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Mons. J. Lippert
Livre tradução do Rev. Pe. Heitor Costa da Cruz + membro da ICL no Brasil.
SUMÁRIO
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LIÇÃO 1
A BÍBLIA SAGRADA
A Bíblia Sagrada não é um livro, mas
uma coleção de livros sob a mesma
capa. Os livros da Bíblia foram escritos
ao longo de muitos séculos. Um século
dura cem anos, e as pessoas que
escreveram os livros da Bíblia viveram há
muitos, muitos anos. Eles escreveram os
livros da Bíblia com a compreensão do
que pensavam sobre Deus e de Seu
relacionamento com a humanidade.
Algumas das histórias que você lê na
Bíblia realmente aconteceram, mas a
maioria das histórias são apenas isso,
histórias. Mas quer os acontecimentos tenham realmente acontecido ou não,
todas as histórias da Bíblia tentam ensinar-nos lições valiosas sobre nós
mesmos, sobre Deus e sobre como devemos viver as nossas vidas.
A Bíblia tem duas seções diferentes. Eles são chamados de Antigo
Testamento e Novo Testamento. O Antigo Testamento foi escrito antes da
vinda de Jesus, e o Novo Testamento foi escrito depois da vida de Jesus na
terra, e depois que Ele voltou ao céu para se reunir ao Seu Pai celestial.
Além disso, no Novo Testamento, temos os escritos de São Paulo, e
outros, que são chamados de Epístolas. Uma Epístola é simplesmente uma
carta escrita para diferentes congregações da igreja, formada durante os
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primeiros anos da Igreja Cristã. Diz-se que muitas das Epístolas foram escritas
por São Paulo, mas os estudiosos modernos da Bíblia pensam que apenas um
pequeno número dessas Epístolas foram escritas por ele, e outras foram
escritas por pessoas em nome de São Paulo.
Começaremos essas lições bíblicas com histórias que se encontram no
Antigo Testamento e depois passaremos para os Evangelhos e Epístolas que
se encontram no Novo Testamento. As aulas serão breves, tentando apontar
as lições simples que cada história tenta ensinar.
Que você ache essas lições interessantes e, através delas, desenvolva
um interesse mais profundo pela Bíblia e queira ler todas essas histórias por si
mesmo.
LIÇÃO 2
A CRIAÇÃO DO MUNDO
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No quarto dia da criação Deus criou o sol, a lua e as estrelas, para que
pudessem iluminar a terra, e através deles conheceríamos as diferentes
estações da Primavera, Verão, Outono e Inverno. Este foi o quarto dia da
criação, e Deus o considerou bom.
No quinto dia da criação, Deus criou animais de todo tipo, Ele criou o
gado, os seres rastejantes e todos os animais selvagens que viveriam na terra.
Deus também fez todas as criaturas que nadam nas águas, os peixes, as
baleias e todas as outras criaturas que vivem na água. Este foi o quinto dia da
criação, e Deus o considerou bom.
No sexto dia da criação, Deus fez a humanidade, homem e mulher, ele
os criou. Mas ao criar a humanidade, Deus disse: “Façamos a humanidade à
Nossa imagem, conforme a Nossa semelhança, e eles terão autoridade sobre
os peixes do mar, as aves do céu, e sobre o gado e todos os animais
selvagens da Terra. Então Deus criou a humanidade à Sua imagem e
semelhança. Este foi o sexto dia da criação, e Deus o considerou bom.
No sétimo dia, Deus descansou de tudo o que havia feito. Deve-se
reservar um dia da semana, que geralmente é o domingo, quando devemos
descansar de todo o nosso trabalho e dedicar o dia a Deus e ao Seu serviço.
Este foi o sétimo dia, e Deus descansou de tudo o que havia criado.
Pensamos em Deus falando a Palavra, e de Sua Palavra falada tudo
veio à existência. No Cristianismo pensamos na Palavra ou Verbo como o
Segundo Aspecto de Deus, ou Deus Filho. O Filho de Deus saiu do Pai, antes
do início dos tempos. Quando Ele saiu do Pai, Ele trouxe consigo Centelhas do
Fogo Divino, que é Deus. Essas Centelhas são nossos espíritos, Centelhas
individuais que nunca se apagarão, mas ainda assim conectadas ao Pai, pelo
que pode ser chamado de fio ou fio espiritual. Estas Centelhas são os nossos
espíritos, que dão vida à nossa alma. Eles são Divinos e, portanto, eternos, que
nunca terão fim. Essas Centelhas dão vida à nossa alma, o que significa que
nossas almas são imortais.
À medida que a vida percorria os reinos inferiores da natureza, nossas
Centelhas do Fogo Divino repousavam ou pairavam sobre a vida em evolução
na Terra. Quando, através do processo de evolução, um corpo foi preparado
para vivermos, as forças vitais nas formas em evolução separaram-se e
juntaram-se a uma onda descendente de vida Divina, e assim a alma humana
passou a existir. Quando nossas almas foram feitas, uma das Centelhas que
estavam esperando no mundo espiritual, juntou-se ao fluxo descendente da
vida Divina e envolveu-se em nossa alma, dando-nos uma mente humana e
uma vontade humana e, portanto, atividade humana. Somos filhos de Deus
porque participamos da vida de Deus.
Sim, a Bíblia ensina que a criação foi feita em etapas, do simples ao
complexo. Não há desacordo entre o que a Bíblia ensina e o que a ciência
ensina. Há quem acredite que a Bíblia fala de dias de 24 horas e que a
humanidade foi criada diretamente por Deus, e não através da evolução.
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LIÇÃO 3
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LIÇÃO 4
A HISTÓRIA DE CAIM E ABEL
Depois que Adão e Eva deixaram o Jardim do Éden, tiveram dois filhos.
O primeiro filho chamava-se Caim e o segundo filho se chamava Abel. Quando
se tornaram adultos, Caim tornou-se fazendeiro e Abel tornou-se pastor.
Ambos eram muito amados pelos pais, e Adão e Eva tinham muito orgulho de
ambos.
Um dia Caim e Abel decidiram que deveriam oferecer um presente a
Deus, por todas as coisas boas que haviam recebido. Caim, um fazendeiro,
selecionou um pouco do que havia cultivado, mas decidiu que não ofereceria o
seu melhor a Deus. Ele pensou que qualquer coisa serviria. Abel demorou
muito para examinar seu rebanho, pois só queria oferecer o que tinha de
melhor a Deus.
Quando ofereceram suas dádivas, Deus aceitou a oferta de Abel, mas
não aceitou a oferta de Caim. Deus podia ver o coração de Caim e ver que ele
estava sendo egoísta, e pensava que qualquer coisa, que não fosse o seu
melhor, era bom o suficiente para Deus.
Quando Caim viu que Deus aceitou o presente de seu irmão, mas não o
dele, ele ficou com raiva e com ciúmes e sua mente ficou obscurecida. A
história nos conta que Deus falou com Caim e disse: “Por que você está com
raiva e por que seu rosto está vermelho de raiva? Pode brilhar de alegria se
você fizer o que deve! Mas se você se recusa a obedecer e não faz o bem,
tome cuidado. Pensamentos ruins podem lhe trazer danos, mas você pode
vencê-los e superá-los!”
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Caim não deu ouvidos à voz de Deus, mas permaneceu muito irado. Ele
ficou tão zangado que disse ao seu irmão Abel que eles deveriam ir para o
campo. Enquanto eles estavam lá, Caim atacou e matou seu irmão. Deus
então perguntou a Caim: “Onde está seu irmão?” Caim disse. "Como eu vou
saber? Devo acompanhá-lo onde quer que ele vai?'
Deus disse a Caim que Ele sabia o que tinha feito. Como consequência,
Caim teve que deixar sua mãe e seu pai e se tornar um andarilho pela terra.
Como na história do Jardim do Éden, quando Adão e Eva tiveram que enfrentar
as consequências de comerem o fruto proibido e tiveram que deixar o jardim,
Caim também teve que enfrentar as consequências do que tinha feito. A
história de Caim e Abel nos ensina novamente que somos responsáveis pelo
que fazemos e por isso devemos sempre fazer o que é bom e não o que é
mau.
