O beijo derradeiro Se deu por inteiro Sem pausas Nem freios ; Deixou saudade E receio No peito vazio Fantasiado a caráter De anseio Mas não me rendo; Ainda espero te encontrar No terminal Ou na saida de um bar bem fuleiro Ainda hei de te encontrar Meu amor Derradeiro. Ato n°2: o frio da espinha é fim da linha Quando te vejo Suspiro E gemo De prazer Arrepio No poder Eu me algemo E só solto Se me convenço Do perigo Da distância Que corro E persigo Mas nunca alcanço ; Descanso em teu peito Como se o mundo fosse nós E somente nós Só ouço tua voz Dizendo que me ama E pedindo um cigarro pós sexo; Tão blasé Tão piegas Tão eu E Você. Ato n°3 - O silêncio e suas vítimas O outro lado do mundo Fica mais perto Do que nós Depois de outra briga evitável A minha insegurança, agora Tem a tua companhia; Ladeira abaixo tuas rimas Abóboras e abobrinhas No jantar Meu silêncio aguça teu paladar Canto nosso mundo em estrofe Versos perdidos no cânhamo Da noite A chuva apaga o recato Eis o nosso fim Fim do ato. Ato n°4 : Quando te vi Quando te vi Pareceu que eu via o mundo Pela primeira vez E pela primeira vez O mundo me via também. Parado Inquieto Nosso sentimento desperto Em brasas e brisas Que antigamente me cortavam Mas agora são só cócegas E nada mais. Pela primeira vez A sorte me tirou pra dançar E eu dancei Rodei Pulei E rezei Para que o dia do adeus Fique só nas portas batidas Com raiva; Na lágrima derrubada a marteladas de saudade e inocência A prece é a pressa que não tem fim