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UNIVERSIDADEFEDERALDOPAMPA
CAMPUSSANTANADOLIVRAMENTO-RS
CURSODEBACHARELADOEMRELAÇÕESINTERNACIONAIS
INTRODUÇÃOÀSOCIOLOGIAPARAASRELAÇÕESINTERNACIONAIS
LUCIELELEMESMARQUES
2110102800
lucielemarques.aluno@unipampa.edu.br
SOBREASOCIOLOGIADEAUGUSTOCOMTEEOPOSITIVISMO
O positivismo é uma corrente filosófica de teor analítico que foi criada na
segunda
metade do
século XIX. Praticada e aclamada, foi
criada pelo grande filósofo francês Augusto
Comte, que defendia a regra que para o progresso da sociedade, deveria haver ordem e
disciplina.
Nascido em 19
de janeiro de 1798,
Comte foi
arduamente influenciado pelo socialista
fantasioso Henri de Saint-Simon, e trabalhou intensamente na fundação de uma filosofia
positiva que, segundo ele, tentava remediar todo o mal-estar social vivido na Revolução
Francesa, trazendo uma doutrina baseada inteiramente nas ciências. Foi então considerado,
uma grande influência no pensamento do século XIX, tendo importância suficiente e
influenciando o trabalho de
alguns intelectuais
sociais como John Stuart Mill,
George Eliot
e
Karl Marx. Seu conceito ainda deu o empurrão inicial para os primeiros teóricos sociais e
antropólogos,avançandoparaasociologiamoderna.
E então, com todo o trabalho acentuado, Augusto teve
seu trabalho reconhecido em
inúmeras situações. Adotando um pensamento sistemático, englobou todos os métodos
possíveis para firmar a compreensão humana de maneira positiva, e manteve êxito, se
tornandonãosóopaidoPositivismo,comotambémdaSociologiaemsi.
EMQUECONSISTEOPOSITIVISMO?
Marcado não
somente pelo
liberalismo europeu, que
firmou raízes profundas sobre as
doutrinas econômicas, políticas, sociais e cuja única realidade é a liberdade do homem, o
século
XIX trouxe
também o triunfo do
cientificismo, que aborda fielmente uma só natureza
material, englobando e explicando os valores dos fatos de maneira clara e objetiva. Tais fatos
só foram postos à mesa e encarados como um debate, quando o pai de tal pensamento,
Augusto Comte, fez-se preocupado, desde os seus primeiros trabalhos, com uma reforma tão
profunda que pudesse conduzir a uma verdadeira reorganização social e política. Filósofo
francês, extremamente crítico e vivente do século XIX, Comte defendia que o conhecimento
científico era a única forma de conhecimento válido existente entre os homens, e foi, de
forma abrangente, o grande nome inicial desse método que buscava não somente o
entendimento social da época, mas também uma certa concepção da síntese estrutural do
período.
Na constatação do racionalismo dos adeptos do liberalismo no século XIX, surgiram
os defensores do cientificismo, encantados pelo progresso contínuo, tendo como base as
preconizações de Comte e o emprego de novos artifícios na análise científica dos problemas
sociais, substituindo as interpretações metafísicas. As bases que utilizou Comte para assentar
as
conexões de sua filosofia foram as doutrinas sociais de Saint-Simon, estabelecidas com os
trabalhos de ideólogos, notadamente de Cabanis e dos naturalistas Gall, Bichat e Boussais. É
mister, portanto, que tentemos compreender o comtismo na sua totalidade, a fim de
aprendermos o sentido que esta doutrina, adotada como positivismo, apresenta na história das
idéiasdoséculoXIX.
Renunciando aos métodos sem verificação, o positivismo elimina de sua teoria todos
os problemas que comportam soluções transcendentes ou que requeiram outros caminhos
além daqueles que a ciência admite. É, portanto, uma filosofia determinista que professa, por
um lado, o experimentalismo sistemático como algo usual, e de outro, considera anticientífico
todo o estudo das causas finais. Como sistema filosófico, busca averiguar, a fim de
estabelecer a máxima explicação de todos os fenômenos universais existentes no âmbito
coletivo.
O método utilizado por Augusto é baseado na observação de fatos, ou seja,
adivinhando-lhes por induzimento de leis da coexistência e da sucessão, e deduzindo tais leis
por via
de consequência e correlação, pretendendo, assim, formar uma rede composta apenas
por fatos por ele testado científica e experimentalmente. Este preceito é, de modo geral, o
raciocínio vindo de outros métodos particulares (dedução, observação, experiência,
nomenclatura, comparação, analogia e filiação histórica), todos fundamentais na busca pelo
progressoobstinadoeconhecimentoverdadeiro.
