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1º ENCONTRO DE CATEQUESE

(Organizado por Thiago R. Miziara)

Temas abordados:

- O dia dos Pais.


- Os pais da terra e o Pai do Céu.
- A Criação do Universo e a Concepção de Deus como Pai criador.

Resumo:

Todos nós temos pais. Alguns de nós passamos muito tempo de nossas vidas
convivendo com eles. Outros de nós sequer chegaram a conhecê-los. Contudo, é consenso que a
figura do pai possui, indubitavelmente, extrema importância para a humanidade. É propriamente
por meio da figura paterna que Deus quis revelar muitas de suas qualidades e atributos.
Portanto, se não passarmos pela experiência da paternidade humana, talvez não possamos
compreender a dimensão da paternidade Divina.

Deus é Pai. Não só no aspecto em que um ser humano pode ser pai. Ele é um Pai
maior. Ainda que um pai terreno possa negligenciar sua função paterna para com seus filhos,
Deus nunca assim procede (Isaías 49, 15-16). Deus é um Pai Supremo. E como Pai, Ele nos ama
e nos quer o bem. Foi por puro Amor que, espontaneamente, criou todo o Universo.

A compreensão do aspecto humano da paternidade, portanto, aponta-nos o grande


mistério da Paternidade Suprema de Deus. Deus é Pai, criador do Universo. Não apenas no
sentido de “dar origem” a alguma coisa, mas também no sentido de “cuidar”, “manter”, “zelar”,
“sustentar”, “orientar”, etc. Ele não apenas deu origem a todas as coisas do Universo, como
também cuida de todas essas coisas, ainda que seja a mais ínfima partícula de matéria,
mantendo uma constante ordem contra o caos da inexistência. Deus nos cria... assim como um
criador de ovelhas cria seu rebanho. Não só nos dá uma origem, como também nos sustenta e
nos leva a conhecer o nosso fim último, o sentido de nossa existência.

Com relação à história do povo de Deus, podemos entender que Deus age nas
realidades criadas, revelando-se às suas criaturas de forma gradual e contínua. A forma como
Deus usa a sua “pedagogia” é um mistério para o nosso próprio bem. Contudo, é certo que,
mesmo hoje, Deus continua atuando na vida das pessoas. Ele age pessoalmente na minha e na
sua história, assim como outrora agiu na História dos patriarcas e de todo o povo de Deus.

Assim, estudar a história bíblica é o mesmo que estudar a nossa própria história
pessoal com Deus. No desenrolar da narração bíblica, podemos traçar paralelos entre a forma
como Deus agiu e se revelou na história antiga e forma como Ele age e se revela em nossas
histórias pessoais.

A história do povo de Deus é a nossa própria história, e Deus está aqui e agora
agindo, assim como esteve agindo desde o princípio.

Para começar, o Gênesis bíblico narra as origens de todo o Universo. Ele nos narra
como Deus Criador agiu com zelo e amor ao criar o mundo, revelando-nos a sua Paternidade
Divina. Há muitas outras passagens bíblicas em que esse aspecto divino é confirmado pelas
Sagradas Escrituras, mas começando pelo início tudo pode ficar mais claro de se entender.

HISTÓRIA BÍBLICA DO POVO DE DEUS

A CRIAÇÃO DO UNIVERSO:

