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Revista Brasileira de Geografia Física v.12, n.03 (2019) 944-960.

Revista Brasileira de
Geografia Física
ISSN:1984-2295
Homepage: https://periodicos.ufpe.br/revistas/rbgfe

Distribuição local e regional de Myracrodruon urundeuva Allemão


(Anacardiaceae) no semiárido do nordeste do Brasil

Carlos Antônio Belarmino Alves*1,4, João Everthon da Silva Ribeiro 2, Natan Medeiros Guerra3, Ramon Santos Souza4,
Mariana Muniz Nunes4, Eduardo Uchôa Guerra Barbosa4, Thamires Kelly Nunes Carvalho 4, Camilla Marques de
Lucena4,5, Jacob Silva Souto6, Reinaldo Farias Paiva de Lucena4

¹Universidade Estadual da Paraíba. Campus III. Guarabira, Paraíba. E-mail para contato: c_belarminoalves@hotmail.com. ² Programa de Pós-
Graduação em Agronomia. Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências Agrárias, Campus II, Areia, Paraíba. ³Programa de Pós-Graduação em
Fitotecnia. Universidade Federal Rural do Semiárido, Mossoró, Rio Grande do Norte. 4 Laboratório de Etnobiologia e Ciências Ambientais.
Departamento de Sistemática e Ecologia. Centro de Ciências Exatas e da Natureza. Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba. 5 Instituto
de Educação Superior da Paraíba – IESP. Coordenação de Internacionalização. Cabedelo, Paraíba. 6Unidade Acadêmica de Engenharia Florestal.
Universidade Federal de Campina Grande, Patos, Paraíba.
Artigo recebido em 09/01/2019 e aceito em 02/08/2019
RESUMO
Uma das vegetações que tem sido utilizada pelas populações tradicionais ao longo do tempo, e investigada por
especialistas é a do semiárido. Muitos estudos realizados nessa região são direcionados para espécies de usos madeireiro
e medicinal. Nesta pesquisa, realizou-se uma análise pontual da distribuição local de Myracrodruon urundeuva Allemão,
com base em informações coletadas em comunidades rurais de seis municípios do estado da Paraíba. Foram registrados
1.559 indivíduos de M. urundeuva em 144 horas de turnê guiada. Percebeu-se que que as populações desta espécie tendem
a formar aglomerados, estando alguns localizados próximos as residências, o que pode ser explicado pela utilização
medicinal das cascas para diversas enfermidades. Os dados abordados neste estudo refletem as características ambientais
de cada área estudada, indicando para cada região a melhor forma de manejo para as populações locais desta espécie.
Palavras-chave: Caatinga, turnê-guiada, conservação.

Local and regional distribution of Myracrodruon urundeuva Allemão


(Anacardiaceae) in the semi-arid region of northeastern Brazil
ABSTRACT
The objective of this study was to analyze the daily and seasonal variations of the components of the radiation balance -
and photosynthetically active radiation for the Caatinga during a dry year in Pernambuco Semi-Arid. The experiment was
conducted during the year 2012 in Petrolina, PE, located in the Brazilian semiarid region. To determine the components
of the radiation balance we used a balance radiometer CNR1 model installed the 13.3 meters of surface. Additionally, we
analyzed the interaction between vegetation and radiation using sensors to monitor the photosynthetically active radiation
above and in different positions under the canopy of scrub. These data were used to calculate the fraction of intercepted
photosynthetically active radiation (fRFAi) and absorbed (fRFAa). A wide seasonal variation of solar radiation and net
radiation was observed that reached daily averages around 23 MJ m-2 d-1 and 15 MJ m-2 d-1, respectively. In this case, it
was observed that the magnitude of the component values of the radiation balance was mainly affected due to the
cloudiness and changes in vegetation which mainly affected the levels of emittance and reflection surface. With regard to
fractions of intercepted and absorbed photosynthetic active radiation, it was observed that they had daily average values
over the next years, which were equal to 0.69 and 0.64 in order. This data can be extremely useful for a better
understanding of the interaction between the savanna and the atmosphere under natural climatic conditions.
Keywords: radiation, net radiation, photosynthetically active radiation, Caatinga, dry.

Introdução
A região semiárida do Nordeste do Brasil é biodiversidade, que vem sendo prospectada com os
considerada de grande importância, pois além de mais variados objetivos, sendo as propriedades
possuir uma dinâmica peculiar em sua vegetação medicinais a principal linha de investigação, o que
(Araújo et al., 2007), apresenta uma rica vêm influenciando abordagens com foco

