
o servir e se entregar por uma causa justa. É abrir mão do que temos e
possuímos para juntar tesouros no céu.

Jesus deixou claro para nós que a vida é mais importante do que qualquer outra
coisa. “Do que adianta o homem ganhar o mundo inteiro se perder a sua alma?
Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?” (Mt 16:26).

O apóstolo Paulo adverte os crentes de Corintos a não esperarem de deus


somente para esta vida:

“Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os


homens” 1 Coríntios 15:19.

Segredos para uma vida abundante:

1-) Seja sempre alegre

“Alegrem-se sempre” (1Tessalonicenses 5:16). A alegria é um dos principais


segredos para uma vida abundante. Isso porque a alegria atua de forma muito
poderosa em nosso interior, fazendo com que isso reflita em todas as áreas de
nossas vidas.

O sábio Salomão observou isso muito bem, quando disse que “o coração alegre
aformoseia o rosto” (Provérbios 15: 13). A alegria é tão poderosa que pode até
funcionar como cura para muitas das nossas dores.

Isso também o sábio observou: “o coração alegre é bom remédio” (Provérbios


17: 22). Por isso Deus orienta em Sua palavra que busquemos sempre a alegria,
pois ela é fundamental para uma vida feliz e abundante.

2-) Ore sempre

45
Orai sem cessar (1tessalonicenses 5: 17). A oração também é um segredo
poderosíssimo para uma vida abundante. Isso porque a oração nos conecta de
forma muito poderosa e única com o nosso Criador.

Deus é chamado na Bíblia de Todo Poderoso, de Criador de todas as coisas,


porém, de forma surpreendente, nos dá a abertura para falarmos com Ele, de
pedirmos coisas, de buscarmos orientação.

O salmista percebeu a grandeza dessa possibilidade e a usava muito,


principalmente naqueles momentos que tinham potencial de tirar a sua paz; ele
recorria a Deus: “Clamou este aflito, e o SENHOR o ouviu e o livrou de todas as
suas tribulações” (Salmos 34:6). Orar sempre é ter Deus sempre mais perto e
poder ser abençoado pela Sua presença poderosa.

3-) Seja sempre agradecido

“Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para
convosco” (1tessalonicenses 5: 18). Quem gosta de pessoas ingratas? Talvez a
ingratidão seja a atitude que mais odiamos nas pessoas.

Isso porque ingratos não têm a capacidade de observar e reconhecer as coisas


boas que recebem dos outros. Deus orientou-nos a usarmos esse importante
segredo para termos uma vida abundante.

A gratidão torna nossa vida mais abundante porque ela nos faz enxergar a vida
de forma diferente. Há pessoas que não acham motivos para agradecer a Deus
(ou as pessoas) em nada.

Mas o agradecido enxerga esses motivos aos montes e é muito feliz por isso,
por enxergar tantas coisas que lhe são feitas, mesmo sem o merecimento dele.
Ele é um adorador, pois vê e reconhece Deus agindo com abundância em
pequenas e grandes coisas.

4-) Ouça sempre a voz de Deus

46
“Não apagueis o Espírito” (1tessalonicenses 5: 19). Aqueles que desejam ter
uma vida abundante precisam saber que não existe vida abundante longe da
prática daquilo que Deus deseja para a nossa vida.

Muitas pessoas “apagam” ou “atrapalham” a ação de Deus em suas vidas pelo


fato de não prestarem atenção à voz de Deus. Como saberemos andar pelos
caminhos mais abundantes da vida (em todas as áreas) se não pararmos e
atentarmos para a voz de Deus e a vontade Dele?

5-) Valorize sempre a palavra de Deus

“Não desprezeis as profecias” (1tessalonicenses 5: 20). Vivemos hoje em um


mundo que desvaloriza a Palavra de Deus e não a considera com o devido valor
que ela merece.

Aquele, porém, que deseja uma vida abundante deve ter total atenção à palavra
de Deus. Sabemos que a Bíblia é o nosso “manual”. É através dela que
aprendemos a verdade e uma série de outros preceitos que nos guiarão a uma
vida que agrada a Deus e, portanto, abundante.

Não é à toa que o salmista declarou algo incrível sobre a palavra de Deus:
“Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos.”
(Salmos 119:105). É nela que aprendemos sobre Jesus, sobre a salvação e outras
coisas imprescindíveis para uma vida abundante.

6-) Retenha sempre as coisas boas

“Julgai todas as coisas, retende o que é bom” (1tessalonicenses 5: 21). Aquele


que deseja uma vida abundante precisará aprender a julgar aquilo que lhe é
apresentado nas diversas áreas de sua vida e separar o joio do trigo.

Isso porque todos os dias somos bombardeados por uma série de coisas que
nem sempre nos trarão uma vida abundante.

O que fará parte da nossa vida e o que não fará parte? Devemos cultivar a arte
do julgamento correto, retendo sempre aquilo que nos trará crescimento e que

47
de alguma forma vai glorificar o nosso Deus, e desprezando aquilo que não
acrescentará nada em nossa vida. Aquilo que é bom deve ser acumulado, aquilo
que é mal deve ser desprezado.

CONCLUSÃO

Apesar de sermos naturalmente desejosos de coisas materiais, como cristãos, a


nossa perspectiva sobre a vida deve ser revolucionada (Romanos 12:2). Assim
como nos tornamos novas criações quando viemos a Cristo (2 Coríntios 5:17),
então o nosso entendimento de "abundância" deve ser transformado.

