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USOS E FONTES DE MERCÚRIO NO BRASIL

A contaminação por mercúrio no Brasil mostra duas diferentes fontes deslocadas


temporalmente e geograficamente no país. A primeira, era originada na indústria
de cloro-soda, responsável pela principal importação de mercúrio para o país e
pelas principais emissões para o meio ambiente até a década de 80. Essa
emissões localizavam-se particularmente na região sul-sudeste. A partir da
década de 80, o garimpo de ouro, localizado principalmente na Amazônia, tornou-
se o principal comprador de mercúrio no Brasil, sendo responsável pela maior
emissão deste poluente para o meio ambiente

A tabela 1 mostra o consumo de mercúrio no Brasil em três períodos distintos.


Inicialmente, até 1980 praticamente, a principal fonte de mercúrio para o país,
era a produção de cloro e soda, responsável por mais da metade do consumo
total. Neste período, o consumo industrial representava mais de 80% do total
comprado pelo país.

A partir de 1980 o consumo industrial de mercúrio vem caindo substancialmente. Este


fenômeno é resultado direto de uma legislação de controle mais eficiente, que resultou no
banimento do uso de mercúrio em certos setores (e.g. como defensivo agrícola), na
substituição de tecnologias (e.g. células de mercúrio na indústria de cloro-soda), e no
controle mais eficiente de efluentes industriais. Por exemplo, os fatores de emissão de
mercúrio da indústria de cloro-soda era de 125 gHg.t-1Cl em 1972 decrescendo para menos
que 10gHg.t-1Cl em 1990. Por outro lado, enquanto em 1976, mais de 90% da produção
brasileira de cloro usava células de mercúrio, em 1992 somente 36% da produção utilizava
esta tecnologia3.

O controle das fontes industriais clássicas de mercúrio, resultou em um decréscimo significativo da


contaminação por esse metal em áreas industrializadas no sul-sudeste do país. Por exemplo, a
concentração de mercúrio em peixes de rios e reservatórios da região metropolitana de São Paulo
diminuíram drasticamente entre 1979 e 1990. Enquanto em 1979, 100% das amostras de peixes
carnívoros do Rio Tietê apresentavam concentração maiores que 0,5 mg.g-1, apenas 36%
apresentavam esses teores em 1986. Peixes carnívoros do Rio Pardo apresentavam até 49% das
amostras com teores acima de 0,5 mg.g-1 em 1979. Em 1986, nenhuma amostra de peixe deste rio
apresentou esse teor.

A tabela 2 compara as emissões de mercúrio para a atmosfera oriundas de fontes industriais e do


garimpo de ouro. A principal emissão atmosférica provém dos garimpos de ouro (c.a. 78 t.ano-1),
seguido das emissões da indústria de cloro-soda e da produção de ferro e aço (12 t.ano-1 cada), das
queimadas de florestas (7,5 t.ano-1), e dos procesos pirometalúrgicos (c.a. 4 t.ano-1).
Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40421997000200012&script=sci_arttext

Ajudando a controlar a poluição

Como a soda cáustica é um composto alcalino, é o oposto químico dos ácidos, podendo por isso neutralizá-los. A reação de
neutralização produz a água e o sal. Lavadores de gases são dispositivos para o controle da poluição do ar, projetados para utilizar as
propriedades alcalinas da soda cáustica. Tais sistemas neutralizam as emissões de gases ácidos de chaminés, contribuindo assim para
tornar o meio ambiente mais limpo e livre de poluição.

Além disso, as instalações de galvanização de metal geram efluentes contendo concentrações de metais pesados dissolvidos que terão
que ser removidos antes dos efluentes serem descarregados nos esgotos municipais ou nos corpos d’água receptores. Normalmente
pode-se obter isso adicionando um produto químico alcalino do tipo soda cáustica aos efluentes. Os hidróxidos de metais insolúveis
formados pela reação da soda cáustica com os metais dos efluentes são fisicamente removidos, como parte do processo de pré-
tratamento dos efluentes.

A soda cáustica também pode ser usada para neutralizar a drenagem ácida das minas. Quando, durante as operações de mineração, o
ar e a água entram em contato com minerais recentemente extraídos que contém enxofre, estes se oxidam rapidamente e liberam uma
determinada quantidade de acidez, metais e outros componentes químicos que são prejudiciais ao meio ambiente. A drenagem ácida
das minas é um dos principais perigos ambientais. A soda cáustica é especialmente eficiente em neutralizar fluxos baixos de drenagem
ácida das minas localizadas em locais remotos, e também tratar os fluxos que apresentam um alto teor em manganês.

Ajudando a nos manter limpos

A soda cáustica desempenha um papel importante na fabricação dos sabões em pó, sabões em barra e detergentes, sendo que uma
quantidade significativa está sendo usada na produção de sabões industriais e sabões especiais. Os países em desenvolvimento
apresentam demanda significativa de soda cáustica, porque em alguns desses países, o sabão em barra é usado exclusivamente para
a lavagem de roupas e para a higiene pessoal. Os sabões especiais incluem os sabões para limpeza de fornos e de equipamentos
para a preparação de alimentos, detergentes mais potentes para lavadoras de pratos, limpeza de pisos, limpeza de metais,
removedores de tinta e muitos outros usos.