Alves, C. A. B.; Ribeiro, J. E. S.; Guerra, N. M.; Souza, R. S.; Nunes, M. M.; Barbosa, E. U. G.; Carvalho, T. K. N.; Lucena, C. M.;
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conservacionista (Silva et al., 2012; Cavalcanti e Pereira et al., 2014; Coutinho et al. 2015; Lima et
Albuquerque, 2013). al. 2015; Galvão et al., 2018), além de estar sendo
Estas prospecções abordam o estudada como participante de sistemas
conhecimento e a dinâmica de comunidades agroflorestais, conservação de recursos genéticos,
tradicionais como os quilombolas, ribeirinhos e estudos químicos e bioquímicos, principalmente
habitantes do meio rural. Essas comunidades por apresentar taninos e flavonoides, considerados
possuem um grande conhecimento sobre a importantes princípios ativos de drogas (Nobre-
vegetação na qual convivem, e com isso fornecem Júnior et al., 2009; Gaino et al., 2010; Siqueira et
bases empíricas que colaboram com a ciência al., 2012).
acadêmica, principalmente através de estudos Devido sua versatilidade, a aroeira
etnobotânicos que buscam compreender a necessita de constante monitoramento, ou poderá
dinâmica das relações homem-planta (Ford, 1978; ingressar novamente na lista de espécies
Oliveira et al., 2009), conquistando resultados ameaçadas de extinção, onde atualmente encontra-
importantes, como, por exemplo, a descoberta de se como levemente preocupante (Nature, 2015),
novos princípios ativos e indicando espécies que mesmo assim, constantemente vem sendo alvo de
estejam sofrendo possíveis pressões de uso (Yunes estudos que a valorizam e incitam a sua
et al., 2001; Cartaxo et al., 2010; Silva et al., 2011; conservação por tamanha importância para as
Lima et al., 2018). pessoas do meio onde a espécie existe (Leite, 2002;
Uma das vegetações que tem sido utilizada Monteiro et al., 2012; Rodriguez et al., 2017).
pelas populações tradicionais ao longo do tempo, e Com base nas informações apresentadas na
investigada por especialistas é a do semiárido, a literatura sobre o uso e conservação das espécies
qual é rica e diversa em princípios ativos para uso vegetais encontradas na Caatinga, resolveu-se
medicinal, o que pode ser compreendido pelo fato realizar uma análise pontual sobre M. urundeuva,
das plantas habitarem lugares com condições com base em informações coletadas em
adversas e por isso necessitarem, constantemente, comunidades rurais de seis municípios do estado da
se defender, seja da agressão de pragas e doenças, Paraíba sobre a distribuição e disponibilidade local.
raios solares intensos e as próprias recessões
hídricas típicas da região, o que acaba gerando uma Material e métodos
gama de produtos oriundos do metabolismo
secundário, com as mais variadas atividades Área de estudo
biológicas (Cuchillo et al., 2013). O presente estudo foi realizado no semiárido do
Dentre as muitas espécies encontradas no estado da Paraíba, Nordeste do Brasil, em
semiárido do Nordeste, uma se destaca por diferentes regiões de Caatinga. Foram visitadas e
apresentar enorme resistência e versatilidade, a estudadas áreas em seis comunidades rurais: São
aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão). É Francisco no município de Cabaceiras, Santa Rita
uma espécie vegetal arbórea, pertencente à família no Congo, Pau D’Arco em Itaporanga, Coelho em
Anacardiaceae, com distribuição restrita a América Remígio, Várzea Alegre em São Mamede e
do Sul, sendo encontrada principalmente em áreas Capivara em Solânea, distribuídas entre a
mais secas e em solos rochosos, em variadas faixas Depressão Sertaneja e o Planalto da Borborema
de altitude e condições climáticas, apresentando (Figura 1). Essas comunidades foram escolhidas
uma madeira bastante densa, sendo considerada em virtude de já existirem pesquisas etnobotânicas
nobre (Rizzini, 1970; Lorenzi e Matos, 2002; realizadas pelo Laboratório de Etnoecologia e
Carvalho, 2003; Siqueira et al., 2012; Pereira et al., Ciências Ambientais da Universidade Federal da
2014). Paraíba, o que facilitou o acesso aos moradores e a
Devido a essas características, diversos confiança nas informações fornecidas (Guerra et
estudos vêm evidenciando a amplitude de fins al., 2012; Leite et al., 2012; Lucena et al., 2012;
madeireiros e não madeireiros desta espécie, como Pedrosa et al., 2012; Sousa et al., 2012; Lucena et
o uso medicinal e para a construção das mais al., 2013; Lucena et al., 2014; Silva et al., 2014;
variadas estruturas rurais e domésticas Ribeiro et al., 2014).
(Albuquerque e Oliveira, 2007; Oliveira et al.,
2007; Ramos et al., 2008a; Machado et al., 2011;

Alves, C. A. B.; Ribeiro, J. E. S.; Guerra, N. M.; Souza, R. S.; Nunes, M. M.; Barbosa, E. U. G.; Carvalho, T. K. N.; Lucena, C. M.;
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Figura 1. Localização geográfica da torre micrometeorológica para o monitoramento dos fluxos de energia,
vapor d’água e massa em uma área de Caatinga preservada, Petrolina-PE.