A Teologia ensina que Deus criou sozinho o universo, diretamente e livremente,


sem nenhuma ajuda. Para tanto, criou “do nada” (ex nihilo). E neste fato consiste a diferença
entre Deus Criador e suas criaturas, pois, em certo grau, do ponto de vista antropológico, somos
todos criadores. Contudo, criamos sempre a partir de algo pré-existente, como bem corrobora as
ciências naturais e as leis físicas de conservação de massa e energia. Deus, contudo, cria a partir
do nada.
Assim, por muito tempo, a concepção teológica sobre a Criação contemplava o ato
criador como único, perfeito e acabado. Essa concepção denomina-se “criacionismo puro”. Na
contemporaneidade, as correntes de pensamento científico, tais como a biologia, química, física,
astronomia e arqueologia, vêm lançando luz na compreensão das origens do Universo.
Atualmente, é consensual nas Ciências que o Universo teve uma origem caótica (Big Bang) e
encaminha-se para um estado de estabilização cósmica/ordenada. Assim, tudo no Universo
evolui. Essa perspectiva é, inclusive, muito mais abrangente que o evolucionismo advindo das
concepções darwinistas. Darwin, ao escrever seu livro “A origem das espécies”, certamente não
imaginava que a evolução acontecia a nível cósmico, mas tão somente planetário.
Em meio às concepções criacionistas e evolucionistas, a maioria das igrejas cristãs
protestantes posicionou-se a favor do criacionismo, opondo-se fervorosamente ao
evolucionismo científico. Ainda hoje, muitas denominações religiosas de cunho protestante não
conseguem enxergar meios de conciliar as duas perspectivas de origem do Universo.
Entretanto, a Igreja católica veio demonstrando certa flexibilidade no diálogo entre
a concepção religiosa e a científica. Isso porque a Igreja sempre teve em mente que os relatos
bíblicos descritos no livro do Gênesis apontam a Criação de um ponto de vista humano, ou seja,
antropológico, e não de um ponto de vista divino, objetivo e literal.
Assim, o Gênesis bíblico é considerado um grande mapa metafórico, que revela as
origens do ser humano, apontando para o seu fim último, seu propósito existencial. Dessa
maneira, o catecismo da Igreja ensina que foi Deus quem criou o mundo visível em toda a sua
riqueza, diversidade e ordem, mas que a sequência de seis dias "de trabalho" e um dia de
"descanso" descrita nas Escrituras apresentam a obra do Criador simbolicamente, e não
literalmente (CIC, § 337). O Catecismo ensina também que “a criação tem sua bondade e sua
perfeição próprias, mas não saiu completamente acabada das mãos do Criador. Ela é criada
‘em estado de caminhada’ (in statu viae) para uma perfeição última a ser ainda atingida, para
a qual Deus a destinou” (CIC, § 302).
Dessa maneira, a Igreja vem fomentando uma forma de conciliar as concepções
criacionistas puras com as ideias evolucionistas próprias das Ciências naturais. Essa conciliação
se dá por meio do diálogo, visto que a perspectiva cosmológica da Criação do Universo não
pode ser apartada da perspectiva histórico-antropológica e religiosa da Criação para a vida
humana.
Portanto, o Criacionismo e o Evolucionismo vêm sendo encarados pela Igreja
Católica e pela Teologia Contemporânea não como concepções excludentes entre si, mas sim
como ideias complementares, pois uma nos revela as Origens e Destinações do Universo de um
ponto de vista objetivo e literal (cosmológico), e a outra nos revela as Origens e Destinações do
Universo de um ponto de vista humano, antropológico.
Assim, ao invés de usarem-se os termos Criacionismo e Evolucionismo (que se
referem a concepções típicas do fundamentalismo protestante), o mais apropriado seria utilizar-
se a terminologia “Teologia da Criação”, na qual tanto aspectos metafóricos e antropológicos,
quanto históricos e cosmológicos podem ser abordados de maneira religiosa.
Evidentemente, as perspectivas religiosas e científicas se prestam a propósitos
diferenciados, de modo que a Bíblia não se preocupa, a um primeiro momento, a descrever os
fatos históricos de um ponto de vista literal/objetivo/cosmológico. A intenção do autor bíblico é
situar o homem no Universo, orientando-lhe com relação à sua destinação. O relato bíblico do
Gênesis é, pois, imbuído de nítido caráter antropológico.

Contudo, nem por isso, as explicações religiosas quanto às origens são totalmente
desprovidas de caráter fático/histórico. Na verdade, por incrível que pareça, podemos traçar,
ainda que precariamente, estranhos paralelos entre as descrições contidas no livro do Gênesis
com as descobertas científicas. Isso porque os relatos bíblicos, mesmo que preocupados
precipuamente com as dimensões morais e espirituais, partem sempre de algum relato histórico
ou realidade fática.
Por exemplo, de forma livre e singela, podemos traçar o seguinte paralelo entre o
relato bíblico e as descoberta científicas:
TEMPO ANTES DO TEMPO EXISTIR - O NADA:

Esse momento cosmológico é chamado na Bíblia de "No Princípio" (Bereshit, em


hebraico).

No princípio, Deus criou Céus e Terra (isso significa que Ele criou todas as coisas
visíveis e invisíveis, ou seja, toda a "existência material" e toda a "essência espiritual", de
acordo com o credo niceno-constantinopolitano).

