Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PROTEÇÃO
RESUMO
O abuso sexual intrafamiliar é um tipo de violência que, afeta crianças e adolescentes no Brasil, de
modo a provocar danos individuais e/ou coletivos a vítima e ao seu ambiente familiar, de curto a longo
prazo. Este trabalho orientar-se-á no sentido de entender como a dinâmica familiar é afetada na
ocorrência do abuso sexual dentro do seu seio familiar, no percurso do silêncio a revelação. Por meio
do método qualitativo, exploratório de bibliográfico realiza-se buscas de artigos científicos em língua
portuguesa no período 2000 a 2021, evocando conceitos e sentidos, além de proporcionar
aprendizados atualizados. Desta maneira, os resultados demonstram que o abuso sexual
intrafamiliar é multifatorial, com perspectivas sociais, culturais e de saúde pública. E que pode ser
considerado como um sintoma familiar e que irá modificar sua ordem de funcionamento, conforme for
revelada e vista como fator de risco e de desproteção para integridade daqueles que são vítimas,
direta ou indiretamente. Assim, dentro do processo do silêncio a revelação existe um campo, com de
crenças e valores que ressoam nos comportamentos e pensamentos da pessoa em situação de
violência.
ABSTRACT
Intra-family sexual abuse is a type of violence that affects children and adolescents in Brazil, causing
individual and/or collective damage to the victim and their family environment, in the short to long term.
This work will be oriented towards understanding how family dynamics are affected in the occurrence
of sexual abuse within their family, in the course of silence to revelation. Through the qualitative,
exploratory bibliographic method, searches for scientific articles in Portuguese in the period 2000 to
2021 are carried out, evoking concepts and meanings, in addition to providing updated learning. Thus,
the results demonstrate that intrafamily sexual abuse is multifactorial, with social, cultural and public
health perspectives. And that can be considered a family symptom and that will change its order of
operation, as it is revealed and seen as a risk factor and lack of protection for the integrity of those
who are victims, directly or indirectly. Thus, within the process of silence and revelation, there is a
field, with beliefs and values that resonate in the behavior and thoughts of the person in a situation of
violence.
Keywords: Intrafamilial sexual abuse. Family relationships. Protection. Prevention.
INTRODUÇÃO
O abuso sexual supõe uma disfunção em três níveis: o poder exercido pelo
grande (forte) sobre o pequeno (fraco); a confiança que o pequeno
(dependente) tem no grande (protetor); e o uso delinqüente da sexualidade,
ou seja, o atentado ao direito que todo indivíduo tem de propriedade sobre
seu corpo (Gabel, 1997, p.10)
Assim, define-se o abuso sexual intrafamiliar como incesto,
materializando-se mediante do relacionamento libidinoso entre sujeitos da mesma
rede familiar, possuindo consanguinidade, parentesco ou afinidade; além dos seus
integrantes não discriminarem sua ocupação naquela família (COHEN; GOBBETTI,
2001; FLORETINO 2015).
Então, as ações incestuosas sucedem dentro de vínculos que atribui
função de zelo, proteção, segurança e responsabilidade. E para identificação dos
danos desse tipo de abuso sexual é essencial observar a experiência psicológica e
emocional de cada pessoa de passou por esse evento desfavorável à sua qualidade
de vida, e os aspectos físicos e concretos (HABIGZANG et al., 2005; MOURA et al.
2020).
Logo, essa espécie de violência possui multicausalidades, não
decorrendo de maneira solitária, mas pertencente a um cenário que, abala todos os
participantes da instituição familiar e todas as intercessões legais, sociais, de saúde,
etc., devem ser propiciadas a eles (SANTOS et al., 2009; HOHENDORFF, 2015; LIMA;
ALBERTO, 2016).
2 METODOLOGIA
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 AFETAÇÕES PSICOLÓGICAS E RELACIONAIS DIANTE O ABUSO
SEXUAL.
O abuso sexual pode ser apontado com uma violência mais sutil,
referente a sua visibilidade para a sociedade, pois se perpetua de modo oculto, não
revelando os impactos cruciais sobre quem são acometidos, mas estando presente
angústia e sofrimento que transmuta e desorganiza a sua subjetividade, em
especial, na área do autoconceito e autoimagem (PIMENTEL; ARAÚJO 2009;
AGLOVIA et al., 2015).
Os autores supracitados, Lima e Alberto (2016) reforçam ainda que, um
contexto ambiental habituado a práticas de crueldade e agressividade, forma-se
ciclos de violência e permite que o indivíduo naturalize essa faceta como algo
comum a ser vivenciado, restando lhe, muitas vezes, acostumar-se e aprender a
viver nessa condição, não favorecendo a declaração e o enfrentamento do evento.
Visualizando-se então, uma síndrome de acomodação que acomete criança e
adolescente vítimas de abuso sexual, em que "eles aprendem a aceitar a situação e
sobreviver a ela" (Rouyer, 1997, p. 68).