Coleta de dados Posteriormente os dados de cada município


Para registrar e mapear a distribuição local foram organizados em planilhas do Microsoft
das espécies nas comunidades, utilizou-se a técnica Excel®, onde foram calculadas a amplitude total
da turnê guiada (Albuquerque et al., 2010). Neste (1), número de classes (2), através da distribuição
estudo, optou-se pela caminhada com duração de de Sturges (Regra do Logaritmo) e a amplitude das
24 horas pelo perímetro físico das comunidades classes (3), respectivamente de acordo com as
nos seis municípios, totalizando 144 horas de turnê. seguintes equações:
Em cada comunidade foram percorridas (1)
áreas de vegetação primária e secundária, estradas, AT = Amplitude total;
áreas serranas, áreas de cultivo e de pastagem, MV = maior perímetro mencionado;
quintais agroflorestais, margem de rios e açudes. mv = menor perímetro mencionado.
Ao encontrar cada indivíduo, registrou-se à altura, (2)
perímetro do caule e sinais visuais de extrativismo, NC = Número de classes;
por meio da avaliação da retirada de casca, sendo N= quantidade de indivíduos amostrados;
medidas a largura e a altura de cada uma, para (3)
posterior dimensionamento em cm2. Essa etapa foi AC = Amplitude das classes;
realizada para ser ter ideia da quantidade de AT = Amplitude total;
retiradas de cascas para fins medicinais, e para se NC = número de classes;
verificar uma possível pressão de uso sobre a
espécie localmente (Pedrosa et al., 2012). Após a obtenção destes dados, a amplitude
Todos os indivíduos encontrados foram de classes foi empregada em cada conjunto de
identificados e mapeados por suas coordenadas dados de cada município estabelecendo as classes
geográficas através do auxílio de um GPS Garmin de perímetro em centímetros (cm) entre o menor e
Oregon® 400t, para a elaboração do mapa da o maior perímetro, com os devidos ajustes,
distribuição geográfica local de cada comunidade. evitando o encontro de classes (Sturges, 1926).
Alves, C. A. B.; Ribeiro, J. E. S.; Guerra, N. M.; Souza, R. S.; Nunes, M. M.; Barbosa, E. U. G.; Carvalho, T. K. N.; Lucena, C. M.;
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Foram construídos gráficos de distribuição com a possivelmente de idade, o que pode ser
frequência (eixo Y) e as classes (eixo X), bem considerado, a princípio uma boa informação, a
como o erro padrão, onde o erro padrão da média qual pode indicar que a espécie se encontra em
serviu para determinar a precisão com a qual a constante processo de regeneração e recrutamento
média da amostra estima a média da população. nas áreas estudadas.
Para uma melhor análise, os dados de A distribuição espacial, com a verificação
altura e perímetro de cada município, também das classes e perímetros, é uma importante
foram agrupados hierarquicamente em ferramenta para os estudos sobre a dinâmica da
dendrogramas, de acordo com os métodos da vegetação, pois pode conceber informações sobre
distância euclidiana e da ligação simples (Single sua regeneração, bem como para o
Linkage), utilizando o software Statistica 7.0®. desenvolvimento de programas de conservação da
Para identificação das espécies foram biodiversidade e elaboração de planos de manejo
coletados materiais vegetais, os quais foram (Rodrigues e Gandolfi, 2000; Barreira et al,. 2002).
processados em campo (exsicatas) para Esse contexto e importância podem ser
posteriormente serem identificados e incorporados comprovados com os resultados do presente
ao acervo do Herbário Jayme Coelho de Morais estudo, no qual pode ser registrado, nas áreas
(EAN) da Universidade Federal da Paraíba (Centro estudadas uma variação indicando indivíduos em
de Ciências Agrárias – Campus II). O número de diferentes estágios, informação esta, que pode ser
tombamento para a aroeira (Myracrodruon utilizada em planos de conservação e manejo.
urundeuva Allemão) é 17.632. Na comunidade São Francisco, os 463
Para a distribuição espacial, além do mapa, foi indivíduos registrados variaram em altura de 0,30 a
calculada a correlação de Pearson (r) e o 16,5 metros. Todos foram agrupados em classes de
coeficiente de determinação (R²), entre os dados de perímetro, onde o mínimo foi de 13 cm e o máximo
número de indivíduos, altura média e perímetro de 205 cm. A maioria (69,11%) encontra-se
médio, para ambas as espécies e todas as inserida entre as classes de perímetro que vai de 33
comunidades. a 89 cm, o que pode indicar que a população de
aroeira dessa região encontra-se na fase adulta, ao
mesmo tempo que pode-se sugerir um baixo
Resultados e discussão recrutamento de presença de indivíduos jovens e
em estágio inicial de desenvolvimento, já que
Distribuição espacial
foram registrados apenas 12,31% com perímetro
Foram registrados 1.559 indivíduos de M.
abaixo de 33 centímetros (Figura 2). Tal contexto é
urundeuva nas 144 horas da turnê guiada (Tabela
preocupante, em virtude da baixa quantidade de
1). Nas figuras 2 a 13, são apresentados os mapas
indivíduos jovens, associada às condições
com as distribuições espaciais e a classificação em
climáticas locais desfavoráveis e as ações
classes de perímetro. Pelos elevados coeficientes
antrópicas, podendo interferir e prejudicar o
de variação (C.V. (%)), da altura e perímetro, pode-
processo da regeneração natural da espécie nesta
se sugerir que em todas as comunidades a espécie
comunidade e, em um futuro próximo chegar à
possui um padrão heterogêneo, indicando a
condição de extinção local.
presença de indivíduos em variadas classes e

