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SUMÁRIO

SIMBOLOGIA .......................................................................................... 2
INTRODUÇÃO ........................................................................................ 3
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA …....…………………………………………..4
DESCRICÃO DO EQUIPAMENTO ......................................................... 9
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL .................................................... 10
RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................... 12
CONCLUSÁO ....................................................................................... 15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................. ...16

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SIMBOLOGIA

Grandeza Símbolo Unidade

Pressão P bar

Coeficiente global de
𝜶 W/(m2 K)
transferência de calor

Massa específica ρ Kg/m3

Temperatura T °C

Área A m2

Taxa de calor 𝑸 KW

Capacidade calorífica Cp KJ/KgK

Vazão volumétrica F L/s

1. INTRODUÇÃO
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O processo de refrigeração, indispensável para as indústrias de diversos
segmentos, como as indústrias químicas, alimentícias, siderúrgicas, plástico,
entre outras, é o responsável pelo controle de temperatura, tornando o processo
mais eficiente e evitando possíveis danos aos equipamentos da indústria.
Quando bem utilizado, um sistema de resfriamento faz com que o processo
tenha um melhor aproveitamento térmico, aumentando a produtividade e
reduzindo os custos de produção.

Hoje, no mercado pode-se encontrar diferentes tipos de sistemas de


resfriamento, sendo um deles os condensadores. Dentre os mais usados
frequentemente destacam-se o resfriado a ar, o resfriado a água associado a
uma torre de refrigeração e o evaporativo.

A condensação se forma quando o vapor encontra um meio com uma


temperatura inferior à temperatura de saturação para a pressão parcial existente
do vapor. Factores como o material e a aspereza da superfície do meio
influenciam a transferência de calor e, portanto, o tipo de condensação. Na
prática, geralmente é a condensação do filme. A condensação gota a gota só se
forma quando a superfície de resfriamento é muito lisa e pouco molhável. O
conhecimento dos processos de condensação é aplicado, em usinas a vapor ou
em processos de destilação.

OBJECTIVOS

Geral

a) Estudar o princípio de funcionamento de um condensador

Específicos

a) Comparar o efeito da natureza material no processo de condensação

b) Calcular os valores dos parâmetros de coeficiente de transferência de


calor de cada material

c) Avaliar a influência da pressão, temperatura e a quantidade de vapor


no processo de condensação.

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2. REVISÃO BIBLOGRÁFICA

Condensador

O condensador é um trocador destinado a resfriar o gás comprimido até sua


temperatura de condensação. O resfriamento acontece mediante a transferência
de calor ao ar ou a água, ou seja, este equipamento é um facilitador da troca
térmica entre dois fluídos. Sua função é liberar para o ambiente externo, por meio
do seu conjunto de aletas, todo calor que foi adquirido pelo fluido refrigerante no
evaporador e no processo de compressão.

Neste estado ocorre a transformação do fluido refrigerante que, antes se tinha


vapor superaquecido (quando o vapor encontra-se em temperatura superior à
temperatura de saturação do fluido), e que neste momento se transforma em
líquido saturado (quando a temperatura do líquido é inferior à temperatura de
saturação) à alta pressão (PAUKA, 2016). Rejeita-se o calor absorvido do
evaporador, juntamente com todo calor gerado, resultante em energia de
compreensão do fluido. Esse equipamento esfria e condensa o vapor
superaquecido gerado no momento da compressão (SALVADOR, 1999).

Sendo assim, o processo de condensação acontece ao longo de um trocador de


calor (condensador), em três diferentes fases: dessuperaquecimento,
condensação e sub-resfriamento.

No processo de dessuperaquecimento, em alta temperatura o gás é


descarregado pelo compressor. A primeira etapa condiz em reduzir esta
temperatura, removendo o calor sensível do fluido, ainda no estado gasoso, até
chegar à temperatura de condensação.

No processo de condensação, após o gás atingir a temperatura de


condensação, inicia um processo de mudança de fase. Neste momento remove
- se calor latente do refrigerante, sendo um processo isentrópico (temperatura é
constante durante todo processo; adiabática, neste momento não há troca de
calor com o ambiente externo).

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No processo de sub-resfriamento, depois da condensação do refrigerante, ele
se encontra em fase de líquido saturado, resfria – se mais alguns graus, fazendo
uso de um trocador de calor intermediário.

É no condensador que, a total energia adquirida pelo sistema de refrigeração,


somada ao equivalente calor obtido da energia mecânica indispensável ao
funcionamento do sistema, deve ser eliminada. O acto de refrigerar no
condensador resume-se em transferir calor do fluido superaquecido para o
ambiente externo. Durante essa etapa, para conseguir resultados satisfatórios,
é possível usar água, ar e os dois juntos em contacto directo com o condensador
(EICH; LORIS, 2013).