LIÇÃO 5
A HISTÓRIA DO GRANDE DILÚVIO
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Quando Deus criou o mundo, ele estabeleceu uma lei, essa lei é
chamada de Karma. Karma significa simplesmente “ação”. Significa
simplesmente que quando colocamos algo em movimento, seja por
pensamento, palavra ou algo que fazemos, é uma ação. Então, quando
fizermos o que é bom, o bem nos será devolvido. Se fizermos algo ruim, isso
voltará para nós. Nós, como seres humanos, como seres espirituais, temos
uma longa história atrás de nós que remonta muito mais longe do que a vida
que vivemos atualmente. Já vivemos muitas vidas e viveremos muitas mais
antes de nos formarmos nesta escola da vida e entrarmos na presença gloriosa
de Deus.
Nós, no passado e no presente, às vezes fazemos o que é bom e às
vezes fazemos o que é mau. Por todas as nossas ações, sejam elas quais
forem, receberemos recompensa ou correção por nossas ações. Isto é verdade
para os pensamentos que pensamos, as palavras que falamos e as ações em
que nos envolvemos.
Ao lermos as histórias do Antigo Testamento, deparamo-nos, uma e
outra vez, com o karma a ser aplicado na vida do povo da Bíblia. As pessoas
que escreveram os livros do Antigo Testamento pensavam que Deus
recompensava ou castigava as pessoas. Deus nunca castiga ninguém, mas
ama e cuida sempre de todos os seus filhos. Não faz diferença a que nação
pertencemos, a cor da nossa pele, ou a que religião pertencemos. Somos
todos filhos de Deus, amados e cuidados por Deus.
As pessoas que escreveram os livros do Antigo Testamento,
confundiram ou não compreenderam a Lei do Karma, e acreditavam que Deus
enviava castigos quando as pessoas não faziam o que era correto. Não foi
Deus, mas a Lei que Deus pôs em prática que traz coisas boas para as nossas
vidas, ou coisas que não são boas. Nós, e só nós, somos responsáveis por
aquilo que fazemos, e a Lei do Karma traz-nos de volta aquilo que colocamos
em ação.
A história do grande dilúvio é uma história
que nos ensina sobre a Lei do Karma. A história
nos conta que há muito, muito tempo atrás as
pessoas do mundo não tratavam umas às outras
com bondade. As pessoas estavam sempre tendo
pensamentos ruins, falando palavrões e praticando
ações muito ruins. A situação tornou-se tão grave
que a balança da justiça foi inclinada e a Lei do
Karma enviou às pessoas do mundo as
consequências de todos os seus maus
pensamentos, palavras e ações.
Mas havia um homem bom, um homem
justo, que amava a Deus e sempre fazia o que era certo. Como ele não se
envolveu com o mal que o rodeava, ele não poderia e não iria enfrentar o
terrível acontecimento que iria acontecer ao mundo. Disseram-lhe que uma
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grande inundação estava chegando para destruir o mal no mundo, e que ele
deveria construir um grande barco, uma Arca, que salvaria a ele e sua família,
bem como dois de cada animal que vivia na terra.
Noé e seus filhos passaram muitos e muitos anos construindo a Arca, e
todas as pessoas riram dele e disseram que ele estava louco, porque não havia
água perto de onde a Arca estava sendo construída. Noé e sua família
tentaram alertar as pessoas da terra sobre o que iria acontecer, mas eles não
acreditaram em Noé e apenas zombaram dele.
Finalmente, quando a Arca foi concluída, dois de cada animal que vivia
na terra vieram e entraram na arca com Noé e sua família. Eles fecharam a
porta da arca e esperaram. Então os céus se abriram e a chuva começou a
cair, e a água também jorrou de dentro da terra. Choveu quarenta dias e
quarenta noites, até que a terra ficou completamente inundada e tudo que
havia na terra morreu. A água sempre é um símbolo de purificação, e a terra foi
purificada de todo o seu mal por meio da água.
Apenas Noé, sua família e os muitos animais sob seus cuidados
permaneceram vivos. Eles flutuaram acima da água na Arca durante os
quarenta dias de chuva. Pareceu muito tempo. Noé e sua família continuaram a
confiar em Deus, com esperança de que o dilúvio acabaria logo. Então os
ventos acalmaram as águas. A inundação diminuiu. A arca pousou em terra.
Noé abriu uma janela e olhou para a terra. Ele enviou uma pomba para
garantir que o dilúvio acabasse completamente. A pomba voltou segurando um
galho de oliveira. Noé sabia que o mundo estava em paz novamente e que
todo o mal havia sido eliminado da face da terra.
A Terra e todas as pessoas na Terra nunca mais seriam inundadas por
uma inundação global, e Deus, conta-nos a história, colocou um arco-íris no
céu como sinal de paz. Sim, ao longo da história do mundo houve guerras e
pragas que visitaram a terra, tudo como resultado do mau Karma da
humanidade, mas nunca toda a vida foi tirada como na história de Noé e da
Arca.
A lição que esta história nos ensina é que os justos e bons não
enfrentarão correção ou punição pelo mal que outros possam estar cometendo.
Karma, a Lei do Karma, só pode trazer até nós o que colocamos em
movimento, seja nesta vida ou em uma vida passada que vivemos na Terra.
Embora a história de Noé e do dilúvio nunca tenha realmente
acontecido, são as lições que a história tenta nos ensinar que são importantes.
Somos nós que trazemos para nós o bem ou o mal, por meio daquilo
que colocamos em movimento através de nossos pensamentos, palavras e
ações.
Deus estabeleceu uma Lei chamada Karma, e a Lei nos trará aquilo que
colocamos em ação.
A água é um símbolo de pureza. Foram as águas do dilúvio que
purificaram a terra.
O arco-íris é um símbolo de paz. Sempre que vemos um arco-íris
devemos pensar em paz.
As guerras e calamidades que
enchem os nossos livros de história
e afetam tantas pessoas são o
resultado direto da necessidade de
resolver o mau Karma.
LIÇÃO 6
A HISTÓRIA
DA TORRE
DE BABEL
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falassem como eles, pensassem como eles e agissem como eles. Eles não
queriam mais ter nada a ver com pessoas diferentes deles.
Estar cheio de orgulho pode ser bom e pode ser ruim. É bom quando
trabalhamos duro e realizamos algo de bom. Não há problema em sentir
satisfação por um trabalho bem executado e ter orgulho do trabalho que
fizemos. É bom ter orgulho de nossos pais e do que eles fazem por nós. Não
há problema em nos orgulharmos de nós mesmos quando ajudamos outras
pessoas, vivemos boas vidas e fazemos o nosso melhor para obter boas notas
na escola. Todas essas coisas, e muito mais, são um bom orgulho. O bom
orgulho nos dá uma autoestima positiva.
Orgulho ruim é quando pensamos muito bem de nós mesmos, pensando
menos nos outros e pensamos que nossas habilidades e opiniões são
melhores que as dos outros. Orgulho ruim é pensar e agir que somos melhores
que os outros. Orgulho ruim é ser egocêntrico e sempre pensar em si mesmo.
Existe o orgulho bom e o orgulho ruim. Devemos cultivar o que é bom e
descartar o que é mau. As pessoas que estavam construindo a torre estavam
cheias de orgulho. Eles se consideravam muito bem e pensavam que não
precisavam de Deus para dirigi-los e guiá-los. Eles pensaram que poderiam
fazer o que quisessem, sem a ajuda ou assistência de Deus.
Quando você reúne muitas pessoas cheias de orgulho, muitas vezes há
confusão, mal-entendido e ciúme. Eles não querem ouvir o que os outros estão
dizendo porque pensam que o seu caminho é o único caminho certo. É como
se estivessem falando em línguas diferentes, sem entender o que o outro está
dizendo, porque não conseguem parar de falar por tempo suficiente para
realmente ouvir.