Diversas e numerosas aplicações

A soda cáustica é usada na produção de tecidos de algodão para fortalecer as fibras e absorver melhor o tingimento. Estima-se que
cerca de 90% do algodão é tratado com soda cáustica. A soda cáustica também apresenta uma série de outras aplicações na indústria
de alimentos, como por exemplo, no refino do óleo animal e vegetal, na remoção de ácidos graxos e para descascar batatas, frutas e
vegetais. Além disso, é usada na produção de celulose, papel e alumínio. Também, quantidades significativas de soda cáustica são
usadas no tratamento de águas residuais municipais e industriais.

Aplicações da Soda Cáustica

• Produtos orgânicos 18%


• Indústria de celulose e papel 16%
• Produtos Inorgânicos 15%
• Detergentes, sabões e tecidos 10%
• Alumínio 8%
• Tratamento de água 5%
• Outros 28%
LEI Nº 2436, DE 20 DE SETEMBRO DE 1995.

PROÍBE A IMPLANTAÇÃO OU AMPLIAÇÃO, E DÁ PRAZO PARA SUBSTITUIÇÃO, DE


INDÚSTRIAS PRODUTORAS DE CLORO-SODA COM CÉLULAS DE MERCÚRIO E
CÉLULAS DE DIAFRAGMA.
O Governador do Estado do Rio de Janeiro,
Faço saber que a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - Fica proibida a implantação ou ampliação, no Estado do Rio de Janeiro, de


indústrias produtoras de cloro-soda com células de mercúrio e com células de diafragma.

Art. 2º - As indústrias que fizerem o processo de utilização de células de mercúrio e células


de diafragma para a produção de cloro-soda devem adaptar suas plantas a processos não
agressivos ao meio ambiente e aos trabalhadores com um prazo de 03 (três) anos para sua
adaptação.

Art. 3º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.
Rio de Janeiro, 20 de setembro de 1995.
MARCELLO ALENCAR
Governador

Tecnologias empregadas para produção do cloro/soda


Células de mercúrio
a) Processo mais antigo e ainda de maior utilização no mundo;
b) Maior consumo de energia elétrica;
c) A soda cáustica não necessita de operação de concentração suplementar;
d) Produtos de excelente qualidade;
e) As matérias-primas não precisam ser de alta pureza e
f) O mercúrio é poluente, mas pode ser eficientemente controlado.
Células de diafragma
a) Emprega diafragma poroso à base de asbesto (amianto);
b) O segundo processo em utilização no mundo;
c) Menor consumo de energia elétrica que nas células de mercúrio;
d) Consumo total de energia é maior, pois o processo exige concentração posterior da soda
cáustica formada nas células;
e) As matérias-primas precisam ser de alta pureza;
f) Os produtos das células são impuros;
g) Custo de manutenção do diafragma é expressivo e
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h) O asbesto é material agressivo à saúde e deve ser corretamente manipulado.
Células de membrana
a) Emprega membrana semipermeável;
b) Processo moderno, de tecnologia recente e com poucas unidades instaladas no mundo;
c) Consumo de energia elétrica comparável ao das células de diafragma;
d) Qualidade dos produtos similar aos obtidos por células de mercúrio;
e) Concentração de soda cáustica menor que no processo de mercúrio;
f) As matérias-primas precisam ser de alta pureza;
g) Custo de reposição das membranas é alto e
h) Pelas informações até hoje disponíveis, o processo não é poluente.

Tecnologias utilizadas pelas indústrias nacionais


As tecnologias que utilizam o mercúrio e o asbesto correspondem a 96% da atual capacidade
instalada de cloro no país.
A tecnologia de célula de diafragma poroso à base de amianto responde por 72,6% da
capacidade instalada (ou 930,3 mil toneladas/ano), enquanto a tecnologia de células de
mercúrio responde por 23,4% (ou 300 mil toneladas/ano).
As três maiores empresas, Trikem, Dow Química e Carbocloro, adotam tecnologias à base de
diafragma de amianto. A Carbocloro produz cerca de 135 mil toneladas de cloro com essa
tecnologia e 100 mil toneladas utilizando tecnologia à base de mercúrio.
A tecnologia à base de células de membrana semipermeável é utilizada por apenas duas
empresas, a Aracruz e a Riocell, cujas capacidades instaladas somadas montam 51,3 mil
toneladas de cloro, ou 4% da capacidade instalada total.
No Brasil, as células de diafragma de amianto são utilizadas pelos grandes e pequenos
produtores, as células de mercúrio pelos médios e pequenos (a exceção é a Carbocloro) e as
células de membrana sintética pelos pequenos.
Aplicações do mercúrio e do asbesto no Brasil
A indústria de soda/cloro utiliza dois materiais potencialmente agressivos ao meio ambiente: o
mercúrio e o asbesto (amianto). O consumo atual de mercúrio pelas indústrias de cloro/soda é
de 8,7 ton./ano e o de amianto 153,8ton./ano.
Em 1989, o consumo de mercúrio pelas indústrias de cloro /soda foi de 24 toneladas. Se
comparado às 8,7 toneladas consumidas em 1998, as emissões de mercúrio foram reduzidas
em 65% na década.