A seguir, definem-se os tipos de condensadores mais usados em refrigeração


doméstica, comercial e industrial.

Condensador resfriado a ar

Os condensadores resfriados a ar são indicados para pequenos e médios


sistemas de refrigeração. Seu uso conveniente acontece em locais onde há
indisponibilidade de água, ou regiões em que a água tem altos custos. Esse tipo
de condensador deve ser instalado em locais elevados em relação ao nível do
solo, a fim de evitar grande acúmulo de sujeira sobre as serpentinas. São
necessárias aberturas livres para entrada de ar em temperatura ambiente e para
saída do ar quente gerado durante o processo. Esse modelo é formado em uma
unidade que conta com um condensador de serpentina aletado para aumento do
contacto com o ar, e de frente com o condensador utiliza-se um forçado de ar
para ampliar a passagem de ar sobre as aletas. Esse sistema é utilizado em
unidades de refrigeração fracionária, mais usualmente em refrigeradores
comerciais e domésticos (MARTINELLI JUNIOR, 2003).

Condensador resfriado a água

Os tipos mais comuns de condensadores resfriados a água são: tubo e carcaça,


serpentina e carcaça e tubo duplo. O tipo a ser selecionado depende do tamanho
da carga de refrigeração, o refrigerante usado, a qualidade e a temperatura da
água de resfriamento disponível, a quantidade de água que pode ser circulada,
a localização e o espaço disponível, as pressões operacionais exigidas (lados

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da água e refrigerante), custo, e considerações de manutenção. Os
condensadores arrefecidos a água funcionam de forma mais eficiente que os
condensadores arrefecidos a ar, quando limpos e correctamente dimensionados,
especialmente em períodos de temperatura ambiente elevada. Normalmente,
utilizam água proveniente de uma torre de arrefecimento.

Condensador evaporativo

Os condensadores evaporativos têm seu funcionamento semelhante ao das


torres, mas em tamanho mais compacto. São responsáveis por transformar
novamente em água, ou seja, fazer o processo de condensação, o vapor da água
ou um gás quente, assim fazendo a troca de calor e resfriando a máquina. Esse
processo é realizado através de um sistema de tubos metálicos, os quais devem,
preferencialmente, devem ser construídos com materiais que resistem à
corrosão. Através desses tubos, o gás e vapor que deverá ser condensado entra
em contato com a água do sistema de resfriamento. Os segmentos industriais
que mais fazem uso desse tipo de resfriamento são as empresas de laticínios,
frigoríficos e cervejarias.

Figura 1: Esquema do condensador Evaporativo

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Modos de Condensação

A forma dominante de condensação é aquela em que o líquido cobre toda a


superfície de condensação e, sob a ação da gravidade, o filme escoa
continuamente deixando a superfície. A condensação pode ocorrer de várias
formas, dependendo do tipo de superfície. A condensação em filme é,
geralmente característica de superfícies limpas e isentas de contaminação.
Entretanto, se a superfície for revestida com uma substância que induza uma
baixa molhabilidade, é possível manter a condensação em gotas. As gotículas
deixam a superfície devido à ação da gravidade.

Condensação de filme

Na condensação do filme , o condensado molha a superfície e forma um filme


líquido na superfície que desliza sob a influência da gravidade. A condensação
do filme resulta em baixas taxas de transferência de calor, pois o filme de
condensado impede a transferência de calor. A espessura do filme formado
depende de muitos parâmetros, incluindo orientação da superfície, viscosidade,
taxa de condensação etc. O filme aumenta a resistência térmica ao fluxo de calor
entre a superfície e o vapor. A taxa de transferência de calor é reduzida devido
a essa resistência.

Condensação gota a gota

Na condensação gota a gota, o vapor condensado forma gotículas na superfície


em vez de um filme contínuo. A condensação gota a gota pode ocorrer quando
a superfície não está molhanda ou quando essas gotículas são retiradas da
superfície por fluxo externo ou por gravidade. O vapor está em contacto directo
com a superfície na maior parte da área e as taxas de transferência de calor são
muito maiores, pois há muito pouca resistência ao fluxo de calor entre o vapor e
a superfície. Para condensadores de vapor, é prática comum usar revestimentos
de superfície (silicons, teflons ou ceras) que inibem a umectação e, portanto,
estimulam a condensação gota a gota. Mas os revestimentos perdem
gradualmente sua eficácia devido à remoção, oxidação etc.