SOBREALEIDOSTRÊSESTADOS
Para Comte, só existiria verdadeiramente ciência se porventura os fenômenos fossem
devidamente pesquisados e observados, partindo de sua própria premissa teórica. A visão
prévia, portanto, causaria a possibilidade de se descobrir com certa antecedência as fases da
evolução histórica. Assim, no dizer do filósofo londrino Patrick Gardiner, “característica
própria do quadro de referência positivista nas ciências sociais é a pesquisa, através da
observação de dados da experiência, das leis gerais que regem os fenômenos sociais. A
constância ou a regularidade dos fenômenos constatados leva a generalizar a partir deles, isto
é, formularleispositivas”.
Com esse eixo teórico em pauta e com a essência de suas ideias positivistas, Comte
admitiu uma lei fundamental, que recebe o nome de lei dos três estados, encontrando-se
fundamentada em seu método, que consiste em bases históricas. Em sua visão prospectiva,
Augusto preconizava que para que um estágio supremo do entendimento humano se
concretizasse, seria necessário completar-se alguns processos pelos quais se conformaria a
sociedade científica, já
desprovida de qualquer entrave cometido pelas forças retrógradas do
passado.
Nessa concepção de lei dos três estados, afirmava que as sociedades passariam por
três períodos básicos de pensamento, com algumas características dominantes. Assim como
definiu a existência de três
estados ou estágios de desenvolvimento das agremiações, em que
estas abandonariam as antigas crenças e formas de conhecimento para assim, lentamente,
rumarem a um estado positivo dominado pela razão científica e pelo progresso, garantindo
assim a satisfação da sociedade, de acordo com a doutrina fundamental. Segundo ele, haveria
um estágio teólogo, um metafísico e um positivo. Os dois primeiros são partes extremamente
necessárias de evolução, e consequentemente, devem ser removidos pela história, uma vez
tendocumpridoseuspapéis,cabendoaoúltimoaplenitudedahumanidade.
Em sua primeira etapa, necessariamente teológica, engloba elementos fetichistas
(dando a seres as mesmas características dos seres humanos, mas com poderes mais
elevados), que se pronunciavam transversalmente de formas doutrinadas, bem como
politeístas (crença em vários deuses) e monoteístas (crença em apenas um deus). Nela, a
entidade humana explica todo e qualquer fenômeno por meio de bases transcendentes ou
paranormalismo, que incorpora agentes sobrenaturais e portanto, estavam sujeitos a forças
presumivelmente impossíveis de previsão e domínio. Procurando, de maneira incansável,
saciar suas lacunas com a convicção e esperança na ação divina, em uma explicação que
aindanãoestariavoltadaparaousoracionaldamentehumana,sendoporissoprimitivo.
Já em segundo momento temos o estado metafísico, que aborda de maneira abstrata a
visão de mundo. Aqui, para a explicação dos acontecimentos, tem-se uma abordagem
explicativa baseada no oculto, trazido a partir de abstrações teóricas, apenas. O estado
metafísico é considerado o intermediário entre o pensamento teológico e o positivista, pois
trazumpanoramaaindanéscio,mascompotencialevolutivo.
E por fim, uma extensa sucessão de fundamentos nos conduz até a condição humana
absoluta de positividade real, que aqui deve ser concretizado como o processo mais
importante dessa lei denominada dos três estados, o estado positivo. Trazendo consigo
eficácia científica, constitui o estado lógico que aperfeiçoa os meios de conhecimento
definitivos para a revolução fundamental de nossa inteligência real. É o estado onde a
elucidação e o pensamento formam-se com base, única e exclusivamente, na racionalidade.
Por conseguinte, as ocorrências dependem somente da ação racional e evolução mental do
sensolúcidohumano.
Entende-se que a partir de um desenvolvimento profundo da teoria dos três estados,
Comte ergue a sociologia, à classe de ascensão máxima entre as ciências conhecidas, visto
que a mesma passa a ser considerada a ciência do todo sobre os elementos, e por
consequência, a mais evoluída, pelo fato central de seu objetivo para com o homem e as
relaçõesqueesteestabelece.
SOBREAINFLUÊNCIADOPOSITIVISMONOBRASIL
Todo e qualquer projeto de nação, seja observado em teorias sociais e políticas ou
ainda que analisado na rotina
de um país, demanda instrumentos que abasteçam a formação
de uma constatação de pertencimento e identidade, assim como são imprescindíveis para a
formação de uma rememoração histórica que seja fomentada de
afirmações positivas acerca
datrajetóriadeumpaísemconstituição.
O período brasileiro compreendido entre o fim da escravidão em 1888 e os anos
seguintes, constituiu um tempo de fundamental importância para a formação de um projeto de
nação que trouxesse sustentação à recente proclamada República brasileira, nascida em 1889.