A vida abundante verdadeira consiste de uma abundância de amor, alegria, paz


e o restante dos frutos do Espírito (Gálatas 5: 22-23), e não uma grande
quantidade de "coisas". Trata-se da vida que é eterna e, portanto, o nosso
interesse está no que é eterno, e não temporal.

Paulo nos adverte: "Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra;
porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus"
(Colossenses 3:2-3).

48
49
09 AS BEM-AVENTURANÇAS

“Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos


céus”(Mateus: 5. 10).

O Sermão da Montanha, também conhecido como Sermão do Monte, é o


conjunto de ensinamentos principais que Jesus deu aos seus discípulos. Esses
ensinamentos são conhecidos como o Sermão da Montanha porque Jesus tinha
o hábito de ensinar no monte, onde havia mais espaço. O Sermão da Montanha
mostra como o cristão deve viver.

AS BEM-AVENTURANÇAS NO SERMÃO DA MONTANHA

INTRODUÇÃO

Cada bem-aventurança diz respeito a uma benção de Deus. Bem-aventurança


significa mais do que ter alegria, implica o estado afortunado daqueles que
fazem parte do Reino de Deus.

Ao pronunciar as bem aventuranças no Sermão da Montanha, Jesus promulgou


aquilo que se chamou de a “Carta Magna” do Reino dos Céus. O Mestre e seus
discípulos estavam na região do distrito montanhoso, situado à margem
noroeste do Mar da Galileia.

As multidões atraídas pelos milagres, pela palavra e pelo poder da


personalidade do Mestre, uniram-se a ele e deram-lhe ocasião para pronunciar
aquele magistral sermão.

50
Seu discurso encontra lugar cativo no coração dos desvalidos e rejeitados por
aquela sociedade excludente.

AS BEM-AVENTURANÇAS:

As bem aventuranças do sermão da montanha fala também da felicidade do


Reino dos Céus e o mundo busca a felicidade. Contudo, as bem aventuranças
tratam de uma felicidade eterna, duradoura e não passageira como a do
mundo.

Os pobres de espírito

“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.”


Mateus 5:3

O Mestre não falava de uma pobreza econômica, mas exatamente daqueles que
conhecem o seu vazio espiritual e a sua miséria moral. Trata-se de reconhecer
que necessitamos da graça e da misericórdia, todos os dias.

Deus escolheu e chamou muitos pobres, a explicação para isso está no fato de
que é geralmente "os pobres deste mundo" que são "ricos na fé".

O contrário de ter um espírito pobre é ter um coração orgulhoso (Provérbios


16:19; Salmos 51:17), Deus detesta pessoas orgulhosas (Ezequiel 31:14).

Os que choram

“Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;” Mateus 5: 4

Os que choram, todos os aflitos, os que sofrem com paciência a causa da justiça.
Sofrem, mas não desistem e continuam a praticar o bem. O choro que também
produz arrependimento para salvação.

Há choros que não trazem consolação: Choro de raiva, de vergonha por pecados
cometidos e não confessados, choro de angustia, remorso, enfim, qualquer
choro em que o Senhor não é buscado.

51
Os mansos / humildes herdarão a terra

“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;” Mateus 5: 5

A mansidão aqui, nada tem a ver com covardia. Não é fraqueza. É a mansidão
escolhida, onde se resolve amar o seu inimigo e pagar o mal com o bem.

Humildade é um sentimento que leva a pessoa a reconhecer suas próprias


limitações. Ser humilde é ser uma pessoa sem orgulho (Pv 18.12; Fp 2.3), é ser
modesto.

A fome e sede de justiça

“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão


fartos;” Mateus 5: 6

Fome e sede de justiça é repudiar todos os atos de injustiça, seja social, política
ou religiosa. Sl. 1: 1; Jó 11: 14 e 15; ICo. 13: 6 IPD. 3: 8 – 12.

Tantas atrocidades são cometidas no mundo. Assassinatos, estupros,


genocídios. Quantos não estão sedentos de justiça? O nosso bom Rei afirma que
um dia serão todos fartos! Deus irá julgar os homens e a sua justiça prevalecerá!
Um crente que não tem fome e sede de justiça está doente e perto da morte.

Os misericordiosos

“Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;”


Mateus 5:7

Misericórdia é um sentimento, um ato de ajuda, de se doar, não se compra não


se aprende é um sentimento que brota dentro de um coração quebrantado,
quem tem este sentimento está sempre pronto para ajudar, para socorrer sem
má intenção, sem buscar o seu próprio interesse, mas sim o interesse do outro.
Deus promete que os tratará com igual misericórdia, especialmente no último
dia.

Os limpos de coração

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“Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mateus 5:
8

Ter um coração puro é ser como as crianças, e para ser como as crianças é
necessário ter, um coração sem malicia, sem inveja, sem ganância, sem vaidade,
sem soberba, sem ódio e sem maldade

Os pacificadores

“Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de


Deus;” Mateus 5: 9-10

O Reino dos Céus é um Reino de Paz. Jesus é o Príncipe da Paz.

Um cidadão do Reino deve ter em si a responsabilidade de promover a paz, pois


foram transformados pelo poder do evangelho e tem em si mesmos a paz de
Deus. Receberam a paz de Cristo e são embaixadores que levam sua mensagem
de paz.

“Esforcem-se para viver em paz com todos”(Hb: 12. 14). Se for possível, quanto
depender de vós, tende paz com todos os homens (Rm. 12: 18).