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Tipos de tecnologia utilizadas em plantas de cloro soda:

Tecnologia de mercúrio: processo mais antigo e ainda de maior utilização no mundo, é a tecnologia
mais sujeita a restrições ambientais. Foi eliminada no Japão, mas ainda prevalece na Europa, com 65%
da capacidade, isso se explica pelo fato de ser uma das áreas produtoras mais antigas, pelo elevado
custo de substituição,os controles ambientais já foram realizados e reduziram as emissões de poluentes
nas plantas de mercúrio em mais de 90% nos últimos 15 anos.

Tecnologia de mercúrio

Produtos de excelente qualidade. As matériasprimas não precisam ser de alta pureza. O mercúrio é
poluente, mas pode ser eficientemente controlado. A contaminação por mercúrio no Brasil,
primeiramente era originada na indústria de cloro soda, responsável pela principal importação de
mercúrio para o país e pelas principais emissões para o meio ambiente até a década de 80.

Quantidade exata de mercúrio metálico emitido e/ou despejada no solo, no rio ou no ar?.

Essas emissões se localizavam particularmente na região sul-sudeste. Inicialmente até 1980


praticamente, a principal fonte de mercúrio para o país, era a produção de cloro soda. A partir de 1980
o consumo industrial de mercúrio caiu substancialmente. Até os anos 80 os resíduos da área de
tratamento da salmoura e das células d mercúrio eram despejadas diretamente no meio ambiente,

Somente em 1975, a Carbocloro chegou a consumir 440 gramas de mercúrio por tonelada de cloro
produzido. Estima-se que somente nesse ano foram perdidos cerca de 40 toneladas do metal. Boldrini
& Pereira (1987) - Em estudo no estuário da Baixada Santista, concluíram que o mercúrio apresentou
concentrações comprometedoras na musculatura dos peixes estudados, evidenciandose uma
contaminação da região por este metal.

A cabeceira de Santos foi o local mais atingido. O mercúrio é o único metal que se mantém liquido e é
volátil à temperatura ambiente. Causa diversas doenças crônicas, tais como: lesões celulares, que ataca
principalmente o tubo digestivo, os rins e o sistema central, até atingir níveis de concentração letais.
Livre no ambiente uma grande parte do mercúrio é absorvida direta ou indiretamente por plantas e
animais aquáticos, iniciando o processo de "bio-acumulação".Assim os seres humanos acabam
recebendo a maior carga química tóxica no final desse processo acumulativo denominado "bio-
magnificação".

Aulas Tecnologia Inorgânica - Química Industrial IFG, 2010.

Profa. Dr. Warde A. da Fonseca-Zang

24.05.2010

Tecnologia de diafragma

Tecnologia de diafragma ocupa a segunda posição em antiguidade, eficiência energética e restrição


ambiental. Emprega diafragma poroso à base de amianto. As matérias-primas precisam ser de alta
pureza. Os produtos da célula são impuros.

Tecnologia de diafragma

O amianto é um material agressivo a saúde e deve ser corretamente manipulado. No sistema de


eletrólise de uma solução de cloreto de sódio por células de diafragma, há formação de cloro no ânodo
e de soda cáustica e hidrogênio no cátodo.

Tecnologia de diafragma

A tecnologia de diafragma foi se desenvolvendo ao longo do tempo, principalmente quanto ao material


de construção, que inicialmente era feito de madeira, depois passou para concreto, aço, polímeros e
finalmente titânio.

Tecnologia de diafragma

Os ânodos passaram de carbono para grafite, e mais tarde para titânio revestido. Os cátodos tiveram
poucas modificações em termos de material, mantendo-se em aço, mas evoluíram no aspecto
energético.

Tecnologia de diafragma

Os diafragmas podem ser feitos a partir de fibras de amianto e de fibras sintéticas com nomes
comerciais tais como Poliramix e Tephram (Lopes,2003). Contaminação histórica solo e água
potencialmente contaminados com mercúrio e/ou PCDD/PCDF (tecnologias de células de mercúrio
e/ou diafragma com utilização de ânodos de grafite). Esta contaminação é proveniente de: Deposição
de emissões difusas de mercúrio.

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Profa. Dr. Warde A. da Fonseca-Zang

24.05.2010
Deposição de resíduos contaminados com mercúrio. Deposição de resíduos contaminados com PCDD
ou PCDF. Medidas para controle/minimização: Armazenamento de peças e resíduos contaminados em
locais fechados, isolados e impermeabilizados.

Remoção dos resíduos contaminados para tratamento e/ou deposição em aterro. Controle de qualidade
do solo, águas superficiais e subterrâneas potencialmente contaminadas com Hg e PCDD/PCDF.

