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Planejamento Tributário Eficiente - Uma Análise de Sua Relação...
Planejamento Tributário Eficiente - Uma Análise de Sua Relação...
VITÓRIA-ES
2011
ANDRÉ PINTO COELHO VELLO
VITÓRIA-ES
2011
ANDRÉ PINTO COELHO VELLO
COMISSÃO EXAMINADORA
Ao meu filho Davi, que mesmo com sua pouca idade, foi capaz de dividir a
atenção do pai no período. Amada esposa, pelo grande incentivo oferecido e apoio
capacidade e compromisso. Irmãs, pela ajuda que deram. E meus sogros pelos
com sabedoria.
discussões acadêmicas, e, aos meus sócios, Saulo Cabral de Lacerda Jr. e Luciano
matéria.
“Justamente a partir dessa complexidade da
temática tributária, caracterizada por problemas
que requerem muitas vezes uma visão
multifacetada do profissional ou pesquisador, é
que se constata a carência de uma abordagem
interdisciplinar no trato das questões”.
(Iudícibus e Pohlmann).
RESUMO
Market risk is influenced by the efficiency’s level in corporate tax planning? This
paper set out to answer this question research and came to corroborate the modern
theory of corporate tax avoidance by identifying evidence that the tax efficiency of an
organization, achieved by the successful exercise in tax planning activities, promotes
a reduction in their risk, since in the presence of good corporate governance
practices. From a sample of 86 publicly traded companies listed on BOVESPA, 08
sectors of the Brazilian economy and a series of 05 years, obtained by three different
sources: a survey of April’s publishing called Melhores & Maiores; the Economática
database; and the theoretical corporate governance index (IGC) from BOVESPA,
were performed OLS regressions with panel data fixed effects estimators, in order to
identify the variables that explained the market risk (beta). The results provide
evidence suggesting the existence of a significant and negative relationship between
market risk and the effective tax rate planning organizations in those companies with
the best corporate governance practices. Was proposed a new construct for variable
effective tax planning, has been selected to study the foundations their estimation: all
parts, all costs, all taxes, conforming avoidance, implicit taxes, taxes clienteles and
hidden taxes. The theoretical construct of this research met an interdisciplinary
framework, involving the area of tax planning and tax avoidance theory, and studies
in finance and risk, all addressed together with the corporate governance framework
and the theory of agents.
Tabela 01: Resumo das empresas obtidas da base de dados Melhores &
Maiores .................................................................................................. 50
Tabela 02: Resumo das empresas listadas no BOVESPA até 30/07/11 ................ 51
Tabela 03: Resumo das empresas que pertenciam ao índice teórico de
governança corporativa (IGC) ao fim do referido ano ........................... 52
Tabela 04: Registros obtidos após cruzadas as três fontes de dados utilizadas
no trabalho ............................................................................................. 53
Tabela 05: Resumo da amostra utilizada no trabalho ............................................. 54
Tabela 06: Apresentação dos resultados obtidos pelo cálculo da carga tributária
setorial ................................................................................................... 60
Tabela 07: Apresentação do teste de normalidade de Swapiro-Wilk aplicado às
principais variáveis do modelo ............................................................... 65
Tabela 08: Estatística descritiva das variáveis do modelo ...................................... 72
Tabela 09: Resultados obtidos pela aplicação da regressão múltipla à amostra
da pesquisa ........................................................................................... 75
Tabela 10: Análise de sensibilidade do modelo à mensuração do IPTE pelas
alterações do (FGCm) ............................................................................ 78
LISTA DE QUADROS
Quadro 01: Resumo das formas de mensuração do corporate tax avoidance. ....... 40
Quadro 02: Apresentação dos requisitos idealmente propostos para a estimação
do nível de planejamento tributário eficiente. ........................................ 65
Quadro 03: Alguns dos estudos e fatores determinantes encontrados para
explicação do risco de mercado das empresas brasileiras. .................. 69
Quadro 04: Resumo dos testes realizados para escolha do melhor método de
estimação. ............................................................................................. 74
Quadro 05: Matriz com propostas diferenciadas de valores ao vetor (FGCm)
utilizado no cálculo do IPTE. ................................................................. 77
LISTA DE FIGURAS
1
INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13
2
DESENVOLVIMENTO .......................................................................................... 22
2.1
RISCO .................................................................................................................. 22
2.1.1
Teoria de diversificação de carteiras .............................................................. 24
2.1.2
Modelos de risco e retorno ............................................................................. 26
2.1.3
Capital Assets Pricing Models (CAPM) .......................................................... 27
2.1.4
Fatores determinantes de risco de mercado das empresas brasileiras ......... 31
2.2
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E O ARCABOUÇO TEÓRICO DE
SCHOLES-WOLFSON ........................................................................................ 33
2.3
CORPORATE TAX AVOIDANCE ........................................................................ 37
2.4
HIPÓTESE DE PESQUISA .................................................................................. 41
2.5
PROXY E CONSTRUCTO PARA PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
EFICIENTE .......................................................................................................... 45
3
METODOLOGIA ................................................................................................... 49
3.1
DADOS ................................................................................................................ 49
3.2
ESTIMAÇÃO DA VARIÁVEL INDEPENDENTE – TAX AVOIDANCE .................. 54
3.2.1
Demonstrativo de Valor Adicionado (DVA)..................................................... 54
3.2.2
Mensuração da carga tributária setorial ......................................................... 56
3.2.3
Constructo de tax avoidance: Índice de Planejamento Tributário Eficiente
(IPTE) ............................................................................................................. 60
3.3
ESTIMAÇÃO DA VARIÁEL DEPENDENTE – RISCO .......................................... 66
3.4
VARIÁVEIS DE CONTROLE ............................................................................... 68
3.5
MODELO PROPOSTO PARA O TESTE DA HIPÓTESE ..................................... 70
3.6
ESTATÍSTICA DESCRITIVA DAS VARIÁVEIS ................................................... 71
4
APRESENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS...................................... 73
4.1
TESTE DE ASSOCIAÇÃO ENTRE RISCO DE MERCADO E TAX
AVOIDANCE ........................................................................................................ 74
4.2
ANÁLISE DE SENSIBILIDADE DO MODELO À MENSURAÇÃO DO IPTE ......... 76
5
CONCLUSÃO ....................................................................................................... 80
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 84
Capítulo 1
1 INTRODUÇÃO
(IBPT), a carga tributária cresceu significativamente, nos últimos anos. Entre 2000 e
2010).