Perseguição por causa da justiça

“Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque


deles é o reino dos céus;” Mateus 5: 10

Jesus prediz a atitude hostil do mundo em relação aos seus discípulos. A


promessa para aqueles que sofrem perseguição por amor a Jesus parece ser
difícil de aceitar, mas é a que reserva maiores recompensas.

Todos os que desejam a justiça em um mundo de injustiça certamente sofrerão


perseguições, mas o texto aqui não fala da justiça ou injustiça deste mundo,
aqui fala do reino de justiça de Deus.

Todos que pregam a justiça de Deus, todos os que desejam a justiça de Deus
com certeza sofrerão perseguições. Rm. 1: 16 e 17; 21; Rm. 9: 30 – 33; IITM. 3:
12; ICO. 1: 28 – 30.

Os bem-aventurados herdarão o reino

53
Quando sofremos com as injurias, com as perseguições, difamações, rejeições
porque somos crentes e sabemos que estamos sofrendo tudo isto porque
estamos servindo ao Senhor e temos a certeza que estamos no caminho certo é
natural que fiquemos tristes, e muito natural que choremos.

Muitos não aguentam e até se desviam, principalmente quando estes ataques


vêm de nossos próprios irmãos, crentes como nós.

Mas não deveríamos sofrer com tristezas e choros, deveríamos sim nos alegrar,
festejar, sorrir e ter cada vez mais prazer e continuar permanecer firme na obra
de Deus, porque é grande o nosso galardão no céu. Ap. 21: 1 – 7; Lc. 10: 19 e 20;
ICO. 15: 57 e 58; Tg. 1: 12; IPD. 4: 12 – 18.

CONCLUSÃO

O Mestre ensina aos seus discípulos sobre o valor do caráter. Ele não tem a
pretensão de formar religiosos, mas sim discípulos. A intenção do Mestre dos
Mestres é que os seus seguidores sejam pessoas sinceramente agradáveis a
Deus e moralmente corretas para a sociedade.

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55
10 O SAL DA TERRA E A LUZ DO MUNDO

Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para
nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois
a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte
Mt 5: 13,14.

INTRODUÇÃO

O Evangelho de Mateus traz em Hebraico as palavras ‫ אתם הם מלח בארץ‬Atem


hem melach baaretz, que significam “Vós sois o sal na terra de Israel“, ou pode
ser lido também como “na terra de Israel, o sal sois vós”.

Isso porque o termo ‫“ ארץ‬áretz”, “terra“, é um eufemismo para o nome do país


de Israel, usado até hoje pelos Judeus.

Jesus disse: “Vós sois o sal da terra” e “Vós sois a luz do mundo” (Mateus 5:
13,14). O ensino bíblico de que os seguidores de Cristo são sal da terra e luz do
mundo significa que os cristãos são agentes que promovem a verdade do reino
de Deus neste mundo.

Funções do sal e da Luz:

O sal tem a função de preservar e dar sabor ao alimento. A luz, por sua vez, tem
a função de iluminar as trevas. É interessante notar que Jesus não coloca o
cristão como sendo o sal da terra e a luz do mundo de forma condicional. Ele
não diz: “vocês serão sal da terra e luz do mundo”; ou “vocês devem ser sal da
terra e luz do mundo”; mas Ele diz “vós sois sal da terra e luz do mundo”.

Isso significa que todo aquele que verdadeiramente é nascido de Deus,


necessariamente é sal da terra e luz do mundo. Se alguém se diz cristão, mas
sua vida não revela que ele é sal da terra e luz do mundo, então há algo de
muito errado nisso.

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Vós sois sal da terra

Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para
nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens. (Mateus
5: 13)

Sabemos que o sal possui muitas características. Mas certamente ao dizer “vós
sois o sal da terra” Jesus explora suas duas principais características. São elas:
sabor e antisséptico.

Uma das funções mais importantes do sal nos dias de Jesus era justamente o
poder de preservar os alimentos. O sal era a melhor solução para impedir a
deterioração dos alimentos. Além disso, ele também servia como tempero.

Mas qual é realmente o objetivo de Jesus ao dizer que seus seguidores são o sal
da terra?

Assim como o sal que possui a função de preservação, os cristãos verdadeiros


devem estar constantemente combatendo a corrupção moral e espiritual da
sociedade.

De certa maneira o sal age secretamente, no sentido de que não podemos ver
como sua ação preservativa age especificamente. Na maioria das vezes também
não podemos distinguir pelo olhar um alimento que foi temperado com sal. Mas
facilmente podemos senti-lo.

Assim também acontece com a presença da Igreja neste mundo. Muitas vezes
parece que a ação dos cidadãos do Reino de Deus no mundo é nula ou quase
invisível.

Porém, somente Deus é quem sabe o quão mais perverso e depravado seria
este mundo ímpio sem a presença, o exemplo e as orações dos santos que são
sal da terra.

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O sal da terra não pode ser insípido

Mas Jesus também deixa claro que se o sal se tornar insípido, ou seja, sem
sabor, para nada servirá. Não temos muita familiaridade com essa observação,
pois estamos acostumados a comprar o sal já selecionado.

Mas nos dias de Jesus isso acontecia muito. O sal era retirado principalmente da
região do Mar Morto. Porém havia alguns pântanos e lagoas naquela região
que, pelo contato com o cálcio e outras substâncias, o sal retirado desses locais
adquiria um sabor alcalino, tornando-o inútil. Sim, o sal insípido jamais poderia
ser restaurado.