Tecnologia de membrana

Tecnologia de membrana têm alta eficiência energética e não sofre qualquer restrição de ordem
ambiental. Processo moderno, de tecnologia recente e com poucas unidades instaladas no mundo.
Qualidade dos produtos similar aos obtidos pela célula de mercúrio.

Tecnologia de membrana

Elevada pureza da salmoura. Custo de reposição de membranas é alto. Produz soda cáustica de alta
pureza. No sistema de eletrólise com células de membrana, ocorre produção de: cloro no ânodo, soda
cáustica (32-35%) e hidrogênio no cátodo.

É a tecnologia que deve prevalecer no futuro e já vem sendo a preferida para uso em plantas novas; é a
única empregada no Japão. Necessidade de remover o hidrogênio e dióxido de carbono do cloro
produzido, em algumas situações. Necessidade de concentrar a solução de soda cáustica até 50%.

Emissões para atmosfera: Cl2 CO2 CCl4. Emissões para água: Sulfatos, Oxidantes livres, Cloretos,
Cloratos, Bromatos, Metais, e CCl4. Estas emissões são geradas nos seguintes processos: Evaporação
da solução de soda cáustica (concentração final).

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24.05.2010

Secagem do cloro

Purificação da salmoura (lavagem das resinas de permutação iônica). Purgas do circuito da salmoura
(evitar acumulação de contaminantes). Resíduos são gerados na sua maioria durante a purificação
secundária da salmoura: Materiais e revestimentos de celulose (filtros para lama/ redução da dureza da
salmoura). Resinas de permuta iônica. Membranas (vida útil:2 a 4 anos) e suas vedações. Lamas.

Entradas no processo: Independente da tecnologia utilizada, as principais entradas no processo são:


Cloreto de sódio ou cloreto de potássio.

Água utilizada para: preparação da salmoura circuito de soda cáustica(manter o balanço de água na
reação de formação de NaOH) unidade de absorção do cloro arrefecimento Energia -Matérias
auxiliares, utilizadas para remoção das impurezas da salmoura(carbonatos e bicarbonatos), para ajuste
do pH no tratamento da salmoura(HCl), para secagem do Cl2 (H2SO4).

Saídas do processo: De acordo com o tipo de sal utilizado e independente da tecnologia utilizada, a
quantidade do produto final produzido, por cada 1000 kg de cloro produzidos é: 1128 kg de NaOH
(100%), se for utilizado NaCl como matéria prima.
1577 kg de KOH (100%), se for utilizado KCl como matéria prima. 28 kg de Hidrogênio. Descarga e
armazenamento do sal ( em local fechado, evitando emissões de suas partículas e contaminação).
Purificação e saturação da salmoura (circuito da salmoura).

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Profa. Dr. Warde A. da Fonseca-Zang

24.05.2010

Barrilha

Sólido leve, moderadamente solúvel em água, contendo em geral, cerca de 99% de Na2CO3.
Principais utilizações:

Vidro Sabão e detergentes Polpa de papel Tratamento de água Metais não ferrosos

O processo antigo de produção de barrilha, denominado LeBlanc, foi desenvolvido em 1773. Baseava-
se na calcinação do sulfato de sódio com carvão e calcário num forno rotatório, seguido pela lixiviação
do produto pela água. Ocorria a hidrólise dos sulfetos, que eram convertidos a carbonato pelo
tratamento com dióxido de carbono dos fornos de calcinação. No processo LeBlanc ocorrem as
seguintes reações químicas: Reação do sal comum com o ácido sulfúrico: 2NaCl + H2SO4 Na2SO4 +
2 HCl Reação de calcinação do Na2SO4 com calcário e carvão: Na2SO4 + CaCO3 + 2C Na2CO3 +
CaS + 2CO2

Em 1861, Ernest Solvay, químico belga, desenvolveu o processo amônia-soda. O processo Solvay só
substituiu completamente o processo LeBlanc por volta de 1915. Utilizou como matérias primas, o
cloreto de sódio (sal comum) , o amoníaco e o carbonato de cálcio (pedra calcária), conseguindo tornar
mais barata a obtenção do sal e eliminar alguns dos problemas que apresentava o método Leblanc.
Trona é um mineral composto de carbonato e bicarbonato de sódio hidratado (Na3HCO3CO3 2H2O).
É extraido como fonte primária para a obtenção do carbonato de sódio nos Estados Unidos,
substituindo Processo Solvay usado no resto do mundo para a produção do carbonato de sódio.

Processo Solvay

MATÉRIAS-PRIMAS: Sal usado na forma de salmoura natural ou artificial, saturada Calcário deve
ter pequena quantidade de impurezas, principalmente sílica, britado a um tamanho entre 10 e 20 cm
Coque calcina o calcário e fornece CO2 Amônia reagente cíclico no processo participa das reações e é
recuperada, sendo pequena a quantidade perdida.