Para as ciências naturais, a lei de conservação de massa e energia pressupõe a


existência de toda a matéria e energia para que ambas possam ir evoluindo e se organizando aos
poucos no Universo. Assim, no princípio, não havia NADA. Desse nada, uma "singularidade
gravitacional" cósmica fez explodir um ponto de alta densidade material e energética, criando
toda a matéria e energia que há hoje no Universo. Essa explosão, chamada pela Ciência de Big
Bang, é na verdade um postulado científico, uma tese, algo não comprovado, mas que pode ser
imaginado de acordo com os indícios.

Assim, o início mesmo de tudo, na Bíblia é o "No princípio", onde Deus criou
"céus e Terra", ou seja, todas as coisas visíveis e invisíveis (matéria e espírito).

Nas ciências, esse momento é o Big Bang, a partir do qual toda a matéria e toda a
energia surgiram no Universo.

A partir daí, o autor bíblico vai descrevendo como Deus "organizou" toda essa
"sopa" de matéria e energia. Enquanto isso, as ciências vão falar da origem das estrelas, das
galáxias, dos planetas, etc...

Essa ordenação cósmica descrita pelas ciências é observável também no relato


bíblico. Pois, no início, a Terra estava "sem forma". E havia um princípio "organizador" que
"pairava sobre as águas".

Observem que a "terra" do versículo 1 não é ainda o nosso planeta Terra, mas sim
toda a matéria do Universo. Vejam também que as "águas", obviamente, não são nossos mares,
pois o próprio relato bíblico dará um dia específico em que os mares serão formados. As "águas
primordiais" referem-se a todo o conjunto de energias do Universo. A "terra" (matéria) não
tinha forma, e Deus pairava sobre as "águas" (energias), procurando organizar tudo isso.

Ok! Mas e as trevas dos abismos? Bom... sem querer me aprofundar muito em
astrofísica, mas já ouviram falar em "matéria escura"? É uma descoberta nova para a ciência
planetária. É uma energia que procura desintegrar e dispersar a matéria como a conhecemos.
Ademais, nem precisamos ir muito longe na física. Sabemos que entre os prótons do núcleo
atômico e as energias dos elétrons há um enorme e imenso espaço composto de... NADA... isso
mesmo. Um vazio inexplicável, que preenche e permeia toda a matéria e energia atômicas.

Ainda no primeiro versículo, lemos que o Espírito de Deus "pairava" sobre isso
tudo.
Vejam que o verbo "pairar" incumbe-se de deixar claro a separação entre Criador e
Criatura, a refutar a argumentação panteísta. Deixa claro ainda, a Onipresença, pois é como se o
Criador estivesse presente em tudo ali, em todo aquele caos de matéria e energia, sem, no
entanto, confundir-se com o caos.

Bom, entendem as semelhanças e os paralelos?

Claro, enquanto a ciência fala em energia, a Bíblia falará em "céus" ou "coisas


invisíveis", ou seja, "criaturas espirituais" e "anjos". Mas há paralelos irrefutáveis.
A ORGANIZAÇÃO DO UNIVERSO E DO PLANETA TERRA (DETALHES):

PRIMEIRO DIA:

1 - Deus criou a Luz (trata-se, primeiramente, da Luz espiritual. Ver Gen 1, 2 e Jo


1, 1-18). Ele também separou a Luz das Trevas. Observação: Ele criou apenas a Luz Espiritual.
As Trevas surgiram por si próprias, quando anjos rebeldes quiseram se proclamar deuses e
pleitearam independência. A única coisa que Deus fez, com relação às Trevas espirituais, foi
separá-las da Luz. Deus não é (direta ou indiretamente) a fonte do Mal (1º Jo 1, 5-7) . Nas
demais referências bíblicas em que Deus diz ter feito as trevas, infere-se, pela simples
interpretação lógica, que se trata das trevas materiais, ou seja, do oposto da luz material.
Contudo, no primeiro dia narrado no Gênesis, o autor Bíblico não fala da luz física, mas sim da
Luz espiritual, ou seja, da Essência Boa e invisível que está intimamente ligada à Vida do
Espírito Santo. Deus criou a Essência.