Naquela época havia muitos fariseus que se orgulhavam de sua religiosidade e


legalismo. Mas nada disso tinha qualquer coisa a ver com a verdadeira essência
das Escrituras anunciadas pelos antigos profetas.

Esses religiosos tinham se misturado, perdido o sabor e não serviam para mais
nada, a não ser para serem lançados fora (Mateus 8: 12).

Este é um alerta importante e ao mesmo tempo aterrorizante. Que Deus possa


nos guardar do farisaísmo e da religiosidade adultera que têm tomado conta de
muitos que se dizem cristãos.

Eles pensam que são sal da terra, mas não passam de uma mistura monótona e
sem sabor. Nas palavras de Jesus, só há duas possibilidades: ou você é sal da
terra ou é sal insípido.

Vós sois a luz do mundo

Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre
um monte (Mateus 5:14).

A luz na Bíblia Sagrada aparece em diversas aplicações. De forma geral ela indica
o genuíno conhecimento de Deus, a verdadeira felicidade, a justiça, a bondade,

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as bênçãos da salvação, o deleite etc. (cf. Salmos 27:1; 36:9; 97: 11; Isaías 9:1-7;
60: 19; Mateus 6: 22,23; Lucas 1:77-79; Efésios 5:8,9).

A Bíblia declara que Deus é luz (1 João 1:5). Cristo é a manifestação plena dessa
luz (João 1:4,5; 8:12; 9:5; Atos 26:13). Por isso o próprio Jesus se apresenta
dizendo: “Eu sou a luz do mundo” (João 8:12).

Contudo, a luz de Deus manifestada em Cristo é também refletida nos


redimidos, tanto coletivamente como Igreja quanto individualmente. Daí vem a
declaração de Mateus 5:14: “Vós sois a luz do mundo”.

Isso significa que os cristãos não são luz em si mesmos. Na verdade eles são luz
no Senhor (Efésios 5:8). Eles não são a fonte da luz, mas são transmissores da
luz. Quando Cristo declarou ser a luz do mundo, Ele mesmo explicou: “Quem me
segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8:12). Perceba que
Ele diz que seus seguidores recebem a luz.

Então se Jesus Cristo é a verdadeira luz do mundo, os cristãos são também a luz
do mundo por causa de sua conexão com Ele. Enquanto Cristo é a luz do mundo
original, os crentes são a luz do mundo num sentido derivado.

Um exemplo disso é a relação entre o sol e a lua. O sol é quem possui a luz, mas
a lua brilha porque reflete a luz do sol. Os cristãos são luz porque refletem a
verdadeira Luz do mundo.

Então ao dizer aos seus seguidores “vós sois a luz do mundo”, Jesus ensina que
os cristãos são o instrumento que Deus usa para propagar a luz da salvação em
Cristo diante do mundo que está em trevas.

A luz não pode ser escondida

Jesus não apenas diz aos crentes “vós sois a luz do mundo”. Ele também diz que
a luz que eles receberam deve brilhar diante dos homens.

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Isso é inevitável na vida do verdadeiro cristão, da mesma forma com que é
inevitável que uma cidade construída sobre uma colina seja visível a todos.
Além disso, Jesus também diz que não faz sentido alguém ascender uma
lâmpada e deixá-la escondida (Mateus 5: 14,15).

Portanto, assim como a função de uma lâmpada acessa numa casa é a de


iluminar todo o ambiente, a função do cristão como luz do mundo é brilhar essa
luz diante dos homens para que eles vejam suas boas obras.

Mas neste ponto há uma verdade fundamental que deve ser compreendida. As
boas obras daqueles que são luz do mundo e que devem ser vistas pelos
homens, jamais podem significar honra e glória para si mesmos.

Como já foi dito, o verdadeiro Cristão entende que sem Cristo ele não pode
brilhar. Então ele não tem dificuldade em compreender que a finalidade dessas
boas obras é trazer glória a Deus. Por isso Jesus diz: “Brilhe a luz de vocês diante
dos homens, para vejam as suas boas obras e glorifiquem a seu Pai que está no
céu” (Mateus 5:16).

Aqui fica o exemplo do profeta João Batista. O próprio Jesus testificou dele
dizendo que João foi o maior homem nascido de mulher. Mas João Batista sabia
que ele não era a luz, mas que havia sido chamado para testificar da verdadeira
luz (João 1:8,9). Por isso ele não tinha dificuldade em dizer: “É necessário que
Ele cresça e que eu diminua” (João 3:30).

Sal e luz

Quando Jesus diz que seus seguidores são o sal da terra e a luz do mundo, Ele
indica qual deve ser a posição dos cristãos diante do mundo.

Em primeiro lugar, Ele diz que os cristãos, como sal da terra e luz do mundo, são
completamente diferentes desse mundo. Eles são o sal que tem sabor, e não o
sal insípido. Eles são o sal da terra que jamais se conforma com o padrão deste
mundo. Eles são a luz que se distingue das trevas.

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Em segundo lugar, ao dizer “vós sois o sal da terra” e “vós sois a luz do mundo”,
Jesus também indica o quão relacionados com o mundo seus seguidores estão.

Eles são o sal da terra que combate a deterioração deste mundo pelo poder do
Espírito Santo. Como luz do mundo, eles promovem a bondade, a paz e a
verdade do Evangelho.

Comentando sobre o que significa ser sal da terra e luz do mundo, W.


