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Resumo:
Todos nós temos pais. Alguns de nós passamos muito tempo de nossas vidas
convivendo com eles. Outros de nós sequer chegaram a conhecê-los. Contudo, é consenso que a
figura do pai possui, indubitavelmente, extrema importância para a humanidade. É propriamente
por meio da figura paterna que Deus quis revelar muitas de suas qualidades e atributos.
Portanto, se não passarmos pela experiência da paternidade humana, talvez não possamos
compreender a dimensão da paternidade Divina.
Deus é Pai. Não só no aspecto em que um ser humano pode ser pai. Ele é um Pai
maior. Ainda que um pai terreno possa negligenciar sua função paterna para com seus filhos,
Deus nunca assim procede (Isaías 49, 15-16). Deus é um Pai Supremo. E como Pai, Ele nos ama
e nos quer o bem. Foi por puro Amor que, espontaneamente, criou todo o Universo.
Com relação à história do povo de Deus, podemos entender que Deus age nas
realidades criadas, revelando-se às suas criaturas de forma gradual e contínua. A forma como
Deus usa a sua “pedagogia” é um mistério para o nosso próprio bem. Contudo, é certo que,
mesmo hoje, Deus continua atuando na vida das pessoas. Ele age pessoalmente na minha e na
sua história, assim como outrora agiu na História dos patriarcas e de todo o povo de Deus.
Assim, estudar a história bíblica é o mesmo que estudar a nossa própria história
pessoal com Deus. No desenrolar da narração bíblica, podemos traçar paralelos entre a forma
como Deus agiu e se revelou na história antiga e forma como Ele age e se revela em nossas
histórias pessoais.
A história do povo de Deus é a nossa própria história, e Deus está aqui e agora
agindo, assim como esteve agindo desde o princípio.
Para começar, o Gênesis bíblico narra as origens de todo o Universo. Ele nos narra
como Deus Criador agiu com zelo e amor ao criar o mundo, revelando-nos a sua Paternidade
Divina. Há muitas outras passagens bíblicas em que esse aspecto divino é confirmado pelas
Sagradas Escrituras, mas começando pelo início tudo pode ficar mais claro de se entender.
A CRIAÇÃO DO UNIVERSO:
Contudo, nem por isso, as explicações religiosas quanto às origens são totalmente
desprovidas de caráter fático/histórico. Na verdade, por incrível que pareça, podemos traçar,
ainda que precariamente, estranhos paralelos entre as descrições contidas no livro do Gênesis
com as descobertas científicas. Isso porque os relatos bíblicos, mesmo que preocupados
precipuamente com as dimensões morais e espirituais, partem sempre de algum relato histórico
ou realidade fática.
Por exemplo, de forma livre e singela, podemos traçar o seguinte paralelo entre o
relato bíblico e as descoberta científicas:
TEMPO ANTES DO TEMPO EXISTIR - O NADA:
No princípio, Deus criou Céus e Terra (isso significa que Ele criou todas as coisas
visíveis e invisíveis, ou seja, toda a "existência material" e toda a "essência espiritual", de
acordo com o credo niceno-constantinopolitano).
Assim, o início mesmo de tudo, na Bíblia é o "No princípio", onde Deus criou
"céus e Terra", ou seja, todas as coisas visíveis e invisíveis (matéria e espírito).
Nas ciências, esse momento é o Big Bang, a partir do qual toda a matéria e toda a
energia surgiram no Universo.
A partir daí, o autor bíblico vai descrevendo como Deus "organizou" toda essa
"sopa" de matéria e energia. Enquanto isso, as ciências vão falar da origem das estrelas, das
galáxias, dos planetas, etc...
Observem que a "terra" do versículo 1 não é ainda o nosso planeta Terra, mas sim
toda a matéria do Universo. Vejam também que as "águas", obviamente, não são nossos mares,
pois o próprio relato bíblico dará um dia específico em que os mares serão formados. As "águas
primordiais" referem-se a todo o conjunto de energias do Universo. A "terra" (matéria) não
tinha forma, e Deus pairava sobre as "águas" (energias), procurando organizar tudo isso.
Ok! Mas e as trevas dos abismos? Bom... sem querer me aprofundar muito em
astrofísica, mas já ouviram falar em "matéria escura"? É uma descoberta nova para a ciência
planetária. É uma energia que procura desintegrar e dispersar a matéria como a conhecemos.
Ademais, nem precisamos ir muito longe na física. Sabemos que entre os prótons do núcleo
atômico e as energias dos elétrons há um enorme e imenso espaço composto de... NADA... isso
mesmo. Um vazio inexplicável, que preenche e permeia toda a matéria e energia atômicas.
Ainda no primeiro versículo, lemos que o Espírito de Deus "pairava" sobre isso
tudo.
Vejam que o verbo "pairar" incumbe-se de deixar claro a separação entre Criador e
Criatura, a refutar a argumentação panteísta. Deixa claro ainda, a Onipresença, pois é como se o
Criador estivesse presente em tudo ali, em todo aquele caos de matéria e energia, sem, no
entanto, confundir-se com o caos.
