Você está na página 1de 5

TRABALHO DE BIOLOGIA

PRIMEIRO BIMESTRE

ISABELLA PARASMO MUSELLI


3 EM
RECUPERAÇÃO
Em julho deste ano, uma notícia alarmou cientistas por todo o mundo. Um iceberg de 119
quilômetros quadrados se rompeu de uma das maiores geleiras da Groenlândia. Cientistas
norte-americanos consideram o fato dramático, já que há 150 anos não são registradas
mudanças tão bruscas como as dos três últimos. Ainda não são conhecidas as causas do
desprendimento do iceberg, mas o acontecimento já ressuscitou novas discussões sobre
uma antiga polêmica: o aquecimento global.
Aquilo que ficou conhecido como aquecimento global nada mais é do que um processo
natural, uma vez que o clima da Terra nunca foi estático. Ao longo de milhões de anos, o
planeta vem passando por ciclos de mudanças, que já resultaram em períodos glaciais ou
em períodos mais quentes (chamados interglaciais). Porém, nos últimos anos,
pesquisadores tem afirmado que esse processo está acelerado e acima da capacidade
atmosférica de reter calor. Segundo uma análise feita pelo Painel Intergovernamental sobre
Mudanças Climáticas Globais (IPCC, na sigla em inglês), a temperatura média no planeta
subiu cerca de 0,7ºC ao longo do século XX, e esse aquecimento vem ocorrendo de
maneira mais rápida nos últimos 25 anos.
Para pesquisadores da chamada corrente antropocêntrica, o homem tem um papel
fundamental nesse processo. “As atividades humanas, através da emissão de gases estufa,
podem acelerar e agravar o aquecimento global”, afirma José Marengo, pesquisador titular
e professor na pós-graduação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A
queima de combustíveis fósseis, assim como o desmatamento e outras atividades
humanas, emite grandes quantidades de gases, em especial o dióxido de carbono (CO2),
que são responsáveis por manter a temperatura da Terra. Contudo, a grande quantidade de
emissões de CO2 tem provocado um acúmulo do gás na atmosfera, bloqueando a saída da
radiação quente para o espaço. Esse fenômeno é chamado de efeito estufa e é apontado
como uma das causas do aquecimento global.
A saída encontrada, segundo o pesquisador do INPE, para diminuir os impactos causados
ao ecossistema é reduzir as emissões dos gases do efeito estufa (GEE). “Qualquer um
pode ajudar com atitudes simples, como por exemplo, usar menos o carro ou trocar o
veículo por um que seja movido a álcool em vez de gasolina”, conta José Marengo. Porém,
apenas ações individuais não são suficientes. Precisamos de uma política pública que tenha
como meta reduzir ao máximo a emissão de carbono e o desmatamento. “A população tem
que pressionar o governo para adotar políticas ambientais eficazes, assim como energias
alternativas. Porque não adianta você reciclar na sua casa e não usar o carro, se o seu
vizinho usa carro todo o tempo e está sempre gastando água para limpar a calçada. Temos
que ser ecológicos de uma forma organizada.” As consequências do calor anormal podem
ser vistas diariamente nos noticiários. “Nos últimos 20 anos, observa-se um aumento de
fenômenos meteorológicos extremos, como verões muito quentes, invernos muito frios,
tempestades. Este ano, por exemplo, vimos notícias de tufões no Japão e na China, de
ondas de calor nos Estados Unidos e na Europa, de invernos muito frios no hemisfério
Norte e de chuvas intensas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Tudo isso são possíveis
consequências do aquecimento global”, explica Marengo.
Apesar de tantas potenciais evidências, há cientistas que fazem uma análise diferente. Os
antropocéticos, como são conhecidos, defendem que a ação humana não tem qualquer
interferência no agravamento do processo natural. “O aquecimento global, assim como os
resfriamentos da atmosfera e dos oceanos, fazem parte da dinâmica climática da Terra e o
homem não tem qualquer influência sobre esses fenômenos. Trata-se de ciclos naturais que
ocorrem há milhões de anos”, esclareceu Geraldo Lino, geólogo e autor do livro “A Fraude
do Aquecimento Global". Ele é enfático ao declarar: “Não existe qualquer evidência física
observada no mundo real que permita afirmar que as variações do clima nos últimos dois
séculos sejam anormais, em relação às ocorridas antes, no passado histórico e geológico”.
Para Lino, não há motivos para tanta preocupação quanto ao aquecimento da Terra. Seria
pior para nós, ele afirma, se estivéssemos enfrentando um processo de resfriamento, uma
vez que não conseguimos nos adaptar tão bem ao frio quanto fazemos com o calor. “Para a
Humanidade, o frio causa muito mais problemas que o calor: perdas de colheitas agrícolas,
aumento de doenças cardiorrespiratórias, dificuldades de transportes, entre outros. Imagine
o que seria viver hoje sob condições glaciais, por exemplo. É claro que extremos climáticos,
sejam frios ou quentes, sempre causam problemas, mas entre os dois, o frio é muito pior.”
O geólogo destaca ainda que a constante discussão do tema aquecimento global pode não
ter as melhores motivações. “Esse alarmismo infundado desvia as atenções das
verdadeiras emergências globais, que são a falta de saneamento básico para mais de
metade da humanidade, os mais de 1,5 bilhão de pessoas que, em pleno século XXI, ainda
não têm acesso à eletricidade e os problemas causados pelo crescimento desordenado das
grandes cidades.”
Já o pesquisador do INPE, José Marengo, não concorda com essa visão. Para ele, “aquele
que nega que o homem participa do aquecimento global, não quer enxergar a realidade”.
Marengo aponta o tempo como um fator crucial na análise: “No passado essas mudanças
não aconteciam em décadas, como hoje, mas sim em milhares de anos. As provas
científicas estão aí”.
Mas em um ponto crucial não restam dúvidas para nenhum cientista: o aquecimento global
é um processo irreversível. Se existe uma maneira de esfriar novamente a Terra, essa
tecnologia ainda não foi inventada pelo homem. A nós, resta apenas nos adaptarmos às
mudanças climáticas, sejam elas naturais ou não, e fazer o que estiver ao nosso alcance
para evitar que o ecossistema não desmorone de vez.

Gráficos e dados

Você também pode gostar