Em um estudo feito por Amaral et al. (2009) sobre a evasão fiscal, com dados
apurados durante os anos de 2006 à 2008, foi estimado que se sonegava no Brasil
9% do PIB. Este estudo inferiu que com os novos sistemas de controles fiscais, no
1
Ou tax aggressiveness. Para Hanlon e Heitzman (2010, p. 137), um dos desafios desta área é que
não existe uma definição universalmente aceita para o termo.
14
definindo-o como ações que promovam reduções dos tributos explícitos da empresa,
trabalho.
às organizações maximizando seu fluxo de caixa, por outro podem torná-las alvos
potenciais das autoridades fiscais, e das penalidades por elas impostas, com efeitos
práticas às organizações.
trabalhos sugerem que esta relação deixa de ser significativa quando não é levada
de quais podem ser as consequências das ações do tax avoidance ao fluxo de caixa
difference3 (BTD) com uma tendência de piora em seu risco de crédito. Tais
2
Segundo o doutrinador Ricardo Alexandre (2009), planejamento tributário são ações normalmente
tomadas antes da ocorrência do fato gerador. Porém existem casos minoritários em que é facultado
ao contribuinte a decisão por um planejamento tributário lícito, mesmo após a ocorrência do fato
imponível, como destacado pelo doutrinador. O lançamento do imposto de renda da pessoa física no
Brasil e a opção pelo método simplificado ou completo é um exemplo por ele citado.
Ainda segundo o autor, o planejamento tributário é plenamente garantido em nosso ordenamento
jurídico, visto que ninguém pode ser obrigado a praticar seu negócio da maneira mais onerosa. É
direito do contribuinte adotar tais procedimentos como forma de diferimento, economia ou
simplificação.
Para Humberto Bonavides Borge (1998, p. 57), a definição de planejamento tributário consiste em:
“Técnica gerencial que visa projetar as operações industriais, os negócios mercantis e as prestações
de serviços, visando conhecer as obrigações e os encargos tributários inseridos em cada uma das
respectivas alternativas legais pertinentes para, mediante meios e instrumentos legítimos, adotar
aquela que possibilita a anulação, redução ou adiantamento do ônus fiscal.” (grifo original).
3
Medida que toma a diferença entre o lucro contábil e o lucro tributário da organização.
16
Neste mesmo estudo percebeu-se que quando o BTD é melhor explicado pelo
tax planning4 da empresa do que por sua redução na qualidade do lucro, esta
tendência de piora do risco de crédito é atenuada. Sugere-se aqui, com base nos
discrepantes, posto que, ao mesmo tempo que esta variável evidencia a falta de
das firmas, tendo em vista o oneroso custo tributário atual, e ainda, uma fiscalização
4
Manteve-se aqui o termo utilizado pelos autores, e que poderia ser traduzido por planejamento
tributário sem perda de seu significado, como também utilizado como sinônimo de tax avoidance.
17
aos riscos, e tornam-se mais exigidas pelos seus acionistas, que cobram maior
brasileira pelos termos de elusão fiscal ou evasão fiscal. Heleno Tôrres assim define
a elusão fiscal:
avoidance pela prática da evasão ou elusão fiscal, por exporem-se em demasia aos
riscos legais, fazem com que suas organizações sejam vistas com maior grau de
Tax evasion thus increases the profit retained by the firm not only at the risk
of being detected, but also at the cost of efficiency loss in internal control
(CHEN e CHU, 2005).
mercado sobre os passivos tributários ocultos da firma, que avivam o risco legal da
empresa.