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Fig. 2: Ocorrência de condensação numa superfície vertical.

A vazão volumétrica da água necessária para o processo de condensação de


resfriamento a água pode ser calculada através da seguinte equação:

V̇ =
ρcp (T2 − T1 )

Quando se fala de transferência de calor é necessário introduzir o conceito de


coeficiente global de transferência, que é a facilidade ou dificuldade com que
ocorre a troca térmica no processo tendo em conta todas as resistências
associadas ao sistema. Este coeficiente que também é considerado como o
inverso da resistência total do sistema é representado por α ou U, e calculado
pela seguinte equação:
𝑄̇ = 𝛼𝐴∆𝑇

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3. DESCRIÇÃO DO EQUIPAMENTO

A unidade experimental WL 230 pode ser usada para demonstrar os


diferentes processos de condensação usando dois condensadores refrigerados
a água em forma tubular feitos de materiais diferentes. A condensação gota a
gota pode ser demonstrada por meio do condensador com uma superfície polida
banhada a ouro. A condensação do filme se forma na superfície de cobre fosco
do segundo condensador, tornando possível examinar a condensação do filme.

O tanque pode ser evacuado por meio de uma bomba de jato de água. O
ponto de ebulição e a pressão no sistema variam de acordo com a potência de
resfriamento e aquecimento. Os sensores registram a temperatura, pressão e
taxa de fluxo em todos os pontos relevantes. Os valores medidos podem ser
lidos em displays digitais. O software de aquisição de dados está incluído. O
coeficiente de transferência de calor é calculado a partir dos valores medidos. A
influência dos gases não condensantes, da pressão e da diferença de
temperatura entre a superfície e o vapor pode ser examinada em experimentos
posteriores.

Fig. 2: Bancada experimental de unidade de condensação-aparelho WL 230

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4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

i. Conectou-se a unidade a uma fonte de alimentação de água contínua

ii. Conectou-se a unidade a corrente eléctrica e ligou-se o interruptor geral

iii. Para encher o recipiente, conectou-se uma mangueira, a válvula de


drenagem submergiu-se a outra ponta em água destilada.

iv. Fechou-se a válvula de drenagem V4

v. Ligou-se a bomba de injeccão de água via V3 e selecionou-se como


pressão do recipiente de 0.3 bar

vi. Abrir a válvula de drenagem V4. Encher o recipiente até a marca ( aprox.
1-2 cm acima do elemento de aquecimento)

vii. Ligou-se o aquecedor e selecionou-se 75 ºC para T7 a metade da


potencia-

viii. Ajustou-se a potência de injecção usando V3, de modo a evitar a fervura


excessiva da água e o derrame de água na bomba de injecção de água.

ix. O ar contido no sistema é removido depois de cerca de 3 minutos.

x. Desligou-se o aquecedor e a bomba de água.

Experimento 1: Determinação dos coeficientes de transferência de


calor

i. Aqueceu-se o recipiente a uma temperatura dentro do intervalo de 75-100


ºC.

ii. Ajustou-se o caudal da água de arrefecimento para atingir a diferença de


temperatura desejada das superfícies (T3, T6) e a temperatura do vapor
(T7).

iii. Ajustou-se a potência do aquecedor de modo a garantir uma temperatura


do vapor constante.

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iv. Após verificar-se o processo de condensação nos tubos de condensação,
calibrou-se o sistema no computador de modos a anotar os valores dos
parâmetros analisados.

v. Anotaram-se as temperaturas e caudais numa tabela.

vi. Repetiu-se o procedimento por mais duas vezes.

Tipo de condensação Condensação Condensação


descontínua contínua
Superfície Dourado De cobre
Display do caudal V1 V2
Temperatura de entrada T1 T4
Temperatura de saída T2 T5
Temperatura da superfície T3 T6

Experimento 2: Influência da pressão:

i. Ligou-se o aquecedor
ii. Selecionaram-se valores de pressão no intervalo de 0-2 bar, em intervalos
regulares de 0.1 bar e fez-se leitura da temperatura da água
correspondente a cada valor de pressão.

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5. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Tabela 1:Valores obtidos durante o processo

V1 T1 T2 T3 V2 T4 T5 T6 T7
L/h ºC ºC ºC L/h ºC ºC ºC ºC
11 29,5 45,2 49,8 11 29,2 41,8 46,4 68,5
14 29,6 40,5 42,7 14 29,2 38 40,9 64,1
18 37,3 41,3 37,3 19 29,3 35,7 35,9 62,2
25 29,5 34,3 36,8 26 29,2 33,1 32,9 60,7

Com base aos valores fornecidos pelo display, foi possível fazer uma
análise comparativa entre as temperaturas de entrada, saída e na superfície,
tanto no condensador descontínuo, como no contínuo; como mostra a tabela 1.