PRIMEIRO DIA:
SEGUNDO DIA:
Ora, pela ciência, os físicos dizem que a Terra era uma bola de magma que foi
orbitando o Sol de forma caótica, esfriando aos poucos e juntando gazes ao seu redor. Esses
gazes formaram a atmosfera, que densamente, fez chover por muitas eras, de forma ácida, até
ser totalmente estabilizada em um grande mar salgado e uma atmosfera composta de oxigênio,
nitrogênio, etc. Assim, pela ciência, mares e atmosfera formaram-se mutuamente, precipitando e
evaporando até se estabilizarem como os conhecemos hoje. E vejam que ainda não havia
superfície seca.
Até aqui, o relato bíblico confere com os conhecimentos científicos, de uma forma
surpreendente e despretensiosa.
TERCEIRO DIA:
3 - Da evaporação das águas, para que formassem a atmosfera, o nível dos mares
abaixou, fazendo aparecer a Terra seca, os continentes. É impressionante a coerência do relato
bíblico.
Depois de "separar" mares da atmosfera, fazendo surgir a Terra, Deus fez brotar
árvores e vegetais na terra. As ciências geológicas demonstram que, de fato, os vegetais
surgiram muito antes que as primeiras formas de animais. Primeiro vieram as algas marinhas e
daí uma gama enorme de vegetais.
QUARTO DIA:
QUINTO DIA:
5 - Deus fez surgir animais marinhos e terrestres no relato bíblico. Para as ciências,
esse "momento" evolutivo compreende milhões de anos geológicos, em que a vida marinha e
terrestre foi surgindo aos poucos. Primeiro peixes e répteis gigantes (dinossauros). Depois
répteis pequenos e animais rastejantes. Depois as aves (que dizem alguns, vieram dos
dinossauros e répteis). Observem que nesse momento geológico, a Terra é povoada por animais
grandes e selvagens. Ainda não tinham surgido animais mais aperfeiçoados, como os
mamíferos.
SEXTO DIA:
SÉTIMO DIA:
7 - Deus descansou. Contemplou toda a obra e abençoou o último dia, vendo que
tudo era bom.
Em sete dias (ou momentos), Deus fez (faz) toda a Sua Obra-prima.
Como vimos, a história bíblica da revelação divina é a nossa própria história. Deus
age e se revela em nossas vidas pessoais da mesma forma como agiu e se revelou na história dos
povos antigos.
Faça uma oração, uma meditação. Reflita sobre sua própria vida e história. Busque
identificar os momentos em que você sentiu a ação de Deus na sua vida. Faça essa experiência,
pois nesse momento de Criação, tendemos a descobrir que "tudo é bom", assim como Deus ao
iniciar a Criação “viu que tudo era bom”.
Ou seja, descreva os momentos de sua vida em que você sentiu que Deus agia
como um pai para você, em que você sentiu que Ele o gerava, em que você sentiu que Ele
cuidava de você, orientando-o como um Pai orienta seu filho amado. Tente se lembrar de
ocasiões em que você sentiu que se livrou de uma grande encrenca ou em que você se deu muito
bem em determinado aspecto da sua vida.
Mesmo que você não tenha ainda imaginado que ali naquela parte de sua história
havia o dedo de Deus-Pai, tente descobrir, ainda que pela primeira vez, se era Ele quem agia na
sua vida. O reconhecimento da mão de Deus em nossas vidas é uma grande e maravilhosa
descoberta. Ela nos revela a nossa relação de "Pai-e-filho" que temos para com Deus, ainda que
nem saibamos.
Para auxiliar na sua reflexão, entenda as formas como Deus age em nossas vidas.
Ele quase nunca é espetaculoso. Ele não gosta de grandes “fenômenos”. Deus levou “bilhões”
de anos para criar e organizar o Universo (que costumamos separar em 7 momentos). Apesar de
já ter feito espetáculos algumas vezes (e de assim fazer algumas vezes na vida de determinadas
pessoas), Ele prefere agir na discrição, ocultamente, sem gerar estardalhaço.
Ele pode nos falar através de alguma música, pode agir nas palavras de algum
amigo ou irmão, nas atitudes de quem lhe fez algum bem. Algumas vezes, Ele nos fala por meio
de sonhos. Outras, enquanto nos divertimos. Ele pode se revelar até mesmo enquanto você
contempla uma chuva caindo ou quando observa a beleza de uma flor.
Seja observador, e tente descobrir onde e como Deus veio agindo na sua vida.
Separe 7 grandes momentos em que você pode dizer, com certeza, que Deus agiu
como um Pai amoroso. Não precisa estar em ordem cronológica, nem fazer sentido de um ponto
de vista lógico-científico. Basta que seu coração saiba e reconheça. Deus age de uma forma
diferente na vida de cada pessoa. Portanto, a sua experiência com Deus é única, e só você a
conhece.