Wolfson (1992).
exercidas dentro dos preceitos das boas práticas de governança corporativa, e que
não façam avançar outros custos ou tributos com efeitos marginais superiores às
tributária à firma.
culturais dos indivíduos. Pode-se citar: Richardson (2006), Tsakumis et al. (2007),
Mesmo sobre este recorte, o tema risco faz-se presente nos trabalhos e
uma escassez de artigos que mostram o impacto deste novo fenômeno, e que
5
Risco sistemático também é conhecido como risco de mercado ou risco não diversificável. Trata-se
do coeficiente beta (β) utilizado para medir a parcela de risco da empresa em relação ao mercado, no
modelo CAPM.
20
revista Exame, da Editora Abril, denominada Melhores & Maiores; (b) os dados
2009.
Aplicou-se uma regressão linear múltipla aos dados da amostra, pelo método
estatísticos realizados.
6
Traduzido do inglês Mínimos Quadrados Ordinários (MQO).
21
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 RISCO
identificação entre o retorno e o risco não era tão óbvia naqueles dias. Essa façanha
carteiras.
Mas afinal, o que é risco? Segundo Jorion (2001), risco pode ser definido
expostas a diversos tipos de riscos que podem ser divididos em riscos estratégicos e
Na visão de Kassai et al. (2000, p. 10), o risco é uma incerteza que pode ser
medida, enquanto que a incerteza é um risco que não pode ser avaliado.
Robichek e Myers (1971, p. 94) são mais enfáticos, definindo risco como
segundo eles, diz respeito a casos em que as distribuições não são conhecidas, não
Admite-se que os eventos que envolvam risco podem assumir apenas dois
evento que nos interessa - atinge o objetivo; e o fracasso, quando o evento que nos
Uma outra definição pode ser encontrada nos manuais publicados pela US
qual os tipos podem ser assim definidos: risco de mercado, risco de crédito, risco de
nas volatilidades dos preços de mercado, e pode ser classificado como risco
absoluto e risco relativo. O primeiro é estimado pela volatilidade dos retornos totais
índice.
capazes de cumprir suas obrigações contratuais. O risco de liquidez, por sua vez,
pode assumir duas formas: (1) o risco de liquidez de ativos, que ocorre quando uma
transação não pode ser efetuada aos preços de mercados prevalecentes, em razão
do movimento das variáveis financeiras, tais como preço da ação, taxa de juro, taxa
‘Duration’, para a exposição à taxa de juros e o ‘Delta’ para exposições aos ativos
ou a volatilidades.
autor:
RISCO DA CARTEIRA
brasileiro.
26
R = E(R) + µ + ε (1)
Onde,
Os modelos teóricos de risco e retorno mostram que quanto maior for o risco
de arbitragens, aqueles que podem trazer aos agentes ganhos maiores que os
custos transacionais.
uma companhia, que serão tanto maiores quanto maior for o grau de risco desta
J. Lintner em 1965;
27
Bremen em 1979;
¡ O Multifactor Model for Risk and Return, ou Modelo dos Multifatores, proposto
avaliá-lo isoladamente. Isso porque é preciso medir seu risco de mercado, o que se
resume a medir o quão sensível este ativo é aos movimentos do mercado. Esta
negociados nas bolsas de valores, mas realmente todos eles, sejam os bounds,
28
e demais bolsas. Mas trata-se aqui de uma simplificação de ordem prática, tendo em
vista a dificuldade que se teria em obter o retorno periódico dos ativos que não são
inclusive, é uma crítica apontada pela teoria de finanças ao CAPM, cujo precursor foi
Empresas que possuem o seu risco sistemático, o beta, maior que a unidade,
mercado, enquanto que as empresas que possuem seu beta com valores entre zero
beta menor do que zero têm uma volatilidade contrária ao mercado, o que significa
que, quando o índice de mercado sobe, este ativo tem uma propensão a cair, e vice-
versa.
Onde,
7
Aqui no Brasil este índice é denominado de IBOVESPA e abreviado por IBOV.
29
para obter o coeficiente beta de uma empresa. A primeira, segundo o autor, é por
A terceira maneira citada pelo autor é pela medida do beta contábil. Pode-se
citar Costa (2007) e Oda et al. (2005) como alguns dos trabalhos no Brasil que
Esta metodologia consiste na obtenção do beta a partir dos dados obtidos dos
smoothed out income, observada no Brasil por Castro e Martinez (2009) pode vir a
obtenção dos dados contábeis das empresas também podem prejudicar sua
estimativa e exatidão.
30
setor que a empresa opera com o mercado. Ainda com argumentos favoráveis a ela,
citado, cujos reflexos desta prática ao risco de mercado foi observada aqui no Brasil
que o retorno mínimo exigido deste ativo deve ser ajustado ao risco. A forma do
Onde,
mercado.
31
citar Hou e Robinson (2006), Gruca e Rego (2005) e Tuli e Bharadwaj (2009). Estas
empíricas recentes sobre a matéria, conduzidas por Dantas et al. (2005), Coser et al.
