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Cordeiro
Partes do Resumo:
3. 2º parágrafo – pode-se neste parágrafo apresentar de forma geral o tema tratado pelo
autor, o problema que ele coloca; se possível a posição que o autor defende; e quais os
argumentos centrais e complementares utilizados pelo autor para defender sua posição.
(Et alii é uma expressão latina que significa "e outros". A expressão et al. é uma
abreviação de et alii (outros, masculino plural), et aliae (outras, feminino plural) e et
alia (outros, neutro plural), usada em citações bibliográficas quando a obra possui
muitos autores. Neste caso, geralmente se indica nominalmente o primeiro autor,
seguido da abreviatura "et al.".
Dicas
Não se esqueça de escrever no seu resumo a referência bibliográfica completa do texto-base. Isto
pode ser feito no cabeçalho ou no final;
Procure ser fiel ao texto original, buscando reproduzir as ideias do autor;
Tente usar suas próprias palavras, quando não o fizer e usar frases ou mesmo partes de frases do
autor do texto-base, sempre use aspas;
Destaque a ideia principal do texto e os detalhes mais importantes. Preste atenção na estrutura do
texto, identificando ideias de consequências, adição, oposição, incorporação de novas questões e
[COMO FAZER RESENHA CRÍTICA] Mariana S. Cordeiro
Apreciação Crítica
Depois de ter feito o Resumo, virá a crítica (esta pode ser feita ao longo do texto todo. Mas para
efeitos didáticos e para facilitar a visualização do parecer crítico do aluno, os professores pedem
que seja seguida essa estrutura.
A parte da resenha (ou resumo crítico) pede um elemento importante de interpretação de
texto, “a crítica”, ou seja, a sua análise sobre o texto. E o que é esta análise?
Os pontos mais importantes que devem estar contidos em uma resenha são:
Referência bibliográfica – em algum lugar da resenha você deve registrar o(s) autor(es) da
obra, e se for o caso subtítulo, da obra e a referência completa, inclusive o número de
páginas. Algumas pessoas colocam logo na primeira frase da resenha, outros chamam
uma nota de rodapé. Não importa o lugar, mas esse é um dado indispensável.
Conteúdo da obra – aqui é o momento do resumo crítico das principais ideias, sempre
lembrando que elas são ideias do autor da obra que você está resenhando. Não deixe o
leitor esquecer disso, não tome a obra para você. Pergunte-se o que diz a obra, se ela
tem alguma característica especial a forma como foi abordado o tema, se exige
conhecimentos prévios para compreendê-la, que teoria serviu de referência, qual o
método utilizado.
[COMO FAZER RESENHA CRÍTICA] Mariana S. Cordeiro
Apreciação – esse é o momento mais trabalhoso, já que, exige mais de quem está
elaborando uma resenha porque se refere ao julgamento da obra. Você pode se
perguntar sobre o mérito da obra (qual a contribuição dada, se as ideias são criativas, se
desenvolve novos conhecimentos, se propõe uma abordagem diferente), sobre o estilo
(claro, conciso, objetivo, coerente), sobre a forma (lógica, sistematizada, se há equilíbrio
entre as partes, se há originalidade), sobre o fundamento teórico de onde fala o autor
(onde se situa em relação as diferentes correntes científicas, filosóficas). Nesse momento,
também são feitas considerações sobre uma possível indicação da obra. Você aconselha a
obra? É dirigida a que público?
Mais dicas:
1. Ler a obra com cuidado. Faça anotações com cuidado e com caneta especial para grifar as
principais ideias e conceitos do autor. Faça anotações na lateral pensando em núcleos do
tipo “passagens profundas”, “pontos obscuros”, “novidade”, “repetição”, etc.
2. Destaque com cuidado a tese central que o autor está desenvolvendo. Acompanhe sua
argumentação. Essa apreciação tornará o seu julgamento mais denso e criterioso.
3. Faça uma lista (podendo ser desordenada) dos conceitos e das palavras chaves que
deverão constar na resenha;
4. Depois, refletindo sobre as principais ideias do autor, dividir o artigo em partes e assim
colocar a lista acima na ordem que você deseja escrever sua resenha.
5. Tente compor frases pequenas, mas não meteóricas, que contenham uma só ideia
colocada claramente. A cada troca total de assunto (não de ideia – várias ideias juntas
compõem um assunto) mude de parágrafo.
6. Na verdade todo este trabalho que você faz é, nada mais nada menos que, um resumo
crítico (sintético) das principais ideias do artigo, comentando o que mais chamou atenção
e por que.
7. Não se esqueça de, em sua resenha, escrever o objetivo do trabalho de pesquisa relatado
no artigo foco de sua resenha, e também a justificativa e importância dada pelo autor
para o artigo.
