CREA

REVISTA DO CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DA BAHIA ISSN 1679-2866

v. 26, n. 72,
Segundo trimestre
de 2021

Resíduos
Sólidos no Brasil
Saiba mais sobre a
Política Nacional dos
Resíduos Sólidos

Engenharia Clínica
Bahia assume pioneirismo
com portaria inédita

Ponte e FIOL
Conheça detalhes dos projetos
mais importantes do momento

Energia Solar
Estado é o segundo em
geração centralizada no país
Foto: freepik
Foto: Clara Feliciano

ISSN 1679-2866
v. 26, n. 72,
segundo trimestre de 2021

PRESIDENTE
Eng. Agrimensor Joseval Costa Carqueija

CHEFE DE GABINETE
João Bosco Ramalho

DIRETORIA
1ª Vice-Presidente: Geógrafa Aline Correia da Silva
2º Vice-Presidente: Eng. Civil Diogenes Oliveira Senna
1ª Diretora Administrativa: Eng. Eletr. Cristina de Abreu Silveira
2º Diretor Administrativo: Eng. de Seg. Marcelo da Silva Miranda
1ª Diretora Financeira: Eng. Florestal Izabel Cristina Ceron de Paula
2º Diretor Financeiro: Eng. de Minas Pedro Augusto Lemos de Souza

EDITORIAL 3º Diretor Financeiro: Eng. Mecânico Jair Carlos Bertoldi

CONSELHO EDITORIAL
Vanessa Costa – Coordenadora de Comunicação
Ubiratan Félix – Engenharia Civil
Olá, profissionais, Jorge da Silva Júnior – Agronomia
José Francisco Ramalho – Engenharia de Segurança do Trabalho
Encerramos um semestre muito desafiador fazendo o exercício de olhar Eder Ramos – Engenharia Mecânica
para o futuro. No momento em quem ainda vivemos o luto pela tragédia Aline Correia – Agrimensura
causada pela pandemia de COVID-19, nos debruçamos sobre setores que Luiz Rogério Bastos – Geologia e Minas
Eduardo de Brito – Engenharia Elétrica
podem trazer algum alento, esperança e um sinal de luz no fim do túnel. Édler Lins de Albuquerque – Engenharia Química

Nesta edição da Revista do Crea-BA, aproveitamos as comemorações do Supervisão de Jornalismo

Nadja Pacheco
Junho Verde, quando celebramos o Dia Mundial do Meio Ambiente, para
apresentar um panorama nacional e local sobre a Política de Resíduos Elaboração
Sólidos e as oportunidades que esse segmento traz para os profissionais das Comunicativa Associados
Engenharias e Geociências. No mesmo espectro, comemoramos a segunda Redatores
colocação nacional conquistada pela Bahia na geração centralizada de energia Lívia Montenegro, Lugana Olaiá,
Moisés Brito e Vivianne Ramos
solar fotovoltaica, setor crucial para o futuro do país, que atualmente sofre
com a incerteza de uma crise energética. Revisão
Moisés Brito
Ainda com olhar adiante, apresentamos um raio-x de dois projetos Impressão
estruturantes e que são cruciais para a próxima década na Bahia. A Ponte Gráfica Edigráfica
Salvador-Itaparica e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL). Os dois Projeto gráfico
projetos são grandes atrativos para mão-de-obra qualificada, além de Autor Visual/Perivaldo Barreto
atuarem no setor de infraestrutura, que tem efeito cascata em outros Diagramação
setores produtivos. Carla Piaggio Design

Essa edição também está recheada de temas pertinentes ao dia a dia

profissional, como a obrigatoriedade do Livro de Ordem, a crítica feita
pelo Confea e outras entidades às medidas do Banco Central que tiram
prerrogativas dos profissionais de perícia e avaliação imobiliária, assim como
o reaquecimento do debate em torno da regulamentação da Engenharia
Clínica, área cada vez mais estratégica no setor de saúde.
Tudo isso e muito mais para você se manter atualizado e bem informado.
Boa leitura!
Joseval Carqueija
Engenheiro agrimensor, empresário e presidente do Crea-BA
Nosso endereço
Av. Professor Aloisio de Carvalho Filho, 402, Engenho Velho de Brotas
CEP: 40243-620 – Salvador/Bahia
Tels.: (71) 3453-8989/Telecrea: (71) 3453-8990
E-mail: revista@creaba.org.br
www.creaba.org.br
As opiniões emitidas nas matérias e artigos
são de total responsabilidade de seus autores.
Revista Crea-BA/Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia da Bahia. Nº 72 (Segundo trimestre de 2021).
Salvador: Crea-BA, 2021 – ISSN 1679-2866

Trimestral

1.Engenharia. I. Conselho Regional de Engenharia e

Agronomia da Bahia

CDU 72:63 (813.8)

CDD 720
CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021 1
 04
Engenharia Clínica
Pandemia reacende debate sobre regulamentação

07
Envie sua mensagem com nome completo, e-
Soea Connect
Envie sua mensagem com nome completo, Inscrições abertas para edição 100% digital
-mail e telefone para o endereço eletrônico:
e-mail e telefone para o endereço eletrônico:
revista@creaba.org.br.
revista@creaba.org.br.
Lembramos que as mensagens poderão ser
Lembramos
resumidasque
resumidas
as mensagens
ou adaptadas
ou adaptadas
Siga o Crea-BA
www.facebook.com/creabahia
Siga
poderão
ao espaço ser
da revista.
nas redesaosociais:
espaço da revista.
o Crea-BA nas redes sociais
10
Twitter: @CreaBahia
www.facebook.com/creabahia, Ponte e FIOL
Instagram: @creaba O futuro da Bahia passa por essas duas obras
Twitter: @CreaBahia
Youtube: Crea BA
Instagram: @creaba
Edição on-line no site: www.creaba.org.br
ou noon-line
Edição no site:
aplicativo www.creaba.org.br
Crea-BA.
ou no aplicativo Crea-BA.
 Foto: freepik
20
Matéria de Capa
Conheça o panorama sobre a Política Nacional
de Resíduos Sólidos

34
Mercado Imobiliário
Confea e outras 8 entidades contestam medida
do BACEN

14 37
Entrevista
Conheça mais sobre Raja Gosula, engenheiro Livro de Ordem
que participou de projeto da NASA Ferramenta passa a ser obrigatória em todo o Brasil

18 40
Engenharia de Minas Aprogeo
Mais de R$ 200 bilhões em investimentos Geógrafos estão unidos para manter agenda de
até 2025 em todo o país eventos e ações durante a pandemia

30 42
Vocação solar Agronegócio
Mercado de energia solar fotovoltaica cresce Entenda o sucesso do Oeste baiano na produção de soja
e absorve mão-de-obra especialistas
CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021 3
 #PIONEIRISMO

ENGENHARIA CLÍNICA:
PANDEMIA REACENDE
DEBATE SOBRE
IMPORTÂNCIA DA
REGULAMENTAÇÃO
Bahia assume pioneirismo e tem primeira portaria
que exige responsabilidade técnica para Plano de
Gerenciamento de Tecnologias em Saúde do país

E Foto: freepik
m mais de um ano de pan-
demia, foram construídos
69 hospitais de campanha
no país, segundo dados
divulgados pela Procura-
doria Geral da República (PGR), a
partir de um levantamento feito
pelos Estados.

4 CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021


Instalações do Hospital Metropolitano, em Lauro de Freitas, que foi aberto em março de 2021,
em caráter emergencial, para atender pacientes diagnosticados com o novo coronavírus.
Além desse número, mais de uma cen-
tena de unidades hospitalares públi-
cas e privadas estiveram no centro do
noticiário durante toda a pandemia de
Covid-19. Leitos novos criados emer-
gencialmente, questões relacionadas
à falta de oxigênio e alas novas inau-
guradas reacenderam um debate que
não é novo, mas que se torna cada vez
mais urgente: a importância da regula-
mentação da atividade de Engenharia
Clínica no país.
A atividade é essencialmente multidis-
ciplinar e é caracterizada pela gestão do
projeto, instalação, manutenção e gestão
de risco dos aparatos tecnológicos apli-
cados à área de saúde. O gerenciamento
de tecnologias na área de saúde é obri-
gatório desde 2010, quando foi regula-
mentado por uma resolução normativa
da Agência Nacional de Vigilância Sani-
tária (Anvisa). Porém, a caracterização
das atribuições e os critérios para exer-
cer a engenharia clínica ainda estão em
debate no Sistema Confea/Crea.
“A atuação do Sistema Confea/Crea é a
de proteger a sociedade, garantido que
PIONEIRISMO
Foto: Carol Garcia | GOVBA
Fo
to
:A
c
er
vo
p
es
so
al
o profissional de Engenharia Clínica es-
teja apto e qualificado e que aja dentro
das atribuições para exercer a atividade
a qual ele foi designado”, afirma Maurício
Mayer, engenheiro civil, inspetor-chefe
do Crea Bahia na Região Oeste e pre-
sidente da Associação de Engenheiros
do Oeste da Bahia (Asseob) e que atua
profissionalmente em projetos e cons- A atuação do
trução de obras, dentre elas, clínicas e
hospitais. Sistema Confea/
Antes da pandemia, em janeiro de 2020,
a Comissão Nacional de Ética e Exercício
Crea é a de proteger
Profissional (Ceep) do Confea aprovou, a sociedade,
na plenária 1520, a fiscalização siste-
matizada de todas as unidades hospi- garantindo que
talares do país até dezembro de 2021.
Em virtude da pandemia, o prazo poderá o profissional de
ser estendido.
Foi a primeira vez que uma orienta-
Engenharia Clínica
ção sistematizada desta natureza foi esteja apto e
dada aos Conselhos Regionais, com
o estabelecimento de metas e a defi- qualificado.
nição de uma diretriz. A proposta de Maurício Mayer, engenheiro civil,
fiscalização dos hospitais decorreu de inspetor-chefe do Crea Bahia na Região
uma demanda do Tribunal de Contas Oeste e presidente da Associação de
da União (TCU). Engenheiros do Oeste da Bahia
CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021 5
 F ot
o:
Ac
er
vo
p e

ss
oa
l
É um movimento nacional que traz
uma profissionalização na gestão de
unidades de saúde. É uma fase que
deve se projetar para o futuro.
Alfredo Corniali, sanitarista, atua na Diretoria de Vigilância Sanitária do Estado,
diretor regional da Associação Brasileira de Engenharia Clínica

Pioneirismo baiano para os gestores de unidades de saúde

no sentido de indicação de quais profis-
cia da atuação do Sistema Confea/Crea
na fiscalização e regulação do mercado”,
No dia 01 de junho, a Diretoria de Vigilân- sionais estão Habilitados para as diver- avalia Corniali.
cia Sanitária e Ambiental do Estado da sas atividades de engenharia.
Bahia (DIVISA), publicou a portaria nú-
Formação
mero 2, que dispõe sobre a “assunção de
Responsabilidade Técnica de estabele- Mercado aquecido profissional
cimentos sujeitos à vigilância sanitária”. Além da pandemia, o mercado de saú-
A Bahia ainda não possui um curso de
No texto da portaria, há uma lista de de é um dos mais aquecidos do país,
Graduação em Engenharia Clínica. Atu-
atividades ligadas a área de saúde para com reflexos importantes no cenário
almente, os profissionais que atuam
as quais será preciso a comprovação baiano. Grandes corporações nacionais
na área, prioritariamente, são oriundos
de responsabilidade técnica, entre as como a Dasa, Rede Mater Dei e Rede D’Or
de outras graduações, que passam por
quais está o Plano de Gerenciamen- chegaram ao mercado baiano trazendo
cursos de especialização e pós-gradu-
to de Tecnologias em Saúde (Serviço investimentos e mais profissionalismo
ação. O Centro Universitário Social da
de Engenharia Clínica). “É a primeira ao segmento.
Bahia (Unisba) é a única instituição de
portaria do Brasil a exigir o registro de “É um movimento nacional que traz uma ensino superior no estado que possui
RT de Engenharia Clínica na vigilância profissionalização na gestão de unida- um curso de especialização em Enge-
sanitária”, comemora Maurício Mayer. des de saúde. É uma fase que deve se nharia Clínica.
A ação da DIVISA provocou uma reunião projetar para o futuro. Uma tendência
“O engenheiro que é tradicionalmente
conjunta entre o presidente do Crea que deve sim chegar não apenas ao se-
formado para atuar nesta área de tec-
Bahia, Joseval Carqueija, o presidente tor hospitalar, mas também ao setor de
nologias aplicadas à saúde é o enge-
nacional da Associação Brasileira de prestação de serviços e venda de pro-
nheiro biomédico. Porém, o cenário do
Engenharia Clínica (ABECLIN), Ricardo dutos e acessórios”, avalia o sanitaris-
enfrentamento da pandemia tem exi-
Maranhão, o diretor regional da entida- ta Alfredo Corniali, que atua na Direto-
gido de todos os profissionais da enge-
de e representante da DIVISA, Alfredo ria de Vigilância Sanitária do Estado e
nharia grandes esforços. Houve uma
Corniali, além de outros membros da ocupa atualmente o cargo de diretor
demanda por montagem de hospitais
diretoria do Crea Bahia. regional da Associação Brasileira de
de campanha, edifícios hospitalares,
No encontro, foram alinhadas as ações Engenharia Clínica. infraestrutura energética aplicada à
necessárias para dinamizar o reconhe- O professor Corniali lembra que, tradi- saúde. Reforçando o caráter multidis-
cimento da engenharia clínica e a fis- cionalmente, apenas os grandes hospi- ciplinar e multiprofissional da área”, co-
calização de hospitais. Também foram tais tinham uma equipe de engenharia menta Corniali.
apresentadas diversas ações de outros responsável pelos equipamentos tecno- Num cenário onde ficou evidente a im-
Estados neste âmbito. lógicos. As pequenas unidades sempre portância destes profissionais, ter uma
O Crea-BA também se compromete em contrataram empresas de prestação de formação adequada ganhou relevân-
apoiar na divulgação das atividades da serviço, no entanto, desde a resolução cia também, pois a qualidade desta
engenharia clínica e na regularização de normativa da ANVISA, essas unidades formação estará diretamente relacio-
função de responsabilidade técnica dos de saúde de menor porte também pre- nada às exigências de atuação profis-
Planos de Gestão de Tecnologias em cisam ter um responsável pelo plano de sional. Mais do que nunca, o desempe-
unidades de saúde, além de esclarecer gestão de tecnologias. nho das unidades de saúde depende de
as diversas metodologias para registro “Muitas empresas de prestação de ser- tecnologias e esse é um caminho sem
das respectivas ARTs. viços em engenharia também acabam retorno e que oferece novas possibili-
Internamente, a entidade já iniciou o assumindo a responsabilidade técnica dades de atuação para o profissional
processo de solicitação de informações dos projetos. E isso reforça a importân- de Engenharia.
6 CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021
 #EVENTOS