(2005), Oda et al. (2005), Silva e Quelhas (2006), Antunes e Guedes (2006),
empresas com ações listadas na BOVESPA, e que, quanto maior for a alavancagem
risco.
32
Coser et al. (2005), por sua vez, não encontraram relações significativas entre
negociadas na BOVESPA.
positiva dele com o tamanho da firma. Não foram encontradas neste trabalho
Antunes e Guedes (2006), por sua vez, em estudo empírico realizado, não
sistemático na BOVESPA.
das empresas brasileiras, Fernandes (2007) buscou evidências que o relacione com
financeira, tamanho dos ativos e variabilidade da liquidez são fatores que elevam o
risco de mercado.
33
8
Segundo Ronen e Yaari (2007) apud Castro e Martinez (2009) existem dois tipos de smoothing: o
real e o artificial. O real smoothing envolve a realização de decisões de produção e investimento que
reduzem a variabilidade dos resultados contábeis. O artificial Smoothing é obtido por meio de
escolhas contábeis. Martinez (2001) apud Castro e Martinez (2009) classificou o income smoothing
em intencional (provocado) e o natural (inerente aos negócios).
9
Traduz-se por: todas as partes, todos os tributos e todos os custos.
10
Traduz-se por tributos implícitos.
34
retorno, em relação ao que ele passou a valer após sofrer uma alteração em sua tax
próxima de implicit taxes. Enquanto que esta capta o efeito marginal do custo do
ativo antes e depois de uma alteração em sua carga tributária (time- section), aquela
Estes dois conceitos introduzidos por eles têm como premissa a teoria de
proporção do seu fluxo de caixa livre descontado, quando há uma variação marginal
ativos.
11
Traduz-se por taxa tributária ou carga tributária.
12
Traduz-se por efeito clientela.
13
Comumente denominada em finanças por seu termo em inglês: valuation.
35
respeito à precificação do ativo, que não apenas o tax shield consolidado na teoria.
Para finalizar esta seção, faz-se necessário destacar outro conceito trazido
de outros custos que este processo pode vir a trazer para a empresa.
venha buscar um benefício fiscal em outro município, estado ou país. Pode ser que
logística, alteração de valores de mão de obra, dentre outros, que aumentam a sua
mensurado por sua probabilidade de ocorrência. Imagine uma empresa que faça
uma ação de planejamento fiscal e alcance com ela uma redução de sua carga
operação ser fiscalizada e considerada ilegal. Caso isto ocorra, aplicar-se-á multas à
14
Traduz-se por blindagem tributária.
36
instituição de 300% sob o dano fiscal causado pela empresa, ou seja, sobre o valor
empresa seja acrescido em 30% (300% * 10% = 30%), o que dará uma esperança15
ao mercado em nenhum relatório contábil, ainda que o CPC-32 venha exigindo uma
referida CPC tenha obrigado apenas às empresas de capital aberto a apresentar tais
2008).
Ainda sobre este tema, é importante ressaltar que o conceito de implicit taxes
este aumento probabilístico de custo fiscal da empresa pode até não ser
evidenciado, mas não é implícito, segundo o conceito definido por Scholes et al.
15
A Esperança é a forma matemática de cálculo do valor esperado em uma ocorrências
probabilística.
37
os autores, ele tem significados diferentes para indivíduos diferentes. Ainda segundo
eles, quanto mais as pesquisas avançam sobre a matéria, definições mais aceitáveis
ganham forma.
foram inicialmente idealizadas por Slemrod (2004), Chen e Chu (2005) e Crocker e
penalidades impostas aos gerentes tributários das organizações são mais eficientes
Chen e Chu (2005) por sua vez, trouxeram como contribuição à matéria, os
custos explícitos adicionais que incorrem os acionistas das firmas que praticam tax
evasion16, para manter o controle sobre seus administradores. Além do mais, muitos
16
Traduz-se por evasão fiscal.
38
controle dentro do tema tributário pode ser interessante para melhor compreendê-lo,
investigar este tema, podemos citar alguns mais recentes como: Ayers et al. (2010),
conjunta, poucas pesquisas foram conclusivas no que diz respeito às influências que
Note that only the well-governed tax shelter firms exhibit significant
abnormal returns during any of the periods examined. While the tax shelter
39
The results suggest that the simple view of corporate tax avoidance as a
transfer of resources from the state to shareholders is incomplete given the
agency problems characterizing shareholder-manager relations (DESAI e
DHARMAPALA, 2009 p. 537).
Ayers et al. (2010) por sua vez, encontraram indícios de que as empresas que
exercem o tax planning têm por reflexo uma amenização da piora do risco de crédito
Hanlon e Heitzman (2010). Para os autores, falta consenso até mesmo nos termos
The individual studies we discuss often use different terms to describe the
tax reporting behavior (‘‘aggressiveness,’’ ‘‘sheltering,’’ ‘‘evasion,’’
‘‘noncompliance,’’ etc.) (HANLON E HEITZMAN, 2010, p. 137).
abordaram várias medidas que vêm sendo utilizadas nas pesquisas como propostas
variações.
constructo de tax avoidance, quando sua ação é exercida sobre o resultado contábil
da empresa.