8. Escreva para que a pessoa que vir a ler a sua resenha tenha uma boa ideia sobre o que
versa a obra.
9. Lembre-se que resenhas são escritas para serem lidas por pessoas que não leram a obra
que está sendo resenhada. Então, dê para outra pessoa ler. Pergunte o que ele e/ou ela
entenderam. Verifique se o que foi entendido está de acordo com o que você queria
dizer. Se não estiver como você quer, reescreva e repita este processo até que tudo
esteja como você deseja.
10. Fique atento às concordâncias verbais. Procure o sujeito (singular ou plural) e procure o
verbo (atento para a concordância singular ou plural) de cada uma das suas frases para
ter certeza que há concordância verbal.
11. Após escrever uma frase pense no seu objetivo. Não escreva nenhuma frase que nada
acrescente ao que já foi dito e/ou que não tenha nada a haver com o assunto. Seja
objetivo.
[COMO FAZER RESENHA CRÍTICA] Mariana S. Cordeiro
12. Para que você escreva cada vez melhor tente ler mais e escrever muito, quanto mais
lemos mais melhoramos nosso texto escrito.
O Conteúdo da Obra
Conclusões do autor
É importante ficar atento às conclusões da obra. Para escrever sobre as conclusões da obra,
pergunte-se:
1. Quais as conclusões?
2. Em que momento são feitas?
Apreciação (julgamento)
Exigências de conteúdo
_ toda resenha deve conter uma síntese, um resumo do texto resenhado, com a apresentação
das principais ideias do autor;
_ toda resenha deve conter uma análise aprofundada de pelo menos um ponto relevante do
texto, escolhido pelo resenhista;
[COMO FAZER RESENHA CRÍTICA] Mariana S. Cordeiro
_ toda resenha deve conter um julgamento do texto, feito a partir da análise empreendida no
item acima.
Exigências de forma
_ a resenha deve ser pequena, ocupando geralmente até três laudas de papel A4 com
espaçamento duplo;
_ a resenha é um texto corrido, isto é, não devem ser feitas separações físicas entre as partes da
resenha (com a subdivisão do texto em resumo, análise e julgamento, por exemplo);
_ a resenha deve sempre indicar a obra que está sendo resenhada.
http://www.ronaldomartins.pro.br/materiais/didaticos/Resenha.pdf
http://www.pucrs.br/gpt/resenha.php
MODELO DE RESENHA
RESENHA CRÍTICA
ALVES-MAZZOTTI, Alda J., (1994). Do trabalho à rua: uma análise das representações sociais
produzidas por meninos trabalhadores e meninos de rua. In Tecendo Saberes. Rio de Janeiro:
Diadorim-UFRJ / CFCH.
_________ . (1996). Social representations of street children, resumo publicado nos Anais
da Terceira Conferência Internacional sobre Representações Sociais, realizada em Aix-em-
Provence.
Fernando Gewandsznajder é licenciado em Biologia, mestre em Educação, mestre em
Filosofia e doutor em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de
Janeiro. Outras obras:
GEWANDSZNAJDER, Fernando. O que é o método científico. São Paulo: Pioneira,1989.
_________. A aprendizagem por mudança conceitual: uma crítica ao modelo PSHG.
Doutoramento em Educação. Faculdade de Educação da UFRJ, 1995.
2 RESUMO DA OBRA
O livro é constituído de duas partes, cada uma delas sob a responsabilidade de um autor,
traduzindo sua experiência e fundamentação sobre o método científico, em abordagens que se
complementam.
A partir das críticas à indução, o filósofo Karl Popper (1902- 1994) construiu o racionalismo
[COMO FAZER RESENHA CRÍTICA] Mariana S. Cordeiro
crítico, sua visão do método científico e do conhecimento em geral, dizendo que ambos
progridem através de conjecturas e refutações, sendo que a tentativa de refutação conta com o
apoio da lógica dedutiva, que passa a ser um instrumento de crítica.
Apoiados em sua visão da história da ciência, Thomas Kuhn ( 1922- 1996) , Lakatos e
Feyerabend, entre outros, criticam tanto Popper quanto os indutivistas, alegando que sempre é
possível fazer alterações nas hipóteses e teorias auxiliares quando uma previsão não se realiza.
Kuhn destaca o conceito de paradigma como uma espécie de “teoria ampliada”, formada
por leis, conceitos modelos, analogias, valores, regras para a avaliação de teorias e formulação de
problemas, princípios metafísicos e “exemplares”. Tais paradigmas orientam a pesquisa cientifica;
sua força seria tanta que determinaria até mesmo como um fenômeno é percebido pelos
cientistas, o que explica por que as revoluções cientificas são raras: em vez de abandonar teorias
refutadas, os cientistas se ocupam com a pesquisa cientifica orientada por um paradigma e
baseada em um consenso entre especialistas.
a teoria cientifica.