Tabela 1. Quantidade total de indivíduos de aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão), registrado em


turnê guiada, em seis comunidades do semiárido da Paraíba, Nordeste do Brasil, com altura média±desvio
padrão (m), perímetro médio±desvio padrão (cm), com seus respectivos coeficientes de variação (C.V. (%)).
Altura média C.V. Perímetro C.V.
Município Comunidade Indivíduos
(m) (%) médio (cm) (%)
Cabaceiras São Francisco 463 7,42±2,41 32,45 66,86±34,09 50,98
Congo Santa Rita 133 9,06±2,45 27,02 58,84±42,58 72,36
Itaporanga Pau D’Arco 584 6,93±2,81 40,57 43,75±30,82 70,44
Remígio Coelho 40 7,76±3,48 44,85 68,15±49,78 73,04
São Mamede Várzea Alegre 112 7,30±2,71 37,12 58,03±38,95 67,12
Solânea Capivara 227 5,87±2,26 38,56 45,40±31,33 69,01

Alves, C. A. B.; Ribeiro, J. E. S.; Guerra, N. M.; Souza, R. S.; Nunes, M. M.; Barbosa, E. U. G.; Carvalho, T. K. N.; Lucena, C. M.;
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Figura 2. Classificação com base em perímetro dos indivíduos de aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão)
na comunidade de São Francisco, município de Cabaceiras, Paraíba, Brasil.

Silva et al. (2014), em um levantamento espécie sofre constantemente retirada de casca,


fitossociológico por meio de parcelas plotadas principalmente para uso medicinal ou tecnológico,
nesta mesma comunidade, registraram apenas 10 sendo utilizada nos curtumes, por apresentar
indivíduos de M. urundeuva. Número bem inferior elevada quantidade de taninos, para curtir o couro
ao registrado no presente estudo, o que sugere da de animais, em alguns casos a planta não consegue
necessidade da realização de diferentes formas de se recuperar e morre por conta desta retirada (Kiill
amostragem da vegetação quando se busca e Lima, 2011; Monteiro et al., 2012). Contudo, na
informações mais especificas sobre a comunidade São Francisco, essa atividade apesar
disponibilidade local e regional de determinada de ter sido detectada, não apresenta riscos à
espécie. Se fosse realizado um plano de população da espécie, pelo fato de menos de 2%
conservação, e levasse em consideração as dos indivíduos terem apresentado os sinais
informações de Silva et al. (2014) poderia indicar extrativistas, contudo, o impacto foi expressivo nos
que a aroeira se encontra em risco de extinção mesmos, como pode ser comprovado pelo tamanho
local, contudo a turnê guiada evidenciou a presença da área de extração.
de um número cerca de 500 vezes maior que ao Em São Francisco, como pode ser
desses autores, o que indica a existência de uma verificado na figura 3, os indivíduos de M.
população de considerável tamanho na área em urundeuva se encontram distribuídos em núcleos
questão. populacionais formando aglomerações, as quais
Outro estudo realizado no município de podem ser oriundas da própria ecologia da espécie,
Condado, sertão da Paraíba, Brasil, registrou-se como também podem ter sido favorecidas por meio
apenas 03 indivíduos, inventário também realizado de ações antrópicas. Essa possibilidade de se
por meio da alocação de parcelas (Fernandes, encontrar populações dessa espécie formando
2013). Esse resultado e o de Silva et al. (2014) grupos aglomerados é apresentada na literatura,
evidenciam que tal método pode não ser muito que afirma que se trata de uma estratégia bastante
adequado para o registro da disponibilidade local comum em espécies da Caatinga, pois quando elas
de M. urundeuva. se estabelecem em aglomerações, fica mais fácil o
Do total de indivíduos registrados, 1,30% crescimento e desenvolvimento (Lorenzi e Matos,
(seis) apresentaram sinais de extrativismo na casca, 2002; Silva et al., 2009).
de caráter não madeireiro, com áreas de extração Outro ponto a ser discutido, é que em
que variam de 70 cm2 a 1.305 cm2. Esta informação alguns locais as plantas foram registradas próximas
corrobora com outros estudos, onde afirmam que a as residências ou estradas, o que pode implicar na
Alves, C. A. B.; Ribeiro, J. E. S.; Guerra, N. M.; Souza, R. S.; Nunes, M. M.; Barbosa, E. U. G.; Carvalho, T. K. N.; Lucena, C. M.;
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manutenção da espécie em locais estratégicos, para realizados nas mesmas comunidades investigadas,
que os moradores aproveitem suas propriedades, só que utilizando métodos das parcelas e ponto
quando necessário. Estes dois padrões aconteceram quadrantes (Carvalho et al., 2012; Guerra et al.,
em praticamente todas as comunidades estudadas. 2012; Leite et al., 2012; Soares et al., 2013; Silva
Na comunidade Santa Rita, registraram-se et al., 2014).
133 indivíduos, com altura mínima de 5 metros e Do total registrado, 3,0% (quatro
máxima de 18 metros. Todos foram agrupados em indivíduos) apresentaram sinais de extrativismo
classes de perímetro, onde o mínimo foi de 10 cm com retirada de cascas, com áreas que variam de 24
e o máximo de 309 cm. A classe de 10 cm a 47 cm cm2 a 1.145,5 cm2. Esta comunidade é a quarta que
foi a maior, com 61 indivíduos, contudo, 30 mais registrou indivíduos na turnê guiada,
indivíduos (22,55%) desses apresentaram um encontrando-se distribuídos também em
perímetro abaixo de 30 cm, o que pode caracterizar aglomerações, geralmente em lugares de difícil
uma população jovem. A maioria (58,64%) se acesso, como serras, vegetação adensada e
encontra em classes com perímetros entre 30 cm a propriedades privadas, em alguns locais, verificou-
60 centímetros (Figura 4), caracterizando uma se o afastamento de estradas principais (Figura 5).
população adulta. De forma geral, cerca de 77,45% Nessa comunidade se pode observar de forma mais
dos indivíduos apresentaram perímetros superiores evidente uma tendência para os indivíduos se
a 30 cm, o que pode indicar a predominância de agruparem em aglomerados mais definidos, com
uma população adulta, e uma baixa presença de poucos indivíduos dispersos.
indivíduos jovens e em estágios iniciais de A comunidade Pau D’Arco, em
sucessão. O contexto dessa região estudada, de Itaporanga, destacou-se por apresentar a maior
certa forma, é tão preocupante como o da quantidade de indivíduos registrados (584), com
comunidade São Francisco, em virtude da elevada variação de altura mínima de 1 metro e máxima de
porcentagem de indivíduos com grande perímetro. 8,5 metros (Figura 6). Todos foram agrupados em
Scherer et al. (2014) afirmaram que a classes de perímetro, com o mínimo de 10 cm e o
análise da estrutura que compõem as espécies máximo 232 cm. A maioria (46,74%) encontra-se
arbóreas, permite identificar e quantificar as inserida na classe com perímetro entre 10 cm e 32
espécies presentes no processo sucessional, cm, o que pode indicar uma população juvenil.
constituindo-se em elemento básico para o Essa mesma porcentagem, 46,74%, foi registrada
planejamento e uso dos recursos florestais para plantas com perímetro entre as classes com
(Carvalho, 1982), bem como sua capacidade variação de 33 cm a 98 cm, podendo caracterizar
regenerante. É bastante comum para isso, utilizar um grupo de plantas adultas. Esse cenário pode ser
métodos amostrais em parcelas ou pontos interpretado assumindo-se que essa região está
quadrantes, complementados com turnês guiadas, passando por um processo de sucessão ecológica,
onde na Caatinga geralmente analisam-se as além do fato de existirem grandes fazendas
espécies com DNS ≥ 3 cm (Albuquerque et al., particulares, as quais limitam o acesso aos recursos
2010). Assim como a literatura acima citada naturais, que nesse caso é o extrativismo da aroeira.
menciona a utilização da turnê guiada como Outro fator que pode colaborar para a recuperação
método amostral, o presente estudo vem reforçar da população dessa espécie na região é a baixa
essa importância com base na grande diferença de quantidade de residências habitadas na
indivíduos registrados por meio desse método comunidade.
quando comparado aos estudos que foram