Esses fatores auxiliaram na proposição de análise aprofundada trazendo consigo uma teoria
positivista, – base da estrutura do projeto nacional republicano – mesmo que tivesse sido
firmada superficialmente, no âmbito nacional, em meados do ano de 1850, fortalecendo a
elaboração de um discurso onde o positivismo de Comte se tornou o viés para se pensar em
umasociedademodernaeprogressista,opostaaoperíodomonárquico,atrasadoeagrário.
Entende-se que o positivismo se resume em seu papel teórico de provocar
transformações profundas na sociedade, ou seja aderir novas respostas que não são expostas e
explicadas pelos filósofos. Seu papel basicamente se adequa a várias outras áreas do
conhecimento, mas permanece fiel aos seus pensamentos típicos de teoria de questionamento
e comprovação. No Brasil, o movimento foi fundamental para tais pensamentos,
possibilitando um grande avanço ideológico, político e social no país, implantando uma real
importância no quesito evolutivo indagável. Alguns dos propagandistas republicanos eram
positivistas adeptos, e nos primeiros dias que se seguiram após a terrível queda do Império,
apoderaram-se de posições importantes na administração pública. Pode-se dizer que toda
preparaçãoteóricainstituídadeRepúblicafoifeitasobocusteamentodopositivismo.
A influência positivista encontra-se em todos os quesitos na nação brasileira, tendo
como um dos principais modelos o preceito de Comte em “O Amor por princípio e a Ordem
por base; o Progresso por fim”, que fora marcada eternamente na bandeira do país com o
lema “Ordem e Progresso”, adaptado da doutrina comtista. Ademais, existem outros títulos
presentes na literatura brasileira que apresentam certa observação positivista que revelam
uma natureza bem diferente das demais encontradas no estilo romântico, e se removem de
qualquer forma de idealismo fetichista ou metafísico, abraçando a ideia de que a sociedade
necessita ser analisada e observada, o que nos leva à chamada “física social” proposta por
Comte, como por exemplo “O Ateneu”, de Raul Pompéia, ou “O Mulato” de Aloísio de
Azevedo. No âmbito político essa influência pode ser destacada na subtração da demanda
religiosa, na abolição da escravatura, e também na proclamação da república, por assim dizer.
Já
em uma história mais recente foi Getúlio Vargas quem usou tais ideias para criar um tipo
de legislação trabalhista, desejando que a sociedade brasileira funcionasse da melhor
maneira.
CaberessaltarqueagrandeinfluênciadopositivismonãoocorreusomentenoBrasil,
mastambémempaísesvizinhos,naAméricadoSul,deixandotraçosepensamentosporonde
passou.Logo, conclui-sequetalcorrentefilosóficaatravessagerações,estandoenraizadanas
decisões,críticas,ideiaseopiniõesdediversoscolaboradoresbrasileiros.
OSIGNIFICADODEPROGRESSOCONTIDONAIDEOLOGIADOPROGRESSO
NOPOSITIVISMO
O
significado mais abrangente junto aos pensamentos de Augusto Comte, é o de que o
progresso é um meio para a evolução ininterrupta, ou seja, procura sempre maneiras de se
desatar de
quaisquer mesmices do tempo. Para ele, tal evolução é gradual, mas acompanhada
de um teor significativo. Através de tal pensamento, caminha-se por todo conhecimento
palpável, a fim de reconhecer a história e buscar fatos que expliquem o necessário. O avanço
natural da sociedade traria maneiras de observação diferentes das anteriores já vistas,
movimentando o mundo de forma regular, em constante transformação. Novas ideias e novas
concepções seriam muito bem aceitas, fazendo assim a ordem das coisas e a sociedade em si,
estaremsempreseaperfeiçoandoesedesenvolvendoemumbomritmo.
REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS
BOSI,Alfredo.OpositivismonoBrasil:Umaideologiadelongaduração.EDUSP,2004.
Disponível:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5469397/mod_resource/content/1/6.%20BOSI.%20
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COMTE,Augusto.Discursopreliminarsobreoespíritopositivo.EdiçãoSearaNova,1947.
CRUZ , Costa.
Augusto Comte e as
Origens do
Positivismo. Editora
Companhia Nacional,
1959.
RIBEIRO JR, João. O que é positivismo. Coleção Primeiros Passos.
São
Paulo.
3ª
edição.
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SOARES, Mozart Pereira.
O positivismo no
Brasil:
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Comte. AGE Ltda,
1998.
TORRES, João Camilo de Oliveira. O positivismo no Brasil. Câmara dos Deputados.
EdiçõesCâmara,2018.