SEMANA OFICIAL DA
ENGENHARIA E AGRONOMIA
GANHA SUA PRIMEIRA
EDIÇÃO DIGITAL
Soea Connect utilizará
O
plenário do Conselho Federal de
Engenharia e Agronomia (Con-

tecnologia 3D com o fea) aprovou em março deste ano

a realização da Soea Connect,
versão digital da 77ª edição da
intuito de reproduzir Semana Oficial da Engenharia e Agronomia.
Devido à pandemia, o evento será realizado
o formato presencial online, entre os dias 15 e 17 de setembro.

freepik
juice |
: vector
Imagem

CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021 7

 #EVENTOS

Esta será a primeira edição virtual da
Semana. Por este motivo, segundo a
secretária executiva da Comissão Orga-
nizadora Nacional da Soea (Consoea),
Silvia Girardi, este será um desafio iné-
dito, mas que possui ótimas expectati-
vas. “Presencialmente, tínhamos uma
média de 3 a 5 mil pessoas. Com o even-
to virtual temos a expectativa de atin-
gir um público maior. Pois vão poder
assistir de onde estiverem”, disse em
entrevista.
Outro fator importante para essa meta
é que este ano a Soea será realizada de
forma gratuita, permitindo um maior
acesso de estudantes, profissionais e
integrantes de outras áreas. Além dis-
so, algumas palestras ficarão dispo-
níveis para acesso posterior, gerando
assim um maior alcance, até mesmo
para aqueles que não poderão acom-
panhar no dia.
Vale destacar que todos os inscritos
que participarem de no mínimo 75%
das palestras receberão um certifica-
do de participação. O mesmo poderá
ser acessado para download, ao final do
evento, no site oficial da Soea e estará
disponível por um ano. Após o término
desse prazo, será necessário protocolar
requerimento no Confea solicitando a
emissão do documento.
Pandemia
O momento pandêmico em que o mun-
do se encontra trouxe diversos desafios
para a sociedade, sendo assim não seria
diferente para as áreas de Engenharia
e Agronomia. Estas, por sua vez, esti-
veram presentes em momentos cru-
ciais como na construção de hospitais
de campanha e equipamentos, assim
como no transporte de insumos para
confecção de vacinas.
Por esta razão, a Comissão Organizado-
ra Nacional da Soea definiu o seguin-
te tema para o evento: “A pandemia:
aprendizados e desafios para a Enge-
nharia, a Agronomia e as Geociências”.
Tecnologia 3D
Visando reproduzir o formato presencial,
a SOEA Connect trará em sua versão
digital uma plataforma com ambien-
tes interativos em 3D e possibilidade
de navegação 360° graus.
“O participante vai ter a oportunidade
de navegar pelo evento, como se esti-
vesse no presencial. O 3D permite isso,
você consegue dar um giro em 360º
graus a partir do uso do mouse, e aí vi-
sualizar um estande que está na sua
frente ou atrás. Você vai poder “andar”
pelo evento, digamos assim”, explicou
Silvia Girardi.
Lançamento
No dia 15 de julho acontecerá a soleni-
dade de abertura da Semana Oficial da
Engenharia e Agronomia. O lançamento
será transmitido a partir das 17h, atra-
vés dos canais digitais do Confea nas
redes sociais.
Lançamento: 15 de julho
Transmissão do lançamento:
redes sociais do Confea
Horário do lançamento: 17h
Data do evento: 15 a 17 de
setembro
Inscrições: soeaconnect.com.br
Modalidade: Gratuita

Foto: McLittle Stock | Shutterstock

O participante vai ter a
oportunidade de navegar
pelo evento, como se
estivesse no presencial.
O 3D permite isso, você
consegue dar um giro em
360º graus. Você vai poder
“andar” pelo evento.
Silvia Girardi, secretária executiva da
Comissão Organizadora Nacional da Soea (Consoea)

8 CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021

 #INFRA-ESTRUTURA

A BAHIA NO
CAMINHO DO FUTURO
Conheça detalhes sobre as obras
da Ponte Salvador-Itaparica e FIOL

A
Bahia segue rumo ao desenvolvimento, buscando alternativas
para melhorar a vida dos baianos e crescer ainda mais no
agronegócio. A Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) e a
Ponte Salvador-Itaparica são exemplos de projetos que estão
em planejamento e devem mudar a vida de milhões de
pessoas em todo o estado da Bahia. Saiba mais detalhes sobre
as iniciativas, qual a situação atual e previsão de conclusão,
além de benefícios como geração de empregos e como
elas alteram a logística e o agronegócio baiano.
Imagem: ikatod | freepik

Ferrovia de Integração
Oeste-Leste (FIOL)
Com aproximadamente 1527 km de ex-
tensão, a FIOL ligará o futuro Porto de
Ilhéus, no litoral baiano, a Figueirópolis,
localizado no estado do Tocantins, pon-
to em que se conectará com a Ferrovia
Norte-Sul. A FIOL é um corredor logísti-
co essencial, de interesse regional e na-
cional para a mineração, agronegócio e
outros segmentos produtivos.
No mês de abril, a Agência Nacional de
Transportes Terrestres (ANTT) leiloou
a subconcessão do trecho 1 da FIOL que
se estende por 537 quilômetros entre
as cidades de Ilhéus e Caetité. O trecho
leiloado é o primeiro passo para integrar
o Oeste ao Leste do Brasil. Arrematado
pela BAMIN, a assinatura do contrato
deve ocorrer até o mês de agosto. De-
pois desse prazo, haverá um período
de diligências para o reconhecimento
mais abrangente de toda a obra, com
Foto: Divulgação | GOVBA
10 CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021
 INFRA-ESTRUTURA

Mapa da rede ferroviária do estado e integrações

objetivo de identificar questões rele-
vantes e conhecer profundamente os
passivos ambientais. Só então será
apresentado um cronograma e um pla-
no de investimentos, que antecede o
início das obras.
Sendo assim, a previsão de retomada
das obras do Trecho 1 (537 km) é para
2023. A Valec, responsável pela ferro-
via, informou que as obras físicas estão
cerca de 74% concluídas. A concessão
do trecho 1 da FIOL é de 35 anos, sendo
cinco anos para obras e 30 para opera-
ção. A previsão de investimentos neste
trecho é de R$ 3,3 bilhões.
Já nesta primeira etapa, a FIOL contri-
bui para o fortalecimento da economia
do estado, elevando a Bahia ao lugar de
terceiro maior produtor de minério de
ferro do País, atrás somente do Pará e
Minas Gerais.
Para João Leão, vice-governador e se-
cretário de Planejamento da Bahia, a
FIOL será uma locomotiva de desenvol-
vimento e trará ainda mais progresso ao
estado. “A Ferrovia vai rodar carregando
minério, soja, melhorando as condições
de Ilhéus a Caetité – que vai se transfor-
mar em uma grande cidade em função
da mineração –, além de Barreiras, um
dos principais polos do agronegócio”.
A estimativa do Ministério da Infraes-
trutura é que mais de 55 mil empregos
sejam gerados direta e indiretamente.
A ferrovia também trará oportunida-
des para cargas regionais, alavancan-
do as cadeias produtivas instaladas
no percurso.
Para Eduardo Ledsham, CEO da BAMIN,
a FIOL é um empreendimento de im-
portância vital para a empresa, para o
agronegócio, além de outras cadeias
produtivas. “A BAMIN poderá atingir
nos próximos cinco anos a produção
de 18 milhões de toneladas anuais de
minério de ferro. A BAMIN utilizará ape-
nas um terço da capacidade da ferrovia,
que é de 60 milhões de toneladas por
ano. Os outros dois terços do potencial
de transporte serão disponibilizados ao
mercado”, completa.

Objetivos
• Estabelecer alternativas mais eco-
nômicas para os fluxos de carga de
longa distância;
• Favorecer a multimodalidade;
• Interligar a malha ferroviária bra-
sileira;
• Propor nova alternativa logística
para o escoamento da produção
agrícola e de mineração por meio do
terminal portuário de Ilhéus/BA; e
• Incentivar investimentos, para in-
crementar a produção e induzir a
processos produtivos modernos.
Benefícios
• Reduzir os custos de transporte de grãos, álcool e minérios
destinados aos mercados internos e externos;
• Aumentar a produção agroindustrial da região, motivada por
melhores condições de acesso aos mercados nacional e in-
ternacional;
• Interligar os estados de Tocantins, Maranhão, Goiás e Bahia
aos portos de Ilhéus/BA e Itaqui/MA, o que proporcionará
melhor desempenho econômico de toda a malha ferroviária;
• Incentivar os investimentos, a modernização e a produção;
• Melhorar a renda e a distribuição da riqueza nacional;
• Reduzir a emissão de poluentes;
• Reduzir o número de acidentes em rodovias.

CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021 11

 #INFRA-ESTRUTURA

Foto: Divulgação | GOVBA

Ponte
Salvador-Itaparica
A Ponte Salvador-Itaparica é uma das
maiores obras estruturantes do estado
da Bahia. Com quase 12,5 quilômetros
de extensão, o equipamento terá in-
vestimento de R$ 5,4 bilhões e aporte
total do Estado de R$ 1,5 bilhão, sendo
destinado a ser a maior ponte sobre
lâmina d’água da América Latina. As
obras estão previstas para serem ini-
ciadas no final de 2021, com duração
de quatro anos.
A expectativa é que a construção da
ponte beneficie aproximadamente 4,4
milhões de pessoas na Região Metro-
politana de Salvador (RMS). Além disso,
mais de 5,4 milhões de baianos serão
beneficiados indiretamente em outros
100 municípios do Recôncavo e do Bai-
xo Sul do estado.
De acordo com estudo realizado basea-
do em metodologia do Banco Mundial,
a previsão é que os recursos públicos
investidos tenham retorno de até 3,6
vezes quando o equipamento estiver
em plena operação. Para o governador
Rui Costa, trata-se de um equipamen-
to destinado a “trazer forte impulso
à economia de todo o estado, encur-
tando distâncias e criando um novo
eixo de desenvolvimento a partir de Conheça os principais objetivos da obra:
Salvador em direção ao Oeste, o que
vai gerar mais renda e mais empregos • Redução das distâncias entre a Região Metropolitana de Salvador e as re-
para os baianos durante e após a eta- giões sul, sudoeste e oeste do estado.
pa de obras”. • Desenvolvimento socioeconômico dos territórios ao sul da Região Metro-
politana de Salvador: Ilha de Itaparica, sul do Recôncavo, Baixo Sul e Lito-
Obra ral Sul, aumentando a sua participação tanto no PIB Estadual, quanto na
De acordo com a Secretaria de Infraes- arrecadação de tributos Federais, Estaduais e Municipais;
trutura da Bahia (Seinfra), serão cinco • Reconfiguração da malha urbana regional, estimulando o desenvolvimen-
mil empregos diretos no pico da obra, to de cidades de médio porte, capazes de oferecer serviços mais diversifi-
que está na etapa de elaboração do cados e de melhor qualidade para a população regional;
projeto e na obtenção das licenças ne-
cessárias. A Seinfra afirma ainda que • Criação de um novo setor logístico para Salvador, que hoje depende, prati-
o Sistema Rodoviário Ponte Salvador camente, de uma única ligação rodoviária com o sudeste do País, a BR-324;
-Ilha de Itaparica constitui-se de uma • Consolidação, de forma sustentável, do entorno da Baía de Todos os Santos,
obra de relevância nacional, tanto pela como o complexo industrial e portuário, preservando sua margem oeste
sua engenharia, que adotará os precei- para atividades não poluentes;
tos mais modernos de eficiência e sus-
tentabilidade, cumprindo as normas • Contribuição para a recuperação econômica do centro antigo de Salvador.
legais com tratamento adequado dos
12 CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021

Forte impulso à
economia de todo o
Estado, encurtando
distâncias e criando
um novo eixo de
desenvolvimento a
partir de Salvador
em direção ao
Oeste, o que vai
gerar mais renda e
mais empregos para
os baianos durante
e após a etapa
de obras.
Rui Costa,
governador da Bahia
impactos econômicos e sociais, quanto
de vetor de desenvolvimento à região.
Configura, ainda, um anseio antigo dos
cidadãos baianos, que sentem as difi-
culdades atuais de acesso à Capital. Ao
Governo, representa a possibilidade de
criar um vetor de desenvolvimento so-
cial e econômico para diversas regiões
do estado, como o sul do Recôncavo,
Baixo Sul, Oeste da Bahia, além de todo
o Litoral Sul e Região Metropolitana.
A ponte contará com duas pistas, cada
uma delas com duas faixas e acosta-
mento. Ainda haverá um trecho estaia-
do de 860 metros. Serão construídos
túneis e viadutos em Salvador para
facilitar o acesso à ponte. O consórcio
chinês será responsável pela manuten-
ção e administração do sistema pelos
próximos 30 anos.
O consórcio é formado pelas empresas
China Railway 20 Bureau Group Cor-
poration - CR20; CCCC South Ameri-
ca Regional Company S.Á.R.L e China
Communications Construction Com-
Foto: Divulgação | GOVBA
pany Limited - CCCCLTD, vencedor da
licitação.
Cerca de 24 municípios serão beneficia-
dos com o encurtamento da distância
com Salvador, reduzindo o tempo de
viagem em mais de 40%, por não mais
ser necessário realizar o contorno de 100
quilômetros pela BR-101 para acessar a
capital baiana.
O professor titular de Arquitetura e Ur-
banismo na UFBA, Paulo Ormindo, des-
banca a ideia de que a ponte trará pro-
gresso à Ilha de Itaparica e à capital
baiana. Para ele, além dos impactos am-
bientais e do alto custo da obra, a fun-
cionalidade da ponte se esgotará rapi-
damente na medida em que levar ao
centro de Salvador uma explosão popu-
lacional e de veículos oriundos de todas
as cidades circunvizinhas. ”A ponte vai
criar uma dependência da Região me-
tropolitana e cidades vizinhas ao centro
de Salvador maior do que já é, criando
um pesado tráfego para cruzar Salvador
para chegar ao centro e ao Porto”, diz.
INFRA-ESTRUTURA
Sobre a geração de empregos, ele acre-
dita que os chineses trazem tudo, in-
clusive mão de obra. “Neste momento
de crise, subscrever 25% deste empre-
endimento e pagar R$ 480 milhões
anuais pelo seu uso é um risco muito
alto”, complementa.
Para o Governo, a expectativa é que no
início da operação seja atingido um flu-
xo de 28 mil veículos por dia. Na capital
baiana, a ponte será acessada na região
de Água de Meninos. Já em Itaparica,
a cabeceira do equipamento ficará na
região da Gameleira.
“Estamos seguros do início das obras
até o final do ano. A pandemia atrapa-
lhou o cronograma, mas o governador
Rui Costa está empenhado em vacinar
todo o povo baiano e, juntos, vamos
vencer o coronavírus e iniciar essa im-
portante e estruturante obra para o
crescimento econômico do nosso es-
tado, para a geração de emprego e para
a integração do desenvolvimento com
as cidades do interior”, finaliza Leão.
CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021 13
 #ENTREVISTA Foto: Acervo pessoal

Hoje, sabemos o
quanto estamos
próximos de
comandar quase
tudo através da
inteligência artificial.