De acordo com Medeiros (2013) a maneira como a criança e o
adolescente reage e as atitudes que começa a apresentar depois de ter passado
pelo abuso sexual são reflexo de diversos elementos que podem exercer alguma
influência para tal afetação. E os sinais e sintomas exprimidos é provável serem
ferimentos corporais, de condutas e hábitos, psicológicos, emocional e/ou
psiquiátricos, podendo processa-se sozinhos ou correlacionados a outras violências,
tais quais a psicológica e a física (HABIGZANG et al., 2002; FLORENTINO 2015).
Dando seguimento a ideia acima, para Pfeiffer e Salvagni (2005), as
circunstâncias que influem concernem à idade, o gênero, a forma como a violência
aconteceu, a regularidade do fato, quem é a pessoa que cometeu o crime e sua
função parental com a criança ou adolescente, a postura dos outros familiares, o
suporte da rede social e comunitária após a revelação, e se existiu outros tipos de
violência.
No escrito, um estudo de caso, Pimentel e Araújo (2009), fez-se uma
análise sobre a história de uma pessoa que, dos 9 aos 11 anos, foi vitimada pelo
genitor. Sendo possível identificar aspectos consideráveis dentro do seu percurso de
sofrimento, tais como: a dificuldade de expressar na linguagem a vivência, motivada
pelo receio a segregação e como sua denúncia pode repercutir em outras pessoas;
confusão de sentimentos e da consequência da sua relação com o pai; limitações na
área interpessoal, intrapessoal, escolar e de entretenimento. Mantendo situações de
isolamento social e privações no desenvolvimento de habilidades sociais e de
formação de novos laços afetivos.
Torna-se imprescindível mencionarmos que as consequências diante as
experiências do abuso sexual são inúmeras, a depender da singularidade e dos
aspectos cognitivo de cada pessoa, além do contexto socioeconômico e cultural).
Mas, alguns intercorrências podem ser similares, de curto a longo prazo, por
exemplo, sintomas de ansiedade, depressão, comportamento suicida e sexualizado
para a idade, instabilidade emocional, agressividade, entre outros (WILLIAMS, 2003;
RODRIGUES et al., 2006; (FLORETINO, 2015; WALTON; PÉREZ, 2019; ORREGO
et al., 2020).
No abuso sexual intrafamiliar consegue-se detectar que, os vínculos
estabelecidos são vulneráveis e que não se destacam como assertivos e seguros,
mas sim uma dinâmica abusiva. Esse tipo de violência pode-se conservar por um
longo período através do silêncio, contido de insegurança, culpa, medo, desemparo
e ambivalência de sentimentos, visto que a confidencia irá modificar esse sistema,
quebrando a representação do ideal de família uniforme e harmônica, e do controle
das ações dos seus pares (SANTOS, 2007; FLORETINO, 2015; COUTINHO;
MORAIS, 2018).
A partir do momento que a quietude é rompida inicia-se o movimento de
proteção, se ele acontecerá de maneira precisa ou não. Assim, essa família atingida
por feitos abusivos precisa se reinventar e se reestabelecer, com novas funções e
limites para cada integrante, em razão da problemática está explicita nesse coletivo.
Sendo apropriado que o agressor saia da casa, mesmo que introduza sentimento de
arrependimento nos que permanecem. Quando a família não alcança a sua
organização, falhando na proteção a vítima, essa pode ser afastada desse ambiente,
debilitando ainda mais a afetividade ou romper totalmente a relação (SANTOS,
2007; MOURA et al. 2020).
Complementando, Habigzang et al. (2005) o afastamento do infante do
contexto familiar é uma condição delicada e dificultosa sendo capaz de gerar
sentimentos intensos de responsabilização pelo sofrimento de todos familiares e seu
desarranjo. E para Coutinho e Morais (2018), a retirada do agressor do convívio com
os pares, pode acontecer após a confidência da violência, trazendo ambivalências, a
proteção a vítima e a desproteção a genitora, caso haja a presença de dependência
psicológica e financeira, por isso releva a abrangência de consequências que esse
tipo de violência pode provocar, influenciando significativamente a dinâmica familiar.
Portanto, para Siqueira et al. (2009) as famílias necessitam enfrentar a
frustação que constrange sua unidade, para que o silêncio, a banalização e
naturalização dessa violência sejam interrompidos. E observar como se dá o
diálogo, a compreensão, a relação de poder e a aproximação afetiva entre os
membros, pois se for um ambiente que facilite que essas características ocorram
ajudaram em todo o processo, desse a revelação a superação dos possíveis
traumas.
3.2 PREVENÇÃO E PROTEÇÃO A CRIANÇAS E ADOLESCENTES
PSICÓLOGO NO CREAS
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
TABELA
Tabela1 - Fluxograma do percurso de Revisão Bibliográfico.
Scielo (60), BVS PSI (33), CAPES (03), Google Acadêmico (55)
(n = 151)
EXCLUÍDOS
(n = 45)
Não possuíam correlação com os objetivos a serem
SELEÇÃO
alcançados.
(n = 19)
Escritos de língua estrangeiras e sem confiabilidade
cientifica