Hendriksen percebe algo muito interessante. Ele diz que o mundanismo é
condenado por Jesus ao dizer que os crentes são o sal da terra e a luz do
mundo.

No entanto, a indiferença e o isolacionismo são igualmente condenados pelo


Senhor. O sal deve ser colocado no alimento, e a luz deve brilhar na escuridão
ao invés de ficar encoberta.

Ele também conclui dizendo que existem muitas pessoas que nunca abriram a
Bíblia para ler, mas estão constantemente lendo as nossas vidas. Se nossos
exemplos não refletirem um ser regenerado, então para nada servirá as nossas
palavras.

CONCLUSÃO

Apropriadamente D. L. Moddy também diz que alguém pode pregar com a


eloquência do anjo Gabriel, mas se essa pessoa vive como um demônio, sua
pregação não servirá para nada. Lembre-se: somos o sal da terra e a luz do
mundo! Esta não é só mais uma frase de efeito, mas é uma exortação à
responsabilidade da vida cristã.

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11 JESUS VEIO CUMPRIR A LEI

(Mateus 5:17).

“Não pensem que eu vim para acabar com a Lei de Moisés ou com os
ensinamentos dos Profetas. Não vim para acabar com eles, mas para dar o seu
sentido completo”.

INTRODUÇÃO

Jesus que explicou que ele veio cumprir a Lei de Deus na perfeição (Mateus
5:17-18). Os mandamentos de Deus são muito mais que regras exteriores. O
coração é tão importante quanto as ações. Assim, odiar o irmão é tão errado
quanto matar o irmão e cobiçar ou divorciar para casar com outra pessoa é igual
a cometer adultério.

Os seguidores de Jesus devem procurar um padrão mais alto, que começa no


coração e depois se reflete nas ações. Devem amar os inimigos, perdoar em vez
de procurar vingança e serem sempre honestos, sem necessidade de fazer
juramentos.

A antiga era judaica foi um período de tipos ou figuras que apontavam para
Cristo. O templo, os sacrifícios, os sacerdotes, os “shabat”, as festas religiosas,
eram sombras de uma realidade que viria Cristo!

“Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias
de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, Que são sombras das coisas futuras,
mas o corpo é de Cristo” Colossenses 2.16-17.

Tendo Ele vindo encerrou aquela era dando início a uma nova era, a do “novo
Israel”, que incluiu os gentios na aliança abraâmica.

O primeiro sinal de que a era do templo físico havia acabado foi o véu do
santíssimo rasgado, quando Jesus morreu na cruz: “E eis que o véu do templo se

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rasgou em dois, de alto a baixo” Mateus 27.51. Deus não habitaria mais ali,
naquele santuário.

As últimas palavras do Senhor Jesus na cruz foram: “Está consumado” João


19.30, significando que tudo estava cumprido, inclusive todos os cerimoniais da
Lei.

A partir daquele momento todo sacrifício, ofertas e rituais instituídos pela Lei,
não faziam mais nenhum sentido, porque Jesus é o corpo que aquelas coisas
anunciavam chegaria.

Ele também cumpriu, isto é, obedeceu a Lei moral, para nos resgatar da
maldição da Lei: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição
por nós” Gálatas 3.13. O segundo sinal do fim da era das sombras foi a
destruição definitiva do templo, 37 anos mais tarde.

Conquanto os cerimoniais da Lei fossem totalmente abolidos, porque eram


apenas uma sombra da realidade que é Cristo, todavia a Lei moral permanece
em plena vigência e deve continuar sendo ensinada, pois, a lei nos serviu de aio,
para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados Gálatas 3.24.

Além disso, a Lei moral é o gabarito de Deus. Ela funciona como um esquadro
que esquadrinha e revela nossa assimetria moral e espiritual. Então buscamos a
ajuda do Espírito Santo para obedecer e sermos fiéis.

O povo de Deus não é salvo pela obediência da Lei moral, mas como salvos que
somos buscamos obedecer todos os mandamentos de Deus, como prova do
nosso amor e gratidão:

“Se me amais, guardai os meus mandamentos”... “Aquele que tem os meus


mandamentos e os guarda esse é o que me ama”... “Se guardardes os meus
mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho
guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor” João 14.15,
21; 15.10.

Romanos 8: 30: “Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que
crê”.

O termo “fim” pode ter dois sentidos na língua grega: 1) A ideia de conclusão ou
término; 2) Perfeição ou cumprimento.

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No sentido de cumprimento ou perfeição, podemos fundamentar esta verdade
em outro texto como, Gl 3: 24. Cristo é a perfeição e o cumprimento da
exigência da Lei de Deus.

Mas, contextualmente, o texto afirma que Cristo é o fim, o término de toda


tentativa inútil de justificação pelas obras da Lei. Essa era a tentativa inútil dos
fariseus, os quais Paulo estava rebatendo neste texto.

Podemos então extrair três sentidos em que Cristo é o fim da Lei:

1. Que Jesus é a intenção da Lei. A Lei sempre conduz o homem a Cristo.

2. Que Jesus é a total satisfação da Lei de Deus, pois só ele pode cumprir as
exigências da Lei. Ele é a perfeição e o cumprimento da Lei.

3. Que Jesus põe fim a toda tentativa errônea de se chegar a Deus por uma
justiça própria.

CONCLUSÃO

Cremos que as cerimônias e figuras da lei terminaram com a vinda de Cristo e


que, assim, todas as sombras chegaram ao fim. Por isso, os cristãos não devem
mais usá-las. Contudo, para nós, sua verdade e substância permanecem em
Cristo Jesus, em quem têm seu cumprimento.