Processo Solvay

REAÇÕES: CaCO3 CaO + CO2 C(amorfo) CO2 CaO + H2O Ca(OH)2 NH3 + H2O NH4OH
2NH4OH + CO2 (NH4)2CO3 + H2O (5) (NH4)2CO3 + CO2 + H2O 2NH4HCO3 (6) NH4HCO3 +
NaCl NH4Cl + NaHCO3 (7) 2NaHCO3 calc. Na2CO3 + CO2 + H2O 2NH4Cl + Ca(OH)2 2NH3 +
CaCl2 + 2H2O (1) (2) (3) (4)

PROCESSO SOLVAY: Barrilha

REAÇÃO GLOBAL:

CaCO3 + 2NaCl Na2CO3 + CaCl2


(8) (9)

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Profa. Dr. Warde A. da Fonseca-Zang

24.05.2010

Solvay: Fluxograma de fabricacao

PROCESSO SOLVAY: Calcinação do calcário com coque para produção CO2 e CaO.

PROCESSO SOLVAY: Amoniação da salmora, carbonatação da salmora, calcinação do bicarbonato


de sódio e recuperação amônia.

Bicarbonato de sódio

NaHCO3 : bicarbonato de sódio ou carbonato ácido de sódio ou carbonato de hidrogênio e sódio Não
se obtém a partir do bicarbonato de sódio separado nos filtros do processo Solvay porque: Difícil de
secar Perda da amônia presente Odor devido a traços de amônia Outras impurezas Utilização:
fabricação de água carbonatada, artigos de couro, extintores de incêndio, manufatura de levedura em
pó.

Bicarbonato de sódio

Prepara-se uma solução saturada de barrilha, que é introduzida no topo de uma coluna semelhante à
torre de carbonatação da fabricação da barrilha. Na base da torre injeta-se CO2 comprimido e a
temperatura é mantida em torno de 40ºC. A suspensão de bicarbonato que se forma é removida pela
base da torre, filtrada e lavada num filtro a tambor rotativo. Depois da centrifugação, o material é seco
numa esteira transportadora contínua, a 70ºC. O bicarbonato obtido por esse processo tem uma pureza
de 99,9%.

Referência principal

SHREVE, R.N; BRINK JR., J. Indústria de processos químicos. 4.ed. Rio de janeiro: Guanabara
Koogan, 2008.

Aulas Tecnologia Inorgânica - Química Industrial IFG, 2010.

http://www.ebah.com.br/industria-do-cloro-e-da-soda-pdf-a58341.html

Dos problemas ambientais da atualidade, o cloro é o mais espinhoso. Nenhum outro elemento natural da
tabela periódica faz correr tanta adrenalina de industriais e ecologistas. Reza um versículo apócrifo, mas
adequado para expressar a temperatura do debate, que "Deus criou 91 elementos químicos, o homem
adicionou em torno de uma dúzia e o demônio veio com um: o cloro".

No final do século passado, a busca de novas tecnologias para atender à crescente demanda por soda
cáustica desembocou na eletrólise da solução de sal comum como a solução de menor custo. Porém, com um
inconveniente: para cada 1,12 t de soda cáustica, esse processo gera 1 t de cloro, substância então usada
apenas no branqueamento de tecidos e muito perigosa. Este último aspecto foi enfatizado na guerra de 1914-
18, quando os alemães aterrorizaram os exércitos aliados usando cloro gasoso ou seu derivado fosgênio (gás
de mostarda). A recém-inaugurada guerra química mostrou-se tão terrível que, terminado o conflito, a
Convenção de Genebra a proibiu. Alguns países insistiram em manter estoques de gases venenosos, mas as
violações flagrantes dessa lei de guerra têm sido raras.

Nas décadas seguintes, o cloro encontrou novos mercado no branqueamento de papel ou como desinfetante,
mas a eletrólise continuou sendo apenas um caminho secundário para a produção de soda cáustica,
respondendo por apenas 6% dessa indústria em 1925. Entretanto, foi tal o impulso proporcionado à industria
pela II Guerra Mundial e pelo surgimento de novos derivados do cloro - principalmente o DDT e o PVC - que
98% da produção mundial de soda passou a originar-se desse processo. Mais que isso, a soda passou a ser
encarada cada vez mais como mero subproduto da cloroquímica. O cloro passou a ser insumo essencial de
plásticos e resinas (PVC ou vinil, poliuretano e epóxi), solventes industriais, fluidos de refrigeração, corantes,
85% dos fármacos e 95% dos pesticidas, gerando um total de mais de 11 mil derivados de valor comercial. No
início dos anos 60, a cloroquímica podia apresentar-se como uma indústria não só muito lucrativa, mas
também meritória, capaz de combater a fome através dos pesticidas e da refrigeração, combater doenças
através de fármacos e do uso do cloro e PVC em saneamento e gerar cerca de 25% dos empregos de toda a
indústria química.