Most importantly, we point out that most measures in the literature capture
only non-conforming tax avoidance; that is, tax avoidance transactions
accounted for differently for book and tax purposes. Conforming tax
avoidance, in which financial accounting income is reduced when the tax
41
risco e a eficiência tributária das empresas. Tal investigação pode ajudar a explicar
os motivos pelos quais nem toda ação visando à redução (aumento) da tax rate de
um ativo faz aumentar (diminuir) seu valor perante o mercado, ou aumenta-o (reduz)
descontado do ativo.
incentivo aos seus títulos, reduzindo seu custo tributário a zero. Parece razoável
inferir que seu valor irá aumentar em valor equivalente ao valor agregado ao seu
momento e em um determinado setor econômico, cuja tax rate seja de 30%, assim
e a do setor permanece inalterada. Não parece razoável supor que todo o mercado
isto de fato não acontece, parece razoável inferir que houve alteração do risco de
ativos e maior valor, respectivamente, para as firmas que praticam o tax avoidance.
42
Provavelmente, pelos efeitos adversos que tax avoidance pode trazer ao risco de
transparência por ela trazida, juntamente com o alinhamento dos interesses dos
certo momento e em um determinado setor econômico, cuja tax rate seja de 30%,
assim como a da empresa. Eventualmente, a tax rate efetiva desta empresa sobe
para 60%, e a do setor permanece inalterada. Também não parece razoável supor
que todo o mercado reduza o valor do seu ativo, na proporção exata que este
Se considerarmos que a variação da tax rate do ativo não influencia seu risco
precificação em finanças.
de mercado de uma empresa deve ser tão menor quanto maior for o seu nível de
43
mercado com maior nível de risco, dada a sua gestão ineficiente. Entende-se que
operacional da firma.
risco legal, devem ser percebidas com menor nível de risco, dada a sua eficiência
em gestão.
redução do risco operacional da firma, sendo aqui controlado o risco legal pelas
Wolfson (1992): all parts, all taxes, all costs. Neste contexto, torna-se essencial ao
absorver esta estrutura. Hanlon e Heitzman (2010) destacam em seu estudo que as
44
pesquisas feitas sobre esta matéria devem tomar muito cuidado com as conclusões
Because a wide range of proxies are currently used in the literature and
because of the significant policy implications of research on tax avoidance,
researchers must be careful to consider whether the measure they choose is
appropriate for their particular research question [...] (HANLON E
HEITZMAN, 2010, p. 137).
Trata-se sim de uma “redução” intencional ao all parts, pois o interesse desta
Scholes et al. (2008), all taxes e all costs. Neste contexto torna-se fundamental a
tributária oculta.
45
Faz-se importante destacar que não foram identificadas pelo autor deste
Existem várias propostas para o constructo de tax avoidance, ainda que não
haja qualquer uma que seja universalmente aceita, conforme aduz Hanlon e
a variável proposta foi estimada em conjunto com o conflito de agentes, ainda que
indicador que atenda tal requisito, e cuja obtenção seja possível sem que seja
que supram as dificuldades inerentes a ele, para se trabalhar com um maior número
proposta nesta pesquisa como sendo: o conjunto de ações que promovam reduções
46
dos tributos explícitos da empresa, exercidas dentro dos preceitos das boas práticas
de governança corporativa, e que não façam avançar outros custos ou tributos com
por Hanlon e Heitzman (2010, p.138) para a eficiência tributária, como sendo as
decisões tributárias que aumentam as riquezas dos acionistas após os impostos, isto
organização não é infinita, de forma que, por mais competente ou incompetente que
seja, não lhe é possível levar a tax rate de uma empresa a qualquer amplitude.
Pelo contrário, é finita, ainda que possa haver diferenças aos alcances
organização, ou que ocultam esta carga, fazendo-as apenas parecer menor, são e,
tributária, tem-se que o planejamento tributário eficiente leva a tax rate de um ativo a
uma posição melhor. Outra forma de se alcançar uma redução da tax rate de uma
empresa é por meios ilícitos de elusão ou evasão fiscal, contudo, tal ação traz a
planejamento tributário, em vistas à elisão fiscal, é finito para uma empresa. Após
este ponto, o único incremento possível que pode ser feito para se reduzir a tax rate
exercendo a elusão ou evasão fiscal. Neste extremo, a tax rate da empresa continua
Não obstante, vale citar que pela teoria geral do direito, a pena imposta pelo
não cumprimento de uma norma jurídica deve ser tal que desestimule o agente
planejamento tributário eficiente deve atender a cinco requisitos: (1) captar apenas
demais agentes; (2) ser capaz de perceber ações em planejamento tributário que
alterem o lucro contábil da empresa (conforming avoidance); (3) ser uma medida
relativa, com bases comparáveis entre os ativos, e assim ter a percepção do tax
clienteles (cross-section); (4) ser uma medida relativa, com bases comparáveis no
tempo, e assim ter a percepção dos implicit taxes (time-section); e (5) ter a
eficiente.