Alves, C. A. B.; Ribeiro, J. E. S.; Guerra, N. M.; Souza, R. S.; Nunes, M. M.; Barbosa, E. U. G.; Carvalho, T. K. N.; Lucena, C. M.;
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Figura 3. Distribuição local dos indivíduos de aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão), na comunidade
São Francisco, município de Cabaceiras, Paraíba, Brasil.

Figura 4. Classificação com base em perímetro dos indivíduos de aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão)
na comunidade de Santa Rita, município de Congo, Paraíba, Brasil.

Alves, C. A. B.; Ribeiro, J. E. S.; Guerra, N. M.; Souza, R. S.; Nunes, M. M.; Barbosa, E. U. G.; Carvalho, T. K. N.; Lucena, C. M.;
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Figura 5. Distribuição local dos indivíduos de aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão), na comunidade
Santa Rita, município do Congo, Paraíba, Brasil.

Figura 6. Classificação com base em perímetro dos indivíduos de aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão)
na comunidade de Pau D’Arco, município de Itaporanga, Paraíba, Brasil.

indicativo de que é possível a recuperação das


Leite et al. (2012), em levantamento populações de M. urundeuva desde que as áreas
fitossociológico com parcelas plotadas nesta sejam mantidas preservadas e permitido que ocorra
mesma comunidade, mencionaram o registro de todo o processo de regeneração ambiental.
107 indivíduos. Entretanto Oliveira et al. (2014), ao Provavelmente, situações como essa devem ter
realizar levantamento fitossociológico em parcelas ocorrido em diversas regiões do semiárido
numa floresta, considerada Mata Atlântica, com brasileiro, o que pode ter contribuído para a
monodominância de Myracrodruon urundeuva mudança da situação da aroeira na lista de espécies
Allemão em Tumiritinga, Minas Gerais, ameaçadas de extinção, saindo da categoria de
registraram 562 indivíduos, valor superior a quase vulnerável para pouco preocupante, conforme o
todas as áreas deste estudo, exceto na comunidade Centro Nacional de Conservação da Flora
de Pau D’Arco (584). Os dados registrados nessa (Cncflora, 2015).
comunidade podem ser tomados como um
Alves, C. A. B.; Ribeiro, J. E. S.; Guerra, N. M.; Souza, R. S.; Nunes, M. M.; Barbosa, E. U. G.; Carvalho, T. K. N.; Lucena, C. M.;
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Neste caso, a regeneração da espécie quantidade de plantas jovens, seguindo o padrão da