Raja Gosula, Mestre em Engenharia Eletrônica na Case Western Reserve University (Cleveland, Ohio)
engenheiro eletricista e Mestre em Computação da Universidade da Califórnia (Davis).

CRIATIVIDADE E
VONTADE DE APRENDER
Conheça mais o baiano que participou do projeto
de helicóptero da Nasa que foi à Marte

N
ascido na Índia e criado desde os 6 anos de idade na Bahia,
recentemente Raja Gosula foi surpreendido por um grande
número de matérias na mídia, atribuindo a ele o projeto do
helicóptero Ingenuity, que participou de uma missão em Marte.

14 CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021

 ENTREVISTA

Para falar sobre o seu trabalho, Raja

Foto: Acervo pessoal

deixa claro que foi o responsável pela
parte digital de um chip, entre tantos
outros que estão na construção da aero-
nave, que gerencia a potência da placa
de navegação, e essa é uma das placas
que fazem parte do helicóptero.
A verdade é que esse trabalho realizado
por Raja e sua equipe, não tinha como
objetivo principal esta missão. Ele li-
derava uma equipe de 10 engenheiros
que trabalhavam diariamente com de-
senhos e projeções, alguns módulos do
famoso chip foram desenvolvidos pelo
próprio Raja, e em outros ele atuou na
mentoria de engenheiros juniores. Além
disso, faziam parte da equipe, outros
profissionais que só precisam da che-
cagem final de Raja, que gerenciava o
projeto em todas as suas etapas. Ha-
viam discussões técnicas para brains-
torming de ideias com o intuito de oti-
mizar todas as ferramentas. Na LSI-TEC Nordeste com equipe de engenheiros

Foto: Divulgação | Nasa

Helicóptero Ingenuity, que participou de uma missão em Marte e contou com contribuição tecnológica desenvolvida pela equipe liderada por Raja
CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021 15

Fo
to
:A
c
er
vo
p
es
so
al
Na sua trajetória profissional e acadê-
mica, Raja revelou que sempre gostou
muito de Matemática, mas escolheu o
curso de Engenharia Elétrica de manei-
ra bem aleatória e sem grandes planos
para o futuro. Hoje, ele se considera um
geek e afirma que pelo menos 60% do
seu tempo e dedicação estão ligados
diretamente ao mundo da Engenharia.
Raja concluiu o ensino superior nos Es-
tados Unidos e tinha o desejo de retor-
A computação nar para realizar algum trabalho na sua
área de atuação aqui, em Salvador. Foi
quântica também assim que ele montou uma base de tra-
vai nos mostrar balho local e passou a construir, com ou-
tros engenheiros, chips sintonizadores
o quanto um de TV digital para atender demandas de
desenvolvimento em empresas norte-
chip pode fazer americanas. Atualmente, seu trabalho
gira em torno de chips que estão pre-
como suporte sentes nos transceptores de fotônica
de silício, usados em redes de comuni-
para funções cações de fibra ótica.
que precisamos Por ter estabelecido morada na Bahia
com sua família ainda muito peque-
todos utilizar no, para Raja a comida indiana era um
grande símbolo de sua nacionalida-
com frequência. de, mas em todo o resto do tempo ele
Raja Gosula, era bem baiano. “Percebi de verdade
engenheiro eletricista o quanto eu era brasileiro quando fui
16 CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021
para a universidade nos EUA”, ele co-
menta sorrindo.
Em seus momentos de lazer, o enge-
nheiro pratica surf e bodysurf, além
de dedicar seu tempo livre para explo-
rar outras possibilidades de trabalhar
com chips em outras áreas, como bio-
logia molecular e genética, como algo-
ritmos para sequenciamento de DNA,
e tem também pensado em aprender
talvez sobre computação quântica, pois
descobriu que é uma área que prende
seu interesse.
Raja é mestre em Engenharia Eletrônica
na Case Western Reserve University –
Cleveland, Ohio e também mestre em
Computação na Universidade da Ca-
lifórnia – Davis. Quando questionado
sobre como ele vislumbra o futuro da
Engenharia Eletrônica e da Computa-
ção, Raja afirma que “nos últimos 32
anos foi possível acompanhar as coi-
sas avançarem bastante, e hoje sabe-
mos o quanto estamos próximos de
comandar quase tudo através da inte-
ligência artificial. A computação quân-
tica também vai nos mostrar o quanto
um chip pode fazer como suporte para
funções que precisamos todos utilizar
com frequência”.
Foto: Acervo pessoal
 #PROFISSÃO: ENGENHARIA DE MINAS

ENGENHARIA DE MINAS:
UM MERCADO EM
ASCENSÃO NO BRASIL
As mineradoras brasileiras receberão
R$200 bilhões em investimentos até 2025

A
produção mineral brasileira criou mais de 11 mil novos
empregos diretos, no primeiro trimestre de 2021, sen-
do 6% a mais em comparação com o mesmo período
do ano anterior, segundo dados do Governo Federal. O
vice-presidente da Associação Baiana de Engenheiros de
Minas (ABEM), Luis Braga, destaca que “a cada emprego gerado dire-
tamente na mineração, geram-se mais 11 empregos indiretos” disse.
Imagem: upklyak | freepik

18 CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021


Onde estudar
Engenharia de Minas
na Bahia
UNEB – O curso fica localizado
no Departamento de Ciências
Humanas (DCH) do Campus VI,
na cidade de Caetité.
UFBA – Com duração de cinco
anos, o curso conta com turmas
diurnas, localizadas na Área I -
Ciências Físicas, Matemática e
Tecnologia, no bairro da Federa-
ção, em Salvador.
O engenheiro de minas é o profissional
responsável por pesquisar, planejar, ex-
trair e aproveitar os minerais de forma
sustentável e economicamente viável.
Ele torna viável a retirada do minério
presente no subsolo, para que posterior-
mente ele seja utilizado em setores como
combustíveis, construção civil, alimen-
tação e muitas outras áreas. Atualmen-
te, quase tudo que o ser humano possui
contém ao menos um tipo de mineral.
O engenheiro de minas pode atuar em
múltiplos segmentos da mineração com
destaque para prospecção de novos de-
pósitos minerais, lavra, beneficiamento,
recuperação ambiental, economia mine-
ral, mecânica das rochas, infraestrutura,
abertura de vias subterrâneas, pesquisa
e desenvolvimento com foco na criação
de novas tecnologias.
O professor de engenharia de minas na
Universidade Federal da Bahia (UFBA),
conselheiro do Crea-BA e coordenador
da Câmara Especializada de Geologia
e Engenharia de Minas, José Baptista,
resume a profissão com as seguintes
frases: “resolvemos problemas que você
nem sabe que tem, de uma forma que
você nem imagina. Isso é ser engenheiro
de minas”, disse em entrevista.
Mineração baiana
O estado da Bahia registrou, nos primei-
ros três meses de 2021, um crescimento
PROFISSÃO: ENGENHARIA DE MINAS
A cada Fo
to
:A
emprego gerado
ce
rv
op
ess
diretamente
oal
na mineração,
geram-se mais
11 empregos
indiretos.
Luis Braga, vice-presidente da Associação
Baiana de Engenheiros de Minas (ABEM)
de 94% na receita, comparado ao mes-
mo intervalo de tempo do ano passado.
Em razão disto a região receberá cerca
de R$ 70 bilhões para serem investidos
na produção mineral de 28 municípios
da região. A quantia corresponde a 35%
do investimento de R$200 bilhões, que
deverão ser destinados às mineradoras
distribuídas pelo país até 2025, confor-
me informações do IBRAM.
Sendo assim, o vice-presidente da ABEM
Luis Braga, acredita que a engenharia de
minas se encontra em um momento de Diálogos
ascensão no estado, com crescimento que conectam
no setor industrial e consequentemente
No dia 20 de maio, os engenheiros
novas oportunidades de trabalho. Prin-
cipalmente, para as micro e pequenas participaram da live promovida
pelo Projeto Diálogos que Conec-
empresas, que segundo o mesmo ocu-
tam, com transmissão YouTube.
pam a maior parte do mercado, com a
O evento trouxe como tema da
exploração, por exemplo, de areia, cas-
noite “Engenheiro de minas, capaz,
calho e brita. social e realizador”. Os profissio-
Os engenheiros que desejam se desta- nais conversaram sobre a profis-
car no mercado de trabalho e aprovei- são, sua relevância, tendências de
mercado e a importância da Asso-
tar esse momento de progresso, devem
ciação Baiana de Engenheiros de
visar um investimento em qualificação
profissional, principalmente levando em Minas (ABEM), assim como seu
conta as novas tendências de automa- projeto DECOLAR.
ção do trabalho. Esta também é a visão Para interessados em assistir, o
e conselho que o professor José Baptis- vídeo está disponível na página
ta destaca para aqueles que pretendem do canal Crea-BA, no YouTube.
ou estão iniciando na carreira.
CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021 19
 #MATÉRIA DE CAPA

RESÍDUOS
SÓLIDOS
NO BRASIL
Saiba mais sobre a
Política Nacional dos
Resíduos Sólidos e
como você também
pode fazer a sua parte
Imagem: freepik

20 CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021

 MATÉRIA DE CAPA

R
esíduos sólidos podem ser defini-
dos como os materiais no estado
sólido ou semissólido que resul-
tam de uma atividade humana
e que, por terem valor econômi-
co, podem ser reciclados e reaproveita-
dos, sejam eles domésticos, industriais,
eletroeletrônicos, entre outros. Quando
se fala em destinar de forma adequada os
resíduos sólidos, todos podem contribuir
de diversas formas, seja descartando de
maneira correta diversos tipos de materi-
ais que usamos no dia a dia, reaproveitan-
do água para molhar as plantas ou lavar
nossas varandas e áreas de serviço, ou o
descarte adequado do entulho de uma
obra que fazemos em casa. Por isso, além
de informações sobre como está a atual
situação da gestão dos resíduos sólidos
na Bahia, trouxemos exemplos de como
você, leitor, pode ajudar e contribuir com
o nosso meio ambiente.

CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021 21

 #MATÉRIA DE CAPA
Foto: freepik
A Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS), instituída pela Lei nº 12.305/10,
trata de instrumentos importantes para
o desenvolvimento sustentável do país,
orientando todos os responsáveis (fa-
bricantes, comerciantes, distribuidores,
o próprio consumidor, entre outros) so-
bre as melhores práticas relacionadas
ao assunto.
A PNRS está em consonância com a Lei
nº 14.026/2020, que atualizou o mar-
co legal do saneamento básico, mas
o engenheiro sanitarista e ambiental
Jonatas Sodré alerta que ao longo des-
tes dez anos, desde a implementação
da Política, pouco se avançou na ges-
tão dos resíduos sólidos no país. “Pre-
cisamos melhorar essa realidade, pois
os resultados são efêmeros diante do
que pode ser realizado para mudarmos
o nosso futuro”, diz.
22 CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021
A gestão de resíduos sólidos ainda não é efetiva no país em toda sua potencialidade
De acordo com informações da edição
2019/2020 do Panorama dos Resíduos
Sólidos no Brasil, produzido pela Asso-
ciação Brasileira de Empresas de Limpe-
za Pública e Resíduos Especiais (ABREL-
PE), a quantidade de resíduos coletados
cresceu em todas as regiões do país e,
em uma década, passou de cerca de 59
milhões de toneladas em 2010 para 72,7
milhões de toneladas e, no mesmo pe-
ríodo, a cobertura de coleta passou de
88% para 92%.
No Brasil, a maior parte dos resíduos só-
lidos coletados segue para disposição
em aterros sanitários, tendo registrado
um aumento de 10 milhões de tonela-
das em uma década, passando de 33
milhões de toneladas por ano para 43
milhões de toneladas.
Por outro lado, a quantidade de resíduos
que segue para unidades inadequadas
(lixões e aterros controlados) também
cresceu, passando de 25 milhões de to-
neladas por ano para pouco mais de 29
milhões de toneladas por ano.
Panorama estadual
Na Bahia, a Política Estadual de Resí-
duos Sólidos é instituída pela Lei Es-
tadual nº 12.932/2014, que estabele-
ce princípios, objetivos e diretrizes que
devem ser seguidos. Entre eles, estão:
I - não geração, redução, reutilização,
reciclagem, tratamento dos resíduos
sólidos e disposição final ambiental-
mente adequada dos rejeitos, devendo
ser observada essa ordem de prioridade
na gestão e no gerenciamento integra-
dos de resíduos sólidos;
II - a proteção e a melhoria da saúde pú-
blica e da qualidade do meio ambiente;