A história da Torre de Babel é um lembrete de que somos responsáveis
por ouvir e compreender o que as outras pessoas estão dizendo. Se nos
recusarmos a ouvir, pensando que eles estão falando uma língua diferente,
seremos responsáveis pelos mal-entendidos que acontecerão por causa disso.
Esta história nos ensina que devemos ter cuidado com a maneira como
usamos nossos dons e nossos talentos, para não compará-los com os outros,
pensando que somos melhores que os outros.
Se estivermos cheios de orgulho, só haverá confusão e falta de
compreensão entre nós e as outras pessoas. O mau orgulho afastará as
pessoas de nós, como as pessoas que construíram a torre afastaram as
pessoas de si mesmas porque não conseguiam mais se entender. Era como se
estivessem falando línguas diferentes.
Todos nós precisamos da ajuda dos nossos pais e dos nossos amigos
para nos ajudarem e assistirem.
Devemos pedir a Deus Sua orientação e estar sempre abertos à Sua
orientação.
Existe o orgulho bom e o orgulho ruim.
O bom orgulho aumentará nossa autoestima. Ao trabalhar em uma
tarefa, seja ela qual for, devemos ser gratos por termos o dom, ou a
capacidade, de realizá-la bem e terminar o que começamos.
Orgulho ruim é quando pensamos que somos mais importantes que os
outros, ou que nosso dom e talento são melhores que os outros, ou quando
desprezamos os outros pensando que somos melhores do que eles.
O mau orgulho levará à confusão, como se estivéssemos falando outra
língua, porque quando estamos cheios de mau orgulho não ouvimos realmente
o que as outras pessoas estão dizendo.
O mau orgulho afastará outras pessoas de nós. O bom orgulho atrai as
pessoas para nós.
LIÇÃO 7
A HISTÓRIA DE ABRÃO QUE MAIS TARDE
SE CHAMARIA ABRAÃO
Depois que as pessoas começaram a
falar línguas diferentes, elas não
conseguiam falar ou entender umas às
outras, então começaram, como grupos,
a se mudar para diferentes partes da
terra. Eles se dispersaram porque só
queriam estar com pessoas que fossem
como eles e que falassem a sua língua.
À medida que isso acontecia, as
pessoas começaram a esquecer-se de
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Deus, ou pelo menos do verdadeiro Deus que havia feito o céu e a terra, e
pararam de pensar Nele e de adorá-Lo.
Seu pensamento ficou confuso, assim como suas línguas ficaram
confusas, e muitas de suas mentes ficaram obscurecidas, assim como seu
entendimento, e eles começaram a adorar outros deuses, ou pelo menos o que
eles pensavam ser um deus. Em vez de adorarem o Deus verdadeiro, em sua
ignorância e mentes obscurecidas, eles pegaram madeira e pedra e fizeram
ídolos para si mesmos, e começaram a adorá-los como deuses.
Deus viu o que estava acontecendo e decidiu que precisava fazer algo
para corrigir a situação. Ele sabia que as pessoas estavam confusas, mas
também sabia que mesmo que tentasse falar com todos esses grupos
diferentes, eles provavelmente não ouviriam porque eram tolos e queriam
acreditar no que desejassem acreditar.
Houve um homem chamado Abrão, a quem Deus escolheu para guiar e
dirigir, e através de Abrão todo o mundo seria abençoado. Abrão tinha 75 anos
quando Deus veio a ele em uma visão e disse a Abrão: “Deixe seu país e seu
povo para trás e vá para a terra para onde eu o guiarei. Se você fizer isso, farei
com que você se torne o Pai de uma grande nação; Eu o abençoarei e tornarei
seu nome famoso, e você será uma bênção para muitos outros”.
Deve ter sido muito difícil para Abrão dizer sim a Deus. Teria que deixar
para trás o seu povo e o seu país e viajar, não sabia para onde, a convite de
Deus. Abrão deve ter pensado muito, mas no final disse sim a Deus. Ele deixou
para trás tudo o que conhecia, sua família, seu povo e seu país para seguir a
direção que Deus queria que ele seguisse.
Abrão deixou sua família e seu país, com sua esposa Sarai e seu
sobrinho Ló. Eles viajaram muitos e muitos quilômetros, demorando muito,
muito tempo, até encontrarem a terra que Deus queria que chamassem de lar.
Eles, em sua jornada, por diversos países, tiveram experiências aventureiras,
algumas boas e outras nem tanto. Houve obstáculos que tiveram de superar,
diferentes grupos de pessoas com quem tiveram de lidar, mas finalmente
conseguiram chegar à terra onde Deus queria que estivessem.
Quando Abrão atingiu a idade de 99 anos, Deus apareceu novamente
para ele em uma visão e disse: “Prepararei um trato entre nós e garantirei que
você será uma nação poderosa. Na verdade, você será o Pai não apenas de
uma nação, mas de muitas nações. Além do mais, estou mudando seu nome.
Não é mais Abrão (que significa Pai Exaltado), mas Abraão (que significa Pai
das Nações), pois é isso que você será. Este será o nosso acordo onde eu
serei o seu Deus e o Deus daqueles que vierem depois de você. Darei a você
toda esta terra para sempre e serei seu Deus, e você e aqueles que o seguirem
serão meu povo especial. Quanto a Sarai, sua esposa, o nome dela será Sarah
(que significa Princesa).
Deus pediu a Abrão, agora Abraão, que fizesse uma obra especial para
Ele. Ele foi chamado para ser um líder que adorasse e fosse fiel a Deus.
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Através de Abraão, Deus traria luz às pessoas que andavam nas trevas e se
esqueceram do Deus verdadeiro. Por terem se esquecido de Deus, começaram
a adorar falsos deuses, que eram ídolos. Ao dizer “sim” a Deus, Abraão seria
uma bênção para todo o mundo.
Às vezes você pode ser solicitado, ou inspirado por Deus, a fazer algo
fora do comum. Deus pode pedir-lhe que seja um modelo positivo para as
outras crianças, que escolha sempre o que é certo, mesmo que as outras
crianças estejam a agir mal. Deus pode pedir que você defenda o que é
verdadeiro e bom, quando outros estão fazendo algo que é falso ou ruim. Deus
pode pedir que você corrija seus amigos quando eles usarem palavrões ou
quando mostrarem desrespeito pelos mais velhos. Sim, muitas vezes em sua
vida Deus pode pedir que você faça algo especial, como Ele pediu a Abraão há
muitos, muitos anos. Devemos estar sempre ouvindo a voz interior de Deus e,
quando ouvirmos, tenhamos coragem, como Abraão, e digamos sim a Deus.
LIÇÃO 8
A HISTÓRIA DE JOSÉ
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Deus está sempre conosco. Ele está conosco, como estava com José,
onde quer que vamos, e não importa o que façamos. Podemos enfrentar as
consequências das nossas ações, mas Deus estará conosco nos bons e nos
maus momentos. Deus pode sempre pegar numa situação má e usá-la para
algo bom, mesmo que não compreendamos o que é esse bem. Foi o que
aconteceu com José.
Quando os homens da caravana chegaram ao Egito, venderam José a
um homem chamado Potifar. Ele era uma pessoa muito importante, um oficial
do Faraó, o rei do Egito. José trabalhava nos campos de Potifar e, por ser tão
trabalhador, os campos de Potifar produziam melhor, com colheitas maiores,
fazendo muito dinheiro para Potifar. Este ficou tão impressionado com José
que decidiu pô-lo à frente de todos os seus bens. Por causa disso, a vida de
José melhorou.
Até que um dia a mulher de Potifar acusou José de algo que ele não
tinha feito. Potifar acreditou na sua mulher e não em José, ficou muito zangado
e colocou José na prisão. Já estava na prisão há 2 anos quando o Faraó teve
dois sonhos maus e ficou preocupado com o significado dos sonhos. Perguntou
aos seus conselheiros, mas ninguém conseguiu dizer ao Faraó o significado
dos sonhos.