Entretanto, ainda usamos os testemunhos da Lei e dos Profetas para


confirmarmo-nos no Evangelho e, também, para regularmos nossa vida em toda
honestidade, para a glória de Deus, conforme sua vontade.

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12 A ORAÇÃO DO PAI NOSSO

E, quando orarem, não fiquem sempre repetindo a mesma coisa, como fazem os
pagãos. Eles pensam que por muito falarem serão ouvidos Mateus 6. 7.

A oração do Pai nosso é com certeza um dos marcos mundiais na história do


cristianismo. É a oração que o próprio Jesus ensinou aos seus apóstolos, quando
eles lhe pediram: “Senhor, ensina-nos a orar”.

É com certeza um tesouro. Há uma grande riqueza de princípios espirituais


escondidos por trás de cada uma de suas belas palavras.

Cada uma delas foi estrategicamente pensada pelo Mestre Jesus para que nós
pudéssemos orar a Deus e sermos ouvidos. Mas há algumas verdades que
precisamos saber sobre ela.

QUAL O SIGNIFICADO DO PAI NOSSO?

Esta oração pode ser encontrada na Bíblia na passagem de Mateus 6.9 – 13 e


em Lucas 11.1 – 4. O registro dos autores apresenta uma leve diferença, sendo
o de Mateus mais extenso.

A oração nasceu de uma necessidade específica dos apóstolos: Eles queriam


“saber orar” (Lucas 11.1 – 2). Essa necessidade provavelmente surgiu da
percepção de que Cristo orava continuamente. A vida de Jesus e seu ministério
são marcados pela oração.

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A tradição da Igreja, desde o primeiro século, considera que a oração do Pai
nosso, é um modelo. Ou seja, devemos entender os princípios e pontos
abordados, para de alguma forma orar de forma efetiva.

Percebemos que não é a intenção do Filho de Deus, que a nossa vida de oração
seja baseada na repetição constante do Pai nosso. Neste mesmo contexto ele dá
instruções aos discípulos de ao orar, eles não devem ficar repetindo a mesma
oração (Mateus 6:7).

Não é difícil supor que as incessantes horas de oração de Jesus não eram
baseadas apenas na repetição desta oração. Se observarmos apenas um desses
momentos, como a oração de Jesus no Getsêmani, ele apresenta ao Pai uma
petição diferente; sem falar da oração sacerdotal em João 17.

É importante notar também, que o Pai nosso é um ponto de partida. Perceba


que ela não é uma oração feita em nome de Jesus, como Ele posteriormente
ensinou (João 16: 23,24).

“PAI NOSSO QUE ESTAIS NO CÉU…”

O Senhor Jesus Cristo começa a oração do Pai nosso promovendo uma


revolução no relacionamento com Deus, principalmente em seus dias.

Em seu contexto, as pessoas estavam acostumadas a chamar Deus de Senhor,


Rei, Santo, Justo, Eterno, Soberano. Mas Pai? Com certeza não!

Jesus então aproxima: “Pai nosso…” (Mateus 6:9). Deus é o nosso Pai. Em Cristo
somos feitos filhos de Deus, por meio da fé e da redenção em seu sangue.

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Com isso, Jesus nos mostra que a oração é uma conversa íntima com Deus, que
é nosso Pai. A partir deste ponto, devemos seguir nossas palavras com
confiança.

Não estamos conversando com um estranho, alguém que não se interesse por
nós. Estamos conversando com o nosso Pai, que é amor, consolação e graça.

É importante perceber, que o pai nosso possui seis pedidos. Os três primeiros
estão relacionados a Deus e à Sua majestade. Os três últimos estão ligados as
nossas necessidades humanas, tanto terrenas quanto espirituais.

Esta oração nos ensina a priorizar o Reino e sua justiça, na esperança de que
todas as outras coisas sejam acrescentadas.

“SANTIFICADO SEJA O TEU NOME!”

O termo “santificado”, que aparece em Mateus 6:9, tem como base o original
grego hagiazo, que significa: entregar ou reconhecer, ou ser respeitado ou
santificado.

Isto quer dizer, que enquanto oramos devemos adorar a Deus e reconhecer Sua
grandeza, Santidade e Glória. Na cultura moderna, é muito comum que os filhos
tratem mal a seus pais. Sejam desrespeitosos, arrogantes e “malcriados”.

Na oração do Pai nosso Jesus nos ensina que embora seja nosso Pai, Deus deve
ser adorado, respeitado e reverenciado.

Enquanto oramos, temos a oportunidade de dizer ao nosso Pai, tudo quanto Ele
é. Isto gera em nós fé e confiança.

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A primeira petição refere-se ao nosso desejo de que Deus seja exaltado em
nossas vidas e através dela. Deve haver em nós o anelo sincero de que outras
pessoas o conheçam; conheçam a Sua bondade e sejam transformados por Sua
santidade.

“VENHA O TEU REINO”

À medida que o tempo passa a humanidade se torna cada vez mais egoísta,
egocêntrica. Cada vez mais elas gostam deste mundo e das “coisas” deste
mundo.

Na oração do Pai nosso, o Senhor nos leva para um nível mais intenso de
desejar a vida, algo maior e mais profundo. Ele ora: “Venha o Teu Reino…”
(Mateus 6:10).