72,7 milhões de toneladas
de resíduos sólidos foram coletados
no Brasil em 2020 (aumento de 23%
na última década)
60% desses
resíduos
foram para para unidades
aterros sanitários inadequadas
92% dos resíduos produzidos
são coletados atualmente
Fonte: Associação Brasileira de Empresas
de Limpeza Pública e Resíduos Especiais
III - a adoção de padrões e práticas sus-
tentáveis de produção e consumo de
bens e serviços;
IV - a geração de benefícios sociais e
econômicos.
De acordo com a Secretaria Estadual de
Desenvolvimento Urbano (SEDUR), o
Estado da Bahia elaborou, por meio do
Programa de Aceleração do Crescimen-
to (PAC 1 - 56 municípios e PAC 2 221
municípios), estudos de engenharia na
área de resíduos sólidos para apoiar os
municípios, através da Conder/SEDUR.
Os estudos estão disponíveis no site da
instituição. Além disso, também está
sendo elaborado o Plano Estadual de
Resíduos Sólidos (PERS/BA), em aten-
dimento à PNRS.
A minuta do decreto regulamentador
da Política Estadual de Resíduos Sóli-
dos foi elaborada e apreciada pela Pro-
curadoria Geral do Estado (PGE), e está
somente aguardando a publicação do
governador Rui Costa.
Rejeitos da
construção civil
De acordo com a Associação Brasileira
para Reciclagem de Resíduos da Cons-
MATÉRIA DE CAPA
F ot
o:
Ac
er
vo
p e
ss
oa
l
40% desses
resíduos foram
Cabe ao
profissional
responsável,
trução Civil e Demolição (ABRECON), o o correto
Brasil gera mais de 100 milhões de to-
neladas de Resíduos da Construção e
planejamento
Demolição (RCD), porém, pouco mais de para que a obra
20% desses resíduos são destinados ade-
quadamente. “O restante dos resíduos gere menos
gerados em construções, demolições,
reformas e reparos, são direcionados a
resíduos e,
aterros clandestinos, pontos viciados quando gerar,
e locais desconhecidos”, esclarece Levi
Torres, coordenador da ABRECON. destinar para
Para ele, os engenheiros têm função locais corretos
imprescindível e devem gerenciar os
resíduos no canteiro de obras a fim de e adequados.
garantir o descarte correto e adequado
Levi Torres, coordenador da Associação
do material. “Cabe ao profissional res- Brasileira para Reciclagem de Resíduos
ponsável o correto planejamento para da Construção Civil e Demolição
que a obra gere menos resíduos e, quan-
do gerar, destinar para locais corretos
e adequados”, complementa Torres. Ele
destaca ainda que para cada caçamba,
há a necessidade em exigir o CTR – Con-
trole de Transporte de Resíduos. Ela é
a garantia de destinação correta e ade-
quada, além de um documento norma-
tizado para elencar as informações do
gerador, transportador, tipo de entulho
e destinatário do material.
A SEDUR reforça que os resíduos de-
vem ser encaminhados para aterros
CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021 23
 #MATÉRIA DE CAPA

específicos para resíduos inertes e/ou

reaproveitados por meio de tecnolo-
gias de tratamento/coprocessamento,
entre outros.
100 milhões de toneladas
Reaproveitamento de Resíduos da Construção e
As cidades de Salvador, Feira de Santa-
na e Vitória da Conquista contam com
Demolição são gerados no Brasil
usinas de reciclagem de entulho que
transformam o resíduo em agregado
reciclado. O agregado reciclado, oriun-
Apenas 20% desses resíduos
do do reaproveitamento de materiais da são destinados adequadamente
construção civil, como concreto, tijolos e
materiais cerâmicos, é mais sustentável
e em média 50% mais barato do que o 50% mais barato, o agregado
agregado natural, seja pedra ou areia. reciclado gera economia, além de
Alguns municípios no país já utilizam
este tipo de material para pavimenta-
ser sustentável
ção de calçadas, ruas, estradas e até
avenidas, gerando assim economia para Fonte: Associação Brasileira para Reciclagem
os cofres públicos, além de promover de Resíduos da Construção Civil e Demolição
a sustentabilidade e resolver parte do
problema do entulho descartado irre-
gularmente.
Foto: Stone Great

Agregado reciclado, oriundo do reaproveitamento de materiais da construção civil

24 CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021


Nova lei para
universalização do
saneamento básico
Em julho de 2020, foi sancionada, pelo
presidente da República, Jair Bolsonaro,
o novo Marco Legal do Saneamento Bá-
sico. O principal objetivo da legislação
é universalizar e qualificar a prestação
dos serviços no setor. Atualmente, 35
milhões de brasileiros não têm acesso
Conheça os principais pontos do Marco Legal*
Contratos de concessão
A lei extingue os chamados contra-
tos de programa, firmados, sem li-
citação, entre municípios e empre-
sas estaduais de saneamento. Esses
acordos foram firmados com regras
de prestação de tarifação, mas sem
concorrência. Com o novo marco le-
gal, abre-se espaço para os contratos
de concessão e torna obrigatória a
abertura de licitação, podendo, en-
tão, concorrer à vaga prestadores de
serviço públicos e privados.
Os contratos de programa que já es-
tão em vigor serão mantidos. No en-
tanto, os contratos que não possuí-
rem metas de universalização e pra-
zos terão até 31 de março de 2022
para viabilizar essa inclusão. Se isso
ocorrer, esses contratos poderão ser
prorrogados por 30 anos.
Blocos de municípios
Outra mudança prevista na lei se
refere ao atendimento a pequenos
municípios, com poucos recursos e
sem cobertura de saneamento. Pelo
modelo anterior, as grandes cidades
atendidas por uma mesma empresa
estatal ajudavam a financiar a ex-
pansão do serviço nos municípios
menores. A nova lei determina que
os estados, no intuito de atender aos
pequenos municípios, componham
em até 180 dias grupos ou blocos
de municípios que poderão contra-
tar os serviços de forma coletiva.
MATÉRIA DE CAPA
à água tratada e mais de cem milhões
não contam com serviços de coleta de
com saúde, segundo dados da Confe-
deração Nacional da Indústria (CNI).
esgoto. A meta, com o marco, é garan- Além disso, a cada R$ 1 investido em
tir o atendimento de 99% da popula-
ção com água potável e de 90%, com
saneamento, deverá ser gerada econo-
mia de R$ 4 com a prevenção de doen-
tratamento e coleta de esgoto, até 31
ças causadas pela falta do serviço, de
de dezembro de 2033. O documento
acordo com a Organização Mundial da
também prevê acabar com os lixões a
céu aberto em todo o país. Saúde (OMS).
A expectativa é que a universalização O art. 44, da Lei nº 11.445/2007, disci-
dos serviços de água e esgoto reduza plina aspectos do licenciamento am-
em até R$ 1,45 bilhão os custos anuais biental, prescrevendo que para o trata-
mento de esgotos sanitários, de água e
das instalações integrantes dos servi-
ços públicos de manejo de resíduos só-
Municípios de um mesmo bloco não lidos serão considerados requisitos “de
precisam ser vizinhos. Esses blocos eficácia e eficiência, a fim de alcançar
deverão implementar planos muni- progressivamente os padrões estabele-
cipais e regionais de saneamento bá- cidos pela legislação ambiental”. Adota,
sico; e a União poderá oferecer apoio
também, a ideia da regulação por per-
técnico e financeiro para a execução
formance, uma vez que fala em alcan-
dessa tarefa.
çar os padrões ambientais.
Comitê Interministerial
de Saneamento
Em setembro do ano passado, foi
criado o Comitê Interministerial de
Saneamento Básico para melhorar
99% da população
a articulação institucional entre os
órgãos federais que atuam no setor.
com água potável
Esse comitê é presidido pelo Minis- e 90% com
tério do Desenvolvimento Regional.
A Agência Nacional de Águas, vin- tratamento e
culada ao Ministério do Desenvolvi-
mento Regional, passa a ser a regula-
coleta de esgoto,
dora do setor para resolver impasses até o final de 2033
como a questão das indenizações;
são as metas do marco
definir e organizar as normas para
a prestação dos serviços de sane-
amento básico no Brasil; e fazer o R$ 1 investido
controle da perda de água.
A lei também determina que os con-
em saneamento =
tratos deverão conter cláusulas es- R$ 4 economizados
senciais, como a não interrupção
dos serviços, redução de perdas na
na prevenção de doenças
distribuição de água tratada; quali- causadas pela falta
dade na prestação dos serviços; me-
lhoria nos processos de tratamento
do serviço
e reuso e aproveitamento de águas Fonte: Confederação
de chuva. Nacional da Indústria
* Com informações do Ministério do
Desenvolvimento Regional.
CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021 25
 #MATÉRIA DE CAPA
Foto: Divulgação | Aiba

Programa de Coletas de
Pilhas e Descartes de Baterias
Mais de 60 Pontos
de Entrega Voluntária

Mais de 400 kg
de pilhas e baterias
já foram coletados

Iniciativas que fazem a diferença

1. Boas práticas
no Oeste baiano
Na região Oeste, uma iniciativa pro-
movida pela Associação de Agriculto-
res e Irrigantes da Bahia (Aiba) junto
com a Associação Baiana de Produto-
res de Algodão (Abapa), em parceria
com a empresa Retec Tecnologia em
Resíduos, vem se destacando quando
o tema é coleta de resíduos e destino
final. Trata-se do Programa de Coletas
de Pilhas e Descartes de Baterias, que
já conta com 60 Pontos de Entrega Vo-
luntária adotados por diferentes insti-
tuições públicas e privadas de ensino,
regulação, além de empresas privadas
e propriedades rurais.
A iniciativa tem como objetivo cons-
cientizar a população sobre a destina-
ção adequada dos resíduos perigosos,
em especial de pilhas e baterias, com
foco na gestão correta do que é coleta-
do na zona rural e urbana dos municí-
pios de Barreiras, Correntina, Formosa
do Rio Preto e Luís Eduardo Magalhães.
“Já foram coletados mais de 400 kg de
pilhas e baterias, que hoje são destina-
dos de maneira adequada, evitando as-
sim a contaminação do solo, da água e
exposição da população aos resíduos
perigosos”, conta Raquel Paiva, analista
ambiental da Aiba. Ela conta orgulho-
sa que o Programa, que teve início em
2019, já serviu de inspiração para uma
Associação de Produtores no Noroeste
do estado de Minas, onde a ação foi re-
plicada. “Servir de exemplo só reforça
o nosso desejo de que ações como esta
sejam motivo de incentivo para empre-
sas adotarem cada vez mais a prática
de logística reversa e ampliar cada vez
mais as ações de sustentabilidade e
gestão de resíduos sólidos em todo o
Brasil”, conclui.
A RETEC, empresa especializada em En-
genharia Ambiental que utiliza a mais
avançada tecnologia no gerenciamento
de resíduos sólidos, é parceira da inicia-
tiva e responsável pela coleta dos ma-
teriais, assim como gerenciamento e
destinação adequada.
Todas as matérias-primas presentes nos
aparelhos eletroeletrônicos e também

Servir de exemplo só reforça o nosso desejo de que ações

como esta sejam motivo de incentivo para empresas
adotarem cada vez mais a prática de logística reversa e
ampliar cada vez mais as ações de sustentabilidade
e gestão de resíduos sólidos em todo o Brasil.
Raquel Paiva, analista ambiental da Aiba
26 CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021

nas pilhas podem ser reaproveitadas
(metais ferrosos e não ferrosos, plásti-
cos diversos, zinco, vidro, etc), se pas-
sarem por um processo cuidadoso de
separação. No Brasil, são produzidas
cerca de 800 milhões de pilhas comuns
e 10 milhões de baterias de celular a
cada ano. “Diariamente esses resíduos,
que liberam substâncias tóxicas como
mercúrio, chumbo, cobre, zinco, cádmio,
manganês, níquel e lítio, vão para o lixo
comum, contaminam a água, o solo e,
consequentemente, voltam para a po-
pulação, com o aumento da ocorrência
de câncer e problemas neurológicos”,
lamenta Raquel.
Em Salvador, outras iniciativas também
buscam fazer o descarte correto desse
tipo de material. São mais de 130 pon-
tos de recolhimento de pilhas e bate-
rias, desde supermercados, drogarias
e lojas de eletroeletrônicos. Para saber
mais detalhes, pesquise por Green re-
cicla pilhas no buscador, entre no site,
coloque a sua localização e encontre
o ponto de descarte mais próximo do
seu endereço.
2. Descarte de
lâmpadas fluorescentes
Cerca de 25 mil lâmpadas fluorescen-
tes já foram descartadas corretamen-
te para reciclagem entre janeiro e abril
deste ano em toda a Bahia. A ação é
Fases do processo de reaproveitamento das lâmpadas
Separação
As lâmpadas são entregues em reci-
cladoras para iniciar o trabalho de se-
paração dos componentes e desconta-
minação da lâmpada. Nesse processo,
a maior parte da lâmpada é reaprovei-
tada na indústria.
Fonte: Reciclus
MATÉRIA DE CAPA
realizada por meio do programa Reci-
clus, que busca destinar de forma am-
bientalmente apropriada as lâmpadas O descarte
ao final da sua vida útil, e acontece de
forma gratuita. irregular das
A iniciativa envolve diversos segmen-
tos da sociedade e atende à deter-
lâmpadas
minação da PNRS (Política Nacional pode ser
de Resíduos Sólidos), a Lei Federal nº
12.305/2010, que se refere à respon- extremamente
sabilidade compartilhada pelo ciclo de
vida dos produtos e na logística rever-
prejudicial ao
sa (LR) como soluções para o descarte meio ambiente
correto de itens que podem causar da-
nos ao meio ambiente. e à saúde.
Os mais de 80 coletores estão distri- A quantidade
buídos em diversas cidades baianas,
e participam do programa apenas as de mercúrio
lâmpadas de uso doméstico, dos se-
guintes tipos: fluorescentes compactas
presente
e tubulares; de vapor de mercúrio, sódio somente em
ou metálico; e luz mista. Não há limite
para descarte, desde que seja realizado uma lâmpada
por consumidor doméstico.
fluorescente
Oseias Teodoro, responsável técnico
ambiental da Cicloteo, empresa que pode contaminar
realiza a coleta dos resíduos e efetua o
cerca de 20 mil
tratamento, esclarece que o descarte
irregular das lâmpadas pode ser extre- litros de água.
mamente prejudicial ao meio ambien-
te e à saúde. A quantidade de mercúrio Oseias Teodoro,
responsável técnico ambiental
presente somente em uma lâmpada
da Cicloteo
fluorescente pode contaminar cerca
de 20 mil litros de água e, por meio da
Reaproveitamento
Vidro e pó fosfórico
São utilizados na fabri-
cação de cerâmica e para
vitrificação de azulejos.
Plásticos
São granulados e re-
vendidos para diversos
segmentos industriais.
Componentes metálicos
Vão para a indústria de
fundição e automotiva.
CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021 27
 #MATÉRIA DE CAPA

ingestão direta ou de alimentos irri-

gados com esta água, pode chegar ao Faça sua parte!
organismo de humanos e outros se-
res vivos, ocasionando problemas nos
pulmões, rins, fígado e todo o sistema Conheça alguns Pontos de coleta:
nervoso central.
Salvador:
Depois de recolhidas, as lâmpadas são
tratadas e os componentes, reciclados. • Assaí Atacadista, Pau da Lima/Paripe/Uruguai
Novos insumos são gerados no pro- • Extra, Paralela/Rótula/Vasco da Gama
cesso, e reutilizados na indústria como
matéria-prima. “As lâmpadas são inse- • Atacadão, Barros Reis/Cajazeiras
ridas em equipamento onde é realiza- • Tend Tudo, 7 Portas/Pituba
da a quebra e sopro dos componentes.
Posteriormente, são separados por pe- • Mercantil Rodrigues, Calçada
neiramento de acordo com a granulo- • Ferreira Costa, Paralela
metria. O pó de fósforo contendo mer-
• G Barbosa, Costa Azul
cúrio tratado e o mercúrio ficam reti-
dos nos filtros”, explica o responsável • Light Center, Rio Vermelho
técnico ambiental.
• Elétrica Capital, Djalma Dutra
Neste ano, o programa de coleta se es-
tendeu também para Secretaria de Meio • Big Bompreço, Iguatemi/Salvador Norte
Ambiente da Bahia (Sema/BA) e eco-
Lauro de Freitas:
pontos, e mesmo com a pandemia re-
gistrou um crescimento de 85% no re- • Atacadão: Avenida Santos Dumont, Km, 6,5 - Portão
colhimento desses materiais recicláveis.
• G Barbosa: Avenida Luis Tarquinio Pontes,
Por que reciclar? Rua das Pitangueiras, Nº. 1686
Quando alguém joga uma lâmpada no • Tend Tudo: Estrada do Coco, Km 4,5 - Centro
lixo comum ou outro local inadequado,
ao quebrar, ela libera esse mercúrio • Mercantil Rodrigues: Avenida Santos Dumont,
no solo e no ar. Isso contamina os rios Nº 2140, Estrada do Coco
e, consequentemente, os animais e
vegetação que estão neste ambiente.
Os consumidores, como você, também

Imagem: Divulgação | Reciclus

possuem um papel fundamental no
ciclo de vida da lâmpada, pois devem
descartá-la de maneira correta, nunca,
no lixo comum.