O Faraó ouviu dizer que um prisioneiro, chamado José, era muito correto
a explicar o significado dos sonhos. Chamou José da prisão e contou-lhe os
seus sonhos. José ouviu atentamente o Faraó e explicou-lhe o significado dos
sonhos. Ele disse ao Faraó que haveria 7 anos de colheitas abundantes e
depois 7 anos de fome. O Faraó ordenou que todos recolhessem muitos
cereais durante os 7 anos de abundância, para que houvesse comida para
todos durante os 7 anos de fome.
Tudo aconteceu tal como José tinha dito, e o Faraó tinha dado a José a
tarefa, uma tarefa muito importante, de se certificar de que todas as colheitas
abundantes eram guardadas durante os 7 anos bons, para que houvesse
comida suficiente durante os 7 anos maus. O Faraó colocou o seu próprio anel
no dedo de José como sinal da sua autoridade, vestiu-o com roupas bonitas e
colocou-lhe uma corrente real de ouro ao pescoço e declarou a toda a gente:
“Coloquei José no comando de toda a terra do Egito”. Por esta ação do Faraó,
José tornou-se famoso em todo o país.
José tinha posto as coisas em movimento com os seus irmãos, ao
pensar demais em si próprio, ao ser presunçoso e ao pensar que era melhor do
que eles. As suas ações resultaram num mau karma. Mas ele inverteu o mau
com o bom. Não sentiu pena de si próprio e não desistiu. Pelas suas ações
positivas, sendo um trabalhador árduo, honesto e confiando em Deus para o
inspirar e guiar, foi recompensado por este bom Karma e ascendeu a uma
posição de respeito e autoridade na terra onde tinha sido vendido como
escravo.
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A fome tinha levado a que não houvesse comida suficiente na terra onde
viviam o seu pai e os seus irmãos. Por isso, os seus irmãos tiveram de ir ao
Egito para comprar comida, pois tinham muita fome. Tiveram de se apresentar
perante José para poderem comprar a comida de que precisavam. José
reconheceu os seus irmãos, mas os seus irmãos não reconheceram José. José
não disse aos seus irmãos quem ele era. Os irmãos compraram comida e
voltaram para junto do pai, mas passado algum tempo, a comida acabou e
tiveram de voltar ao Egito para se apresentarem de novo a José.
Na viagem de regresso ao Egito, apresentaram-se mais uma vez a José
e pediram para comprar comida. Ao falar com seus irmãos, José finalmente
disse a eles quem ele era: "Eu sou José!" Os seus irmãos ficaram atônitos e
não conseguiram dizer uma palavra. José repetiu: "Eu sou José, o teu irmão,
que vendeste para o Egito!" Ele disse aos seus irmãos que eles queriam fazer-
lhe mal, mas Deus usou a situação e transformou-a em algo bom. Quando
confiamos na bondade e no amor de Deus, Ele pode ajudar-nos a transformar
uma situação má numa situação boa.
José disse a seus irmãos: “Eu, com a ajuda de Deus, me tornei um
agente do Faraó e posso ajudar a salvar vocês e suas famílias da fome”. José
perdoou seus irmãos pelo que lhe fizeram e todos choraram e se abraçaram.
Como a fome ainda duraria vários anos, José instruiu seus irmãos a retornarem
para seu pai e suas famílias, empacotarem todos os seus pertences e
retornarem ao Egito com as palavras: “Eu cuidarei de todos vocês”.
Quando Faraó soube que os irmãos de José tinham vindo, Faraó ficou
muito feliz em saber disso. Ele disse a José: “Diga a seus irmãos que voltem
rapidamente para suas casas em Canaã e tragam seu pai e toda a sua família
para a terra do Egito e eu lhes darei a melhor terra aqui no Egito”. Então, por
causa da fome, a terra onde Deus havia ordenado que Abraão vivesse, a terra
de Canaã foi deixada para trás, e todos os descendentes de Abraão vieram
morar no Egito, para que tivessem bastante comida para comer, e vivem sob a
proteção do Faraó, rei do Egito.
José colocou o Karma negativo em ação com seus irmãos quando ele se
considerava muito bem e era muito vaidoso, mas esse não foi o fim da história.
Ele mudou tudo ao colocar coisas positivas em movimento, através do trabalho
duro, da honestidade e da confiança em Deus, o que trouxe a recompensa do
Karma positivo.
LIÇÃO 9
O EXÔDO
O segundo livro do Antigo
Testamento é Êxodo. A palavra
êxodo significa “uma saída de um
grande grupo de pessoas”, e é
exatamente disso que trata o Livro
do Êxodo. É uma história sobre
pessoas que eram escravas,
conquistando a liberdade após
muitos anos de escravidão. Às
vezes é difícil, mesmo com a crença
na Lei do Karma, compreender
completamente o que foi posto em ação e que traz sofrimento e dificuldades,
não apenas para nós mesmos, mas também para outras pessoas. Nossas
mentes não são grandes o suficiente para compreender todas as coisas. Há
um versículo no Novo Testamento que fala sobre isso: “Da mesma forma,
podemos ver e compreender um pouco dos caminhos de Deus agora, como se
estivéssemos olhando para o Seu reflexo num pobre espelho; mas algum dia
veremos Seus caminhos completos, face a face. Agora tudo o que sei está
nebuloso e confuso, mas então verei tudo claramente, tão claramente como
Deus vê dentro do meu coração agora mesmo”. (1 Coríntios 13:12)
Após a morte de José, um novo Faraó, que não conhecia José e o que
José havia feito pelo Egito, tornou-se o novo rei do Egito. Ele estava muito
preocupado com os descendentes de Abraão que agora viviam na terra do
Egito. Ele não gostava deles e pensava que poderiam ser uma ameaça ao seu
reino. Ele começou a tratá-los muito mal e, com o tempo, tornou todos eles
escravos dele e de seu reino. O povo foi muito maltratado e esperava que
alguém viesse libertá-lo da escravidão. Um Faraó foi seguido por outro, durante
um período de 430 anos, durante o qual os israelitas foram mantidos em
escravidão. Os israelitas esperavam e oravam para que Deus os livrasse das
mãos daqueles que os mantinham como escravos.
As suas esperanças e os seus sonhos tornaram-se realidade quando
Deus chamou um homem chamado Moisés, para defender o seu povo e ir
perante o Faraó e exigir que o povo fosse libertado. Moisés foi diante do Faraó
repetidas vezes, mas cada vez que Moisés exigia que seu povo fosse libertado,
o Faraó tornava as coisas mais difíceis para o povo de Israel. Ele disse a
Moisés: “Não conheço o seu Deus e não acredito no seu Deus. Quem é esse
Deus para exigir que eu liberte meus escravos?” Ele zombou de Moisés e
zombou de Deus.
Finalmente, depois de 430 anos de tratamento duro e sem qualquer
piedade, a balança da justiça desequilibrou-se e o Faraó e os egípcios
começaram a sofrer pelo que tinham feito ao povo de Israel. As pragas
começaram a aparecer no Egito. O rio Nilo ficou vermelho. Moscas, sapos e
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piolhos chegaram ao povo do Egito, mas o Faraó não deixou o povo ir. Os
ventos e o granizo destruíram as colheitas, o gado começou a morrer, mas o
Faraó não cedeu.
Finalmente, a praga mais terrível chegou ao Egito, que foi a morte dos
primogênitos no Egito. Faraó, que perdeu seu próprio filho, disse a Moisés para
levar seu povo e deixar sua terra. As pessoas fizeram as malas rapidamente e
começaram a viagem para sair da escravidão e da servidão para viajar para a
Terra Prometida.
Depois que os israelitas partiram, o Faraó mudou de ideia e decidiu
enviar seu exército atrás dos escravos e trazê-los mais uma vez à escravidão.
Mas o exército não teve sucesso. Eles perderam a vida ao se afogarem no Mar
Vermelho.
Depois de saírem do Egito, os israelitas estavam sempre reclamando e
nunca ficavam felizes. Eles reclamavam de Moisés o tempo todo. Eles
reclamaram de não ter comida e água suficientes, embora lhes fosse dada
comida e água. A certa altura, eles viraram as costas para Deus e começaram
a adorar um ídolo. Eles estavam sempre procurando por algo mais fácil e
melhor. Eles nunca foram felizes e nunca ficaram satisfeitos.