poderá acontecer de forma mais efetiva, caso comunidade Pau D’Arco de Itaporanga (Figura 8).
ocorra algum tipo de degradação. Além disso, 27,5% ficaram entre as classes de 38 cm a 89 cm,
nessa comunidade foram registrados poucos podendo considerar indivíduos adultos, e 32,5%
indivíduos (0,51%) com extração de cascas, de com perímetro acima de 90 cm, o que pode ser
caráter não madeireiro, com áreas que variam de considerado uma população velha.
390 cm2 a 2.200 cm2, e apresentaram também Entretanto, sendo a comunidade em que
retiradas de madeira, possivelmente para suprir as menos se registrou indivíduos, ainda foi superior
necessidades energéticas (lenha e/ou carvão) e aos resultados mencionados por Calixto Júnior e
tecnológicas (cabo de ferramenta, móvel) ou Drumond (2014), ao estudar áreas de Caatinga em
construtivas (cercas, e cobertura de casa), estes Petrolina, Pernambuco, consideradas conservadas,
indicados na literatura como usos frequentes pelas que reportaram apenas 4 indivíduos de M.
populações rurais do semiárido nordestino (Lucena urundeuva, sendo também superiores aos
et al., 2011; Leite et al., 2012). resultados de Cunha et al. (2013), em levantamento
Baseado no mapa de distribuição local fitossociológico, utilizando parcelas no Pico do
(Figura 7), pode-se observar dois grandes Jabre, Paraíba, onde registraram apenas 16
agrupamentos dos indivíduos de Myracrodruon indivíduos. A diferença entre os indivíduos
urundeuva, com as residências ocupando uma faixa registrados em parcelas e os deste estudo, através
na zona mediana da comunidade. Essa distribuição da turnê guiada, fica evidenciada em todas as
e formação dessas duas grandes populações podem comunidades, pois a técnica da turnê guiada
ser explicadas pelo fato da existência de áreas de permite complementar as informações das
regeneração florestal nas regiões percorridas na parcelas, elencando um número maior de espécies,
turnê guiada, além do fato da baixa ocorrência em a fim de associar com os dados etnobotânicos
margens de estradas e outras zonas antropogênicas. identificando variados padrões e formas de usos
O conhecimento de que essas áreas estão em para as espécies, como afirmam Albuquerque et al.
processo de recuperação tem por base informações (2010).
fornecidas pelos moradores da comunidade que Do total de indivíduos registrados, 2,50%
afirmaram que essas áreas foram durante muitos (um) apresentou sinais de extrativismo na casca, de
anos utilizadas para fins agropastoris, mas que caráter não madeireiro, com área de 600 cm2. Esta
fazia diversos anos que haviam sido abandonadas. comunidade foi a que menos se registrou
Como foi especificado anteriormente, este padrão indivíduos na turnê guiada, encontrando-se
de aglomeração em áreas naturais é de extrema aglomerada ou algumas mantidas isoladamente,
importância para a manutenção da espécie em áreas mas próximas de algumas residências (Figura 9).
nativas. Marangon et al. (2013), avaliando o padrão Na comunidade de Várzea Alegre, os 112
espacial de espécies da Caatinga, verificaram que a indivíduos registrados, tiveram altura mínima de 3
maioria das espécies deste bioma, incluindo a metros e máxima de 15 metros. Todos foram
aroeira (M. urundeuva), de acordo com o Índice de agrupados em classes de perímetro, com o mínimo
Morisita (que representa o padrão ecológico de de 10 cm e o máximo de 215 cm. A maioria
dispersão), apresentam comportamento padrão de (51,78%) encontra-se distribuída entre as classes
aglomeração, o qual foi encontrado nas entre 36 cm e 86 cm (Figura 10). Essa
comunidades estudadas no presente estudo. predominância pode sugerir a existência de uma
Na comunidade de Coelho, os 40 população adulta e com presença mediana de
indivíduos registrados, apresentaram altura mínima indivíduos jovens, os quais podem representar o
de 1,90 metros e máxima de 17 metros. Todos recrutamento e o processo de recuperação da
foram agrupados em classes de perímetro, onde o população da espécie, já que esses representam
mínimo foi de 12 cm e o máximo de 167 cm. 40% 30,35% do total, distribuídos na classe de 10 cm a
dos indivíduos estão inseridos na classe entre 12 35 cm.
cm a 37 cm, o que pode indicar uma grande

Alves, C. A. B.; Ribeiro, J. E. S.; Guerra, N. M.; Souza, R. S.; Nunes, M. M.; Barbosa, E. U. G.; Carvalho, T. K. N.; Lucena, C. M.;
Souto, J. S.; Lucena, R. F. P. 952
Revista Brasileira de Geografia Física v.12, n.03 (2019) 944-960.