Capítulo 3
3 METODOLOGIA
então, observa-se as relações de causa e efeito que ocorrem entre elas, refutando
3.1 DADOS
específicas, a saber:
dentre os anos de 2005 e 2009. Esses dados foram gentilmente cedidos para a
desta pesquisa;
50
(b) os dados dos relatórios financeiros das empresas, obtidos na base de dados do
TABELA 01: RESUMO DAS EMPRESAS OBTIDAS DA BASE DE DADOS MELHORES &
MAIORES
(a) Risco (Beta)17; (b) Alavancagem Financeira (AlaFin); (c) Rentabilidade (RentAt);
(d) Endividamento (Exig / PL); (e) Liquidez Financeira (LiqGer); (f) Dividendos Pagos
(Div Yld (fim)); (g) Tamanho (Ativo Tot); (h) Estrutura de Capital (DivBr / Ativo); e (e)
17
As informações apresentadas entre parênteses são os nomes dos registros que os identificam na
base de dados do Economática.
51
equivalente ao último dia útil do ano, para cada empresa, exceto o beta, obtido com
30 de julho de 2011, data em que os dados foram coletados. A tabela 02, acima,
52
ação.
2005 e 2009, bem como o nível da classificação de governança do ativo, dada pela
ano.
resultado obtido foi de 388 registros dispostos em painel, juntadas as três fontes
18
Ressalta-se que 27 empresas da pesquisa Melhores & Maiores, não puderam ser identificadas
apenas com a informação do nome constante nos dados recebidos da USP, e sendo assim, foram
excluídas da amostra do trabalho, totalizando 45 registros de dados em painel.
53
à 10% do total de empresas daquele setor; o setor classificado como “Outros” pelo
A exclusão destes dados foi feita com dois objetivos: (1) primar por uma boa
menos significativo entre a carga tributária daquele setor e a calculada pela média
das cargas tributárias das empresas ali contidas; e (2) excluir empresas sem bases
comparáveis.
referidas exclusões.
54
apresentar o valor da riqueza criada pela empresa, sejam por suas vendas de
setoriais:
55
distribuiu, informando se ela é uma organização que agrega valor ao local onde está
inserida. Gallo (2008) propõe, assim, utilizá-lo como forma de cálculo alternativa
De acordo com a alteração da Lei Nº. 6.404/76, pela Lei Nº. 11.638, de 28 de
modificações. Neste sentido, dispõe o artigo 176, inciso V, da referida lei (Lei
11.638/07):
essa demonstração, como uma forma de transparência das suas relações com o
mercado.
19 O
O Art. 2 da Lei 11.638/07 estabelece que as empresas de grande porte são aquelas que auferiram
no exercício anterior receita bruta anual superior a R$ 150 milhões ou ativo total superior a R$ 120
milhões, somando-se inclusive as coligadas e controladas.
56
adicionado de uma empresa. Também é possível por ele se obter a carga tributária
referente ao seu ônus tributário, pelo valor total da riqueza adicionada pela
desta organização. Conforme Gallo (2008), quando se faz este cálculo para o
do mercado.
mensuração da carga tributária de uma nação, por meio dos micro dados contábeis
oferecido como alternativa para o atual que se utiliza do PIB e dos dados de
Em seu trabalho, Gallo (2008) fez alguns ajustes nos dados constantes do
DVA para adequá-los ao cálculo da carga tributária média efetiva do mercado, que
será comentada a seguir, julgando sua relevância para a pesquisa aqui proposta.
dos valores distribuídos a eles, Gallo (2008) promoveu este ajuste para poder
Como não é nosso interesse comparar a carga tributária com qualquer dado
pela entidade. Nos dados obtidos em sua pesquisa, assim como os da presente
carga tributária setorial (CTS), quanto para a mensuração do marginal tax rate
(MTR) da empresa pelo mesmo motivo. Os modelos destes cálculos serão vistos
mais a frente.
para o IOF, os tributos sobre o Lucro (IR e CSLL) e, eventualmente, para o PIS e
do serviço à empresa.
O terceiro ajuste promovido por Gallo (2008) foi para eliminar distorções
que não tinham valor a distribuir, mas, pelo contrário, deviam recursos à sociedade,
Este fato também foi observado nos dados obtidos. Contudo, a promoção
destes ajustes foi desconsiderada nesta pesquisa. Entende-se que, por trabalhar
situação. Também o fato da empresa ter um crédito fiscal com o governo, ou não ter
criado valor, não pode ser desprezado, dado o propósito da presente pesquisa na
os dados do DVA das empresas para o cálculo da carga tributária de cada setor do
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ano t;
e ano t;
Foi utilizado este cálculo no trabalho, justamente por não ter sido localizado
pelo autor dados públicos disponíveis sobre a carga tributária setorial. Também por
este mesmo motivo não é possível auferir se a carga tributária desta amostra é
representativa.