Como resultado, tiveram que viajar 40 anos no deserto, antes de serem
autorizados a entrar na Terra Prometida. Moisés os liderou todos esses anos.
Deve ter sido muito difícil para ele. Independentemente do que ele fez por eles,
nunca foi suficiente. Mas finalmente chegaram ao fim da jornada e entraram na
Terra Prometida.
Quando olhamos para as nossas vidas, somos escravos como foram os
filhos de Israel? Somos escravos do mau humor? Somos escravos de
pensamentos ruins ou escravos de usar palavrões? Somos escravos de maus
hábitos? Somos escravos de uma má atitude ou escravos de não mostrar
respeito pelos mais velhos? Somos escravos de más ações que podem
prejudicar outras pessoas? Você consegue pensar em alguma coisa da qual
possa ser escravo?
Podemos ser escravos de mais de uma maneira. Deus não quer que
sejamos escravos, mas livres. Ele quer que experimentemos e aproveitemos a
vida como Ele a encontrou para ser vivida, e não escravos do que é ruim.
Quando permitimos que as coisas, ou pensamentos ou ações ruins assumam o
controle de nossas vidas, nos tornamos escravos deles. Nossas vidas
deveriam ser cheias de alegria e liberdade, como filhos de Deus, e não como
escravos de objetos e coisas.
Deus, através do Seu amor e graça, pode libertar-nos de qualquer coisa
que possa nos manter em escravidão. Precisamos apenas nos abrir para Ele,
seguir Sua direção, aceitar Seu amor e Sua graça, e seremos libertos. Livres
para viver como Deus quer que vivamos, com amor a Deus e com amor uns
pelos outros.
32
LIÇÃO 10
A HISTÓRIA DE JOSUÉ
Em todas as lições que foram
estudadas, lembre-se de que as histórias
não são sobre pessoas ou acontecimentos
reais. Eles tratam de eventos espirituais
pelos quais todos nós passamos e
passaremos, enquanto caminhamos para
nossa Terra Prometida, o Reino dos Céus
ou o Reino de Deus.
Houve tempos no passado e tempos
no presente, e haverá momentos no futuro
em que seremos como Adão e Eva e não
ouviremos a voz de Deus e seguiremos
Sua direção, mas ouviremos a voz de um
tentador que nos mentirá. O mesmo se
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Quando lemos em Josué que até as crianças devem ser eliminadas, isso
significa que não podemos manter um pouco de raiva, ou um pouco de ciúme,
ou um pouco de egoísmo, ou um pouco de ódio. Eles têm que ser todos
removidos e não pode sobrar nem um pouco. O egoísmo não pode conviver
com a generosidade. A luz não pode conviver com as trevas. O amor não pode
conviver com o ódio. A verdade não pode viver com mentiras. A raiva não pode
conviver com a amizade, e a lista poderia continuar indefinidamente.
O Livro de Josué não trata de batalhas físicas reais, mas de batalhas
espirituais reais. Batalhas espirituais que temos que travar, estamos travando e
travaremos até nos tornarmos um com Deus, através do nosso Cristo interior,
nossa Centelha ou Chama do Fogo Divino que vive dentro de nós. Quando a
nossa natureza inferior, a nossa natureza humana, viver em paz com a nossa
natureza superior, a nossa natureza divina, as batalhas espirituais chegarão ao
fim e não só teremos entrado na nossa Terra Prometida, mas teremos
assumido o controle da nossa Terra prometida. Até que esse dia chegue,
teremos que ser como Josué, travar guerras do bem contra o mal, da luz contra
as trevas e do amor contra o ódio. As batalhas que conhecemos e acreditamos,
um dia chegarão ao fim e alcançaremos a paz conosco mesmos, com as outras
pessoas, com o nosso mundo, e teremos paz em Deus.
LIÇÃO 11
A HISTÓRIA DE RUTE
O Livro de Rute é uma
história muito bonita. Conta-nos
uma história de amor e fidelidade.
37
Na época em que esta história foi escrita, havia uma regra segundo a qual os
homens judeus não deveriam se casar com mulheres de uma nação diferente
ou de uma religião diferente. A regra não era boa, e a pessoa que escreveu o
Livro de Rute estava tentando mudar esse pensamento.
A história começa contando-nos que houve fome na terra de Israel. As
colheitas não cresceram e as pessoas estavam com fome. Havia um homem
chamado Elimeleque, que morava em Belém com sua esposa Noemi e seus
dois filhos, Malom e Quiliom. Precisando encontrar comida, mudaram-se para
uma terra chamada Moabe.
Viviam em Moabe, e os dois filhos apaixonaram-se por mulheres de
Moabe e casaram-se. Os nomes das suas mulheres eram Orfa e Rute.
Quebraram a regra, mas amavam muito as suas mulheres, e tudo correu bem
durante algum tempo. Mas depois Elimeleque morreu, e os seus dois filhos
também. Assim, Noemi, Orfa e Rute ficaram sem ninguém para cuidar delas e
para as sustentar. Naquele tempo, as mulheres não podiam arranjar emprego,
ganhar dinheiro e cuidar de si próprias.
Noemi, já idosa, decidiu que queria regressar a Israel, pois tinha ouvido
dizer que a fome tinha acabado e que o povo de Israel tinha agora comida
suficiente para comer. Pensou em regressar para junto da sua família, que a
poderia ajudar na sua velhice.
Noemi gostava muito das suas noras, mas sabia que elas não
conseguiriam encontrar maridos na terra de Israel, porque eram de outra nação
e de outra religião. Ela disse a Orfa e Rute que deviam voltar para as suas
famílias em Moab. Orfa e Rute amavam Noemi e não queriam deixá-la, mas
Noemi disse que seria melhor assim e que tudo daria certo para elas.
Orfa abraçou Noemi, disse-lhe que a amava e voltou para a sua família.
Rute não queria fazer isso. Ela amava demasiado Noemi e não a queria deixar.
A viagem de regresso a Israel demoraria muito tempo, e Noemi já era velha e
Rute tinha medo de não conseguir chegar a Israel sozinha. Rute disse a
Noemi: "Não me obrigues a deixar-te, pois quero ir para onde tu fores e viver
onde tu viveres; o teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus.
Quero morrer onde tu morreres, e ser enterrada lá".
Noemi concordou, e ela e Rute regressaram a Israel. No início, Rute
deve ter-se sentido muito desconfortável. Ela era uma estranha, e as pessoas
devem ter falado nas suas costas. Provavelmente apontavam-lhe o dedo
quando ela passava por elas, perguntando-se porque é que esta estranha tinha
vindo para o seu país. Ela não era apenas uma estrangeira, mas era de
Moabe, e as pessoas não gostavam dos moabitas. Rute, por vezes, deve ter-se
sentido muito sozinha e deve ter-se perguntado se os seus vizinhos alguma
vez a aceitariam.
Rute trabalhava muito para que ela e Noemi tivessem o suficiente para
comer. Rute ia para o campo todos os dias para apanhar a cevada que os
trabalhadores deixavam nos campos. Era um trabalho muito duro. Ela
38
Devemos sempre procurar o que há de bom nos outros, mesmo quando são
diferentes de nós. Rute era uma boa pessoa que amava e cuidava de Noemi
quando esta não tinha mais ninguém para cuidar dela, especialmente na sua
velhice. O que é importante é a bondade e o amor, não o país de onde uma
pessoa vem, ou a língua que fala, ou a religião a que pertence. Deus quer que
amemos e respeitemos todas as pessoas, independentemente da sua origem,
do fato de serem diferentes de nós ou da religião que seguem. Todos nós
somos filhos de Deus. Por isso, de certa forma, somos todos irmãos e irmãs
uns dos outros, e Deus ama todos os Seus filhos com um grande, grande
amor.
Naomi e Rute
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LIÇÃO 12
A HISTÓRIA DE DAVI E GOLIAS
Era uma vez um pastor chamado Davi,
que tomava conta das ovelhas que
pertenciam ao seu pai, Jessé. Um dia, o
seu pai disse a Davi que levasse alguns
cereais torrados e alguns pães aos seus
irmãos que estavam no exército israelita.