Figura 7. Distribuição local dos indivíduos de aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão), na comunidade
Pau D’Arco, município de Itaporanga, Paraíba, Brasil.

Figura 8. Classificação com base em perímetro dos indivíduos de aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão)
na comunidade de Coelho, município de Remígio, Paraíba, Brasil.

Alves, C. A. B.; Ribeiro, J. E. S.; Guerra, N. M.; Souza, R. S.; Nunes, M. M.; Barbosa, E. U. G.; Carvalho, T. K. N.; Lucena, C. M.;
Souto, J. S.; Lucena, R. F. P. 953
Revista Brasileira de Geografia Física v.12, n.03 (2019) 944-960.

Figura 9. Distribuição local dos indivíduos de aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão), na comunidade
Coelho, município de Remígio, Paraíba, Brasil.

Figura 10. Classificação dos indivíduos de aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão) na comunidade de
Várzea Alegre, município de São Mamede, Paraíba, Brasil.

Guerra et al. (2012), após levantamento porcentagem de indivíduos jovens foi


fitossociológico em parcelas realizado nesta aparentemente interessante do ponto de vista
mesma comunidade, registraram apenas 16 ecológico e conservacionista, já que em ambas as
indivíduos. Entretanto, Apgaua et al. (2014), comunidades, cerca de 30% dos indivíduos
estudando comunidades arbóreas em registrados podem ser considerados jovens levando
remanescentes em parcelas distribuídas em floresta em consideração o perímetro.
seca, mencionaram a ocorrência de 92 indivíduos Salomão et al. (2014), verificando o
de M. urundeuva, resultado inferior a comunidade estoque de carbono por espécies arbóreas em um
estudada em São Mamede. Um detalhe sistema agroflorestal biodiverso, com tamanho de
significativo é que do total de indivíduos 0,50 ha, em Dourados, Mato Grosso do Sul,
registrados no presente estudo, nenhum apresentou registraram 48 indivíduos de M. urundeuva,
sinais de extrativismo, o que pode indicar uma resultado bastante inferior ao desta comunidade.
ausência do uso medicinal dessa espécie. Embora existam registros desta espécie na região
Esta comunidade foi a quinta que mais Centro-Oeste, possivelmente as características
registrou indivíduos na turnê guiada, encontrando- edafoclimáticas não lhe são favoráveis, como na
se agrupados em grande quantidade na área de região Nordeste e Norte de Minas Gerais, por isso
serra, com poucos registros de ocorrência próxima nos mapas de distribuição, a predominância se dá
as residências (Figura 11). O difícil acesso a Serra nas referidas regiões (Silva-Luz e Pirani, 2015).
da Mandioca, onde foram registrados os indivíduos Do total registrado, 2,64% (seis)
de aroeira, pode estar contribuindo para a apresentaram sinais de extrativismo na casca, de
manutenção dessa população. caráter não madeireiro, com áreas que variam de
Na comunidade Capivara, os 227 234 cm2 a 708 cm2, também foi registrado
indivíduos registrados tiveram altura mínima de indivíduos com sinais extrativistas com
1,30 metros e máxima de 13,0 metros. Todos foram características madeireiros, como mencionado
agrupados em classes de perímetro, onde o mínimo anteriormente em outras comunidades,
foi de 06 cm e o máximo de 196 cm. A maioria provavelmente para uso nas construções rurais ou
(59,03%) encontra-se inserida entre as classes de como fonte energética.
28 cm a 90 cm, e 32,15% nas classes de 06 cm a 27 Esta comunidade é a terceira que mais
cm (Figura 12 e 13). Esse cenário foi muito registrou indivíduos na turnê guiada, encontrando-
semelhante ao encontrado na comunidade Várzea se aglomeradas em pontos diversos da
Alegre em Remígio, onde predominou uma comunidade. Uma característica encontrada nessa
população supostamente adulta, mas a região é a presença de diversos e pequenos
Alves, C. A. B.; Ribeiro, J. E. S.; Guerra, N. M.; Souza, R. S.; Nunes, M. M.; Barbosa, E. U. G.; Carvalho, T. K. N.; Lucena, C. M.;
Souto, J. S.; Lucena, R. F. P. 954
Revista Brasileira de Geografia Física v.12, n.03 (2019) 944-960.