SEGUNDO DIA:

Agora sim... pulamos abruptamente de um Universo gigantesco para o nosso


planeta Terra. É quase como uma seleção antropológica (que será confirmada no capítulo 2 do
Gênesis). Neste dia, Deus criou os mares e o firmamento (atmosfera terrestre).

Ora, pela ciência, os físicos dizem que a Terra era uma bola de magma que foi
orbitando o Sol de forma caótica, esfriando aos poucos e juntando gazes ao seu redor. Esses
gazes formaram a atmosfera, que densamente, fez chover por muitas eras, de forma ácida, até
ser totalmente estabilizada em um grande mar salgado e uma atmosfera composta de oxigênio,
nitrogênio, etc. Assim, pela ciência, mares e atmosfera formaram-se mutuamente, precipitando e
evaporando até se estabilizarem como os conhecemos hoje. E vejam que ainda não havia
superfície seca.

Até aqui, o relato bíblico confere com os conhecimentos científicos, de uma forma
surpreendente e despretensiosa.

TERCEIRO DIA:

3 - Da evaporação das águas, para que formassem a atmosfera, o nível dos mares
abaixou, fazendo aparecer a Terra seca, os continentes. É impressionante a coerência do relato
bíblico.

Recentemente, há alguns anos, arqueólogos e geólogos descobriram a presença de


conchas marinhas no alto do Himalaia, o que indica que até mesmo esse alto monte já esteve,
em algum período geológico, submerso sob os mares.

Depois de "separar" mares da atmosfera, fazendo surgir a Terra, Deus fez brotar
árvores e vegetais na terra. As ciências geológicas demonstram que, de fato, os vegetais
surgiram muito antes que as primeiras formas de animais. Primeiro vieram as algas marinhas e
daí uma gama enorme de vegetais.

QUARTO DIA:

4 - Deus Criou o Sol, a Lua e as estrelas. Evidentemente, o Sol, a Lua e as estrelas


já existiam antes do planeta Terra. Contudo, o autor bíblico enfatiza o fato de que é apenas no
quarto dia que tais luzeiros "aparecem" no firmamento.

Cientificamente falando, podemos imaginar que neste "dia", momento geológico,


Deus completou e estabilizou os movimentos de rotação e translação da Terra, fixando-a em sua
órbita estável atual, criando a ilusão de que o Sol e a Lua se moviam regularmente na abóbada
celeste.
A luz das demais estrelas, evidentemente, demorou milhares de anos para aparecer
no firmamento do mundo, dadas as grandes distâncias astronômicas que separam as estrelas do
planeta Terra. Ainda que as estrelas tenham surgido na explosão do momento chamado pelo
autor bíblico de "no princípio" (e que os cientistas chamam de "big bang"), podemos entender
da leitura do Gênesis que foi apenas no quarto "dia" que a luz das estrelas efetivamente
"apareceu" na Terra.

QUINTO DIA:

5 - Deus fez surgir animais marinhos e terrestres no relato bíblico. Para as ciências,
esse "momento" evolutivo compreende milhões de anos geológicos, em que a vida marinha e
terrestre foi surgindo aos poucos. Primeiro peixes e répteis gigantes (dinossauros). Depois
répteis pequenos e animais rastejantes. Depois as aves (que dizem alguns, vieram dos
dinossauros e répteis). Observem que nesse momento geológico, a Terra é povoada por animais
grandes e selvagens. Ainda não tinham surgido animais mais aperfeiçoados, como os
mamíferos.

SEXTO DIA:

6 - Deus criou os mamíferos, animais dóceis/domésticos e, por fim, criou o ser


humano, feito à sua Imagem e Semelhança.

Cientificamente falando, o relato bíblico é condizente com os períodos geológicos


da evolução da vida na Terra. Os cientistas demonstram que os últimos seres a surgirem na
Terra foram os mamíferos cordados. E entre esses, o homem é considerado o mais recente. De
fato, os livros de geologia dizem que, se a história de toda a vida do planeta fosse um livro de
10 mil páginas, os seres humano só apareceriam na última página.

SÉTIMO DIA:

7 - Deus descansou. Contemplou toda a obra e abençoou o último dia, vendo que
tudo era bom.

Para a ciência, a evolução ocorre de momentos em momentos, seguindo padrões de


intensa atividade e aparente estabilidade cosmológica gravitacional. As ciências corroboram a
evolução cíclica, e mesmo algumas religiões não monoteístas possuem a compreensão do tempo
como algo cíclico.