60
ANO
SETOR ECONOMÁTICA 2005 2006 2007 2008 2009 Média
Setor
Alimentos e Bebidas 26% 22% 24%
Comércio 42% 41% 42% 42%
Energia Elétrica 44% 51% 55% 34% 49% 46%
Petróleo e Gás 58% 58%
Química 29% 41% 24% 24% 39% 32%
Siderurgia & Metalurgia 35% 38% 39% 31% 21% 33%
Têxtil 37% 37% 28% 33%
Veículos e peças 14% 20% 6% 23% 15%
Média Ano 37% 41% 42% 29% 33% 35%
Fonte: Próprio autor.
ainda, definir o conceito e a forma de cálculo de marginal tax rate (MTR). Segundo
Hanlon e Heitzman (2010) o MTR é uma das poucas medidas de tax avoidance
avoidance já comentado.
afirma o autor, de uma taxa de tributos sobre a renda marginal, trazida ao valor
presente.
dividirmos os impostos distribuídos pela empresa, pelo seu valor adicionado total,
Como esta medida será comparada com outras no mesmo lapso temporal,
presente. Observa-se também o fato desta variável não ser mensurada a partir do
desta variável:
!"!"#
MTRikt = !"#$!"# !!"!"#
(5)
Onde,
t;
ano t; e
Para que se possa comparar esta variável entre os setores no mesmo ano,
em um dado ano, e dividí-la pelo desvio padrão do setor e ano a qual pertence.
seguir:
Onde,
Tal ação faz com que a variável retenha uma “memória” sobre os efeitos
Utilizou-se neste estudo a carga tributária setorial calculada pela equação (4),
uma vez que não foram localizados pelo autor, em relatórios setoriais idôneos,
dados sobre a carga tributária setorial no Brasil, conforme divisão proposta pela
constructo ideal para a variável planejamento tributário eficiente, ainda restam três
ações. São elas: (a) restringi-lo aos efeitos inerentes à firma, e evitar assim os
constructo. Tal ação está devidamente embasada pela teoria atual, que evidencia a
adoção desta medida para que sejam segregadas da análise do fenômeno os efeitos
também ameniza-se os efeitos da carga tributária oculta, por dois motivos: (1)
incertos.
Por último, abordando-se o implicit taxes, considera-se que para ter seus
efeitos percebidos pelo constructo, deveria ser inserida ao constructo uma função de
long run, a exemplo da proposta feita por Dyreng et al. (2008). Nessa pesquisa, os
assim possibilitar.
1, SMTR !"# ≥ 0
sendo IGC = ,e
FGC! , SMTR !"# < 0
64
(m = 0) (m = 1) (m =2) (m = 3)
Sem Governança Nível 1 Nível 2 Novo Mercado
t;
corporativa.; e
Cada passo da equação (7) será explicado a seguir: Passo 1) para a variável
pois (SMTRikt) é uma variável de tax rate; Passo 2) quando a empresa apresenta
sua marginal tax rate padronizada positiva (SMTRikt > 0), planejamento ineficaz,
fiscal da empresa; Passo 3) quando o planejamento tributário for eficaz (SMTRikt <
Quanto maior for o valor de FGCm, significa que menor será a atenuação do
proposto, e assim, não se atenua seus efeitos. Neste sentido, considera-se o valor
65
mobiliários (CVM).
nesta pesquisa como ideais para a estimação do constructo de tax avoidance, bem
E para concluir este capítulo, com base nos testes estatísticos de normalidade
aplicados, evidencia-se na tabela 07 acima que não há razões para se rejeitar que a
20
Teve-se o cuidado de não atribuir o valor nulo ao atenuador, e assim perder a linearidade do
modelo.
21
Variável definida na seção que se segue.
66
variável IPTE, bem como, as sub variáveis, sobre as quais origina-se, não sejam
normais.
pelo método da variação do preço de mercado das ações em relação ao índice. Este
das empresas com o índice de mercado, ano a ano. Todavia seriam necessárias a
realização de pelo menos 223 regressões. Como não foi identificado pelo autor
nenhuma restrição ao cálculo proposto pelo Economática, tal ação, além de pouco
toda sua obra é orientada para o cálculo do valuation. Neste trabalho, cujo propósito
terem sido divulgados ao mercado. Para o seu cálculo foi considerado o período de
(2002, p. 187), tem-se que, em intervalos curtos de retorno da ação, sejam eles
chama de nontrading22.
(2002, p. 187), que este são os parâmetros utilizados pela Bloomberg, enquanto que
Value Line e Standard & Poor’s utilizam períodos de cinco anos e intervalos
mensais.
22
Efeito que diminui a correlação do ativo com o índice de mercado (Damodaran 2002, p. 187).
68
trabalhos realizados que venham a justificar sua utilização. Na primeira coluna deste
disposta a sigla que foi utilizada no modelo, seu nome e também o nome do registro
aplicado uma função matemática à variável tamanho, em que foi calculado seu
logaritmo neperiano.
tipo de relação encontrada. Foi denotado o sinal positivo para os casos em que
Quadro 03: Alguns dos estudos e fatores determinantes encontrados para explicação do risco de
mercado das empresas brasileiras.