Quando Davi encontrou os seus irmãos,
todo o exército estava num estado de
confusão. O exército israelita estava a
enfrentar o exército filisteu, cada um à
espera de ir para a batalha e lutar entre si.
Os filisteus tinham um gigante, e esse
gigante assustava os homens de Israel.
Ele era tão grande e tão forte que eles
pensaram que não poderiam lutar contra
ele e vencer.
O nome do gigante era Golias. Gritou com o exército israelita e disse
que, em vez de lutarem contra o exército filisteu, deviam escolher um dos seus
homens, e Golias lutaria com esse homem, e quem ganhasse a luta seria o
exército vencedor.
Ninguém no exército israelita queria lutar contra o gigante. Tinham
demasiado medo, pensando que não podiam ganhar. Finalmente, Davi, um
simples rapaz, apresentou-se e disse que lutaria contra o gigante. Todos
pensaram que ele era louco, mas Davi disse que o faria.
Primeiro colocaram-lhe uma grande quantidade de armadura, pensando
que a armadura lhe daria alguma proteção. Mas Davi disse: "Eu mal consigo
me mexer, tirem essas coisas de mim". Em vez disso, ele pegou cinco pedras
lisas e as colocou em sua bolsa de pastor, e levou consigo um cajado de
pastor, que era como uma bengala. Quando se aproximava de Golias, levava
apenas uma fisga. Quando Golias viu Davi, gritou: "Sou algum cão para vires
comigo com um pau?
Quando Golias se aproximou de Davi, este atirou o seu cajado ao chão.
Meteu a mão no seu saco de pastor, tirou uma pedra, atirou-a com a fisga e
atingiu Golias no meio da testa. A pedra afundou-se na sua cabeça e Golias
caiu de bruços no chão e morreu. A batalha dos exércitos terminou, antes
mesmo de começar. Davi, um rapaz, tinha matado o guerreiro mais temido, um
gigante, que todos os homens do exército israelita temiam terrivelmente, e
ninguém queria lutar contra ele.
42
Davi não tinha medo. Acreditava que Deus estava com ele e, com a
ajuda e a assistência de Deus, sabia que venceria a luta contra o gigante
Golias.
Davi deu graças a Deus por lhe ter dado a coragem de enfrentar o
gigante e de ganhar a vitória.
COISAS A RECORDAR
Deus está sempre conosco, para nos ajudar e para nos assistir.
Mesmo os jovens podem fazer grandes coisas.
Davi tinha apenas uma fisga e algumas pedras, mas com elas conseguiu
derrotar um gigante e derrubá-lo.
Por vezes, na vida, temos de enfrentar um problema, que nos parecerá
um gigante, mas devemos enfrentá-lo com coragem e não com medo.
Quando surgirem problemas ou dificuldades no nosso caminho, lembra-
te do ditado: "Sê corajoso e forte! Afasta o medo e a dúvida!
Lembra-te que Deus está contigo onde quer que vás".
Dê sempre graças a Deus, quando Ele nos dá coragem para enfrentar
qualquer problema que nos surja na vida.
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LIÇÃO 13
A HISTÓRIA DE JONAS
(UMA HISTÓRIA DE UM GRANDE PEIXE)
A história de Jonas, tal
como a história de Rute, foi
escrita com o objetivo de ensinar
que Deus é o Deus de todos os
povos, e não apenas de um
povo, de uma nação ou de uma
religião. Nesta altura, pensava-
se que Deus só estava
interessado na nação judaica,
que eram os únicos escolhidos e
amados por Deus. Pensava-se
que Deus não amava nem se
preocupava com os outros povos de outras nações. Algumas pessoas, ainda
hoje, pensam que são, de alguma forma, os escolhidos de Deus, que a sua
religião é a única verdadeira e que todos os outros estão errados. Isso não é
verdade. Isso não é correto. Quando as pessoas pensam assim, estão erradas.
A história de Jonas começa com Deus a chamar Jonas para fazer um
trabalho especial. Havia uma cidade, chamada Nínive, onde aqueles que
viviam lá estavam a pensar coisas más, falavam palavras más e agiam mal.
Deus queria que o povo de Nínive mudasse sua maneira de pensar, de falar e
as suas ações. Ele queria que eles "se arrependessem". A palavra arrepender-
se significa dar a volta por cima. Deus queria que o povo de Nínive se voltasse
e começasse a ter bons pensamentos, falar boas palavras e realizar boas
ações.
Jonas não estava contente com o fato de Deus lhe ter pedido para fazer
isto. Pensou que o povo de Nínive não era o seu povo, não era da sua nação e
não era da sua religião. Jonas entrou num barco e começou a ir na direção
oposta à que Deus queria que ele fosse. Enquanto estava no barco, levantou-
se uma grande tempestade e todos os que estavam no barco pensaram que
iam afogar, porque os ventos e as ondas eram tão grandes que pensaram que
o barco ia virar.
Acharam que a culpa era toda de Jonas e atiraram-no borda fora. Mas
Jonas não se afogou, porque um grande peixe veio à volta e engoliu-o. Jonas
estava dentro do peixe e tinha muito medo. Ele rezou para que Deus o
perdoasse por não ter seguido as Suas instruções. Ele orou para que Deus o
salvasse. Deus ouviu as orações de Jonas e ordenou que o peixe cuspisse
Jonas na praia, e o peixe o fez.
Jonas então foi para a cidade de Nínive e começou a pregar ao povo
que eles precisavam mudar, e levou três dias para alcançar todas as pessoas
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LIÇÃO 14
A HISTÓRIA DO FORNO ARDENTE
(SADRAQUE, MESAQUE E ABEDNEGO)
O
rei
adorar a estátua de ouro; quem se recusar a fazer isso será lançado numa
fornalha ardente”.
Sadraque, Mesaque e Abednego amavam a Deus e dedicaram suas
vidas a Ele. Eles não se curvariam e adorariam a estátua de ouro que o rei
havia feito. Por que eles iriam querer adorar algo que foi feito pelas mãos do
homem? A estátua de ouro não seria capaz de ouvir, ver ou se importar com
ninguém.
Quando a banda começou a tocar, todos se prostraram e adoraram a
estátua de ouro, como o rei havia ordenado, mas não Sadraque, Mesaque e
Abednego. Outros homens viram que os três não estavam fazendo o que o rei
havia ordenado e, com ciúmes porque os três meninos haviam recebido bons
empregos do rei, foram contar ao rei.
Sadraque, Mesaque e Abednego foram levados à presença do rei, e
Nabucodonosor lhes perguntou: “É verdade que vocês não se curvarão e
adorarão a imagem de ouro que eu fiz? Caso haja um erro, darei outra chance.
Quando a banda começar a tocar novamente, você deverá se curvar diante da
estátua dourada. Se não o fizer, farei com que seja lançado numa fornalha
ardente.”
Eles disseram ao rei: “Não cometemos nenhum erro! Se você nos jogar
numa fornalha ardente, oraremos e esperaremos que Deus nos ajude e nos
proteja. Se Ele não o fizer, queremos que você saiba que não serviremos a
nenhum deus falso, mas ao nosso Deus, e não adoraremos a estátua de ouro.
Isso deixou Nabucodonosor muito zangado. Ele ordenou que a fornalha
fosse aquecida muito, muito quente. Era para ficar mais quente do que
normalmente estava. Ele ordenou que alguns de seus soldados mais fortes
prendessem Sadraque, Mesaque e Abednego e os jogassem no fogo.
Enquanto os soldados faziam isso, alguns soldados foram queimados, porque
o fogo estava muito quente.
O rei não pôde acreditar no que viu em seguida e perguntou aos seus
soldados: “Não foram apenas três meninos jogados no fogo?” Eles disseram:
“Oh, sim, rei”. Nabucodonosor disse: “Veja! Vejo quatro pessoas andando no
meio do fogo e elas não estão feridas, e a quarta pessoa parece um anjo”.