Há algo muito maior no Reino de Deus preparado para nós. É certo que há paz
infinita, alegria eterna, não haverá mais a morte, nem dor, nem tristeza…, mas
não é só isso.

Além disso, ao orar: “Venha o Teu Reino”, estamos pedindo que o Senhor Deus
se manifeste à humanidade. Que todos conheçam Sua Palavra e amor. É um
pedido evangelístico. Somos embaixadores de Jesus Cristo. Isso nos torna
responsáveis pela expansão e conhecimento do Reino dos Céus.

Precisamos orar pelas nações. Por seus problemas. Pela pobreza. Pelos
governantes. Devemos pedir a Deus que tão logo, Seu Reino se manifeste entre
nós.

“SEJA FEITA A TUA VONTADE”

Ao orar pedindo: “seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”
(Mateus 6:10). Estamos dizendo a Deus que sobretudo, Sua vontade é o mais
importante para nós.

70
No Pai nosso, Jesus deseja que a vontade do Senhor seja manifesta e
respeitada, na Terra, tanto quanto ela é no céu.

Ou seja, o Senhor se aflige ao ver a humanidade caminhando cada vez mais para
longe dele. O ser humano está cada vez mais distante de seu Criador. Não
respeita a Bíblia Sagrada, o casamento entre homem e mulher, a justiça e nem o
amor ao próximo.

A vontade de Deus é preciosa. O apóstolo Paulo a descreve como “boa,


agradável e perfeita vontade de Deus”. (Romanos 12:2)

Quando o Senhor nos incentiva a orar sobre a vontade de Deus, ele está nos
orientando a viver o melhor desta vida. Uma vida abundante!

“O PÃO NOSSO”

Começamos a oração do Pai nosso glorificando a Deus e pedindo a


manifestação do Seu Reino e da Sua vontade. Ou seja, o lado espiritual da nossa
vida.

Agora o Senhor Jesus coloca diante de Deus as questões do ser humano. Ele ora
pedindo o pão de cada dia (Mateus 6:11). Não é algo sem importância, não é
qualquer comida. É pão! Significa alimento bom, saudável e suficiente para a
nossa vida diária. Refere se às nossas demandas naturais.

Perceba, porém que não é uma oração de ostentação. Jesus não pede os reinos
da Terra ou todos os tesouros dela. Ele pede o suficiente, dentro daquilo que
Deus projetou para sua vida.

71
PERDÃO PARA AS DÍVIDAS

Como seres humanos, somos falhos, pecadores. Herdamos o erro de Adão e


com isso, a fragilidade do pecado. Jesus concerta isso através da sua morte na
cruz. Ele dá a todos os que creem em seu nome o perdão e a redenção.

Nesta oração, Jesus nos incentiva a demonstrar arrependimento de forma


constante, diante de Deus. Assim, nossas palavras devem seguir este caminho:
“Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores”
(Mateus 6: 12).

É uma via de mão dupla. Devemos pedir perdão a Deus todos os dias, e também
devemos liberar perdão todos os dias para quem nos magoar. Não haverá
perdão para nós, se não perdoarmos.

Com essa prática, desenvolvemos parte do caráter de Deus: perdoador. Este


deve ser um dos nossos objetivos. A vida é muito curta. Não há tempo para
nutrir rancor, ódio, mágoa ou ressentimentos. Através da oração, devemos
pedir que o Senhor Deus gere em nós um coração perdoador.

Na oração do Pai nosso, Jesus então nos incentiva a orar: “E não nos deixes cair
em tentação, mas livra-nos do mal” (Mateus 6:13). De toda forma do mal.

Neste pedido, suplicamos a Deus que nos fortaleça, para que a nossa
humanidade não nos vença e sejamos levados a fazer aquilo que o desagrada.

Além disso, pedimos ao Senhor que nos livre de Satanás, nosso adversário. Ele
nos odeia e fará o que for necessário para nos destruir (1 Pedro 5:8).

Pois bem, devemos reconhecer em oração, a nossa fragilidade e suplicar a força


de Deus. A força que Ele nos concede através do Espírito Santo (Ef. 6. 10).

72
“TEU É O REINO!”

O Senhor Jesus encerra a oração do Pai nosso, com as seguintes palavras:


“porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém’” (Mateus 6:13).

É como se ele estivesse reforçando o reconhecimento da majestade e da glória


de Deus. Mostrando o quanto depende de sua bondade e amor.

O Senhor Deus é exaltado sobre todas as coisas. Não podemos pressioná-lo.


Antes, devemos com atitude submissa e humilde orar incessantemente, com fé
e perseverança, suplicando que Ele nos atenda.

CONCLUSÃO

Como vimos neste estudo, a oração do pai nosso é um modelo ensinado pelo
Senhor Jesus Cristo, para que apliquemos os princípios dela à nossa oração
diária e assim sejamos agradáveis a Deus.

Repetir esta oração, todas as vezes que for orar não garante que seremos
ouvidos, pois o Senhor Deus reprova as vãs repetições.

A oração agradável a Deus é aquela que segue os princípios desta oração e é


feita com fé, humildade e perseverança.

73
74
13 ENTENDENDO PORQUE JESUS FALAVA POR PARÁBOLAS

“Anunciava-lhes a Palavra por meio de muitas parábolas, como estas, conforme


podiam entender e nada lhes falava a não ser em Parábolas. A seus discípulos,
porém, explicava tudo em particular.” (Marcos 4,33-34)

INTRODUÇÃO

Jesus falava por parábolas para explicar verdades complexas de uma forma
simples. Ele usava parábolas para responder a perguntas e tirar dúvidas. Usar
parábolas era um método de ensino muito comum no tempo de Jesus.

