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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO,

PLANEJAMENTO E TERRITÓRIO

(PGDPLAT/DCECO)

Ensaio 2

Ingrid Caroline Pena Bizarria

ALENTEJANO, Paulo Roberto R. Espaço, Território e Região: uma tentativa de


conceituação.

CATAIA, Marco A. Território político: fundamento e fundação do estado. Sociedade &


Natureza, Uberlândia, 23 (1): 115-125, abr. 2011.

REIS, José. Uma epistemologia do território. Estudos Sociedade e Agricultura, Rio de


Janeiro, vol. 13, no. 1, 2005: 51- 74.

SAQUET, Marco A. Sínteses para a Expansão da abordagem territorial. In: SAQUET,


Marco A. Abordagens e Concepções de Território. 3º ed. São Paulo: Outras Expressões,
2013.

TONUCCI FILHO, João Bosco Moura. Espaço e território: um debate em torno de


conceitos-chave para a geografia crítica. Revista Espinhaço, 2013 2(1): 41-51.

Os diferentes autores dos textos propostos discorrem de diferentes formas sobre o espaço,
o território e seu uso em um âmbito histórico, cada teoria corresponde ao paradigma
vigente de seu tempo. Dessa forma, os textos dialogam ao acrescentar diferentes visões
sobre o mesmo assunto, podendo concluir que a questão de conceituar o território e o
espaço são dinâmicas, pois cada tese engloba toda análise crítica social da época,
complementada por outros estudos como sociologia, filosofia e, até mesmo, a
matemática.

Sendo assim, os autores trazem a visão de Ratzel: com passado no Estado soberano e
centralizado, sua visão era o território como poder dessa soberania. Assim, o espaço era
vital, um mero receptáculo que fornecia recursos naturais para suprir as necessidades,
dando as condições de trabalho e subsistência da sociedade.

Criticado por Hartshorne, pois para esse a terra não conseguiria ser compreendida ao não
considerar as mudanças sociais e físicas, concluindo que ela é variável.
Surgimento de autores da teorética-quantitativa, os quais usavam da matemática
geométrica para definir o espaço, a partir de questões como a distância, os preços e
transportes, sendo esse espaço sem históricos, transformações e lado social. Foram
autores como Christaller, Weber, Von Thunen.

Lefebvre, no entanto, retomou a discussão de território centrando nas relações produtivas


e sociais. O espaço é modificado através dessas relações, mas ele também é responsável
por modifica-las. Sobretudo, o espaço, para o teórico, é único, sendo a junção do físico,
social e mental. O que o autor buscar é aproximar o campo matemático com o social e
menta, uma totalidade como conceito. Dessa maneira, foi capaz de inspirar Milton Santos
a conceituar o espaço como forma, função, estrutura e processo, ou seja, o ele não é apenas
um reflexo das relações sociais, mas condicionador para todas as relações como
econômica, pratica e social. Contudo, são relações inseparáveis e interdependente.

A contribuição de Milton Santos foi além da classificação de território, mas também


discorre sobre a passagem do território estatizado para o transnacionalizado, abordando
os diversos espaços, cada qual com sua funcionalidade diferente.

A teoria territorial de Guiseppe também segue a linha do espaço como construção das
relações sociais de uma maneira generalizada.

Haesbaert, por sua vez, define espaço como várias relações de poder, desde o poder local
ao global, assim como o poder material e cultural. Acompanha a teoria de Milton Santos
dos espaços banais e de redes criado pela urbanização, que na contribuição de Haesbaert
são espaços zonas e espaços redes, responsável pela criação, destruição e articulação do
território. Ainda pontuou a desterriotrializaco como modo da multiterritorializacao,
processo de intensa territorializacao dos espaços.

Raffestin diferenciou o espaço do território. Para ele, espaço vem antes do território,
podendo ser definido como uma noção, sendo passível de valor de uso. Enquanto
território se concebe a partir do conceito de espaço, sendo produto concreto deste, logo
definido como trabalho. Continuadamente, esse sistema é constituído por tessituras, nós
e redes. A primeira diz respeito capacidade dos poderes; nós são a integração e redes,
hierarquia desses pontos.
O teórico não abandonou o ideário de relações sociais no envolvimento do território,
acrescentando também símbolos e códigos par o dinamismo desse. Também dissertando
sobre essa movimentação, colocou o conceito de TDR, territorialoizacao,
desterritorializacao e reterritorializacao, como processo de mudanças sociais, inovações,
informações.

As variações de definições de espaço e território posta pelos escritores analisados, fica


claro que o território é um espaço vivo, em constante mudança, modificado por diferentes
elementos históricos, dando, assim, a oportunidade de cada autor, em seu momento
histórico, desenvolver sua teoria a partir de um novo paradigma vigente. Assim, cabe aos
novos teóricos da área desenvolverem cada vez mais essas definições, levando sempre
em consideração o que foi exposto nos textos.

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