Cerca de 25 mil 85% de crescimento

lâmpadas fluorescentes no recolhimento
foram descartadas corretamente desses materiais recicláveis
para reciclagem entre janeiro e foi registrado no estado
abril deste ano em toda a Bahia este ano
Fonte: Cicloteo e Secretaria de Meio Ambiente da Bahia

28 CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021


3. Aeroporto Verde
Pelo segundo ano consecutivo, a Agên-
Aeroporto mais cia Nacional de Aviação Civil (Anac) re-
sustentável do Brasil conheceu o Salvador Bahia Airport como
o mais sustentável do Brasil. O terminal
aeroportuário conseguiu a pontuação
Mais de 1,3 mil mais alta na categoria de mais de 5 mi-
toneladas de resíduos lhões de passageiros por ano, no Prêmio
“Aeroportos Sustentáveis”.
sólidos são processadas O Salvador Bahia Airport também obte-
ve a maior pontuação entre todas as ca-
e reintroduzidas em tegorias, atingindo o score de 89,96%. A
processos produtivos média para a sua categoria foi de 71,9%.
A pontuação é calculada a partir do
Mais de 15.000m³ cumprimento de determinados crité-
rios estabelecidos pela Anac. As notas
de água serão mais altas foram obtidas nos quesitos
gestão da mudança climática, gestão
economizados por ano da energia elétrica, gestão da qualida-
reaproveitando a água de de do ar local e gestão hídrica.
condensação do sistema “Essa conquista só foi possível porque
temos a preservação do meio ambien-
de ar-condicionado te no centro da nossa estratégia de
negócios. A transição para a aviação
sustentável é uma dinâmica comum
Fonte: Salvador para todos os aeroportos da rede Vinci
Bahia Airport
Airports”, explica Yann Le Bihan, dire-
tor técnico do Salvador Bahia Airport.
O Salvador Bahia Airport também é o
primeiro aeroporto Aterro Zero do Bra-
MATÉRIA DE CAPA
Foto: Divulgação | Salvador Bahia Airport
sil. A totalidade dos resíduos gerados
no Terminal são coletados, classifica-
dos na Central de Resíduos e recebe a
destinação adequada, sendo utilizada
como matéria-prima para reciclagem
ou para geração de energia e cimento.
Anualmente, mais de 1,3 mil toneladas
de resíduos sólidos são processadas e
reintroduzidas em processos produti-
vos, adotando-se assim o conceito de
economia circular.
Além de projetos bem-sucedidos como
a usina solar (a de maior potencial de
geração de energia limpa dentro da
rede Vinci Airports) e a Estação de Tra-
tamento de Efluentes (ETE), com 99,5%
de eficiência, outros foram implantados
recentemente e 12 novas soluções con-
cretas estão em fase de estudo para
implantação ainda este ano.
Um exemplo é a iniciativa que reapro-
veita a água de condensação do sis-
tema de ar-condicionado. O projeto,
que entrou em operação em 2021, vai
permitir que o Aeroporto economize
mais de 15.000 m³ de água por ano.
“Nosso time está sempre em busca de
oportunidades para melhorar nossa
performance ambiental”, aponta Yann
Le Bihan.
CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021 29
 #DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
VOCAÇÃO
SOLAR
Foto: lovelyday12 | istockphoto
Um mercado relativamente novo, mas
que tem sua base num dos fatos mais
antigos da história: a Terra gira em torno
do Sol. E é a partir da luz solar que o mer-
cado de energia solar fotovoltaica vem,
ano a ano, se desenvolvendo no país.
Segundo dados da Associação Brasileira
de Energia Solar Fotovoltaica (ABSolar),
a potência instalada no país foi de 7.747
MW em 2020 e, apenas nos quatro pri-
meiros meses de 2021, o número já é
13,8% maior, chegando aos 8.813 MW
de potência instalada. A indicação é
de que este ano tenhamos um recorde
histórico da geração de energia solar
fotovoltaica no país. Porém, apesar do
crescimento, essa fonte de energia ain-
da representa apenas 1,8% da matriz
energética brasileira, segundo dados
da ANEEL/ABSolar.
O potencial brasileiro é imenso e, na vi-
são dos especialistas, mais do que um
potencial, a energia solar fotovoltaica
é uma vocação que o país, em especial
a Bahia, precisa abraçar definitivamen-
te. A afirmação é do professor titular
da Universidade Federal do Recôncavo
Baiano (UFRB) e conselheiro do Crea
Bahia, Luciano Hocevar.
“É uma vocação natural da Bahia. E que
já pode ser vista no grande crescimen-
to dos pequenos geradores de energia
solar fotovoltaica, que chamamos de
geração distribuída. Mas também na
30 CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021
S
egundo maior potencial ins-
talado do país em geração
centralizada de energia solar
fotovoltaica, a Bahia cresce
também na geração distribuí-
da e pode se tornar um polo nacional
de pesquisa, desenvolvimento e inova-
ção através da Universidade Federal do
Recôncavo da Bahia (UFRB).
Benefícios da Fonte
Benefícios da Fonte
Solar
Solar Fotovoltaica
Fotovoltaica
geração centralizada. A Bahia tem que ao Brasil:
ao Brasil:
aproveitar essa vocação para alavancar
o seu crescimento”, afirma o professor, Geração teve
que atua no primeiro curso de Bacha- crescimento
relado em Engenharia de Energias da de 9.476% nos
Bahia, além de coordenar a área de Ener- últimos 6 anos
gias do Centro de Ciência e Tecnologia
em Energia e Sustentabilidade (Cetens), Mais de
ambos da Universidade Federal do Re- R$ 46,4 bilhões
côncavo da Bahia (UFRB). em novos
E os números comprovam a afirmação. investimentos
O estado é o segundo do país em poten- privados
cia instalada na geração centralizada,
que é aquela representada pelos gran- Mais de 264 mil
des geradores de energia, em parques novos empregos
solares instalados em cidades como gerados
Tabocas do Brejo Velho, Bom Jesus da
Lapa, Juazeiro, Salvador, Guanambi e
Itaguaçu da Bahia. Na geração distri- Mais de 9,5
buída, representada pelos pequenos milhões de
geradores de energia instalados em toneladas de
residências, pontos comerciais e con- CO2 evitadas
domínios, somos o décimo estado em
potência instalada. Fonte: ABSOLAR, 2021.
Decisões políticas Foi a partir deste ano que entrou em vi-
afetam o mercado gor a revisão da resolução normativa 482
de 2012, que regulamenta os sistemas
Altamente regulado e com forte relação de energia solar para a autoprodução de
entre investimentos privados e a segu- energia na sua casa ou empresa. A publi-
rança jurídica promovida por agentes cação da nova resolução, a RN 687/2015,
públicos, o setor de energia solar foto- trouxe grandes melhorias como a redu-
voltaica no Brasil tem o ano de 2016 ção da burocracia e a possibilidade de
como um marco para seu desenvol- pessoas e empresas se juntarem para
vimento. produzir a sua própria energia elétrica.

Apenas para efeito de entendimento, a
potência instalada no país passou de 93
MW em 2016 para 1.160 em 2017, um
aumento superior a 12 vezes, criando
um novo mercado emergente, com for-
te absorção de mão-de-obra qualificada
e geração de renda.
Internacionalmente, outras decisões
políticas também devem ser sentidas
no mercado a partir de 2021. A boa
notícia veio depois do anúncio do pre-
sidente americano Joe Biden de que o
país irá reduzir em 50% suas emissões
de CO2 até 2050. Além desse anún-
cio, feito na Cúpula do Clima, em abril,
Biden tem reconduzido a política ex-
terna americana no sentido de forta-
lecer uma agenda sustentável interna
e externamente.
A “virada verde” como vem sendo cha-
mada as ações americanas no sentido de
fortalecer matrizes energéticas renová-
veis mudou o cenário global, que agora
aponta para uma pressão para que os
países desenvolvidos e, principalmen-
te, os países em desenvolvimento, en-
tre eles o Brasil, invistam numa matriz
energética menos dependente de com-
bustíveis fósseis.
Enquanto isso, um projeto de lei em
tramitação na Câmara Federal preten-
de ser um marco legal da energia solar
e geração distribuída, criando normas
que acelerem a instalação de sistemas
de energia solar e reduzam a conta de
Equipes Sinergy Group e Growtech
luz da população. Atualmente, o setor é
regulamentado apenas por normativas
da Agência Nacional de Energia Elétrica
(ANEEL) e o projeto de lei cria um ar-
cabouço legal que traz mais segurança
jurídica para os investidores privados
da cadeia da energia solar.
Com sinalização pública de apoio pelo
presidente da República Jair Bolsonaro,
o projeto ainda não conseguiu consenso
para avançar na Câmara e opõe, de um
lado, a cadeia produtiva da energia so-
lar fotovoltaica e, de outro, a Associação
Brasileira de Distribuidores de Energia
Elétrica (Abradee) e o Instituto de De-
fesa do Consumidor (IDEC).
Cadeia produtiva
Para entender um pouco mais essa ca-
deia produtiva, fomos conversar com
diversos agentes, envolvidos no pro-
cesso, desde o consumidor final até um
dos maiores vendedores de painéis so-
lares do país.
Nosso primeiro passo foi ouvir Jadiel
dos Santos Pereira, professor universi-
tário e que decidiu instalar um sistema
de painéis de energia solar fotovoltaica
na sua residência, em Feira de Santana.
O sistema está instalado há dois anos
e a primeira análise que motivou a sua
decisão foi baseada no seu padrão de
consumo. “Comecei avaliando o con-
sumo médio de energia durante um
ano. Fiz isso para calcular o tempo de
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
payback”, explica. Payback é o tempo
em que o investimento inicial feito na
compra e instalação do sistema será
compensado com o desconto na conta
de energia. Normalmente, o payback
para um gerador residencial varia de
3 a 5 anos.
O professor explica que a empresa con-
tratada faz um projeto completo, levan-
do em consideração a quantidade ne-
cessária de painéis, a área do telhado e
o sombreamento. Com o projeto insta-
lado e autorizado pela concessionária
de energia elétrica, a residência passa
a fazer parte da rede de geração dis-
tribuída de energia solar fotovoltaica.
O que é produzido em kilowatts/hora
pelo sistema residencial gera créditos
que são acompanhados mensalmente
na conta de energia.
“O mais importante é lembrar que não
é porque você instalou energia solar
que você precisa deixar de fazer um
uso consciente. A consciência continua
sendo fundamental”, alerta.
Outro nó dessa rede são essas empre-
sas que fazem estudo de viabilidade,
venda e implantação do sistema. Para
conhecer o pouco mais sobre o traba-
lho delas conversamos com Hayrton dos
Santos Júnior, engenheiro eletricista e
eletrônico, com 40 anos de experiência
no mercado e que representa o Sinergy
Group, grupo que reúne a Tesla BR Solar,
Fizon Engenharia e GrowTech. Fotos: Divulgação | Sinergy Group e Growtech
CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021 31
 #DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Juntos, eles são especialistas em estu-
dos de viabilidade, projetos e instalação
de sistema de geração de energia solar
fotovoltaica no perfil de geração distri-
buída, seja em imóveis residenciais ou
comercias, como hospitais, lojas e pré-
dios públicos.
“O mercado de geração distribuída vem
crescendo exponencialmente, principal-
mente no segmento residencial, com
clientes que vem buscar não apenas
economia de energia, mas também o
conforto de poder ter uma bomba para
piscina, um ar condicionado a mais. A
casa ganhou esse papel central, prin-
cipalmente após a pandemia”, avalia
Hayrton.
O executivo acredita que o marco legal
pode ser um acelerador deste merca-
do que, na visão dele, vem crescendo
desde 2010, quando o Brasil começou
a investir na mudança da sua matriz
energética.
Além de consumidores e empresas que
vendem painéis e serviços de instala-
ção, o mercado reúne também uma ca-
deia produtiva de cerca de 100 empre-
sas fabricantes de sistema solar fotovol-
taico (kit), inversores, módulos, string
box e baterias, segundo dados Agência
Especial de Financiamento Industrial
(FINAME), ligada ao BNDES.
Nesta matéria, você encontra um bate-
-papo que tivemos com um dos prin-
cipais players do mercado, a Amara-e.
Formação, pesquisa
e capacitação
No quesito formação profissional, a
Bahia vai bem com duas graduações
em instituições públicas, a UFRB e o
IFBA, ambos com cursos específicos
em Engenharia de Energia. Além des-
ses novos profissionais, o mercado tem
absorvido regularmente profissionais
como engenheiros eletricistas, ambien-
tais, civis e eletrotécnicos.
Na pesquisa, o estado também se co-
loca na dianteira, com trabalho desen-
volvido pela UFRB. Na universidade,
duas usinas de energia solar fotovol-
taica funcionam como um laboratório
32 CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021
de pesquisa e preparação profissional.
Uma delas já está instalada, em Feira
de Santana, e outra está sendo monta-
da, em Cruz das Almas.
“As usinas geram energia para consu-
mo próprio do campus universitário. E
também são módulos utilizados dida-
ticamente, com produtos doados por
empresas para serem utilizados em pes-
quisas, cujo principal foco é entender a
adaptação e interação dos painéis so-
lares, que são construídos fora do país,
em sistemas que utilizam matéria-prima
nacional”, analisa Hocevar.
O pesquisador acredita que ainda esta-
mos longe de produzir localmente esses
painéis solares, principalmente por cau-
sa da competitividade dos preços dos
componentes chineses e da falta de
uma política nacional de industrializa-
ção, porém, ele entende que o investi-
mento em pesquisa e desenvolvimento
é essencial para o desenvolvimento da
cadeia produtiva.
A boa notícia é que a Bahia, através do
Cetens/UFRB pode se tornar um pólo
nacional de Pesquisa, Desenvolvimen-
to e Inovação na área de energia solar
fotovoltaica. O projeto, coordenado pelo
professor Luciano Hocevar, concorre a
um financiamento de R$ 3 milhões por
três anos, numa chamada pública aber-
ta pela Associação Brasileira de Pesqui-
sa e Inovação Industrial (EMBRAPII), em
parceria com a Secretaria de Educação
Usina Solar implantada no Campus da UFRB em Feira de Santana
Superior (SESu) do Ministério da Edu-
cação (MEC).
Do ponto de vista da geração de em-
prego, o marco legal pode gerar investi-
mentos de R$ 139 bilhões nos próximos
30 anos, além de 1 milhão de empregos
abertos na cadeia produtiva. Enquanto
isso, o aquecimento do mercado de ener-
gias renováveis vem ampliando também
a criação de empresas, especialmente
as micro e pequenas empresas.
Para apoiar na gestão dessas novas em-
presas, o Sebrae criou o projeto Sebrae
Energia, que em 2004, teve seu primeiro
convênio assinado para qualificar micro
e pequenas empresas para serem forne-
cedoras no cadastro Petrobras.
“De lá pra cá, desenvolvemos uma ex-
pertise e um portfólio de soluções que
foi se conectando diretamente com a
cadeia de fornecimento no mercado
de energia”, afirma Aline Lobo, gestora
estadual do Sebrae Energia.
Cerca de 10 anos após o primeiro con-
vênio, acompanhando o movimento de
diversificação da matriz energética bra-
sileira, as empresas que antes olhavam
para o cadastro Petrobras passaram a
atuar também no segmento de energias
renováveis, já tendo como premissa o
atendimento das necessidades específi-
cas do ramo da indústria de base, que é
um dos mais criteriosos do país em áreas
como segurança do trabalho, saúde, se-
gurança e meio ambiente, entre outras.
Foto: Divulgação | UFRB