Em suas parábolas, Jesus usava figuras que seus ouvintes entendiam:


casamento, a relação entre um pai e um filho sal, pão, ovelhas... Essas histórias
simples explicavam realidades difíceis de entender, como a salvação e o Reino
de Deus.

Assim, até a pessoa mais simples poderia entender o evangelho. Através de suas
parábolas, Jesus tornou o caminho da salvação acessível a todos.

Afinal o que seria uma Parábola?

A palavra parábola tem origem na cultura e língua grega e traz um significado


primeiro de “comparação”. Mas podemos afirmar que o ensinamento que uma
Parábola traz é muito mais que uma comparação.

Em palavras de uso diário se diz que Parábola é como um “causo” que no contar
vai descrevendo um acontecimento ou atividade que o ouvinte deste “causo”
possui algum conhecimento.

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O contar da história ai vai envolvendo o ouvinte e chega no ponto em que na
cabeça do ouvinte “dá um estalo”, isto chega a uma compreensão do que o
contador do causo” quer com a história.

A palavra Parábola na literatura Judaica.

Jesus mergulhado na cultura judaica empregou as formas de transmissão da


palavra que a literatura judaica empregava.

Assim Parábola no judaísmo adquire o nome de “mashal”, isto é sentença


sapiencial, um provérbio, alicerçado na cultura Judaica.

Entendemos assim que “mashal judaico” poderia ser apenas uma frase,
carregada de ensinamentos, um fato acontecido e que serve de exemplo, um
enigma ou charada que ajudariam a compreensão dos ouvintes.

“E, acercando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Por que lhes falas por parábolas?”

Mateus 13: 10.

1- Jesus falava por parábolas para revelar os mistérios do reino de Deus

Diante da pergunta dos discípulos, Jesus lhes respondeu que Ele falava por
parábolas para lhes fazer conhecer os mistérios do reino dos céus (Mateus
13:10; Marcos 4:11). Isso significa que através das parábolas Jesus estava
revelando aos seus discípulos algo que até então era desconhecido.

2- Jesus falava por parábolas para que as Escrituras fossem cumpridas

Mas a resposta de Jesus não para nesse ponto. Ele ainda diz que enquanto as
parábolas servem de esclarecimento para alguns, elas também servem para
aprofundar a ignorância de outros.

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Por isso Ele diz: “Porque a vós outros foi dado o conhecimento dos mistérios do
Reino dos céus, mas a eles isso não lhes foi concedido. Pois a quem tem, mais se
lhe dará, e terá em abundância; mas, ao que quase não tem, até o que tem lhe
será tirado. Por isso lhes falo por meio de parábolas; porque, vendo, não
enxergam; e escutando, não ouvem, muito menos compreendem” (Mateus
13:11-13).

Perceba que mesmo para aqueles a quem foi dado compreender esses
mistérios, tal compreensão não depende de sua própria capacidade. A
compreensão das coisas espirituais é um dom gracioso concedido por Deus
àqueles que são seus.

Por isso Jesus disse a Nicodemos: “Na verdade, na verdade te digo que aquele
que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (João 3:3). Aos demais,
Jesus indica que eles são entregues a sua própria descrença, cegueira e rebeldia.
Eles veem, mas não enxergam; ouvem, mas não escutam.

Condição para entender as parábolas

Crer em Jesus como filho de Deus. Os Fariseus que rejeitavam sua divindade,
não entendiam nem suas parábolas, e rejeitaram Jesus até o fim, até a morte.

CONCLUSÃO

Jesus usava as Parábolas para ser entendido pelos Judeus e para que a mente
dos Judeus se abrissem para a Realidade do Reino. Jesus conclui sua resposta
falando sobre a bem-aventurança daqueles que, pela graça soberana de Deus,
são receptivos à mensagem de Cristo (Mateus 13: 16).

Aqueles que fazem a vontade do Senhor recebem prazerosamente a sua


Palavra. Eles se interessam pela mensagem das parábolas, e a escutam com
entendimento.

Para essas pessoas as parábolas são muito mais do que simples histórias. Elas
possuem significados valiosos, e por isso eles meditam nelas diligentemente.

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Assim, podemos concluir dizendo que as parábolas fazem aumentar a
compreensão acerca do reino de Deus para aqueles que têm um
relacionamento genuíno com Cristo.

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Palavra final

Que maravilha! Chegamos ao término desse trimestre, que com certeza


contribuiu em muito para o nosso aprendizado e crescimento na graça e no
conhecimento.

Fomos convidados a darmos uma volta, passeando pelos Evangelhos, e tivemos


o prazer de vê-los por um ângulo mais elevado.

Que essa chama pelo conhecimento de Deus e sua Palavra permaneça acesa em
nossos corações sempre!

“Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti”.

Salmos 119:11

Abraço, e espero você para os próximos estudos que certamente serão muito
edificantes!

Pr. Joilson Pereira.

FONTES DE PESQUISAS:

https://www.respostas.com.br/os-quatro-evangelhos/

https://www.gospelprime.com.br/o-que-sao-evangelhos-sinoticos/

https://www.gotquestions.org/

https://estiloadoracao.com/por-que-jesus-falava-por-parabolas/

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