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UNIFESP - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

EFLCH - ESCOLA DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS

TÓPICO
6 – ESPAÇOS DA ARTE

“O ENSINO DA MÚSICA ERUDITA NAS ESCOLAS PARA CRIANÇAS, COMO


PROCEDER?”

Danielle Ramalho Pimentel - 120.036 – 9º termo

Guarulhos
2021

Introdução

A presente trabalho faz parte do tópico 6 - “espaços da arte”, pertencente a Unidade


Curricular: “Fundamentos Teóricos Práticos do Ensino da Arte”, ministrada pela professora
Betania Libânio Dantas de Araújo, do curso de pedagogia da UNIFESP.

A partir do texto “ Abrem-se as cortinas: O som da Orquestra e seus Instrumentos” de


Janaína Machado Asseburg Lima, foi feito um recorte para o ensino da música erudita nas
escolas para crianças - que pode-se ampliar para os demais estilos - e por fim, a reflexão
pessoal de uma pratica limitada a fins pedagógicos escolares da música na escola.

Justificativa

O assunto foi escolhido visando a importância do ensino da música nas escolas, e da


instigação pessoal de como ensinar e apresentar música no geral à crianças, com um recorte
para a orquestra e seus instrumentos, quando esses aparentemente não fazem parte do
contexto social e cultural do aluno.

Discussão

A criança escolhe seus gêneros musicais com o passar do tempo, e a partir do seu
repertório pessoal. Nesse processo, o papel do professor, conforme a autora Lima (2002), é
além de valorizar o contexto musical, apresentar uma gama com diferentes gêneros musicais,
culturas e estilos, com foco na valorização e apreciação através da escuta.

Segundo a autora, é a falta de familiaridade que traz a inacessibilidade a música erudita. O


estilo está presente em diversas aberturas como de desenhos, programas, e jingles, por vezes
impercebido. Não é comum ouvir música erudita no dia a dia da cultura popular, uma das
formas de apresentação sugerida, é convidar bandas e artistas de rua conhecidos pela
comunidade escolar, contando o máximo de detalhes possíveis sobre o assunto, afim de trazer
uma aproximação real com a música e o instrumento. Esse exercício, valoriza o contexto
musical afora das paredes da escola, que fazem parte da realidade do aluno direta ou
indiretamente. Como complemento, ou para os casos em que essa forma de apresentação é
inviável, o meio digital é uma saída para conhece-los, porém se trata de uma interação e
experiencia diferente da presencial.

Após as pesquisas das características dos instrumentos e suas famílias, é proposto pela
autora a atividade da construção de instrumentos musicais, e posteriormente o convite a
realizar composições ou canções com os instrumentos.

De modo pessoal, essa sugestão recordou-me um projeto de uma professora de química


durante o ensino médio, que consistia em individualmente construir qualquer instrumento
musical (existente ou autoral), que produzisse som e não quebrasse durante a apresentação. A
experiencia nos colocou em contato com diferentes tipos de instrumentos, sendo eles de
cordas, sopro e percussão, e marcou o meu ensino médio. Imagino o quão incrível deve ser ter
essa experiencia com a música durante a infância, na qual, seguindo as recomendações da
autora, além de escutar, apreciar, e valorizar, há a etapa de gerar experiencias ao invés de
apenas consumir o que já foi produzido, possibilitando a participação ativa, e a interação.
Também é importante um olhar para a música não apenas com fins pedagógicos para o ensino
de conteúdos escolares, mas para a apreciação de fato, conforme França e Swanwick:

O ouvir permeia toda experiência musical ativa, sendo um meio essencial para o
desenvolvimento musical. [...] A apreciação é uma forma legítima e imprescindível
de engajamento com a música. Através dela podemos expandir nossos horizontes
musicais e nossa compreensão. [...] Ouvir uma grande variedade de música alimenta
o repertório de possibilidades criativas sobre as quais os alunos podem agir
criativamente, transformando, reconstruindo e reintegrando idéias em novas formas
e significados. (França; Swanwick, 2002, p. 12-13)

Dessa forma, os alunos ao visitarem um concerto, por exemplo, ou um espaço que trabalhe
temas ou assuntos nos quais estão familiarizados, possuem a possibilidade de aumentar o
repertório pessoal, e enriquecer a experiencia, que é mutável a partir da construção,
reconstrução, transformação, e elaboração de ideias, gostos e significados.

Conclusão

A música é um dos múltiplos campos da arte, que carrega cultura, identidade e história. O
texto é muito valioso e prático, trazendo diversas dicas de materiais que trabalham com a
música erudita e são destinados ao público infantil. Sua principal argumentação, é que o
professor dê subsídios aos alunos para que esses através da escuta, possam aprender a
apreciar, e valorizar diferentes estilos musicais, no caso, a música erudita que parece distante
da realidade de camadas populares da sociedade, mas está presente no cotidiano através dos
desenhos animados, músicas de abertura de programas de televisão, jogos, e jingles como o
do gás.

O caminho tomado pelo professor, deve valorizar o contexto no qual o aluno está inserido,
mas também ampliar o seu repertório cultural, e as sugestões da autora resumem-se em
escutar, apreciar, valorizar, participar e interagir.

Referências

LIMA, Janaína Machado Asseburg. Abrem-se as cortinas: O som da orquestra e seus


instrumentos. Música na Educação Básica. Londrina, v.4, n.4, novembro de 2012.

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