A partir do modelo, que representa uma imagem simplificada dos fatos, pode-se corrigir
uma lei, enunciando outra mais geral, como ocorreu com Lavoisier, que estabeleceu os alicerces
da química moderna.
Assim, enquanto determinado conhecimento funcionar bem, dentro das finalidades para
as quais foi criado, continuará sendo usado. Já o conhecimento cientifico procura
sistematicamente criticar uma hipótese, mesmo que ela resolva satisfatoriamente os problemas
para os quais foi concebida. Em ciência procura-se aplicar uma hipótese para resolver novos
problemas, ampliando seu campo de ação para além dos limites de objetivos práticos e
problemas cotidianos.
Também aqui sua conclusão apoia-se em um autor: “Finalmente como diz Popper, se
admitimos não ser possível chegar a um consenso através de argumentos, só resta o
convencimento pela autoridade. Portanto, a falta de discussão crítica seria substituída por
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decisões autoritárias, soluções arbitrárias e dogmáticas – e até violentas – para se decidir uma
disputa” (p. 64).
Enfatiza que a maioria dos problemas estudados pelos cientistas surge a partir de um
conjunto de teorias científicas que funciona como um conhecimento de base. E é este
conhecimento de base que procura nos fornecer, deixando claro que a formulação e resolução
de problemas só podem ser feitas por quem tem um bom conhecimento das teorias
científicas de sua área. Completa dizendo que um bom cientista não se limita a resolver
problemas, mas também formula questões originais e descobre problemas onde outros viam
apenas fatos banais, pois “os ventos só ajudam aos navegadores que têm um objetivo
definido”. (p. 66)
Finalmente, deixam claro que o uso do método científico não pode ser considerado de
maneira independente dos conceitos ou das bases teóricas, implícita ou explicitamente,
envolvidos na pesquisa.
4 CRÍTICA DA RESENHISTA
A obra fornece subsídios à nossa pesquisa científica, à medida que trata dos principais
autores/protagonistas da discussão/construção do método científico na história mais recente,
reportando-se a esclarecimentos mais distantes sempre que necessário.
Com sólidos conhecimentos acerca do desenrolar histórico, os autores empenham-se em
apresentar clara e detalhadamente as circunstâncias e características da pesquisa científica,
levando-nos a compreender as ideias básicas das várias linhas filosóficas contemporâneas, bem
como a descobrir uma nova maneira de ver o que já havia sido visto, estudado.
É uma leitura que exige conhecimentos prévios para ser entendida, além de diversas
releituras e pesquisas quanto a conceitos, autores e contextos apresentados, uma vez que as
conclusões emergem a partir de esclarecimentos e posições de diversos estudiosos da ciência e
suas aplicações e posturas quanto ao método científico.
Com estilo claro o objetivo, os autores dão esclarecimentos sobre o método científico nas
ciências naturais e sociais, exemplificando, impulsionando reflexão crítica e discussão teórica
sobre fundamentos filosóficos. Com isso auxiliam sobremaneira a elaboração do nosso plano de
pesquisa.
nos possibilitam analisar e confrontar várias posições, a fim de chegarmos à nossa própria
fundamentação teórica, decidindo-nos por uma linha de pesquisa. Mostram-nos a imensa
possibilidade de trabalhos que existe no campo da ciência, além de nos encaminhar para
exposições mais detalhadas a respeito de determinados tópicos abordados, relacionando autores
e bibliografia específicas.
Finalmente, com o estudo dessa obra, podemos amadurecer mais, inclusive para aceitar e
até solicitar crítica rigorosa, que em muito pode enriquecer nosso trabalho.
5 INDICAÇOES DA RESENHISTA
A obra tem por objetivo discutir alternativas e oferecer sugestões para estudantes
universitários e pesquisadores, a fim de que possam realizar, planejar e desenvolver as próprias
pesquisas, na graduação e pós-graduação, utilizando-se do rigor necessário à produção de
conhecimentos confiáveis. É de grande auxílio, principalmente, àqueles que desenvolvem
trabalhos acadêmicos no campo da ciência social.
Não se trata de um simples manual, com passos a serem seguidos, mas um livro que
apresenta os fundamentos necessários à compreensão da natureza do método científico, nas
ciências naturais e sociais, bem como diretrizes operacionais que contribuem para o
desenvolvimento da atitude crítica necessária ao progresso do conhecimento.
i
Joana Maria Rodrigues Di Santo é Psicopedagoga experiente, com atuação significativa em
Psicopedagogia Institucional, Coordenadora de Ensino Médio e Fundamental, Supervisora
aposentada do Município de São Paulo, Mestre em Educação, profere palestras e assessora
diversas escolas.