“Nossa inteligência de mercado sempre ENTREVISTA: Felipe
foi o grande diferencial e o Sebrae Ener- Cerqueira Pimenta -
gia acabou se transformando num hub
Superintendente
de oportunidades, a partir de parcerias
com o poder público e o conhecimen- Amara-e | Divisão Solar
to acumulado do setor”, explica Aline.
No site www.sebraeenergia.com.br, as Presente em seis países e com mais de
60 anos de história, a Amara é uma das
empresas do setor podem participar
maiores empresas globais do segmento
de rodadas de negócios, cafés empre-
de distribuição de materiais, serviços,
sariais, bate-papo com consultores e
logística e engenharia. Da união de suas
especialistas de mercado, e ter acesso
unidades de negócios renováveis nas-
a soluções que vão desde a gestão fi- ceu a Amara-e. Atualmente, é uma das
nanceira até marketing digital. principais fornecedoras de equipamen-
tos fotovoltaicos e venda de usinas de
energia solar para o mercado de gera-
ção distribuída. Nesta conversa, desco-
brimos um pouco mais sobre a visão da
F ot
o:
Ac
er
empresa em relação ao mercado baia-
vo
p e no e brasileiro.
ss
1 - Qual o tamanho da operação da
oa
l
Amara no Brasil atualmente? É possí-
vel dar alguns números que demons-
trem o tamanho da operação brasileira
da empresa?
A Amara-e no primeiro ano de atua-
ção ultrapassou os 100MW vendidos
com projeção de dobrar esse ano. Atu-
almente, temos uma força de trabalho
de aproximadamente 600 funcionários
no Brasil, com base em 12 estados bra-
sileiros e atuamos na venda de usinas
e equipamentos fotovoltaicos assim
como operações logísticas.
Mesmo sem efetuar as instalações fo-
O Sebrae Energia tovoltaicas, possuímos no nosso time,
engenheiros eletricistas, ambientais,
acabou se civis e eletrotécnicos, para que possam
oferecer capacitação e apoio aos nossos
transformando clientes, que são as empresas instalado-
num hub de ras. A Amara-e não vende para o clien-
te final as usinas e equipamentos sem
oportunidades, que exista uma empresa de instalação
intermediando a solução completa. Esta
a partir de é a nossa forma de atuação.
2 - Como você classifica o grau de ca-
parcerias com o pacitação que a empresa encontrou
poder público e no mercado brasileiro? Nossos enge-
nheiros estão bem-preparados para os
o conhecimento desafios do mercado de energia solar?
As instalações de Usinas Fotovoltaicas
acumulado na geração distribuída, em sua essência,
do setor. podem parecer uma instalação “fácil”,
dado avanço tecnológico dos equipa-
Aline Lobo, gestora estadual mentos nos monitoramentos, estrutu-
do Sebrae Energia ras de fixação, conectores e bloqueios
Fo
to
:A
c
er
vo
pe
ss
oa
l
de segurança existentes. Porém, não
estamos tratando apenas de conexão
de Módulos FV, Inversores e cabos, mas
envolvendo toda complexidade de uma
usina geradora de energia em corrente
contínua, com critérios rígidos para in-
terligação na rede de distribuição, ins-
talada em telhados e coberturas, que
exigem laudos estruturais, SPDA, qua-
lidade de aterramento.
Considerando o envolvimento de todo
esse campo de engenharia para estas
instalações e falando de um ativo com
vida útil mínima de 25 anos, o respaldo
de engenheiros bem qualificados é es-
sencial para prover a solução mais ade-
rente à necessidade dos nossos clientes.
3 - Como o senhor enxerga a posição da
Bahia neste mercado? Há espaço para
expansão das operações?
A Bahia, estado privilegiadíssimo em
abundância de terrenos e de luminosida-
de do sol somando os aumentos anuais
constante da energia, além de possuí-
rem grande afinidade com conceito da
economia de “Compartilhamento” onde
cada pessoa gera um pouco da energia
que consome, as usinas fotovoltaicas
passarão a ser cada vez mais viáveis.
Considerando a nossa expertise em
países que começaram com essa revo-
lução fotovoltaica há mais de 2 (duas)
décadas e ainda hoje estão expandin-
do suas plantas e iniciando o ciclo de
grandes manutenções e substituições
de plantas obsoletas, com mais de 30
anos de operação.
Mesmo com os crescimentos exponen-
ciais dos últimos anos, ainda somos um
mercado pequeno com espaço para
bons profissionais, seja no âmbito da
Engenharia, como em toda cadeia de
fornecimento.
CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021 33
 #MERCADO IMOBILIÁRIO

Foto: Andrey_Popov | Shutterstock

ENTIDADES ALERTAM E
ACIONAM MPF CONTRA
RESOLUÇÃO Nº 4.754,
DO BACEN
Saiba mais sobre as mudanças e a atuação
das entidades contrárias às alterações
34 CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021
 MERCADO IMOBILIÁRIO

O
Confea, juntamente com a Abap, Ibape, Aneac, Fisenge,
Sobrea, FNA e CAU/BR, protocolou no mês de de-
zembro de 2020, manifestação no Ministério Público
Federal (MPF), solicitando verificação e esclarecimento
na implantação da Resolução nº 4.754/2019, editada
pelo Banco Central (Bacen), permitindo que avaliações de imóveis
aconteçam sem a vistoria de profissionais habilitados.

Entre os principais pontos de preocu- habitacional brasileiro. Também fazem Fot

o: D
ivu
lga
pação das entidades estão os consumi- parte da Comissão: o engenheiro agrô- çã
o
|
dores que buscam crédito imobiliário nomo Annibal Lacerda Margon (coor-

Ab
ap
junto às instituições financeiras, além denador); o engenheiro agrônomo Da-
do setor de avaliação de imóveis. “A re- niel Roberto Galafassi (adjunto); tendo
solução abre possibilidade para duas como membros especialistas: o enge-
problemáticas: criação de uma bolha nheiro civil Wilson Lang (presidente do
imobiliária e a falência de 20 mil em- Conselho do Ibape); e o engenheiro civil
presas de avaliação que hoje empregam Clémenceau Chiabi Saliba Júnior (pre-
engenheiros e arquitetos. Em um mo- sidente do Ibape Nacional).
mento de pandemia onde o mais impor- Darkson Fonseca Jr., engenheiro civil,
tante é a criação de empregos, vemos conselheiro do Crea-BA, e presidente
uma resolução pronta para acabar com do Instituto Brasileiro de Avaliações
uma categoria inteira”, alerta a enge- e Perícias da Bahia (Ibape-BA), escla-
nheira civil Karine Moreira, presidente rece que a nova Resolução a princípio
da Associação Brasileira de Avaliação deveria ser somente uma revisão no
e Perícia (Abap). texto original, mas acabou legislando
Ela integra a Comissão Temática de
Engenharia de Avaliações e Perícias
sobre uma nova matéria, autorizando
a dispensa dos profissionais técnicos
A resolução abre
do Confea (CTEAP), que tem como um de Engenharia e Arquitetura nas ava- possibilidade para
dos objetivos questionar a resolução
do Bacen, e prevenir que as consequên-
liações de imóveis habitacionais para
liberação de crédito imobiliário, permi- duas problemáticas:
cias desta medida, que não tem base tindo a adoção de modelos próprios de criação de uma
em qualquer motivação técnica, podem avaliação pelas instituições financei-
levar ao colapso do sistema financeiro ras. Assim, poderão atuar os profissio- bolha imobiliária
e a falência de
Pontos negativos da alteração na Resolução: 20 mil empresas
1. Elimina a necessidade de vistoria “In loco”, indo de encontro às normas
de avaliação que
técnicas vigentes; hoje empregam
2. Coloca em risco o processo creditório do SFH e SFI; engenheiros e
3. Aumenta o risco de fraude quando permite que as instituições arquitetos.
financeiras utilizem próprios modelos de precificação;
Karine Moreira,
4. A matéria discutida trata de atribuições dos engenheiros habilitados e presidente da Associação Brasileira
envolve profissionais registrados. A Resolução passa por cima de várias de Avaliação e Perícia (Abap)

normas técnicas desenvolvidas ao longo de anos;

5. Irá prejudicar os consumidores adquirentes dos imóveis. Qual
profissional irá validar a qualidade do imóvel sendo financiado?

CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021 35

 #MERCADO IMOBILIÁRIO
Foto
: Di
vul
ga
çã
o|
Ib

Esta alteração gera grandes

a

pe
-B
a
riscos para a sociedade de
forma geral, e principalmente
aos brasileiros que buscam
crédito imobiliário junto
às instituições financeiras.
Darkson Fonseca Jr., engenheiro civil e presidente do
Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias da Bahia (Ibape-BA)

nais que não necessariamente possuem habilitados para que as condições reais nam indicadores da viabilidade de sua
conhecimento técnico específico para do imóvel possam ser efetivamente utilização econômica”, complementa.
inspecionar e avaliar, violando os dis- diagnosticadas. “A avaliação de bens é Fonseca finaliza afirmando que “esta
positivos legais pertinentes à atuação regulamentada pela norma ABNT NBR alteração gera grandes riscos para a so-
dos profissionais dos sistemas Confea/ 14.653, que prevê o Engenheiro Avalia- ciedade de forma geral, e principalmen-
Crea e CAU. dor como o profissional apto a realizar te aos brasileiros que buscam crédito
Ele concorda com a entidade e defen- avaliações de bens. Assim, eles identifi- imobiliário junto às instituições finan-
de que a avaliação de imóveis deve ser cam o valor de um bem, de seus custos, ceiras”, podendo acarretar em diversas
presencial e realizada por profissionais frutos e direitos, assim como determi- consequências negativas.

Veja como a nova resolução dispensa

a avaliação dos profissionais técnicos

ANTES
A resolução anterior de nº 4.676, de 31
de julho de 2018, em seu artigo 11 diz:
Art. 11. As instituições financeiras e
demais instituições autorizadas a fun-
cionar pelo Banco Central do Brasil, na
contratação de financiamentos imobi-
liários ou de empréstimos, garantidos
por imóveis residenciais, com pessoas
naturais, devem observar, no mínimo,
os seguintes critérios: (...) b) a avaliação
do imóvel deve ser efetuada por profis-
sional sem qualquer vínculo com a área
de crédito da instituição proponente ou
com outras áreas que possam implicar
conflito de interesses ou configurar de-
ficiência na segregação de funções…
DEPOIS
Na nova resolução, nº 4.754 de 26 de
setembro de 2019, em seu artigo 11, § 4º
que passou a vigorar, dispensa visitas e
inspeções dos imóveis por profissionais
técnicos, propondo que a apuração do
valor do imóvel seja feita pela própria
instituição financeira.
§ 4º Para fins de apuração do valor do
imóvel de que tratam o caput, inciso I,
alínea “b”, e o art. 13, inciso I, a institui-
ção proponente pode, alternativamente,
empregar modelo de precificação pró-
prio ou de terceiros, desde que...

Foto: giggsy25 | Shutterstock

36 CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021
 #FISCALIZAÇÃO

A PARTIR DE AGOSTO, O
LIVRO DE ORDEM PASSA
A SER OBRIGATÓRIO EM
TODO O BRASIL
O Crea-BA vem realizando ações de divulgação
do Livro de Ordem digital no estado

O
Livro de Ordem de

Foto: rawpixel | freepik

Obras e Serviços, ins-
tituído através da Re-
solução 1094/2027,
passará a ser obriga-
tório no Brasil a partir de 01 de
agosto de 2021. Através dele fica
mais fácil verificar a autoria de
trabalhos e a exigência de res-
ponsável técnico pelas obras e
serviços. O instrumento é con-
dicionado à emissão de Certidão
de Acervo Técnico.

CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021 37

 #FISCALIZAÇÃO

Segundo o analista técnico, Renato An-

drade, o Livro de Ordem é um instru-
mento precisa ser preenchido e anexado
com fotos, todas as vezes que o profis-
mento de fiscalização vinculado a ART sional for executar a obra.
que possibilita verificar a autoria dos “Dentro desse contexto, o Crea-BA acre-
projetos, a existência de responsáveis dita que o Livro de Ordem será um gran-
técnicos, bem como o que foi feito em de instrumento de fiscalização da legis-
cada etapa da obra ou serviço. O docu- lação vigente que regulamenta o exer-
cício das atividades dos profissionais
em defesa e salvaguarda da sociedade”,
completou o Presidente do Conselho
Regional de Engenharia e Agronomia
da Bahia (Crea-BA), Joseval Carqueija.
Vamos De acordo com o João Bosco Ramalho,
disponibilizar um Chefe do Gabinete do Crea-BA, o Livro
não é uma novidade, ele já era adota-
link no site do do por algumas empresas, mas com
outros nomes como “boletim de obra,
Crea, para o acesso livro de ocorrências diárias ou cader-
neta de obras”, são alguns exemplos.
à Resolução 1.094 Conforme o Artigo 5º da Resolução, es-
e um tutorial de ses modelos já existentes poderão ser
utilizados como Livro de Ordem, desde
Aplicativo Crea-BA
Como já citado por João Bosco Rama-
lho, Chefe do Gabinete do Crea-BA, O
Livro de Ordem já existia, porém, não
era obrigatório em todo o Brasil, situa-
ção essa que será exigida a partir de 01
de agosto deste ano. Conforme Joseval
Carqueija, o Livro também já faz parte
do Sistema de Informações Técnicas e
Administrativas (Sitac), disponível no
ambiente profissional. Contudo, está
em análise a possibilidade de imple-
mentar o registro no aplicativo Crea-BA,
que já é utilizado para o preenchimento
de outros documentos.
Carqueija explica: “É muito mais fácil
para o profissional preencher as infor-
mações no momento, em vez de ter que
chegar em casa para fazer isso. Durante
a obra ele poderá tirar fotos e digitar a
ordem do dia”.

como fazer o Livro que atendam às exigências presentes

na mesma.
Divulgação
de Ordem, assim Justificativa
Com o intuito de informar os profis-
sionais sobre a mudança, o Crea-BA
como um local O Livro de Ordem foi criado para evitar está trabalhando em um processo de
conscientização através do site oficial,
de tirar dúvidas, fraudes dentro do sistema, como por
exemplo, falsificações usadas para en- e-mails e redes sociais. Para os recém-

um espaço ganar os órgãos públicos, com o intuito

de permitir que profissionais possam
para perguntas participar de licitações. O Presidente
do Conselho, Joseval Carqueija, escla-
frequentes. rece: “Infelizmente a gente cria esse
tipo de obrigatoriedade por causa de
João Bosco Ramalho,
Chefe de Gabinete do Crea-BA uma pequena parcela de profissionais
que tentam driblar o sistema”, disse
em entrevista.
A coordenadora das câmaras especia-
lizadas, Rute Carvalhal, complementa
Fo
ao dizer “o Livro de Ordem, surgiu por
to
:A
-formados no estado, existe a possibi-
lidade da implementação de um curso
para aprenderem como preencher o
documento.
“Vamos disponibilizar um link no site
do Crea-BA, para o acesso à Resolu-
ção 1.094 e um tutorial de como fa-
zer o Livro de Ordem, assim como um
local de tirar dúvidas, um espaço para
perguntas frequentes”, acrescentou o
Chefe de Gabinete do Crea-BA, João
Bosco Ramalho.

uma preocupação da Advocacia-Geral

ce
rv
op

da União, ao apontar que o sistema não

ess

pune da maneira que deveria as ativi-

Dúvidas
oal

dades vinculadas ao acobertamento”,

completou.
Além disso, o registro garantirá maior
segurança ao contratante, uma vez que
o mesmo terá a certeza de que haverá
um profissional acompanhando a obra.
Do mesmo modo poderá confiar que o
Crea está fiscalizando o andamento
do projeto.
38 CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021
Todas as dúvidas a respeito do
Livro de Ordem podem ser escla-
recidas por meio do atendimento
do Crea-BA, seja nas salas virtuais
através do site, ou pelos contatos:
(71) 3453-8990 e atendimento@
creaba.org.br.
 #ASSOCIAÇÕES

ASSOCIAÇÃO
PROFISSIONAL
BUSCA DEFENDER
E VALORIZAR
GEÓGRAFOS
BAIANOS
Presidente da Aprogeo-BA relata
iniciativas de reaproximação
com associados após
impactos da pandemia

A
Associação Profissio-
nal dos Geógrafos da
Bahia (Aprogeo-BA),
foi fundada em 2012,
com sede e foro na ca-
pital baiana, Salvador. Contudo, a
iniciativa surgiu dois anos antes,
por um grupo de geógrafos, moti-
vados pela ausência de represen-
tação profissional que pudesse
responder pela classe institucional
e politicamente no estado e país.
40 CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021

A Aprogeo-BA, nas palavras de sua vi-
ce-presidente Aline Correia, tem como
objetivo principal “unir profissionais em
uma causa comum, que é a valorização
e defesa dos profissionais de Geografia,
visando não só o reconhecimento da so-
ciedade, mas também espaços no mer-
cado de trabalho” disse em entrevista.
Além disso, o Estatuto Social da As-
sociação também destaca o fortaleci-
mento político da categoria, o zelo pelo
cumprimento da legislação, acordos e
convenções coletivas de trabalho, sen-
tenças normativas e similares que as-
segurem seus direitos. No documento,
ainda consta o diálogo com entidades
de trabalhadores, estudantes e movi-
mentos populares, assim como desen-
volvimento da classe.
Atualmente, segundo o presidente da
associação, Ulliam Disnei, ela represen-
ta os profissionais em diversos âm-
bitos como órgãos públicos, Sistema
Confea/Crea, órgão judiciais e empre-
sas privadas. Devido a isso, participam
ativamente de fóruns públicos do Con-
selho Regional de Engenharia e Agro-
nomia da Bahia (Crea-BA), de discus-
sões da sociedade, em que o geógrafo
possa emitir opiniões técnicas, entre
outras ações.
Imagem: freepik
Associados
Apesar de ser uma profissão antiga, a
Geografia ainda possui diversas ques-
tões a respeito da sua atuação que pre-
cisam ser discutidas e trazidas a públi-
co. Em razão disso, Uilliam Disnei co-
menta que a Aprogeo-BA conta com
uma rede de associados para fortalecer
o movimento, demostrando a capaci-
dade dos geógrafos, em fazer com que
a profissão consiga ocupar seu lugar
no mercado de trabalho, o que se tor-
na muito mais difícil através de ações
individuais.
“Divulgar a profissão e proteger sua
área de atuação são ações que exigem
o comprometimento coletivo de seus
profissionais”, disse Disnei.
Para ser um associado, o bacharel, li-
cenciado ou estudante do curso de Geo-
grafia deve preencher um formulário no
site oficial da associação ou contatá-los
através do e-mail aprogeoba@gmail.
com. Interessados em colaborar com a
causa e também membros que desejam
contribuir com valor além da anuidade,
podem fazer doações por meio do site.
“As doações colaboram para manter a
associação, assim como resolver ques-
tões burocráticas e para o pagamento
de taxas”, relatou Aline Correia.
Divulgar a profissão e proteger
sua área de atuação são ações
que exigem o comprometimento
coletivo de seus profissionais.
Uillian Disnei, presidente da Aprogeo-BA
ASSOCIAÇÕES
Pandemia
A associação este ano conta com ini-
ciativas para a reaproximação com os
associados, mas também estratégias
para aquisição de novos. Visto que a
pandemia afetou a realização de cur-
sos e eventos destinados aos profis-
sionais e estudantes de Geografia. Um
exemplo destas ações ocorreu no mês
de maio, com uma série de lives dedi-
cadas a homenagear o Dia do Geógra-
fo. Outra estratégia são as divulgações
por redes sociais, site, participação em
eventos e a interação com as institui-
ções de ensino.
O presidente Uilliam Disnei conta que
a Aprogeo-BA notou nos últimos dois
anos uma necessidade de aproximação
com os discentes dos cursos de Geo-
grafia, afinal esses serão profissionais
no futuro. Com este intuito as lives de
maio, também buscaram apresentar aos
mesmos algumas das áreas de atuação
dos geógrafos.
CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021 41
 #AGRONEGÓCIO

ENTENDA COMO O
OESTE BAIANO SE
TORNOU UM DOS
MAIORES PRODUTORES
DE SOJA DO PAÍS
Região se destaca mundialmente pela
produção sustentável dos grãos

O
Brasil é um dos maiores produtores de soja do mundo. Nos meses de abril e maio,
o país atingiu números expressivos e bateu recorde de produção, mesmo com
todas as dificuldades neste período de enfrentamento da COVID-19. De acordo
com estudo divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o
Brasil produziu na safra 2019/2020, cerca de 125 milhões de toneladas de soja,
com a ocupação de aproximadamente 37 milhões de hectares de área plantada. O estudo
traz ainda que a produtividade do plantio do grão no país é de 3.379 kg/ha. E as expectati-
vas para a safra 2020/2021 são ainda maiores.

O principal diferencial da região

é o relevo uniforme que potencializa
o uso de tecnologias, principalmente
maquinários de grande porte.
Assim, é possível que se faça
plantios em grande escala.
Foto: jestermaroc | pixabay

Jorge da Silva Júnior, coordenador da Câmara Especializada

de Agronomia, representante da Associação dos Engenheiros
Agrônomos de Luís Eduardo Magalhães (Agrolem)

42 CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021

 AGRONEGÓCIO

Mesmo sendo a principal cultura agrí-

cola do país, a soja é plantada em ape-
Foto
: Ac
er v
op
Projeto ambiental
da região se destaca
es
so
nas 4% do território brasileiro. Segundo

a Empresa Brasileira de Pesquisa Agro-
pecuária (Embrapa), o uso do solo no
Brasil é distribuído da seguinte forma:
66% de vegetação nativa (florestas e
áreas de preservação permanentes) –
554 milhões de hectares; 23% de pas-
tagens – 198 milhões de hectares; 8%
na agricultura, em produção de grãos
– 60 milhões de hectares; 4% na ur-
banização e outros usos – 38 milhões
de hectares.
Na Bahia, a região Oeste é o grande des-
taque no cultivo de soja. As condições
de solo e clima, favorecidos pelo bioma
Cerrado, fazem os municípios da região
se destacarem na produção do grão. A
cidade de Rio Preto lidera como maior
produtor de soja do estado e 5º maior
do país, com bons resultados também
em locais como Luís Eduardo Maga-
lhães, São Desidério, Barreiras e Ria-
chão das Neves.
“O principal diferencial da região é o re-
levo uniforme que potencializa o uso de
tecnologias, principalmente maquiná-
rios de grande porte. Assim, é possível
que se faça plantios em grande esca-
la, configurando os mares de culturas
como soja, milho e algodão, e conse-
quentemente possibilitando grandes
colheitas”, conta o engenheiro agrô-
nomo Jorge da Silva Júnior, que atua
como coordenador da Câmara Especia-
lizada de Agronomia, representando a
Associação dos Engenheiros Agrônomos
de Luís Eduardo Magalhães (Agrolem).
Para ele, o sucesso na produção agrícola
depende muito da atuação de profissio-
nais da área que estejam familiarizados
com a tecnologia agrícola. “Ter conheci-
mento somente de como produzir bem
já não basta, existe a necessidade do
engenheiro agrônomo estar antenado
com a gestão do negócio, capacitar a
mão de obra disponível, além de geren-
ciar os sistemas e softwares envolvidos
na produção de culturas de alto custo e
risco, como é o caso da soja. Com isso
os produtores podem contar com uma
equipe de trabalho engajada”, acredita.
al
As nascentes
são o princípio
de tudo. Preservá-
las é garantia de
que contaremos
com os recursos
hídricos para
sempre.
Luiz Carlos Bergamaschi,
presidente da Abapa
E a colheita dos bons resultados já está
a todo vapor. De acordo com dados do
Conselho Técnico da Associação de
Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba),
já se tem mais de 90% da soja na safra
2020/2021 colhida em 1,7 milhão de
hectares. O crescimento do agronegó-
cio na região estimula investimentos
nacionais e internacionais em diver-
sos setores, com destaque à educação,
saúde e indústria, gerando demanda de
profissionais em diversas profissões,
dentre elas o destaque ao agronegócio
e produção agrícola, absorvendo mais
de 90% dos profissionais de Agronomia
da própria região, assim como de outras
também, atraídos pelas oportunidades
de crescimento no setor.
no país e venceu
Prêmio ANA 2020
O projeto “Identificação, Proteção e Re-
cuperação de Nascentes”, da Associação
Baiana dos Produtores de Algodão (Aba-
pa), com execução da Associação dos
Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba),
venceu o Prêmio ANA 2020, da Agência
Nacional de Águas e Saneamento Bási-
co, na categoria “Organizações Civis”. O
projeto foi reconhecido como uma das
iniciativas que contribuem para a pro-
moção da segurança hídrica, da gestão
e do uso sustentável dos recursos hídri-
cos para o desenvolvimento sustentável
do Brasil. “É um projeto multidisciplinar
que envolve a identificação, diagnóstico
e a intervenção para preservar ou recu-
perar as nascentes do Oeste da Bahia,
um verdadeiro tesouro da nossa região, e
que está na base do sucesso da agricul-
tura baiana no Cerrado”, conta Luiz Car-
los Bergamaschi, presidente da Abapa.
A iniciativa identificou e recuperou mais
de 50 nascentes, e está prevista a inter-
venção em cerca de 200 nascentes na
região. O programa também conta com
a etapa de Educação Ambiental através
de palestras e oficinas em escolas e co-
munidades ribeirinhas dos municípios
de Barreiras, Baianópolis, Correntina,
Cocos, Formosa do Rio Preto, Jaborandi,
Mansidão, São Desidério e Wanderley.
“As nascentes são o princípio de tudo.
Preservá-las é garantia de que contare-
mos com os recursos hídricos para sem-
pre”, completa Bergamaschi.
Na ocasião, o Prêmio ANA teve recorde
de inscrições: foram 695 projetos dis-
putando o troféu, em oito categorias,
que incluíram Comunicação, Educação,
Empresas de Médio e Grande Porte, En-
tes do Singreh, Governo, Pesquisa e Ino-
vação Tecnológica, além de Organiza-
ções Civis. O prêmio ANA já existe há
14 anos, e a última edição foi marcada
também pelo aniversário de 20 anos
da Agência Nacional de Águas e Sane-
amento Básico.
CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021 43
 #ARTIGO