O rei chegou o mais perto que pôde da fornalha, sem se machucar e
gritou. “Sadraque, Mesaque e Abednego, que seguem e adoram o Deus Todo-
Poderoso, venham aqui!” Assim, os três meninos saíram da fornalha sem
nenhuma queimadura. Suas roupas eram boas e não havia cheiro de fogo
nelas.
O rei então soube que os meninos adoravam um Deus verdadeiro, não
uma estátua falsa. Deus enviou um anjo para protegê-los. Pela sua ação, os
três rapazes mostraram que realmente acreditavam e confiavam em Deus. Eles
estavam dispostos a morrer antes de adorarem o que não era verdadeiro e
adorarem um deus falso, em vez do Deus verdadeiro.
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LIÇÃO 15
A HISTÓRIA DE ESTER
A história de Ester se passa há
muitos e muitos anos em um país
chamado Pérsia. A Pérsia era
governada por um rei e seu nome era
Xerxes, e às vezes chamado de
Assuero. Ele era um rei muito
poderoso. A rainha de Xerxes
chamava-se Vashti e era muito bonita.
Um dia Xerxes decidiu dar uma
grande festa e convidou todos os
homens da sua corte. Na festa, Xerxes disse à sua rainha, Vashti, para vir à
festa porque queria mostrar a todos como ela era linda, mas Vashti disse que
não queria.
O rei ficou muito zangado porque Vashti negou seu pedido, e ela foi
mandada embora do reino, e o rei disse a todos que encontraria uma nova
rainha para substituí-la.
Xerxes enviou um convite a todas as jovens de seu reino para que
viessem ao palácio para que ele pudesse conhecê-las. Ester era uma jovem
judia órfã. Ela foi criada por seu primo Mordecai, após a morte de seus pais.
Nessa época havia muitos judeus vivendo na Pérsia. Antes de ir ao palácio,
Mordecai fez-lhe prometer que não contaria a ninguém que fosse judeu. Havia
pessoas na Pérsia que não gostavam do povo judeu. O rei se apaixonou por
Ester e decidiu torná-la sua nova rainha.
Antes de isso acontecer, Mordicai ouviu dois guardas do palácio
conspirando para matar o rei. Mordicai enviou um aviso a Xerxes e salvou a
vida do rei. Em gratidão, o rei colocou o nome de Mordicai no Livro de Registro
Real, mas depois de um tempo o rei esqueceu tudo o que Mordicai havia feito e
como Mordicai salvou sua vida. Xerxes casou-se com Ester e foram muito
felizes.
Cinco anos depois, Xerxes nomeou um novo conselheiro, cujo nome era
Hamã. Quando foi nomeado, Hamã deu ordem para que todos se curvassem
diante dele. Mordecai recusou-se a fazer isso, porque ele apenas se curvaria
diante de Deus, e isso deixou Hamã muito irritado, e ele quis punir Mordecai e
todo o povo judeu.
Hamã enganou o rei para que aprovasse uma lei que condenaria à
morte Mordecai e todos os outros judeus da Pérsia, e foi marcada uma data em
que isso aconteceria. Quando Mordecai ouviu isto, pediu a Ester que dissesse
a Xerxes que ela era judia e que lhe pedisse que acabasse com a lei de Hamã.
Lembre-se, Xerxes e Hamã não sabiam que Ester era judia, porque ela
manteve isso em segredo.
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A lei que Xerxes tinha feito inicialmente não podia ser alterada, de
acordo com o costume, por isso Xerxes fez uma nova lei que protegia todo o
povo judeu que vivia no seu reino. O rei então colocou Mordecai no cargo que
Hamã tinha como conselheiro, e tornou-se o conselheiro mais importante do
rei.
LIÇÃO 16
A HISTÓRIA DE DANIEL NA COVA DOS LEÕES
Daniel recebeu um cargo muito importante
sob o rei Dario. Ele fez um trabalho tão bom que
o rei pensou que ele daria a Daniel um cargo
ainda mais importante, o que deixou outros
funcionários da corte com muita inveja. Eles
começaram a tentar encontrar alguma falha em
Daniel e reclamar dele com o rei. Eles não
conseguiram encontrar nada porque Daniel era
fiel e honesto. Então eles disseram: “E a religião
dele?”
Então, os invejosos oficiais do tribunal
foram até Dario e disseram: “Achamos que você
deveria fazer uma lei, segundo a qual, durante
trinta dias, qualquer pessoa que pedir um favor a
Deus ou aos homens, exceto você, seja lançada aos leões. Será uma lei que
não pode ser alterada e o rei concordou com o pedido.
Embora Daniel soubesse da nova lei ele foi para casa, e como sempre
fazia, ajoelhou-se em seu quarto, com as janelas abertas e apontou para
Jerusalém, e orou três vezes ao dia, dando graças a Deus, e pedindo a Deus
por Sua ajuda e por Seu favor.
Os invejosos funcionários do tribunal foram à casa de Daniel e o viram
orando. Eles correram de volta ao rei e disseram-lhe que Daniel havia violado a
lei e que deveria ser punido e jogado aos leões. O rei concordou que a sua
nova lei não poderia ser alterada. O rei ficou muito zangado consigo mesmo
por ter feito a lei e tentou pensar em alguma maneira de livrar Daniel de
problemas.
Os invejosos funcionários da corte disseram ao rei: “Não há nada que
você possa fazer para ajudar Daniel, porque você assinou a lei e ela não pode
ser mudada”. Então o rei deu ordem para que Daniel fosse preso e levado para
a cova dos leões. Antes de Daniel ser colocado na cova com os leões, o rei lhe
disse: “Que o seu Deus, a quem você adora continuamente, esteja com você”.
Daniel foi colocado na cova dos
leões e uma grande pedra foi
colocada sobre a entrada, e o rei
selou a entrada com um selo,
carimbado com seu próprio anel
para que ninguém pudesse
resgatar Daniel dos leões. No dia
seguinte, o rei voltou à cova e
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gritou: “Daniel, servo do Deus vivo, o seu Deus, a quem você adora, foi capaz
de salvá-lo dos leões?” Daniel gritou de volta, porque a grande pedra cobria a
entrada: “Sim, estou seguro. Deus enviou um anjo para fechar a boca dos
leões para que eles não me tocassem. Deus fez isso porque sou inocente e
não fiz nada de errado contra você como rei”.
O rei ficou cheio de alegria e tirou Daniel da cova dos leões. Nem
mesmo um arranhão dos leões foi encontrado em Daniel, porque Daniel
confiou e acreditou em Deus. Então o rei ordenou que os homens que
acusaram Daniel fossem jogados na cova dos leões, e os leões saltaram sobre
eles até que morressem.
Depois disso, o rei escreveu uma mensagem a todos em seu reino, que
dizia: “Eu faço o anúncio de que todos em meu reino ficarão maravilhados e
temerosos diante do Deus de Daniel. Pois o seu Deus é o Deus vivo e
imutável, cujo reino nunca será destruído e cujo poder nunca terá fim. Ele zela
por Seu povo e os protege do mal. Ele é o Deus do céu e da terra. Foi Ele
quem livrou Daniel dos leões!”
O rei ficou muito feliz por Daniel ter sido salvo, e Daniel continuou a
trabalhar para o rei, e estava feliz por viver sob o reinado do rei Dario.
LIÇÃO 17
A HISTÓRIA DE SODOMA E GOMORRA
Há muitos, muitos anos, nos tempos antigos,
havia duas cidades que estavam cheias de
maldade. As pessoas eram muito violentas e
não tratavam muito bem as outras pessoas,
especialmente as que eram diferentes delas.
Estavam sempre a lutar e a magoar-se umas
às outras. Estavam sempre a fazer coisas
más, a ter maus pensamentos e a dizer
palavras más. As pessoas destas cidades
eram orgulhosas e preguiçosas. Não cuidavam
das pessoas que passavam necessidades e
carências. Não olhavam para os velhos, nem para os pobres, nem para os
famintos. Eles só se preocupavam com eles mesmos, e não se importavam
com os outros.
