Você está na página 1de 34

ANALÍTICA AVANÇADA – 2S 2011

Aula 6
Espectrofotometria no UV
UV--Vis
FLUORESCÊNCIA MOLECULAR

Prof. Rafael Sousa

Departamento de Química - ICE


rafael.arromba@ufjf.edu.br

Notas de aula: www.ufjf.br/baccan


Luminescência x Fluorescência Molecular

Sal cozinha

2
Espectro de emissão obtido para uma amostra de “sal de cozinha”
Perfil dos espectros de emissão
Espécies atômicas
Espectro de linhas
(gasoso)

Hg

Ne

Espécies moleculares Espectro de bandas


(líquido, sólido ou gasoso)

Um espectro de emissão contínuas de bandas é constituído por muitas linhas


próximas que são muito difíceis de serem resolvidas

 Um espectro de emissão (que pode ser de fluorescência) está


intimamente relacionado com a composição da amostra
(desde que as espécies emitam) 3
Perfil dos espectros de emissão
SÓLIDOS AQUECIDOS DÃO ORIGEM A
ESPECTROS DE EMISSÃO CONTÍNUOS:

Fenômeno radiativo
do “corpo negro”

As emissões observadas devem-


devem-se mais à temperatura aplicada do que
à composição dos materiais
4
Característica dos espectros de emissão
POTÊNCIA DA RADIAÇÃO EMITIDA É PROPORCIONAL À
CONCENTRAÇÃO DAS ESPÉCIES QUE EMITEM

Princípio da
P = kC
análise quantitativa

Tinta branca com 0,2 % m/v


de branqueador óptico

Tinta branca com 0,4 % m/v


de branqueador óptico

5
TIPOS DE Luminescência Molecular

6
Sistemas Luminescentes
• Fotoluminescência
Fluorescência e a fosforescência: processos
de excitação similares (absorção de fótons)
MAS com decaimentos diferentes

• Quimiluminescência
Emissão de luz formada no decorrer de uma
reação química
7
ENTENDENDO a Fotoluminescência
Absorção: 10-14 a 10-15 s
Fluorescência: 10-5 a 10-8 s
Fosforescência: 10-4 a 10 s

Fluorescência Fosforescência

Estado Estado Excitado


Estado Excitado Singleto
Fundamental Tripleto

Transições eletrônicas “permitidas”  Regras de seleção (Quântica) 8


 A molécula pode voltar ao seu estado
fundamental por uma combinação de várias
etapas (processos de desativação):

 Processos radiativos
• Fluorescência  RELEVÂNCIA ANALÍTICA
• Fosforescência

 Processos não radiativos (aumento T do solvente)


• Relaxação vibracional
• Conversão interna
• Conversão externa (colisões)
9
DETALHANDO a Fotoluminescência
• Pode ocorrer em sistemas químicos gasosos, líquidos e sólidos
 TIPOS:
• Fluorescência de ressonância:
λemis = λabs
(mais observada mais para espécies atômicas que moleculares)

10
DETALHANDO a Fotoluminescência
• Fluorescência com deslocamento Stokes:
Stokes: λ emis > λ abs (fóton absorvido
perde energia por inúmeras vibrações microscópicas)

Existem semelhanças
entre os espectros de
excitação e o de absorção
(“imagens especulares”)

Ex.: Quinina, tanto a absorção em 250 nm quanto em 350 nm resultam na


Ex.:
11
emissão em 450 nm
FOTOLUMINESCÊNCIA EM DIAGRAMAS DE
ENERGIA (Diagrama de Jablonski):

12
Diagrama de Jablonski Simplificado

- “Overlap” de níveis eletrônicos


- Não há mudança de spin

- “Overlap” de níveis eletrônicos


- Há mudança de spin

13
Outro ex
ex.. (emissão
(emissão não ressonante
ressonante):
):

Fenantreno: T1 S0 lenta 10-5 -10 s (fosforescência)

14
DETALHANDO a Fotoluminescência
Fatores que afetam a fluorescência

• Estrutura molecular
– conjugação, rigidez, ...
• Ambiente químico
– Concentração, pH, viscosidade, presença de O2
• Temperatura

15
Ex.: Fluorescência e Estrutura
• A substituição em anéis aromáticos afeta a
intensidade relativa de fluorescência e os valores
dos λmax de absorção/emissão

16
Ex.: Fluorescência e Estrutura
• Empiricamente, observa-se que a rigidez da
estrutura favorece a fluorescência.

Bifenil, Φ ≅ 0,2

Fluoreno, Φ ≅ 1 ΦZn-complexo >>> Φhidroxiquinolina

Rigidez  diminui a velocidade da relaxação não radiativa 17


Ex.: Fluorescência e Estrutura

• Estruturas aromáticas condensadas e/ou com


alto grau de conjugação apresentam alta
eficiência quântica

Heterocíclicos: não
fluorescem

Heterocíclicos
condensados fluorescem
18
Sobre os outros farores que afetam:
• Solvente e Temperatura

– Aumento de T ou diminuição de viscosidade do solvente


levam a um aumento no número de colisões e portanto
aumenta a probabilidade de conversão externas (supressão
colisional), diminuindo a “eficiência” da fluorescência