fragmentos de vegetação mantidos pelos coeficiente de determinação R²=33,13%, indicando


proprietários das fazendas, o que pode estar que, embora seja uma correlação mediana, em
favorecendo a manutenção das populações de alguns casos, possivelmente em uma população
aroeira. predominantemente velha, quando se aumenta a
Baseando-se nas informações de altura média, aumenta também o perímetro médio.
distribuição da espécie, características de altura e De forma geral é extremamente importante
perímetro, na Tabela 2 tem uma demonstração da monitorar a espécie no semiárido do Nordeste do
correlação de Pearson entre tais variáveis, tentando Brasil, pois da forma em que a maioria dos
explicar algumas correlações entre a população de indivíduos se distribuem nas comunidades
aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão) nas estudadas e a inequiâneidade, em um futuro
seis comunidades. próximo, a espécie pode diminuir
O número de indivíduos relacionou-se consideravelmente seu número de individuos ou
negativamente com a altura média e perímetro até mesmo desaparecer. Oliveira et al. (2007),
médio, obtendo coeficientes de determinação alertou para estado de Pernambuco, a necessidade
R²=10,91% e R²=17,64% respectivamente, de conservação da M. urundeuva, devido ao alto
indicando que, embora seja uma correlação fraca, número de utilização local da espécie, e que sua
em alguns casos, possivelmente em uma população extração não foi classificada como sustentável,
predominantemente jovem, quando se eleva a pois a retirada indiscriminada dos recursos
quantidade, diminui-se a altura média e perímetro disponíveis na vegetação pode levar espécies à
médio. Entretanto a altura média se correlacionou extinção.
positivamente com o perímetro médio, obtendo um

Figura 11. Distribuição local dos indivíduos de aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão), na comunidade
Várzea Alegre, município de São Mamede, Paraíba, Brasil.

Alves, C. A. B.; Ribeiro, J. E. S.; Guerra, N. M.; Souza, R. S.; Nunes, M. M.; Barbosa, E. U. G.; Carvalho, T. K. N.; Lucena, C. M.;
Souto, J. S.; Lucena, R. F. P. 955
Revista Brasileira de Geografia Física v.12, n.03 (2019) 944-960.

Figura 12. Classificação com base em perímetro dos indivíduos de aroeira (Myracrodruon urundeuva
Allemão) na comunidade de Capivara, município de Solânea, Paraíba, Brasil.

Figura 13. Distribuição local dos indivíduos de aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão), na comunidade
Capivara, município de Solânea, Paraíba, Brasil.

Tabela 2. Correlação de Pearson para o número de indivíduos registrados, altura média e perímetro médio das
seis comunidades do semiárido paraibano, Brasil.
Número de Indivíduos Altura média (m) Perímetro médio (m)
Número de Indivíduos - - 0,33 - 0,42
Altura média (m) - 0,58
Perímetro médio (m) -

Conclusões Entretanto, em algumas comunidades, a quantidade


A aroeira (Myracrodruon urundeuva de indivíduos adultos é bem superior à de
Allemão), nas comunidades estudadas, está em indivíduos jovens, o que merece destaque, pois
diferentes condições de número de indivíduos, indica uma dificuldade em sua regeneração, sendo
altura, perímetro e idade, o que é normal para a necessárias medidas urgentes, como: um manejo
espécie nas condições do semiárido brasileiro. eficaz e plantio da espécie em pontos estratégicos.
Alves, C. A. B.; Ribeiro, J. E. S.; Guerra, N. M.; Souza, R. S.; Nunes, M. M.; Barbosa, E. U. G.; Carvalho, T. K. N.; Lucena, C. M.;
Souto, J. S.; Lucena, R. F. P. 956
Revista Brasileira de Geografia Física v.12, n.03 (2019) 944-960.

A condição de ter-se um número tropical forest remnant, Brazil. Cerne 20, 173-
significativamente maior de indivíduos adultos e 182.
baixo de jovens e plântulas, também pode ser Araújo, E. L.; Castro, C. C.; Albuquerque, U. P.
ocasionado pelo fato de as folhas jovens da aroeira 2007. Dynamics of Brazilian Caatinga: a review
serem altamente palatáveis e apreciada pelos concerning the plants, environment and
rebanhos bovinos e caprinos, associado a esse fato people. Functional Ecosystems and
as condições ambientais pelas quais as áreas Communities 1, 15-28.
estudadas estão passando. Contudo, os dados Arruda, R. 1999. Populações tradicionais e a
encontrados no município de Itaporanga, por proteção dos recursos naturais em unidades de
exemplo, indicam que essa espécie tem condições conservação. Revista Ambiente e Sociedade 2,
de se recuperar no ambiente, quando são oferecidas 79-93.
as condições necessárias, como a ausência de Barreira, S.; Scolforo, J. R. S.; Botelho, S. A.;
animais e de ações antrópicas. Mello, J. M. 2002. Estudo da estrutura da
Como foi visto nos mapas da distribuição, regeneração natural e da vegetação adulta de um
percebeu-se que a aroeira demonstrou a tendência cerrado sensu stricto para fins de manejo
das populações se apresentarem em agrupamentos, florestal. Scientia Forestalis 61, 64-78.
como visto na literatura especializada, estando Calixto-Júnior, J. T. C. e Drumond, M. A. 2014.
alguns localizados próximos as residências, o que Estudo comparativo da estrutura
pode ser explicado pela utilização medicinal das fitossociológica de dois fragmentos de Caatinga
cascas para diversas enfermidades. em níveis diferentes de conservação. Pesquisa
Florestal Brasileira 34, 345-355.
Agradecimentos Cartaxo, S. L.; Souza, M. M. A.; Albuquerque, U.
Os autores agradecem as comunidades do P. 2010. Medicinal plants with bioprospecting
estudo, localizadas nos municípios de Cabaceiras, potential used in semi-arid Northeastern Brazil.
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