Dois anjos vieram às cidades e assumiram a aparência de homens, para
ver se conseguiam encontrar alguém que amasse a Deus e vivesse uma vida
boa. Eles encontraram um homem chamado Ló, e Ló os convidou para irem à
sua casa, porque sabia que esses dois homens não estariam seguros na
cidade se estivessem sozinhos. O povo não gostava de estranhos. Quando o
povo descobriu que Ló havia convidado esses dois homens, que na verdade
eram anjos, para sua casa, ficaram muito zangados. Eles vieram e bateram na
porta de Ló e exigiram que Ló lhes entregasse os dois homens para que
pudessem espancá-los e machucá-los. Ló foi até a porta, abriu-a e pediu ao
povo que deixasse os dois homens em paz. Isso deixou as pessoas ainda mais
furiosas e elas tentaram entrar à força na casa.
Os dois anjos agarraram Ló e puxaram-no para dentro de casa, bateram
e trancaram a porta. As pessoas lá fora continuaram batendo na porta, mas de
repente ficaram cegas e não conseguiram ver onde estava a porta, e
começaram a tropeçar nas ruas.
Os anjos disseram a Ló que ele
deveria levar sua família e fugir para um
lugar seguro porque as cidades seriam
destruídas, por causa de todo o mal. Ló fez o
que os anjos lhe disseram. Ele pegou sua
família e tudo o que podiam levar consigo e
fugiu para um lugar seguro, longe das
cidades de Sodoma e Gomorra. Quando
estavam seguros, o fogo desceu do céu e as
duas cidades malignas foram destruídas, mas Ló e seus filhos estavam
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seguros, porque viveram vidas boas, amaram a Deus e ouviram o que os anjos
lhes disseram.
ANJOS ENVIADOS POR DEUS PARA NOS GUARDAR, PROTEGER E NOS GUIAR
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LIÇÃO 18
A HISTÓRIA DO ANTIGO TESTAMENTO
Lemos muitas histórias encontradas no Antigo Testamento.
Aprenderemos agora um pouco da história do Antigo Testamento após a morte
de Josué e depois que os israelitas entraram na Terra Prometida. A história do
Antigo Testamento abrange muitos anos ou muitos séculos. As histórias do
Antigo Testamento começam com a criação e quando a humanidade apareceu
pela primeira vez na Terra, e terminam ou concluem, quando Jesus nasceu.
Entramos então na história do Novo Testamento, que nos fala sobre a vida de
Jesus e a vida da Igreja primitiva.
O TEMPO DOS JUÍZES
Depois que Josué morreu, Deus escolheu
homens e uma mulher para atuarem como juízes.
Eles deveriam liderar o povo de Israel, dizer-lhes
quando estivessem fazendo o bem e quando
estivessem fazendo o mal. Um dos juízes era uma
mulher chamada Debora, que era muito corajosa,
destemida e até liderou o exército israelense. Ao
todo foram 12 juízes diferentes que serviram como
líderes do povo de Israel.
Nessa época, Israel não tinha um rei nem um governo estabelecido,
então os juízes lideravam o povo de Israel. Às vezes o povo não seguia as
instruções do juiz e se esquecia de seguir os caminhos de Deus. Quando
faziam isso, eram corrigidos, como nossos pais nos ensinaram, quando
cometíamos algo errado.
Os israelitas eram membros de diferentes tribos, ou grupos do povo
judeu, que foram nomeados: Ruben, Simeão, Judá, Zebulão, Isacar, Asher,
Neftáli, Efraim, Manassé, Gad, Benjamim e Levi.
Depois de muitos e muitos anos, o povo de Israel não queria ser
governado por juízes, mas queria ter um rei, como todas as outras nações do
mundo. Assim, a era dos juízes terminou e a era dos reis começou.
O TEMPO DOS REIS
Saul foi escolhido para ser o
primeiro rei de Israel. Foi quando
todas as tribos de Israel foram
unidas sob um rei. Ele governou por
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cerca de 20 anos e fez muito bem, mas Saulo era um homem problemático e,
às vezes, infiel a Deus.
O próximo rei foi Davi. Este foi o mesmo Davi que você conheceu
quando ele matou o gigante Golias. Ele fez de Jerusalém a capital da nação
israelita. Davi foi um bom rei que tinha um relacionamento muito próximo com
Deus. David não era perfeito e cometeu erros. Mas ele sempre pedia perdão a
Deus depois de cometer esses erros. Ele se arrependeu, deu meia-volta e fez
melhor.
Depois que Davi morreu, seu filho Salomão tornou-se rei de Israel. Foi
Salomão quem construiu o primeiro templo judaico em Jerusalém. O reino
cresceu sob Salomão, e ele construiu um grande palácio, fortes e cidades e fez
de Israel um país muito rico. Salomão era conhecido por sua grande sabedoria.
Sabedoria é a capacidade de fazer a escolha certa quando confrontado com
um problema ou dificuldade. Ele também se casou com muitas esposas de
todos os países ao redor de Israel. Nessa escolha ele não foi sábio e não
praticou a sabedoria.
Depois que Salomão morreu, seu filho Roboão tornou-se rei. Ele não
tratou muito bem todo o povo, então dez tribos que viviam no Norte se
rebelaram contra Roboão e estabeleceram seu próprio reino no Norte. Apenas
duas tribos permaneceram leais a Roboão, Judá e Benjamim, e assim havia
dois reinos. O reino do Norte chamava-se Israel, e o reino do Sul chamava-se
Judá. Cada reino tinha seu próprio rei que os governava.
O reino do Norte tinha muitos reis
maus. A capital do reino do Norte era
Samaria. O povo deste reino deixava
muitas vezes de adorar a Deus para
adorar ídolos, falsos deuses. Havia
profetas que falavam em nome de Deus
e diziam ao povo que a adoração de
falsos deuses causaria problemas e
dificuldades para a sua nação, mas o
povo não lhes dava ouvidos. Eles
frequentemente travavam guerras com o
reino do Sul de Judá e outros países.
Finalmente, travaram uma guerra com a
Assíria, e perderam a guerra. A maioria
das pessoas do reino do Norte foi então levada para a Assíria como
prisioneiros e escravos. A Assíria então levou alguns de seus próprios
habitantes para a área do reino do Norte. Muitos desses assírios casaram-se
então com os judeus que não tinham sido levados. Essas pessoas ficaram
conhecidas como os samaritanos, sobre os quais lemos no Novo Testamento.
O reino do Norte ficou conhecido como as 10 tribos perdidas de Israel, porque
foram levadas para longe da sua terra natal. O reino do Norte nunca recuperou
o seu poder como nação. O reino do Sul foi governado por alguns reis bons e
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por alguns reis maus. A capital do reino do Sul era Jerusalém. Também havia
profetas, que falavam em nome de Deus e avisavam os reis e o povo quando
faziam coisas más e que haveria consequências para o seu mau
comportamento. O exército da Babilônia começou uma guerra contra o reino do
Sul e ganhou a guerra. Os babilônios destruíram o templo de Jerusalém e a
maior parte do povo do reino do Sul foi levada como prisioneira para a
Babilônia. Tiveram de viver na Babilônia durante 70 anos antes de lhes ser
dada autorização para regressarem às suas casas no reino do Sul.
Quando regressaram, reconstruíram as muralhas de Jerusalém que
tinham sido destruídas durante a guerra e reconstruíram o templo em
Jerusalém. Jesus nasceu cerca de 500 anos depois do cativeiro babilônico e
cerca de 400 anos depois do último profeta do Antigo Testamento, cujo nome
era Malaquias. Esses 400 anos são chamados os "Anos de Silêncio", porque
nenhum profeta falou ao povo em nome de Deus.
Depois, finalmente, Jesus nasceu, e deixamos para trás o Antigo
Testamento e começamos com o Novo Testamento. O Novo Testamento tem
quatro Evangelhos, que nos falam da vida de Jesus, os Atos dos Apóstolos, as
Epístolas que foram escritas por São Paulo e outros, e depois o Livro do
Apocalipse, que é o último livro do Novo Testamento.
O TEMPLO EM JERUSALÉM
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