Porém, em 1962, Rachel Carson praticamente fundou o movimento ambientalista com o livro "Primavera
Silenciosa", assinalando a difusão dos pesticidas, principalmente DDT, por toda a biosfera terrestre. A
reprodução de várias espécies de animais, principalmente aves, estava sendo sensivelmente afetada e o DDT
começava a ser encontrado, em proporções preocupantes, no leite materno - inclusive em regiões muito
afastadas de centros industriais ou da agricultura comercial, como entre os esquimós. A preocupação também
começou a atingir o uso industrial do cloro (principalmente no branqueamento da celulose), que gera um
volume elevado de efluentes tóxicos. Iniciou-se uma campanha para restringir ou banir esses produtos à qual a
indústria cloroquímica reagiu primeiro negando a existência do problema, depois argumentando que os
benefícios obtidos de pesticidas baratos seriam superiores a seus eventuais danos ambientais. Entretanto,
cada vez mais governos de países desenvolvidos foram convencidos a banir o DDT e alguns outros pesticidas,
substituídos por outros produtos mais caros, mas aparentemente menos perigosos. Iniciou-se também a
substituição do branqueamento via cloro pelo processo ECF (elemental chlorine free), que permite reduzir os
efluentes nocivos ao empregar dióxido de cloro em vez do cloro gasoso.

Em 1974, apareceu na revista Nature um estudo sustentando que os CFCs (clorofluorcarbonos, conhecidos
pela marca comercial Freon), usados em refrigeração, aerossóis e expansão de espumas plásticas, assim
como certos solventes clorados (como o tricloroetano usado em metalurgia e eletrônica para desengraxar
metais) ameaçavam a proteção contra a radiação ultravioleta (UV) representada pelo ozônio estratosférico,
iniciando nova batalha com a indústria cloroquímica. Esta afirmou que a questão estava sendo tratada de
forma emocional e anti-científica, sendo respaldada não apenas por seus próprios técnicos, mas também por
cientistas respeitados no campo ecológico, como James Lovelock, responsável pela primeira medição (em
1971) da difusão dos CFCs na atmosfera e hoje mais conhecido como o autor da "hipótese de Gaia". Para ele,
o aumento na radiação UV teria tanto efeitos benéficos quanto maléficos e o mais forte argumento dos
ambientalistas - o UV ameaçaria toda a vida na Terra ao destruir as algas marinhas que são as principais
responsáveis pelo oxigênio da atmosfera - é simplesmente falso. Enquanto corria esse debate, multiplicavam-
se estudos sobre problemas de saúde entre grupos particularmente expostos a produtos clorados, incluindo
trabalhadores que produzem ou utilizam derivados do cloro, as vítimas da fuga de dioxina na cidade italiana de
Seveso (1976) e os soldados prejudicados pelo "Agente Laranja" - não um assessor do prefeito paulistano,
mas o produto usado para destruir matas durante a Guerra do Vietnã. Para não lutar nessa guerra, muitos
jovens norte-americanos emigraram para o Canadá e, para completar as desventuras da indústria do cloro,
alguns deles fundaram seu arqui-inimigo Greenpeace.

Na década de 80, a inesperada descoberta do "buraco" na camada de ozônio sobre a Antártida encerrou o
caso do CFC. O próprio Lovelock, constatando que a concentração dos halocarbonos industriais na atmosfera
havia sextuplicado desde a primeira medição, passou a defender a regulamentação das emissões de produtos
clorados. Em 1987, representantes de 57 países assinaram um acordo sem precedentes para banir a produção
dos produtos nocivos ao ozônio até o ano 2000 nos países desenvolvidos e 2010 nos países em
desenvolvimento. Outros produtos, não relacionados a esse problema, mas tóxicos e provavelmente
cancerígenos (como o solvente percloroetileno, usado em tinturarias que fazem "lavagem a seco") tiveram
prazo até 2020 para sair do mercado.

A partir de 1987, as crescentes restrições contiveram a demanda por cloro. Na impossibilidade de escoá-lo ou
estocá-lo, a indústria de cloro-soda foi obrigada a reduzir sua atividade, embora permanecesse a demanda por
soda, resultando na alta do preço da soda e queda do cloro. Os ambientalistas começaram a reivindicar um
banimento total do uso do cloro e, nos EUA, várias indústrias investiram na criação de uma capacidade
instalada de 300.000 t/ano para novamente produzir soda cáustica sem cloro e começou-se a introduzir, para
branquear papel, o relativamente dispendioso processo TCF (totally chlorine free), que dispensa totalmente o
cloro usando ozônio ou peróxido de oxigênio (água oxigenada). Esfriou o entusiasmo por investimentos em
cloroquímica.

Porém, nestes anos 90, o cloro teve nova oportunidade. O clima de desregulamentação e competição global
por empregos e investimentos tornou os governos menos receptivos às preocupações ambientalistas e mais
atentos às questões de custo, até porque os maiores focos de crescimento da demanda passaram a ser países
em desenvolvimento onde o ambientalismo ainda é inconcebível (tente imaginar uma manifestação "verde" em
Pequim ou Jacarta, ou mesmo na teoricamente democrática Cingapura). A Ásia representa 36% das
expansões previstas para cloro e 46% para PVC. Segundo a consultora Anorganica, a capacidade instalada
em cloro no mundo deve crescer de 47,3 para 49,5 milhões de t/ano de 1996 a 2000. Esse volume, diga-se de
passagem, será doze vezes maior que o dos orgânicos clorados produzidos por todo o ecossistema terrestre,
principalmente o clorometano das algas marinhas (componente da "maresia"), que se degrada em um ano e
meio.