Legenda: Significância da relação / sinal encontrado entre a relação quando significativo
Fonte: Oda et al. (2005); Antunes e Guedes (2006); Fernandes (2007); Silva e Quelhas (2006)
Nota: Adaptado pelo autor.
70
modelo que será utilizado para realizar os testes estatísticos adequados aos dados
da amostra.
Como é objetivo desta pesquisa observar a relação entre duas variáveis, risco
trabalho, que é o constructo de risco de mercado (beta), e que, por sua vez, é a
independente como IPTE, que é o constructo aqui proposto para tax avoidance com
Onde,
registros, haja vista que foram excluídas as empresas daquele ano em que não foi
0,60, sendo identificado um valor mínimo de risco de -0,17 e máximo de 1,48. Faz-
avoidance, cujo objetivo principal foi a determinação das variáveis RISCO e IPTE,
condição “sine qua non” para rejeitar ou não a hipótese aventada no presente
estudo.
equação (8), e o método OLS23 para a estimação de dados em painel por efeitos
fixos, que se mostrou, pelos testes estatísticos realizados, como o melhor estimador,
apurado por este teste foi de 58.28, que permitiu ao nível de significância de 0.00%,
(pooled).
que supõe que as diferenças entre os coeficientes destes dois estimadores não são
sistemáticas.
23
Do inglês Ordinary Least Square – OLS, cuja tradução em português é a dos Mínimos Quadrados
Ordinários.
24
Utilizado o teste proposto por Breusch e Pagan em 1980.
74
2
Teste Proposto σ (chi2) p-value Interpretação
por:
Multiplicador de Breusch e 59.28 0.00% Os estimadores por efeitos não
Lagrange Pagan constantes se mostram mais
adequados ao modelo, ao nível de
significância de 99.99%.
Teste do Hausman Hausman 17.07 2.94% Os estimadores por efeitos fixos se
mostram mais adequados ao modelo,
ao nível de significância de 97.06%.
Quadro 04: Resumo dos testes realizados para escolha do melhor método de estimação.
Fonte: Próprio autor.
Nota: Teste realizado no software STATA versão 9.1.
estatísticas para considerar que a estimação do modelo pelos efeitos fixos apresenta
A relação inversa da liquidez financeira com o risco faz bastante sentido para
relação inversa já havia sido identificada antes por Fernandes (2007), embora só
percebida tal relação com a variação da variável e não diretamente com ela.
A relação positiva entre risco e tamanho foi identificada por Fernandes (2007)
e Silva e Quelhas (2006) em seus respectivos trabalhos. Corrobora com este tema o
fato de que no período em questão, 2005 à 2009, muitas empresas de menor porte
terem aberto seu capital, tendo sido percebida boa aceitação de suas ações no
Mesmo que o Brasil tenha sido um dos países que menos percebeu esta
grande crise iniciada em meados de 2008, houve aqui empresas e setores muito
variável IPTE, propõe-se uma matriz de estimativas de valores ao vetor FGCm, que
no trabalho, sendo que na linha 1 (FGC1) tem-se um maior rigor pela falta de
da variável.
tabela 10.
inferência25 da relação.
25
O ponto de inferência é o ponto em que a primeira derivada da função é igual a zero,
representando um dos pontos de mínimo (no caso) ou máximo da relação. Estes pontos são
utilizados para se encontrar a relação ótima de valores entre as variáveis em modelos de otimização.
O fato de haver um ponto não significa que não possam haver outros mais.
78
TABELA 10: ANÁLISE DE SENSIBILIDADE DO MODELO À MENSURAÇÃO DO IPTE PELAS ALTERAÇÕES DO (FGCM)
Uma explicação ao surgimento deste ponto pode ser dada pela saturação
tornando-se esta mais uma pesquisa a corroborar com o assunto, que é ainda
5 CONCLUSÃO
embora, pouco ainda se saiba sobre as consequências que esta prática acarreta.
haja um perfeito alinhamento dos seus interesses aos dos agentes, situação esta
leva à redução de risco das empresas. Aqueles feitos de forma inócua, obscura,
organização, parecem ser percebidos pelo mercado financeiro, e não são a eles
clareza e governança.
81
melhorias esperadas.
alicerces que fundamentam a sua forma de estimação. São eles: all parts, all costs,
all taxes, conforming avoidance, implicit taxes, taxes clienteles e carga tributária
oculta.
foram impostas à pesquisa pelo autor, e serão aqui apresentadas, até para que
amostra mais representativa, e com séries temporais mais longas, o que permitiria,
Wilson (2009).
tributos ocultos das empresas também seriam muito bem vindas. Os trabalhos
matéria com maior acurácia. Ainda que se reconheça que se trate de dados
trabalhar com outro constructo para a variável de governança. Um que seja mais
sensível à percepção de sua variação no tempo, e assim seja possível trabalhar com
Por fim, faz-se importante mencionar o possível impacto dos resultados aqui
produzido pelo reflexo direto desta prática ao fluxo de caixa da organização. Isto
porque, quando o risco de mercado das empresas é reduzido, conclui-se, com base
REFERÊNCIAS
GLOSSÁRIO