Tabela 2: Valores dos parâmetros de coeficiente de transferência de calor de cada


material

V1 Q1 𝜶 V2 Q2 𝜶 ρ Cp A
L/h KW KW/m2k L/h KW KW/m2k Kg/m3 KJ/Kgk m2
11 0,2 2,9 11 0,16 2,0 996,3 4,178 0,003618
14 0,176 2,27 14 0,14 1,67 996,3 4,178 0,003618
18 0,169 2,23 19 0,133 1,4 996,3 4,178 0,003618
25 0,144 1,58 26 0,11 1,09 996,3 4,178 0,003618

Observou-se na tabela 2, que na condensação em gotas (superfície dourada)


foram alcançadas maiores valores de taxas de calor, e consequentemente
valores superiores do coeficiente de transferência de calor, em relação à
condensação em filme. Isso deve-se ao facto da condensação descontínua
ocorrer unicamente em superfícies lisas não molhadas. Daí a transferência de
calor entre o vapor e a superfície sólida, ser maior em processos que envolvem
condensação descontínua devido devido a inexistência de uma camada contínua
de líquido que permite isolar o vapor da superfície sólida.

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Tabela 3: Influência do aumento da pressão do vapor

Pressão
(bar ) Temperatura
(ºC)
0,6 86,5
0,7 90,3
0,8 94,6
0,9 97,5
1 100,2
1,1 103,2
1,2 105,7
1,3 108,2
1,4 110,3
1,5 112,4
1,6 114,2
1,7 116,3
1,8 118
1,9 119,7
2 121,4

Gráfico 1: Curva característica da temperatura em função da pressão de vapor

Pressão de vapor vs Temperatura


2,5

y = 0,0314e0,0343x
2 R² = 0,9991
Pressão (Bar)

1,5

0,5

0
0 20 40 60 80 100 120 140
Temperatura (ºC)

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Quando se aumenta a temperatura, a tendência é o líquido vaporizar até
atingir o equilíbrio termodinâmico com o vapor em termos cinéticos. De acordo
com o comportamento do gráfico (1) acima, pode-se constatar que existe uma
proporcionalidade directa entre a pressão e a temperatura. Com o incremento da
pressão do vapor, verificou-se um aumento da temperatura da água.

Esta variação da temperatura com a pressão de vapor, proporciona ao


sistema uma maior energia de rotação, translação e vibração das moléculas.

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6. CONCLUSÃO

Neste experimento foi possível observar o funcionamento de um


condensador evaporativo. A partir dos dados coletados de temperaturas de ar e
água, vazões, e área da troca térmica, foi possível calcular os coeficientes de
transferência de calor tanto na condensação em filme, como na condensação
em gotas. No entanto, comprovou-se que a taxa de calor, bem como o
coeficiente de transferência de calor foram maiores na superfície dourada.
Porém, esse padrão é difícil de se manter em operações contínuas, pois a
condensação em gotas só é possível a partir do revestimento de materiais com
silicones, teflon, ouro (como foi o casa do experimento). Entretanto, tais
revestimentos perdem gradualmente sua eficácia devido à oxidação, deposição
ou simplesmente remoção e a condensação em filme acaba por ocorrer. Por
esse motivo, a condensação em forma de filme contínuo é a mais utilizada na
indústria.

Uma vantagem de se utilizar o condensador evaporativo é que o mesmo


opera em uma menor temperatura de condensação que um condensador a ar,
minimizando os custos energéticos. Porém, este tipo de sistema tem contacto
directo a água o que propicia na formação de incrustação, e corrosão nos
equipamentos envolvidos.

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7. BIBLIOGRAFIA

AVERILL, B.; ELDREDGE, P. General Chemistry: Principles, Patterns, and


Applications. [S.l.]: Flat World Education, lnc, v. II, 2016.

INCROPERA, F.; DEWITT, D. P. FUNDAMENTOS DE TRANSFÊNCIA DE


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2011.

REFRIGERACÇÃO marechal. site da refrigeracaomarechal, 2018. Disponivel


em: <http://refrigeracaomarechal.com.br/2018/01/03/o-condensador/>.

Estanislau, J., António, C., Eduardo, B., Nápoles, C. Condensadores e


Evaporadores. Disponivel em:
https://pt.slideshare.net/eltonoliveira948/3condensadores-e-evaporadores

Rodrigo Alves, O. Condensadores. Acedido em:


https://pt.slideshare.net/DilsonTavares/9-condensadores

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