A maior parte desse crescimento de demanda vem do principal derivado do cloro, o PVC cujo mercado,
impulsionado pelo bom momento da construção civil em 1996, cresceu 11% nos EUA, 14% na Europa e 19%
no Brasil. Entre 1995 e 1998, a capacidade instalada cresceu 25% na América do Norte e 23% na Ásia, no
Brasil pelo menos 9%; as estimativas para o crescimento da demanda no período 1996-2001 chegam a 10,3%
ao ano na Ásia, 4,3% na América do Norte, 4,5% no Brasil (para crescimento anual do PIB de 3%) e 6% na
média mundial. Devido à retração dos investimentos nos anos anteriores, o preço do cloro reagiu e o da soda
despencou; os investimentos em cloroquímica foram retomados. Invertendo a tendência do final da década de
80, agora a discute-se onde será colocada a soda cáustica excedente, enquanto substitutos do cloro no
branqueamento, como o peróxido de hidrogênio, estão com vendas estagnadas e revendo projeções para
baixo.

Mesmo assim, os preços do PVC não tiveram recuperação significativa e, como ocorre com outros plásticos, é
mais que provável que os esforços asiáticos para conquistar o mercado mundial e projeções demasiado
otimistas do crescimento econômico desemboquem em excesso de oferta e preços ainda mais baixos até o
final do século. Além desse problema geral à petroquímica, o PVC e o cloro enfrentam a questão ambiental,
que começa a ressurgir do segundo plano ao qual havia sido relegada. Depois de anos de inúteis
manifestações em fábricas de cloro, o Greenpeace passou a priorizar a atuação junto a varejistas e
consumidores: em meados de 1996, lançou na Europa uma campanha bem-sucedida envolvendo publicações,
publicidade, seminários para usuários e divulgação de listas de produtos isentos de PVC que, em 1997, deverá
ser levada também aos EUA. Cinco grandes varejistas britânicos criaram um grupo de trabalho para estudar o
problema e alguns já anunciaram restrições ao produto: a rede The Body Shop, de produtos de higiene
pessoal, decidiu reduzir e, onde possível, eliminar o uso de PVC na construção de lojas. Suécia e Dinamarca
estão estudando restringir ou banir por etapas o PVC flexível. Duas grandes empresas suecas de construção -
JM e Svenska Bostder - planejam deixar de usar o PVC e 128 municípios da Suécia e 200 da Alemanha
criaram restrições a seu uso em edifícios públicos. Vinte e sete executivos da EVC, maior fabricante europeu
de PVC, foram processados na Itália, sob a acusação de morte por câncer de 116 trabalhadores, doença
provocada em outros 400 e poluição por dioxina na laguna de Veneza.

Desta vez não é como nos casos das armas químicas, do DDT, do CFC e dos solventes tóxicos, quando se
debatia um definido efeito nocivo de um composto determinado. Trata-se de uma complexa e difusa trama de
impactos ambientais e sanitários a longo prazo atribuídos a todo o setor cloroquímico - enfatiza-se o PVC por
ser produzido em maior quantidade, mais conhecido pelo consumidor e, portanto, estrategicamente mais
adequado como alvo de uma batalha decisiva. Como composto químico, o PVC é inofensivo, salvo pela
extrema resistência à degradação e conseqüente acumulação de lixo plástico. Entretanto, sua produção
envolve substâncias tóxicas e sua combustão ou lenta decomposição - como a de qualquer outro produto
orgânico clorado - gera dioxinas e milhares de outras substâncias de propriedades mal conhecidas, mas
capazes de permanecer décadas ou séculos no ambiente, o que também ocorre com os plastificantes e
aditivos que fazem o PVC utilizável (notadamente ftalatos). Tais poluentes orgânicos persistentes (POPs) têm
sido detectados no mar, lagos e rios, na chuva, solo e sedimentos de todo o globo. A reciclagem não resolve o
problema: viável para papel, vidro, metais e alguns outros plásticos, essa alternativa é anti-econômica no caso
do PVC e nunca passou da etapa de projeto-piloto. A razão é que o PVC não é um produto homogêneo: cada
aplicação necessita de uma diferente combinação de aditivos e plastificantes, que representam 5 a 20% de seu
peso. Assim, ao se juntar PVC recuperado de diferentes produtos, obtém-se uma mistura muito inferior,
praticamente inútil. Mesmo em países tão desenvolvidos quanto a Alemanha, o que se chama de "reciclagem"
é basicamente a incineração e a "exportação" para lixões da África e Ásia do PVC inutilizado. A incineração
com tecnologia adequada (temperatura acima de 1.000 ºC ou uso de certos catalisadores, como platina e óxido
de urânio) reduz muito as emissões de poluentes clorados, mas é inviável nos países em desenvolvimento
onde mais cresce a demanda para produtos cloroquímicos.
Muitos estudos têm apontado correlações de orgânicos clorados com certas formas de câncer e problemas
neurológicos e mais conclusivamente com as perturbações do sistema hormonal de seres vivos - da
reprodução de espécies selvagens à sexualidade humana - que os qualificam como EDCs (endocrine-
disrupting chemicals). Isto tem sido atestado em concentrações baixíssimas e verifica-se sinergia dos
diferentes compostos: sua mistura no ambiente tem efeitos maiores que a soma dos efeitos individuais. Porém,
também há cientistas para negar essas conclusões. A discussão poderia muito bem se arrastar por séculos:
enquanto o efeito catalisador do cloro sobre a decomposição do ozônio, por exemplo, é um fenômeno simples
e bem conhecido e deu margem a debate apenas quanto à sua dimensão e conseqüências ambientais,
analisar a interação entre as dezenas de milhares de compostos clorados dispersos no ambiente e o complexo
metabolismo de cada ser vivo ultrapassa os recursos da ciência. As abordagens viáveis são experimentos com
animais e correlações estatísticas que indicam a probabilidade, mas não a certeza científica de uma relação de
causa e efeito, que só poderia ser dada por um conhecimento exato de mecanismos bioquímicos. É como no
caso da ligação entre tabaco e câncer do pulmão, com uma dificuldade adicional: é relativamente fácil
distinguir e comparar fumantes e não-fumantes, mas todos, saibam ou não, estão expostos a produtos
clorados.