GEOINFORMAÇÃO
PARA UMA GESTÃO
PÚBLICA EFICIENTE
Quando se trata de gestão territorial,
a informação geográfica se configura
uma ferramenta necessária e estraté-
gica para subsidiar o gestor público na
tomada de decisões, tanto na fase de
planejamento, quanto na gestão do ter-
ritório, pois sem o conhecimento am-
plo do espaço geográfico é inconcebível
pensar numa gestão pública eficiente
e integrada, voltada para a promoção
de políticas públicas que atendam aos
anseios e bem-estar dos cidadãos, bem
como promova o desenvolvimento sus-
tentável das atividades econômicas.
Nesse contexto, a junção das informa-
ções geográficas com as tecnologias
computacionais, através de geotecnolo-
gias como os Sistemas de Informações
Geográficas (SIG’s), o geoprocessamen-
to e o sensoriamento remoto, ganham
papel de destaque, pois para além de
espacializar elementos, agora é possí-
vel integrá-los e modelá-los, a fim de
descrever e compreender fenômenos de
• Saúde: integração de dados censitá-
rios com a localização das unidades
de saúde e dos respectivos agentes
de saúde e, assim, delimitar a região
de atuação de cada agente de acordo
com a estimativa da população resi-
dente e delimitar a área de abrangên-
cia de cada unidade de saúde;
• Educação: integração de dados de lo-
cal de moradia dos alunos com unida-
des escolares e serviços de transpor-
te, permitindo distribuir os alunos de
acordo com a proximidade da residên-
cia ou com o sistema de transporte
disponível, além de utilizar esses da-
dos para esquematizar as rotas de ôni-
bus escolares de forma mais eficiente;
• Segurança pública: o georreferencia-
mento das ocorrências permite co-
nhecer áreas onde elas ocorrem em
maior intensidade e os respectivos
horários, possibilitando montar estra-
tégias para policiamento nessas áreas;
• Meio ambiente: levantamento de áreas
de preservação/conservação e delimi-
tação de zonas restritas ao desenvol-
vimento de atividades econômicas;
realização de mapeamento geomor-
fológico do território, permitindo ana-
lisar áreas com risco de enchentes ou
deslizamentos.
Essas são apenas algumas das inúme-
ras vantagens que o uso da geoinforma-
ção proporciona à gestão pública, porém
não se trata apenas de incorporar tec-
nologias às atividades desenvolvidas,
mas de uma mudança cultural em que
a gestão é participativa e integrada,
onde há construção de conhecimentos e
compartilhamento de informações para
que os tomadores de decisão tenham
fundamentos para propor as melhores
soluções para problemas socioespaciais.
F oto: Ac
e r vo
p es
so
al

forma a oferecer respostas mais enér- • Imobiliário: cadastro de imóveis resi-

gicas para problemas socioespaciais.
Como exemplo da aplicabilidade da
geoinformação na gestão pública, po-
demos citar algumas das diversas aná-
lises que podem ser feitas ao estruturar
e relacionar dados de diferentes áreas
como educação, saúde, transporte, de-
mografia, segurança pública, imobiliá-
rio, ambiental e infraestrutura (logra-
douros, saneamento básico, energia
elétrica, pavimentação...) e que serão
utilizados por secretarias/órgãos na
esfera pública:
44 CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021
denciais e de atividades econômicas
estruturado em SIG, viabilizando a co-
brança adequada do IPTU e agilizando
processos de regularização fundiária,
com possibilidade de vinculação com
dados cartoriais;
• Infraestrutura: cadastro georreferen-
ciado de logradouros e a sua infraes-
trutura permite identificar e quanti-
ficar a necessidade de pavimentação
e de esgotamento sanitário; projetar
arborização de áreas; subsidiar o ca- Aline Correia é geógrafa e
dastro de imóveis; vice-presidente do Crea-BA.
Mútua-BA, o cuidado com o
profissional em primeiro lugar
No âmbito do Sistema Confea/Crea e Mútua, a
Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea tem
a incumbência de cuidar do aspecto social, com
atuação na área assistencial, previdenciária,
planos de saúde e convênios. A Instituição adminis-
tra parte dos recursos das Anotações de Responsa-
bilidade Técnica (ARTs) recolhidas em todo o país,
devolvendo aos profissionais em forma de benefí-
cios reembolsáveis.
São quatro categorias gerais de benefícios: Equipa
Bem, Garante Saúde, Férias Mais e Ajuda Mútua.
Cada linha tem sua destinação específica, que vai
desde a aquisição de equipamentos, veículos,
soŸwares, recursos para reformas, até despesas
com férias e com procedimentos médicos e odonto-
lógicos. O benefício Ajuda Mútua atende o associa-
do que esteja momentaneamente desempregado
ou em situação de invalidez temporária. No caso de
profissionais liberais, em faltas eventuais de traba-
lho.
Diretoria Mút
ua-BA: Karen
Danilo Ferreira Daniela (geral
(administrativ ),
Andersson Am o) e
brósio (financ
eiro)
O processo de solicitação é feito online e o recurso é
depositado na conta do associado. Recentemente,
a Diretoria da Mútua-BA sugeriu melhorias na
plataforma e têm sido implementadas novas
ações.
Benefícios sociais
Os diretores da Mútua-BA atentam para o papel de
amparar o profissional em momentos de adversi-
dade, por meio dos benefícios sociais. Para ajudar
na construção da aposentadoria, conferindo segu-
rança e estabilidade, os associados contam com o
plano de previdência complementar TecnoPrev,
administrado pela BB Previdência, do Banco do
Brasil. Ainda de cunho previdenciário, o mutualista
tem o benefício Pecúlio por Morte, cujas coberturas
podem ser ampliadas com instituição parceira.

Ainda no quadro de atendimento, destacam-se os

O teto de liberação dos recursos varia de 5 a 60
salários mínimos, com taxas de juros de 0,3% a
0,8%, acrescidas do INPC dos últimos doze meses,
e prazos de reembolso de até 42 meses. Para as
regras aplicáveis a cada benefício, consulte o site
da Mútua, menu Benefícios.
convênios regionais e o Clube Mútua de Vantagens,
uma plataforma online com parceiros nacionais
que oferecem ótimos descontos em vários segmen-
tos.
Uma Mútua-BA realmente para todos!

Os melhores benefícios, previ-

dência privada, plano de saúde
e muitas outras vantagens para
quem é associado da Mútua.
Invista na sua vida profissional, financeira e na sua saúde e de
sua família. A Mútua é perfeita para quem quer planejar o
próprio futuro e crescimento. Mais velocidade e vantagens
para você sempre viver a melhor época da sua vida.

R$
+
Benefícios com Previdência com Plano de saúde
juros a partir de investimentos a partir nacional e sem
0,3% a.m. + INPC de R$50 por mês coparticipação

71 3453-8946 71 3453-8945
0800 161 0003 www.mutua.com.br ba@mutua.com.br
Rua Prof. Aloísio de Carvalho Filho, 402 - Engenho Velho de Brotas - Salvador - BA
 #COMPARTILHANDO CONHECIMENTO

Estar atualizado faz muita a diferença no mundo

atual. E nada melhor que consumir novas informações
sem sair de casa, aproveitando o conforto do seu lar
e transformando esse momento em lazer. Pensando
nisso, seguem aqui três dicas para completar seu
conhecimento profissional ou pessoal. É só apontar o
smartphone para o QR Code e aproveitar!

TÁ NA LITERATURA

MANUAL DO BIM
Essa é uma obra de 2013, lançada pela Bookman, que traz informações
objetivas sobre o BIM. Escrito por um conjunto de pesquisadores da
área, como Chuck Eastman, essa obra é de extrema importância para
os profissionais que atuam na parte tecnológica da engenharia civil.
Além de explicar seu conceito, o livro também aborda como o BIM
funciona na prática.

PODCAST

PODCAST 360, O PODCAST DO ENGENHEIRO 360

Apresentado por Eduardo Mikail, o podcast tem como foco falar sobre
a engenharia no geral, isto é, sobre o mercado de trabalho, inovações
e tecnologias da área, além de curiosidades. Trazendo conversas des-
de 2019, os episódios do podcast variam seu tempo de acordo com o
tema abordado, sendo alguns de 10 minutos e outros que chegam a
quase uma hora de duração.

TÁ NO STREAMING
A INCRÍVEL HISTÓRIA DA ILHA DAS ROSAS (2020)
Baseado em fatos reais, o filme conta a história da criação da Ilha das
Rosas. Construída nos anos de 1960 em águas internacionais pelo
engenheiro Giorgio Rosa, a ilha foi declarada por ele e seus amigos
como um país independente. A partir disso, a criação de rosa chamou
a atenção do governo italiano, pondo em pauta até que ponto os go-
vernos poderiam interferir no que acontece em águas internacionais
e até que ponto os amigos poderiam usar essa brecha de liberdade. O
filme está disponível na Netflix.

46 CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021

 #INSPETORIAS DO CREA-BA
Alagoinhas
Rua Dantas Bião, s/n, sala 52, Laguna
Shopping – Centro CEP: 48030-030
Tel: (75) 3421-5638
E-mail: creaba.alag@redecreaba.org.br
Inspetor: Eng. Mecânico Frankly Antônio
Carvalho Santos
Barreiras
Rua Maria Mendes Ferreira, nº21, Sandra
Regina. CEP: 47.802-022
Tel: (77) 3611-2720 / 3612-3700 / 98115-6807
E-mail: creaba.barreiras@redecreaba.org.br
Inspetor: Eng. Civil Maurício Spanemberg Mayer
Bom Jesus da Lapa
Avenida Manoel Novaes, nº 1586, Centro,
Edifício Avenida Center, Sala 6B, Bom Jesus
da Lapa-BA. CEP: 47.600-000
Tel: (77) 3481-0301
E-mail: creaba.bjlapa@redecreaba.org.br
Inspetor: Eng. Civil Fábio Lucio Lustosa de
Almeida
Brumado
Praça Coronel Zeca Leite, 460, Centro
CEP: 46.100-000
Tel: (77) 3441-3326
E-mail: creaba.brumado@redecreaba.org.br
Inspetor: Eng. Agrônomo Sinval Xavier de
Aguiar
Camaçari
Av. Radial A, nº 67, Centro, Edfício Empresarial
Pacific Center, salas Q e R, 1º andar.
CEP: 42.807-000
Tel: (71) 3621-1456 / 3040-5871
E-mail: creaba.camacari@redecreaba.org.br
Inspetora: Engª. Ambiental Gildélia dos
Santos Reis
Cruz das Almas
Rua Cícero Nazareno, nº 172, Centro
Tel: (75) 3621-3324 / 98165-4644
E-mail: creaba.cruz@redecreaba.org.br
Inspetor: Eng. Agrônomo e Seg. Trabalho
Adson Barbosa Melo dos Santos
Eunápolis
Rua Castro Alves, 374, Sala 02 e 03, Centro
CEP: 45820-350
Tel: (73) 3281-2806
E-mail: creaba.eunapolis@redecreaba.org.br
Inspetor: Eng. Civil Murilo Carmo Almeida
Feira de Santana
Rua Prof. Geminiano Costa, 198, Centro
CEP: 44001-120
Tel: (75) 3623-1524
E-mail: creaba.fsa@redecreaba.org.br
Inspetora: Engª. Civil Maria do Socorro Silva
Guanambi
Av. Messias Pereira Donato, 495, Aeroporto
Velho. CEP: 46430-000
Tel: (77) 3451-1964
E-mail: creaba.guanambi@redecreaba.org.br
Inspetor: Eng. Mecânico Franklin Guilherme
Prates Teixeira
48 CREA, Salvador, BA, v. 26, n. 72, segundo trimestre de 2021
Ilhéus
Praça Rui Barbosa, 32 – Centro. CEP 45.653-340
Tel: (73) 3634-1158
E-mail: creaba.ilheus@redecreaba.org.br
Inspetor: Eng. Eletricista Hamilton Caldeira
Gomes Junior
Irecê
Rua Caetano Moreira, nº 48, Centro.
CEP: 44900-000
Tel: (74) 3641-3708 / 1957
E-mail: creaba.irece@redecreaba.org.br
Inspetor: Tec. Seg. Trab. José Bonifácio
Marques de Souza
Itaberaba
Praça Flávio Silvany , 130, sala 105,
Edf. Empresarial João Almeida Mascarenhas
Centro. CEP: 46880-000
Tel: (75) 3251-3213 / 1812
E-mail: creaba.itaberaba@redecreaba.org.br
Inspetor: Eng. Civil Vanderlino de Oliveira
Moura Junior
Itabuna
Avenida Princesa Izabel, 395, Condomínio
Itabuna Trade Center, sala 202, bairro São
Caetano. CEP: 45.607-291
Tel: (73) 3211-9273 / 98118-4821
E-mail: creaba.itabuna@redecreaba.org.br
Inspetor: Eng. Agrim. Uallace Souza Xavier
Jacobina
Rua Duque de Caxias, 400A – Estação
CEP: 44.700-000
Tel: (74) 3621-5781
E-mail: creaba.jacobina@redecreaba.org.br
Inspetor: Geol. Rossini Barreto Concentino
Jequié
Rua Frederico Costa, 61 – Centro. CEP: 45203630
Tel: (73) 3525-1293 / 98118-6081
E-mail: creaba.jequie@redecreaba.org.br
Inspetora: Engª. Civil Deusdete Souza Brito
Juazeiro
Rua do Paraíso, nº 97, Centro Médico e
Empresarial Dr. Olavo Balbino, sala 35,
Bairro Santo Antonio. CEP:48.903-050
Tel: (74) 3611-3303 / 3611-8186
E-mail: creaba.juazeiro@redecreaba.org.br
Inspetor: Eng. Agr. Sérgio Wasconcelos de
Carvalho
Lauro de Freitas
Av. Brigadeiro Mário Epighaus, 78, Ed. Busines
Center, sala 115, Bloco B – Condomínio Porto 3 –
Centro. CEP:42.703-640
Tel: (71) 3024-3517 / 99967-5251
E-mail: creaba.lf@redecreaba.org.br
Inspetora: Engª. Prod. Rebeca Cade do Valle
Nascimento
Luis Eduardo Magalhães
Av. JK, nº 1973, Salas 1 e 3, Centro
CEP: 47850-000
Tel: (77) 3628-6755 / 98117-9325
E-mail: creaba.lem@redecreaba.org.br
Inspetor: Eng. Agron. Paulo Roberto Gouveia
Paulo Afonso
Rua Carlos Berenhauser, 322 Térreo,
Alves de Souza. CEP: 46.608-080
Tel: (75) 3281-4887
E-mail: creaba.pafonso@redecreaba.org.br
Inspetor: Eng. Civil Edmilson da Cruz Ferreira
Ribeira do Pombal
Av. Oliveira Brito, 310, Ed. Bruna Center,
salas 09 e 10, centro. CEP: 48.400-000
Tel: (75) 3276-3896 / 98244-5099
E-mail: creaba.rpombal@redecreaba.org.br
Inspetor: Eng. Eletric. Gutemberg Menezes
Ribeiro
Santa Maria da Vitória
Rua 06 de outubro, S/N, Centro
CEP: 47.640-000
Tel: (77) 3483-1090 / 98118-6168.
Fax: (77) 3483-1110
E-mail: creaba.smv@redecreaba.org.br
Inspetor: Eng. Agrônomo Danilo Alves Pereira
Santo Antônio de Jesus
Av. Roberto Santos, 88, Ed. Cruzeiro do Sul,
salas 103 e 104, Centro. CEP: 44572-060
Tel: (75)3631-4404 / (71) 99967-7259
E-mail: creaba.saj@redecreaba.org.br
Inspetor: Eng. Agrim. Carlos Roberto Canuto
Ribeiro
Seabra
Rua Jacob Guanaes, 565, Centro
CEP: 46900-000
Tel: (75) 3331-1327
E-mail: creaba.seabra@redecreaba.org.br
Inspetor: Eng. de Computação Jacques
Jefferson Leão Lima
Teixeira de Freitas
Av. Presidente Getúlio Vargas, 3421, Centro
Edificio Esmeralda – salas 203, 204 e 205
CEP: 45.985-200
Tel: (73) 3291-3647/ 3291-7444 / 98118-8362
E-mail: creaba.tfreitas@redecreaba.org.br
Inspetor: Eng. Florestal Paulo Sérgio Santos
Valença
Rua Dr. Heitor Guedes de Melo, nº 111, Ed.
Argeu Farias Passos, Centro. CEP: 45400-000
Tel: (75) 3641-3111
E-mail: creaba.valenca@redecreaba.org.br
Inspetor: Eng. Civil Lucas Farias Palma
Vitória da Conquista
Avenida Jorge Teixeira, nº 74, 3º Andar,
S/304, Ed. Millenium, Candeias
CEP: 45028-050
Tel: (77) 3422-1569 / 3427-8843
E-mail: creaba.conquista@redecreaba.org.br
Inspetor: Eng. Agrônomo, Civil e de
Segurança Raoni da Silva Correia