• pH
– A fluorescência de compostos aromáticos com
funcionalidades ácidas ou básicas apresenta forte
dependência com o pH.
• Ex.: anilina/anilínio e fenol/fenolato

19
Sobre os outros farores que afetam:
• Oxigênio dissolvido
– Oxigênio e outras espécies paramagnéticas tendem a
diminuir a fluorescência pelo aumento do
cruzamento intersistemas (fosforescência)
– Também é possível a oxidação da espécie
fluorescente

• Outras moléculas em solução


– Moléculas com átomos pesados (tetrabrometo de
carbono e iodeto de etila) aumentam a velocidade de
inversão de spin 20
Característica da Moléculas
Luminescêntes
 Rendimento quântico ou eficiência quântica Φ:

É a razão entre o número de moléculas luminescentes


e o número total de moléculas excitadas

21
Intensidade de Fluorescência e Concentração
• A fluorescência é diretamente proporcional a
concentração da espécie fluorescente, desde
que em baixas concentrações (A < 0,05)
F = K.c
• Desvios da linearidade:
 Altas concentrações
- Auto-supressão (quenching)
- Auto-absorção
22
Intensidade de Fluorescência e Concentração

23
Fluorescência e Análise Química
diretos:
Métodos diretos:

ANALITO + COMPLEXANTE  COMPLEXO FLUORESCENTE

Métodos indiretos
diretos::

ANALITO fluorecente + REAGENTE  PRODUTO menos FLUORESCENTE

Aplicações para compostos orgânicos e inorgânicos:


inorgânicas:
Determinações inorgânicas:

COMPLEMENTA a espectrofotometria no UV UV--Vis pois a maioria dos metais de


transição geralmente não foram complexos fluorescentes (decaimento não
radiativo muito eficiente), enquanto os outros metais podem formar produtos
fluorescentes 24
Fluorescência e Análise Química
Alguns exemplos

25
Fluorescência e Análise Química
Aplicações:
orgânicas: PRINCIPAL APLICAÇÃO
Determinações orgânicas:

Ácidos nucleicos
nucleicos,, alcalóides, aminoácidos, coenzimas, esteróis,
fármacos,, flavonóides, metabólitos, porfirinas, proteínas,
fármacos
vitaminas, ...

Na detecção de cromatógrafos e equipamentos de eletroforese


capilar favorecendo a obtenção de LDs de 10-9 a 10-12 mol L-1 !

26
Instrumentação: Esquema Geral

• Os componentes dos instrumentos para medir a


fotoluminescência são similares aos encontrados nos
fotômetros e espectrofotômetros UV/Vis

• MAS a fonte de radiação necessita ser mais intensa que


aquelas utilizadas na absorção molecular
– arco de mercúrio
– arco de xenônio-
xenônio-mercúrio
– lasers

• A maioria dos equipamentos emprega a ótica de duplo feixe


para compensar flutuações na potência da fonte
 Espectrofluorímetros corrigidos
27
Instrumentação: Esquema Geral

• Componentes similares a um
UV
UV--Vis

• “Detector” a 90 o em relação
ao feixe incidente

• Observa
Observa--se ambos os
espectros de excitação e
emissão

28
Componentes da Instrumentação
• Fontes de radiação - Lâmpadas
- “Lasers” (sensibilidade)

• Xenônio
Xenônio:: produz um
espectro continuo entre
250 e 600 nm tendo um
máximo a 470 nm

Espectro de emissão de uma lâmpada


de Xenônio

29
Componentes da Instrumentação
Fontes de radiação
• Mercúrio
Mercúrio::

- Altas pressão
pressão:: máximos em 365,
365, 398 nm, …, 734 nm.
nm.

- Baixa pressão
pressão:: máximo em 254 nm.
nm.

Espectro de emissão de uma lâmpada de Mercúrio


de alta pressão 30
Componentes da Instrumentação
• Filtros e monocromadores

– Fluorímetros x Espectrofluorímetros

• Detectores (transdutores)

– Fotomultiplicadoras
– Arranjo de diodos...
31
Metodologias: Absorção vs Emissão

Método Limite de detecção Custo Vantagem


(mol L-1)

UV-
UV-Vis 10-5 a 10-8 “universal”

Fluorescência 10-7 a 10-9 Gama seleta


de espécies

32
Para responder na aula
6.1) Que fatores físicos levam uma espécie química
(atômica ou molecular) emitir radiação?

6.2) Por que a fluorescência é mais utilizada na análise


química do que a fosforecência
fosforecência??

6.3) O comprimento de onda de fluorescência é, exceto


na emissão de ressonância, sempre maior que o de
excitação (ou de absorção)?

33
Bibliografia consultada
 “Análise Instrumental”
F Cienfuegos, D Vaitsman; 2000

 “Vogel - Análise Química Quantitativa”


GH Jeffrey e col., 6a ed., Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2002

 “Principles of Instrumental Analysis


Analysis””
DA Skoog, FL Holler, TA Nieman; 5th ed., 1998

 “Análise Química Quantitativa”


D. Harris; 7a ed., 2008

 Tutoriais de fabricantes de espectrofotômetros

 Slides didáticos fornecidos pelo Prof. Dr. Renato Rosseto (UFG)

34

Você também pode gostar