Em sete dias (ou momentos), Deus fez (faz) toda a Sua Obra-prima.

Aí sim... terminado o capítulo 1 do Gênesis, de características mais cosmológicas,


as Escrituras dão uma guinada quase paradoxal, caindo no capítulo 2, onde um relato bem
diferente é contado. No capítulo 2 é evidente que a intenção do relato é antropológico, e não
cosmológico, pois parte direto para a questão do Homem como centro do Universo e do Éden. E
por aí vai a questão escatológica inserida no bojo do conceito criacionista das Origens humanas.

DIÁRIO DA MINHA HISTÓRIA (PROPOSTA DE ATIVIDADE):

Como vimos, a história bíblica da revelação divina é a nossa própria história. Deus
age e se revela em nossas vidas pessoais da mesma forma como agiu e se revelou na história dos
povos antigos.

Nesse primeiro momento, cabe-nos enfatizar a figura da paternidade divina. Deus é


Pai, e dessa maneira se revelou em inúmeras ocasiões durante a História. Por exemplo, podemos
citar os sete dias da criação do Universo.
Mas e na sua vida? Como a paternidade de Deus se revela? Traçando um paralelo
entre os sete dias da Criação do Universo, escreva em seu diário pessoal, sete grandes
momentos de sua Vida, em que você sentiu que Deus agia como um grande Pai amoroso e
bondoso. Como Deus te gerou e te formou? Como Ele foi organizando sua vida? Como Ele foi
conduzindo seus passos?

Faça uma oração, uma meditação. Reflita sobre sua própria vida e história. Busque
identificar os momentos em que você sentiu a ação de Deus na sua vida. Faça essa experiência,
pois nesse momento de Criação, tendemos a descobrir que "tudo é bom", assim como Deus ao
iniciar a Criação “viu que tudo era bom”.

Tente traçar paralelos entre a história da criação do Universo e a história de sua


própria “criação” (não apenas num sentido de “dar origem”, como vimos, mas criação também
num sentido amplo, como um criador de ovelhas cuida de seu rebanho, por exemplo).

Ou seja, descreva os momentos de sua vida em que você sentiu que Deus agia
como um pai para você, em que você sentiu que Ele o gerava, em que você sentiu que Ele
cuidava de você, orientando-o como um Pai orienta seu filho amado. Tente se lembrar de
ocasiões em que você sentiu que se livrou de uma grande encrenca ou em que você se deu muito
bem em determinado aspecto da sua vida.

Mesmo que você não tenha ainda imaginado que ali naquela parte de sua história
havia o dedo de Deus-Pai, tente descobrir, ainda que pela primeira vez, se era Ele quem agia na
sua vida. O reconhecimento da mão de Deus em nossas vidas é uma grande e maravilhosa
descoberta. Ela nos revela a nossa relação de "Pai-e-filho" que temos para com Deus, ainda que
nem saibamos.

Para auxiliar na sua reflexão, entenda as formas como Deus age em nossas vidas.
Ele quase nunca é espetaculoso. Ele não gosta de grandes “fenômenos”. Deus levou “bilhões”
de anos para criar e organizar o Universo (que costumamos separar em 7 momentos). Apesar de
já ter feito espetáculos algumas vezes (e de assim fazer algumas vezes na vida de determinadas
pessoas), Ele prefere agir na discrição, ocultamente, sem gerar estardalhaço.

Ele pode nos falar através de alguma música, pode agir nas palavras de algum
amigo ou irmão, nas atitudes de quem lhe fez algum bem. Algumas vezes, Ele nos fala por meio
de sonhos. Outras, enquanto nos divertimos. Ele pode se revelar até mesmo enquanto você
contempla uma chuva caindo ou quando observa a beleza de uma flor.

Seja observador, e tente descobrir onde e como Deus veio agindo na sua vida.

Separe 7 grandes momentos em que você pode dizer, com certeza, que Deus agiu
como um Pai amoroso. Não precisa estar em ordem cronológica, nem fazer sentido de um ponto
de vista lógico-científico. Basta que seu coração saiba e reconheça. Deus age de uma forma
diferente na vida de cada pessoa. Portanto, a sua experiência com Deus é única, e só você a
conhece.

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