Mesmo assim, no encontro de fevereiro/97 do Fórum Intergovernamental de Segurança Química (IFCS),


formado em 1994 para implementar os compromissos da Eco 92, delegados de uma centena de governos
nacionais, bem como de associações empresariais, sindicais e de ambientalistas, votaram pelo
reconhecimento do corpo rapidamente crescente de pesquisas científicas indicando riscos relacionados aos
EDCs. Mesmo para os cordatos ambientalistas do WWF (World Wildlife Fund), nos quais se inclui a família real
britânica, a evidência já justifica amplamente o início de um programa de redução da exposição humana a
todos os EDCs. Salvo surpresas, pode-se contar, a médio prazo, com tratados internacionais limitando o uso
do PVC, se não de todos os produtos clorados.

Um banimento total da cloroquímica, porém, não é provável. Não só pelas centenas de bilhões de dólares
investidos nessa indústria, nem pelos cinco milhões de empregos a ela associados, mas também porque há
casos em que a substituição dos produtos clorados é muito dispendiosa ou envolve outros riscos de saúde ou
ambientais. O PVC flexível é o mais forte candidato à eliminação imediata, pelo ciclo de vida mais curto e por
ser o mais carregado de aditivos e plastificantes perigosos. Entretanto, enquanto é fácil eliminá-lo em
embalagens descartáveis, é difícil substitui-lo no isolamento e proteção de fiação elétrica e mais ainda em
certas aplicações médicas (bolsas de sangue, sondas etc.). As alternativas em tubos para água e esgoto (ferro
fundido, aço galvanizado) são bem menos econômicas: enquanto há aplicações do PVC na construção mais
dispensáveis, pode-se defender como prioritário seu uso como solução rápida e barata para estender a rede
sanitária a populações carentes. Há casos em que alternativas a produtos clorados contribuem para o efeito
estufa, por suas propriedades químicas ou por exigirem mais energia em sua produção, uso ou transporte -
mas vale lembrar que caso do CFC, seus danos ao ozônio foram considerados mais urgentes que a
contribuição ao efeito estufa dos substitutos. Vistas do Hemisfério Sul, as alternativas ao cloro para tratamento
d'água - raios UV, ozônio, filtragem aperfeiçoada - parecem tão irrealistas quanto a reciclagem do PVC: é
preciso pesar danos ambientais e uma probabilidade algo maior de morte na velhice por câncer renal ou colo-
retal contra a quase certeza de morte na infância por disenteria ou cólera. Mesmo sob restrições, a
cloroquímica vai manter muitos nichos de mercado enquanto novas tecnologias não permitirem substituí-la
sem causar maiores danos, mas ainda assim deve-se ser cauteloso quanto às suas perspectivas de longo
prazo, bem como as de fabricantes de plastificantes e copolímeros de PVC.

Ao mesmo tempo, eventuais restrições tornarão mais confortável a posição dos produtos e técnicas
alternativas que puderem demonstrar viabilidade econômica e baixo risco ambiental, tais como embalagens de
vidro, alumínio e plásticos não-clorados, peróxido de hidrogênio para branqueamento de celulose (Degussa,
DuPont, Peróxidos do Brasil), plásticos biodegradáveis (que já começam a ser usados pela indústria brasileira
de brinquedos), substitutos do CFC, solventes à base de água ou gás carbônico liqüefeito, tintas
hidrossolúveis, pigmentos inorgânicos, corantes não-reativos, biocidas menos agressivos e especialidades
químicas (surfactantes etc.) que viabilizam o uso desses produtos.

http://antonioluizcosta.sites.uol.com.br/CLORO.htm

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